segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Por "gato", TJD-SP elimina Paulista da Copinha; Batatais vira finalista


COPINHA 2017

Entidade entende que Brendon jogou com identidade de outra pessoa e decide tirar clube da competição. Presidente do TJD-SP chama atleta de "criminoso"



Por
São Paulo



O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP), da Federação Paulista de Futebol (FPF), eliminou o Paulista da Copa São Paulo e definiu que o Batatais vai disputar a final da competição júnior contra o Corinthians, na quarta-feira (às 16h de Brasília).

A decisão foi tomada nesta segunda-feira após a entidade analisar a documentação do zagueiro Brendon, do time de Jundiaí (veja o vídeo clicando no LINK da FONTE no final da matéria abaixo). 

De acordo com uma denúncia apresentada pelo Batatais, que foi eliminado pelo Paulista na semifinal, o jogador teria 22 anos, e não 19, a idade limite para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Matheus Brendon zagueiro do Paulista, Copa São Paulo (Foto: Reprodução / SporTV)Matheus Brendon, zagueiro do Paulista na Copa São Paulo (Foto: Reprodução / SporTV)


O nome Brendon Matheus Lima dos Santos, que consta nas súmulas do Paulista, é o de um rapaz preso no Rio de Janeiro sob a acusação de roubo e tráfico de drogas. O nome verdadeiro do jogador seria Heltton Matheus Cardoso Rodrigues, segundo reportagem publicada pela ESPN.


+ Presidente do Batatais avisou elenco sobre final no sábado: "Eu já sabia!"
+ Presidente do Paulista não contesta decisão da FPF: "Temos que acatar"



Antônio Olim, que é delegado e também presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo, chamou o atleta de "criminoso" e explicou que ainda não é possível afirmar sua identidade, durante entrevista coletiva na sede da Federação Paulista.

Segundo Olim, os documentos apresentados para registro por Brendon são falsos. Ele mostrou uma certidão de nascimento do Rio de Janeiro, fraudada. O RG é do Ceará. A polícia local já foi acionada para checar o documento. A intenção é comparar as digitais.

– Pedi os documentos para comparar com a identidade que o jogador apresentou nos jogos. E pedimos as digitais do Brendon, que está preso. E pedimos que o Paulista apresentasse o jogador até às 14h. E não ele foi apresentado, foi apresentado um B.O. de que ele estava desaparecido. O regulamento é muito claro. Vamos dar prosseguimento às investigações para vermos se não tem nenhum dirigente envolvido. Ele acabou prejudicando os 25 jogadores do Paulista que não disputarão a final – disse Antônio Olim, citando o artigo 25 do regulamento da Copa São Paulo, que prevê eliminação do torneio caso seja comprovada adulteração de idade de um atleta.

– O jogo desta quarta-feira será entre Corinthians e Batatais. O Paulista está excluído da competição. Por votação unânime, nós acolhemos a decisão baseada no artigo 25. Eliminamos o Paulista e classificamos no seu lugar para disputar a final o Batatais. Eu assino, presidente do TJD-SP, e digo que vamos encaminhar o processo para uma delegacia de polícia para seja punido criminalmente – completou.

Olim confirmou ter recebido a denúncia no sábado, véspera do jogo entre Paulista e Batatais.
– Não fomos negligentes. Soubemos do caso no sábado. Apuramos desde então. Não temos perícia aqui para verificar na hora a validade de documento – disse Olim.

E MAIS: "Ele não é bandido", diz ex-atacante que agencia o "gato" da Copinha

Segundo o presidente do TJD-SP, Heltton seria natural do Ceará, onde teria emitido seu RG. O TJD da FPF pediu informações à polícia do estado para comparar impressões digitais. O mesmo foi feito à polícia do Rio para comparar com as digitais de Brendon, que está preso por tráfico e roubo. Olim ressaltou que Brendon e Hellton "são muito parecidos" e não descartou a possibilidade de ambos serem parentes.


Olim reiterou que, pelo regulamento, o Paulista poderia ser impedido de disputar a Copinha pelos próximos cinco anos. Essa proibição, porém, não deve ocorrer.

– Ele (Brendon / Heltton) já vem jogando em outros times com esse documento. Então, o Paulista foi na boa fé e o colocou. Se lá na frente a gente descobrir que o Paulista está envolvido, ele será punido. Acho que agora não é hora de punir o Paulista. A maior punição do Paulista é ele não poder enfrentar o Corinthians. Quem mais foi punido foram os jogadores do Paulista que não poderão atuar – disse Olim.

Antônio Olim, presidente TJD São Paulo (Foto: Reprodução SporTV)
Antônio Olim, presidente do TJD de São 
Paulo (Foto: Reprodução SporTV)


FONTE:

Memória falada: Sicupira conta causos da carreira e histórias com Garrincha




FUTEBOL


Ex-meia de Atlético-PR, Botafogo e Corinthians, Sicupira guarda poucos objetos da carreira, mas tem muitas histórias para contar. "Não tive nenhum desgosto no futebol"



Por
Curitiba



Jogadores de futebol costumam guardar camisas, chuteiras, faixas, fotos e outros materiais, que servem para contar suas histórias no futebol. Sicupira, maior artilheiro da história do Atlético-PR e com passagens por Botafogo e Corinthians, é a exceção que foge à regra. Não guarda muitos objetos de sua carreira. Tem em casa, em um bairro próximo ao centro de Curitiba, apenas uma camisa (presente dado pelo Furacão em 2011), dois quadros, dois álbuns de fotos e mais alguns poucos materiais. Barcímio Sicupira Júnior, hoje com 72 anos, talvez prefira ele mesmo contar suas histórias, sem depender de mais nada além da memória.

- O pessoal vinha aqui, pedia camisa para alguma gincana e acabava não devolvendo - explicou, aos risos, antes de conceder a entrevista ao GloboEsporte.com.

A falta de objetos antigos não apaga o passado do ex-meia. Ele começou a carreira no Ferroviário (uma dos clubes que formou o Paraná Clube posteriormente) no início dos anos 60. Depois, passou por Botafogo, Botafogo-SP, Atlético-PR e Corinthians. Voltou para o Rubro-Negro paranaense e, em 1975, pendurou as chuteiras com apenas 31 anos de idade.

Mais de quatro décadas depois, Sicupira guarda muitas lembranças, muitas histórias e muitos causos de sua carreira. Conta, por exemplo, o dia em que ficou com apenas metade do bigode. Ou quando participou de uma excursão que terminou com o time - formado por ex-atletas - festejando uma vitória em uma casa de entretenimento adulto (assista no vídeo clicando no LINK da FONTE no final da matéria abaixo).

Sicupira teve passagem por Ferroviário, Botafogo, Botafogo-SP, Atlético-PR e Corinthians. Hoje, é comentarista esportivo.

Entre tantos gols, vitórias e histórias, Sicupira diz ser impossível eleger o momento mais emocionante. Por outro lado, afirma não lembrar do pior momento. Admite o sofrimento após algumas derrotas, mas garante que só guarda "lembranças boas". O ex-meia, porém, não titubeia ao ser questionado sobre o melhor jogador com quem teve a chance de atuar:

- O melhor jogador com que eu joguei, para mim, foi o Garrincha porque ele, depois do Pelé, é o segundo melhor jogador do mundo na minha opinião. Ele fazia coisas incríveis com a bola e coisas que a gente realmente nunca tinha visto. Às vezes, você deixava de jogar para ficar apreciando o que o Garrincha fazia. Então, tive a grande honra de jogar com ele, assim como com Rivelino, Gerson, Zagallo, Nilton Santos... e contra os outros. Pelé e companhia limitada.

Sicupira jogava com Garrincha no Botafogo dos anos 60. Aquele time, aliás, contava com outros craques do futebol brasileiro: Manga, Nilton Santos, Gerson, Didi, Jairzinho, Zagallo e companhia. Sicupira aponta aquele como o melhor time onde ele jogou e lembra como era conviver com jogadores que formavam a base da Seleção brasileira:

- Eu joguei em um dos maiores times do mundo, o Botafogo de 64. Eram sete jogadores da Seleção brasileira. E jogadores titulares da Seleção brasileira. E se eu consegui me intrujar (me intrometer) naquele meio ali, para mim foi uma vitória, né? Aí eu comecei a... Na verdade, nunca deixei de acreditar em mim. Eu treinava muito, terminava o treino comum e ia treinar chute a gol, uma porção de coisas para cada vez me aperfeiçoar mais. Essa era a vontade que você tinha de fazer a coisa certa e deu certo, né? Não tive desgosto no futebol.

Sicupira Atlético-PR (Foto: Gabriela Ribeiro)
Sicupira exibe os poucos objetos que ainda 
guarda: quadro e camisa do Atlético-PR
 (Foto: Gabriela Ribeiro)


Assim, com poucos materiais, mas com muito papo, Sicupira vai contando suas histórias. Ele, inclusive, planeja reuni-las em um livro de memórias. E, embora tenha tantas recordações, não quer ser o autor desta obra. Sicupira busca alguém para imprimir no papel aquilo que guarda no coração.


Confira outros trechos da entrevista de Sicupira ao GloboEsporte.com

Não dá para você narrar. É uma hora em que o cara não pensa em dinheiro. Aquele ambiente e aquela festa já são suficientes 
Sicupira sobre momentos alegres

GloboEsporte.com: Qual a maior alegria da sua carreira?

Sicupira:
 Ah, é difícil. É difícil porque cada vitória, cada jogo que você ganha, cada gol que você faz é uma satisfação, é uma coisa que não dá para você narrar para uma pessoa com quem isso nunca aconteceu, de ficar sabendo da reação da torcida porque aquilo é prazeroso. É uma hora em que o cara não pensa em dinheiro. Aquele ambiente e aquela festa já são suficientes.

Qual o melhor jogador com quem você atuou?
Tive companheiros famosos, como Garrincha, Rivelino no Corinthians, aqui no Atlético o Alfredo e o Nilson (Borges), uma porção de gente boa. Então, dizer o melhor, o melhor jogador com quem eu joguei, para mim, foi o Garrincha porque ele é, depois do Pelé, o segundo melhor jogador do mundo porque ele fazia coisas incríveis com a bola, coisas que a gente realmente nunca tinha visto. Eu, que passei a treinar com ele depois... às vezes você deixava de jogar para ficar apreciando o que o Garrincha fazia. Então, tive a grande honra de jogar com ele.

Você trabalhou como técnico depois de pendurar as chuteiras. Como foi essa experiência?
Eu parei de jogar muito cedo, com 31 anos, por problemas de não receber pagamento. Mas eu nunca me afastei do esporte, tanto que eu dei aula de educação física por toda a minha vida. Eu pretendia continuar, mas não da forma como foi. Eu comecei errado. Não podia começar no Atlético. Tinha que começar em outro time ou começar na base, que era o meu sonho. Eu via já naquele tempo e dizia que a base era a esperança do futebol. Então, eu queria trabalhar com a base, tenho certeza que me daria bem, mas nunca recebi um convite nem do Atlético, onde encerrei a carreira, nem de outros lugares.

Sicupira Atlético-PR (Foto: Gabriela Ribeiro)
Sicupira sobre o futebol atual: "Com certeza, 
eu teria mais facilidade para jogar" 
(Foto: Gabriela Ribeiro)


Como é acompanhar o futebol hoje, após ter jogado ao lado de nomes como Garrincha?
Eu acompanhei a evolução do futebol tecnicamente dentro de campo. Eu jogava em uma posição em que a marcação não era tão vigilante, tão apertada. Atravessei o período quando o volante começou a marcar o atacante que saía. Então, comecei a ter que ir para os cantos para me colocar de uma forma melhor. Essa é uma das evoluções. Aí depois você acompanha outras assistindo futebol na televisão, assistindo ao vivo e comentando, você tem que prestar atenção nas nuances táticas e gosto disso. E, para mim, é muito fácil. 4-4-2, 4-3-3, 3-5-2... Tudo isso é um formato para começar. Quando começa, você ataca com sete, defende com oito. São coisas que o futebol apresenta, e você tem que estar preparado para tudo.

Quando está assistindo aos jogos, consegue imaginar como seria o Sicupira em campo?Eu não sei, mas, com certeza, teria mais facilidade, até pelo material. Você jogar na Arena fechada em dia de chuva... A gente jogava na chuva, tinha poça d'água e você tinha que ter técnica até para jogar no gramado molhado. Hoje, por exemplo, se for no Atlético, você não vai jogar em gramado molhado em casa. Então, com certeza, eu teria mais facilidade para jogar.


Confira mais notícias do esporte paranaense no globoesporte.com/parana


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pr/futebol/noticia/2017/01/memoria-falada-sicupira-conta-causos-da-carreira-e-historias-com-garrincha.html

Agente envia contraproposta para renovação de Emerson e Bota analisa



BOTAFOGO


Titular em 2016, o zagueiro recusou as três primeiras ofertas apresentadas pelo clube. Além de luvas de R$ 1 milhão, a pedida salarial do atleta é considerada alta.



Por
Rio de Janeiro



Emerson, Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Titular no ano passado, Emerson Santos perdeu 
espaço no time montado por Jair Ventura 
(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


A novela envolvendo a renovação de Emerson se encaminha para seus capítulos finais. Nesta segunda-feira, o empresário Jailton Oliveira enviou uma contraproposta ao clube, que agora está com a bola. O clube analisa os números apresentados. Com contrato até dezembro deste ano, o zagueiro só deve voltar a jogar após o novo acordo.

Pesa a favor do Botafogo a vontade do jogador em permanecer no clube. Ele viajou para Domingos Martins para participar da pré-temporada e se mostrou desconfortável com a situação, já que perdeu espaço time esboçado por Jair Ventura. No treino desta tarde, Antônio Lopes conversou com o zagueiro e foi visto gesticulando bastante.

A oferta já está nas mãos da diretoria e dos advogados do Alvinegro. Uma reunião da cúpula do clube nas próximas horas vai avaliar os números apresentados pelo agente do jogador. O interesse das duas partes é de que a situação se resolva rapidamente, até para que Emerson possa estar à disposição de Jair para o início da temporada. Até o último encontro, no entanto, as cifras ainda estavam muito distantes. Na opinião do empresário, porém, o Glorioso tem como pagar o que foi pedido.

- Está tudo dentro da realidade financeira do Botafogo.
Na última semana, o agente de Emerson se reuniu com a direção do Botafogo em General Severiano.
A reunião terminou sem definição, e a solução parecia distante, uma vez que as duas partes não falam línguas diferentes, e as negociações se arrastam desde março do ano passado. As propostas salariais feitas até hoje não agradaram, mas o maior entrave é o valor exigido de luvas – cerca de R$ 1 milhão em duas parcelas –, considerado alto pelo departamento de futebol.

Enquanto negocia a renovação de Emerson, o Botafogo avalia outros nomes para a posição. O zagueiro Estebán Burgos, do Rosário Central, foi oferecido. O nome está sendo avaliado pela comissão técnica.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2017/01/agente-envia-contraproposta-para-renovacao-de-emerson-e-bota-analisa.html

Michelle reconhece partida "abaixo", mas valoriza vitória: "mais confiança"



VÔLEI


Ponteira diz que clube não fez bom jogo, elogia São Caetano, e fala em experiência. Eleita melhor do jogo, Michelle afirma: "sempre que for acionada vou tentar ajudar"



Por
Uberlândia, MG




Daymi Ramirez, Michelle e Walewska, Praia Clube Vôlei (Foto: Pácis Júnior/Manchete Esportiva)Com Ramirez poupada, Michelle foi acionada por Claudinha (Foto: Pácis Júnior/Manchete Esportiva)


Não foram os três pontos esperados, não foi uma partida tecnicamente boa, mas a vitória, que era o mais importante para Praia Clube na avaliação de Michelle Pavão, foi conquistada. A ponteira passadora do clube mineiro reconheceu que o São Caetano entrou forte, jogou bem e colocou dificuldade no jogo, mas prefere enaltecer a vitória e a confiança conquistada pelas atletas. 

Independente do adversário, Michelle disse que o Praia Clube entra sempre para conquistar os três pontos. No entanto, quando um adversário entra forte e impondo dificuldades, vencer o confronto dá moral.

– Jogo equilibrado, valeu a experiência. A gente esperava um jogo difícil. É uma equipe que não tem nada a perder. Vieram forçando o saque, ataque, arriscaram e nos colocou em dificuldade. Elas fizeram um bom jogo, não dá para desmerecer as adversárias. Independente de ter perdido um ponto, o mais importante é sair com a vitória para dar mais confiança na continuidade da Superliga. Fizemos uma partida abaixo do que a gente estava jogando, mas buscamos o crescimento durante a Superliga – explicou.

Melhor da partida, a jogadora ficou satisfeita por conseguir virar quando era acionada por Claudinha. Michelle era a opção da levantadora quando queria desafogar a cubana Daimy Rodrigues, que seria poupada, entrou no jogo, mas não estava atacando muito.

– Elas colocaram dificuldade e em alguns momentos a gente não soube sair delas. A gente contou com a Daymi voltando para ajudar. Como a Daymi não estava atacando muito, segurando um pouco ela tava desafogando comigo e consegui ajudar. Sei da minha função na equipe: entregar um passe na mão, dar um volume de jogo e sempre que for acionada vou tentar ajudar – concluiu. 



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/mg/triangulo-mineiro/volei/noticia/2017/01/michelle-reconhece-partida-abaixo-mas-valoriza-vitoria-mais-confianca.html

Italiana de 17 anos é desclassificada do Aberto da Austrália por acertar boleiro



TÊNIS


Maria Vittoria Viviani deixa quadra aos prantos após punição severa em Melbourne




Por
Melbourne, Austrália



A italiana Maria Vittoria Viviani foi desclassificada do Aberto da Austrália por ter acertado um boleiro em sua primeira partida pela chave de juniores. A tenista de 17 anos não segurou as lágrimas ao ser obrigada a se despedir precocemente do torneio e ganhou o apoio nas redes sociais após o lance polêmico. Depois de perder o primeiro set do jogo contra a chinesa Xin Yu Wang, Maria Vittoria, como num impulso, tirou uma bola do bolso e a atirou para o lado esquerdo da quadra, atingindo o boleiro. Ela levantou os braços e pediu desculpas, mas foi logo punida e não escondeu a sua frustração.

VÍDEO: Sem querer? Italiana atinge boleiro e é desclassificada

Apesar de não ter sido forte, o boleiro sentiu ao ser atingido no peito, e o juiz não perdoou. Viviani havia acabado de perder o set por 6/2 e jogou a bola para o lado numa tentativa de extravasar, só não imaginava que a punição seria tão severa. Jornalistas italianos consideraram "mínima" a força imprimida pela tenista. Nas redes sociais, os internautas mostraram apoio à italiana e consideraram a pena desproporcional ao ato da jogadora.

Italiana  Maria Vittoria Viviani foi desclassificada do Aberto da Austrália por ter acertado um boleiro em sua primeira partida pela chave de juniores. (Foto: Reprodução)
Italiana Maria Vittoria Viviani foi desclassificada 
do Aberto da Austrália por ter acertado boleiro 
(Foto: Reprodução)


Alguns internautas lembraram que Novak Djokovic fez o mesmo em Doha, o que não foi considerado proposital. Outros classificaram a pena como "injusta" e "absurda". Em seu perfil no Twitter, a tenista tem agradecido ao apoio nas redes sociais. No WTA de Auckland, no ano passado, a tenista Jelena Ostapenko, da Letônia, atingiu um boleiro após atirar a sua raquete em um ataque de raiva, porém, teve sorte de não ser punida.

O lance de Viviani gerou ainda mais polêmica por ter ocorrido no mesmo dia em que o japonês Kei Nishikori passou por uma situação parecida. O número cinco do ranking mundial jogou uma bola para o lado na partida contra Roger Federer e também atingiu um boleiro, mas não punido pelo acidente. O suíço acabou vencendo por 3 sets a 2, com parciais 6/7 (4), 6/4, 6/1, 4/6 e 6/3, e avançou às quartas de final do primeiro Grand Slam do ano.

A despedida precoce da italiana fez lembrar a desclassificação de John McEnroe no mesmo Melbourne Park, em 1990, quase 27 anos depois. Na Itália, a mídia criticou a punição à Viviani. Ela não foi a primeira tenista do país a ser desclassificada na Austrália. Em 1992, Stefano Pescosolido atirou a raquete no chão e acabou atingindo um espectador nas arquibancadas, perdendo o direito de continuar na disputa. 


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/italiana-de-17-anos-e-desclassificada-do-aberto-da-australia-por-acertar-boleiro.html

Marcelo Melo é eliminado por dupla do ex-parceiro no Aberto da Austrália


TÊNIS


Ao lado de Lukasz Kubot, brasileiro perde para Ivan Dodig e Marcel Granollers por duplo 7/6 (5) e cai nas oitavas de final do Grand Slam



Por
Melbourne, Austrália



No ano passado Marcelo Melo e Ivan Dodig encerraram uma parceria que durou cinco anos e teve como auge a conquista de Roland Garros em 2015. Oficialmente, o croata pretendia disputar mais torneios de simples em 2017. Nos bastidores falou-se em uma separação não muito amigável. Tendo sido assim ou não, o primeiro encontro dos dois em lados opostos da quadra, pelas oitavas de final do Aberto da Austrália, nesta segunda-feira, prometia. Melo com o polonês Lukasz Kubot, e Dodig ao lado do espanhol Marcel Granollers. E assim foi, mas com final infeliz para o brasileiro, que amargou uma derrota por duplo 7/6 (5) - até os placares dos tiebreaks foram iguais. Nas quartas, Dodig e Granollers enfrentam os irmãos Bob e Mike Bryan, que venceram Brian Baker e Nikola Mektic por 6/3 e 7/6 (11).

Lukasz Kubot  e Marcelo Melo Aberto da Austrália (Foto: Michael Dodge/Getty Images)
Kubot e Melo Aberto estão fora do Aberto da 
Austrália (Foto: Michael Dodge/Getty Images)


O primeiro set de muito equilíbrio foi decidido no tiebreak, quando uma dupla falta de Kobot foi determinante para a vitória de Dodig e Granolller por 7-5 e 7/6. A primeira quebra do jogo veio no primeiro game do segundo set, com Melo e Kubot. Em uma bela devolução, Dodig devolveu a quebra no sexto game, empatando a parcial em 3/3. No game seguinte, Dodig e Grannollers conseguiram salvar três breakpoints para confirmar o serviço. Os serviços seguiram sendo confirmados até ir para um novo tiebreak. Nele, Granollers prevaleceu com ótimas devoluções e com um ace de Dodig confirmado no desafio.

Mais tarde, foi a vez de Marcelo Demoliner cair nas oitavas. Então último representante brasileiro ainda em pé no torneio, o parceiro do neozelandês Marcus Daniell foi derrotado pela dupla formada por Sam Groth e Chris Guccione. Os australianos venceram por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 e 6/3, e terão pela frente Henri Kontinen (Finlândia) e John Peers (Austrália).


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/marcelo-melo-e-eliminado-por-dupla-do-ex-parceiro-no-aberto-da-australia.html

Em jogo cheio de erros, Serena avança para as quartas do Aberto da Austrália


TÊNIS

Americana bate Barbora Strykova por 7/5 e 6/4 em um primeiro set com sete quebras de serviço e segue sonhando com sétimo título e retomada da liderança do ranking



Por
Melbourne, Austrália


 
Serena Williams chegou a se complicar neste domingo, mas segue rumo à final do Aberto da Austrália e à volta ao topo do ranking mundial. A americana número dois do mundo bateu a tcheca Barbora Strykova por 7/5 e 6/4 e garantiu vaga nas quartas de final. A adversária sai do jogo entre Ekaterina Makarova e Johanna Konta. Com a eliminação da atual campeã do Grand Slam e número 1 do mundo Angelique Kerber diante de Coco Vandeweghe, no dia anterior, Serena precisa levantar o troféu em Melbourne pela sétima vez para voltar ao topo do ranking da WTA aos 35 anos.  

Serena Williams na partida contra Barbora Strycova pelo Aberto da Austrália (Foto: REUTERS/Thomas Peter)
Serena comemora ponto na partida contra 
Strycova (Foto: REUTERS/Thomas Peter)


Em começo de jogo inusitado nenhuma das tenistas conseguiu confirmar o seu saque nos quatro primeiros games. Serena parecia devagar, cometia muitos erros não forçados, e Strycova chegou a cometer duas duplas faltas em um game. No quinto game a americana deixou a tcheca no chão em uma bola no contrapé e, enfim houve um serviço confirmado. Número 16 do mundo e com 30 anos, Strycova fez o mesmo. Mas no sétimo game a americana foi quebrada pela terceira vez. Serena melhorou um pouco, subiu melhor na rede, e assim devolveu nova quebra: 4/4. Com a tcheca sacando em 4/5, sob pressão, as duas alternaram grandes jogadas com erros e tornaram o game longo, definido com uma bela passada de Strycova. Um set um tanto estranho terminou de maneira igualmente estranha. Serena pegou mal em uma devolução e a bola ficou curta, deixando uma incrédula Strycova no fundo da quadra, com 7/5 no oitavo break point - a sétima quebra!

No segundo set a quebra demorou a vir, no quarto game. Serena alternava grandes devoluções com erros não forçados, e fazia Strycova correr de um lado para o outro da quadra. A tcheca parecia não se ter ser recuperado da quebra e chegou a volear para fora com a quadra toda para ela, se ajoelhando e lamentando o erro infantil. Levava a partida devolvendo como podia e contando com os erros da americana - foram 46 não forçados contra 14 da tcheca. Quando parecia caminhar para vitória em 5/3, Serena mandou bolas para fora e permitiu que a tcheca voltasse para o jogo. Mas antes de se complicar, a americana conseguiu nova quebra para fechar segunda parcial e a partida.

Barbora Strykova se ajoelha após jogar para fora na partida contra Serena Williams (Foto: REUTERS/Thomas Peter)
Strykova se ajoelha após jogar para fora 
na partida contra Serena (Foto: 
REUTERS/Thom


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/em-jogo-cheio-de-erros-serena-avanca-para-quartas-do-aberto-da-australia.html

Federer esbanja técnica, bate Nishikori e avança às quartas na Austrália


TÊNIS


Em jornada épica contra japonês, suíço vence por 3 sets a 2 e pega algoz de Murray



Por
Melbourne, Austrália



A velocidade pode não ser mais a mesma, é verdade. O talento de Roger Federer, porém, não parece ter fim. Em mais uma prova de que ainda tem muito a mostrar dentro de uma quadra, o suíço, 17º no ranking, voltou superar um rival complicado no Aberto da Austrália. Neste domingo, em um jogaço de 3h23m, bateu o japonês Kei Nishikori, número 5 do mundo, por 3 sets a 2, parciais 6/7 (4), 6/4, 6/1, 4/6 e 6/3, e avançou às quartas de final do Grand Slam australiano.

Antes de bater Nishikori, Federer já havia vencido outro top 10, o tcheco Tomas Berdych. Na próxima fase, Federer terá mais um rival complicado. O alemão Mischa Zverev chegou às quartas após derrubar Andy Murray, número 1 do mundo.

+ Murray é surpreendido na Austrália e perde para 50º do mundo nas oitavas

Roger Federer Aberto da Austrália tênis (Foto: Michael Dodge/Getty Images)
Roger Federer comemora ponto contra Nishikori 
(Foto: Michael Dodge/Getty Images)



O JOGO

Ao entrar em quadra, Roger Federer sabia que suas próximas horas não seriam muito fáceis.
As dificuldades começaram logo no primeiro game. Depois de quatro chances, Nishikori contou com um erro do suíço para quebrar o saque rival e abrir 1/0. O japonês não teve problemas para confirmar seu serviço logo na sequência e abrir vantagem. O suíço não parecia num dia muito inspirado. Depois de uma dupla-falta, viu o adversário quebrar seu saque uma vez mais e abrir 3/0.

Roger Federer Aberto da Austrália tênis (Foto: Clive Brunskill/Getty Images)Vai uma aguinha? Federer suportou calor e longo jogo (Foto: Clive Brunskill/Getty Images)


Federer, enfim, reagiu. No oitavo game, finalmente quebrou o saque rival. Confirmou o seu na sequência, e o placar apontava 5/4 para Nishikori. O suíço conseguiu mais uma quebra e deixou tudo igual no décimo game. A luta, porém, não lhe garantiu a parcial. No tie-break, Nishikori foi mais eficiente e fechou o set em 7/6 (4).

O segundo set começou equilibrado. Nos primeiros games, os dois tenistas conseguiram confirmar seus serviços sem muitos sustos. Mas Roger estava lá, à espera. No sétimo game, viu Nishikori falhar em um forehand e quebrou o saque do rival, abrindo 4/3. O japonês ainda conseguiu confirmar um serviço a mais, mas Federer deixou tudo igual na contagem ao vencer a parcial por 6/4.

O bom momento de Federer continuou no terceiro set. No terceiro game, o suíço chegou à primeira quebra. A segunda veio dois games depois, em um erro de Nishikori à rede. À  medida que Roger mostrava seu melhor jogo, o japonês seguia o caminho contrário. Parecia já não ter forças para reagir diante de um dos melhores da história. Com facilidade, Federer quebrou mais um saque do rival e fechou em 6/1.

Kei Nishikori Aberto da Austrália tênis Roger Federer (Foto: Michael Dodge/Getty Images)
Kei Nishikori lamenta durante partida 
contra Roger Federer (Foto: Michael 
Dodge/Getty Images)


Nishikori, porém, acordou. Voltou a dar dificuldades ao rival e tentou se manter vivo na disputa. Chegou à primeira quebra no quinto game, abrindo 3/2. Federer ainda tentou reagir, mas faltou fôlego. Com autoridade, o japonês fechou em 6/4 e forçou o quinto set.

Na parcial decisiva, Federer começou melhor. Confirmou seu primeiro serviço e chegou à quebra na sequência, abrindo 2/0. O caminho seguiu sem sustos. Nishikori não conseguiu manter o ritmo do set anterior e abriu passagem para o suíço. No fim, o ex-número 1 se manteve seguro e fechou o jogo em 6/3.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/federer-esbanja-tecnica-bate-nishikori-e-avanca-quartas-na-australia.html

Murray é surpreendido na Austrália e perde para 50º do mundo nas oitavas


TÊNIS


Primeiro colocado do ranking da ATP não se encontra em quadra e continua sem conquistar torneio. Alemão Mischa Zverev encara Roger Federer ou Kei Nishikori



Por
Melbourne, Austrália



O escocês Andy Murray está eliminado do Aberto da Austrália. Em um confronto de três horas e 33 minutos, muito mais difícil do que se previa, o número 1 do mundo não se encontrou em quadra diante de Mischa Zverev, 50º colocado do ranking da ATP, e foi derrotado nas oitavas de final por 3 sets a 1, com parciais de 7/5, 5/7, 6/2 e 6/4.

+ Saiba todas as notícias do mundo do tênis!

O próximo adversário da zebra alemã em busca de seu primeiro título de simples sairá do duelo entre o suíço Roger Federer e o japonês Kei Nishikori, quinto colocado do ranking da ATP.

Andy Murray oitavas Austrália (Foto: Reuters)
Tenista escocês perdeu a tranquilidade e a 
oportunidade de avançar às quartas de 
final do torneio (Foto: Reuters)


O primeiro set teve cinco quebras de serviço. A primeira, de Murray, no quarto game. Zverev, no entanto, a devolveu logo em seguida. Eles voltaram a trocar quebras até o alemão fazer 5-6 e, na sequência, fechar com um ace e sem nenhum ponto perdido. Na segunda parcial, também com cinco breaks points aproveitados, veio o troco: 7-5 para o escocês.

A igualdade no placar fazia supor que Murray retomaria o controle da partida, mas não foi o que aconteceu. O terceiro set foi ainda mais duro. Já irritado por não encaixar seu jogo, o número 1 do mundo viu a torcida contrária aumentar quando ele se mostrou errado ao desafiar uma marcação de linha. Melhor para o adversário, muito mais centrado em quadra.

Mischa Zverev Aberto da Austrália (Foto: Reuters)
Mischa Zverev surpreendeu número 1 do mundo 
e fechou jogo após três horas e 33 minutos 
(Foto: Reuters)


Em desvantagem, o tenista escocês foi para o tudo ou nada no quarto set. Resultado: teve o serviço quebrado logo no começo. Daí em diante, Zverev sustentou a diferença – com agressividade no saque e técnica à frente da rede, apesar de ter errado voleio incrível com a quadra escancarada – e confirmou a classificação às quartas de final na Austrália.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2017/01/murray-e-surpreendido-na-australia-e-perde-para-50-do-mundo-nas-oitavas.html

TEORI CONSEGUIU APOIO DO STF PARA AFASTAR CUNHA SÓ DEPOIS DA QUEDA DE DILMA



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/convencidos-por-teori-juizes-do-stf-aceitaram-afastar-cunha-mas-so-depois-da-queda-de-dilma-diz-ex-ministro-da-justica/


Relato é do ex-ministro e amigo Eugênio Aragão




Teori no STF
Teori no STF

Publicado no Blog do Marcelo Auler.

POR EUGÊNIO ARAGÃO, ex-ministro da Justiça.


O passamento do Ministro Teori Albino Zavascki pôs a nu o estado de indigência moral do Brasil. O desavergonhado debate açodado sobre quem o sucederá, a cupidez dos sedizentes candidatos a ministro, que nem esperam o corpo esfriar, para formarem fila de pretendentes, no melhor estilo de “por que você não olha para mim”, da canção “Óculos”, dos Paralamas do Sucesso, causam náuseas e enrubescem qualquer um que tenha compostura.
Dá gastura só de pensar como gente desse jaez se conduzirá, acaso escolhida para a elevada missão, que, longe de ser um galardão ou uma cerejinha glacê a enfeitar o currículo de Suas Excelências, deve ser uma batalha na trincheira de defesa da constituição e da democracia.
No plano do discurso, o cenário não é mais confortador. Nenhuma das principais tendências políticas do País se sai bem num superficial exame de contrição.
Incompreensão da esquerda – Pela direita, não se disfarçou o alívio pelo evento trágico que colheu o magistrado como relator do mais ruidoso caso de corrupção tratado no judiciário pátrio.
A interrupção do intenso trabalho a que vinha se dedicando o disciplinado Teori dará, nas palavras do chefe da casa civil, um desafogo ao governo golpista, que terá mais tempo para absorver o impacto estrondoso das delações premiadas de diretores da Odebrecht, que fatalmente fará a malta em torno do Sr. Michel Temer perder o norte.
Do mesmo modo, o “mercado”, segundo insuspeitas informações do grupo Globo,teria reagido “de forma otimista” à morte do ministro, pois o governo golpista poderia, com a redução do passo das investigações no Supremo Tribunal Federal, fazer passar no congresso medidas econômicas impopulares, antes da eclosão daquilo que promete ser a maior crise política do pós-golpe.
Pela esquerda, infelizmente, o justificável ressentimento pela interrupção brutal e traiçoeira do processo democrático se traduz em incompreensão e até em falta de compaixão pelo nefasto que, nesta hora, atormenta muita gente que conviveu com Teori e está a sofrer o luto da perda. O que mais se ouve é que o magistrado, com seu tecnicismo, contribuiu decisivamente para o golpe, omitindo-se, nos momentos cruciais, de repeli-lo. Chamam-no de cúmplice e de figura central num processo que continua a ter por escopo inviabilizar politicamente o Partido dos Trabalhadores e destruir suas lideranças.
O mais preparado do STF – Nem o cinismo da direita golpista e nem o “j’accuse” da esquerda ressentida fazem justiça a Teori Zavascki, uma pessoa humana extraordinária, de coração enorme e generoso, que dispensa os confetes post-mortem tão hipocritamente lançados sobre protagonistas da cena nacional que, em vida, foram controvertidos. Julgar o outro é algo a ser evitado para não se padecer do mesmo destino quando chegar a hora.
Ninguém de nós se sentou na cadeira de Teori e nem ficou no meio da tempestade avassaladora que experimentou. Manter seu barquinho no prumo, num mar de tormentas não é fácil nem para os mais adestrados capitães timoneiros e, quanto mais, para aprendizes de mestres-arrais.
Convivi com Teori e tive reiteradamente oportunidade de conversar sobre a crise política que assola o País. Era, de longe, o mais denso e mais preparado ministro do STF, sem querer diminuir os demais. Devo dizer que, no atacado, pensávamos igual, divergindo em alguns aspectos menores do varejo. Quando no governo da Presidenta Dilma Vana Rousseff, sempre me preocupei com a segurança pessoal do amigo que admirava.
Por determinação da Presidenta, foi-lhe colocado à disposição, permanentemente, o transporte aéreo de autoridades da Força Aérea Brasileira. Oferecemos, no ministério, guarda-costas e segurança para si e sua família, ciente que estávamos das ameaças que vinham lhe sendo lançadas de todos os lados.
Desconforto com Sérgio Moro – Mas Teori, na sua humildade e simplicidade, era avesso a esse tratamento diferenciado. Custou muito convencê-lo a usar o transporte. A segurança, ele dispensou. Conversei, então, com o Presidente do STF à época, Ministro Ricardo Lewandowski, e ficou acertado que agentes do tribunal se articulariam com a polícia federal para prevenir qualquer ataque a Teori ou seus familiares.
Posso afirmar com certeza que o ministro Teori não compactuava com os abusos no âmbito da Lava-Jato. Sempre lhe causou muito desconforto o modo de proceder do juiz Sérgio Moro, com sua promoção pessoal às custas da presunção de inocência de investigados e no limite do partidarismo. Tinha repulsa pela falta de autocontenção daquele magistrado de piso.
Não lhe agradava a propaganda corporativa da polícia e do ministério público. Não via nela nenhuma vantagem para a educação política da sociedade ou mesmo para a eficiência no desempenho da persecução penal. Era um crítico comedido, como lhe era próprio, da forma como a Procuradoria Geral da República lidava com a publicidade das ações da operação Lava-Jato. Tinha ojeriza aos vazamentos de delações e esperava de todos os atores do processo mais serenidade.
O Ministro Teori Zavascki foi acusado, em blogs e matérias jornalísticas publicadas depois de sua morte, de ter falhado, ao afastar tardiamente Eduardo Cunha da presidência e de seu mandato. É verdade que se este afastamento tivesse se dado com maior brevidade, talvez o destino do governo democraticamente eleito de Dilma Rousseff tivesse sido outro. Mas era da personalidade prudente de Teori não tomar decisões de afogadilho, que pudessem ser revertidas e, assim, causassem mais estragos ao ambiente politicamente conflagrado do que se gestadas com cautela.
Temos que lembrar que o Procurador-Geral da República só fez o pedido de afastamento às vésperas do recesso natalino do STF, como se querendo forçar o relator a resolver monocraticamente sobre a medida requerida.
Agastou nosso amigo Teori o fato induvidoso de que esse pedido poderia ter sido feito muito antes, pois os elementos que o embasavam já eram conhecidos em fase anterior das investigações.
Enxergou esse atraso como certa deslealdade da acusação, deixando-o exposto desnecessariamente.
E tinha razão. É evidente que uma medida dessa natureza não poderia ser tomada solteira, sem consulta aos pares, pois, uma vez submetida ao plenário, não se poderia correr o risco de desmoralização do relator com o desfazimento de um eventual deferimento monocrático do pedido do procurador-geral. Essa desmoralização levaria fatalmente ao fortalecimento da posição de Eduardo Cunha no processo, o que seria muito pior.
Preferiu, pois, Teori, esperar o fim do recesso para poder costurar com seus colegas, um a um, a decisão conjunta sobre o afastamento. Não é fácil ser determinado numa corte com tantas personalidades diferentes e de concepções tão contraditórias sobre a urgência da medida por tomar.
Mas, sou testemunha de que Teori não descansou. Insistiu com os colegas semanas a fio na necessidade de se afastar Eduardo Cunha. Só logrou, porém, sucesso depois de consumado o afastamento processual de Dilma Rousseff no procedimento de impeachment que corria no congresso. Sentiu-se mal por isso, mas não era dono das circunstâncias políticas que dominavam aquele momento.
Teori Zavascki era um juiz independente, no significado pleno da palavra. Sempre se pautou por seus estritos padrões éticos. Não tolerava conversa mole e “jeitinhos” no julgamento de causas de que participava. Estudava detidamente a pauta de cada sessão e tinha noção clara de cada voto que seria proferido.
Era implacável quando assertivas lhe causassem estranheza e questionava seus pares sem se intimidar. Era respeitado por isso. Ninguém o engambelava. 
Tinha lá suas posições doutrinárias que alguns podem chamar de conservadoras. Votou contra a proibição de doações eleitorais por pessoas jurídicas porque estava convencido de que não era esta a causa do descalabro ético na política.
Votou a favor da execução provisória da pena após confirmação da condenação em segundo grau. Tinha para si que o excesso de recursos era manejado frequentemente de má fé pela defesa de acusados endinheirados.
São posições de que podemos legitimamente divergir, mas jamais impor a Teori a pecha de “atrasado”, “fascista” ou “ferrabrás”. Não foi nada disso. Era pessoa de convicções claras, bem embasadas e sem o “parti pris” hoje, em tempos de polarização partidária, tão comum entre expressiva gama de magistrados politiqueiros.
Quando escolhido pela Presidenta Dilma Vana Rousseff para o cargo de ministro, dela ouviu só um pedido: que continuasse a ser esse magistrado sério, ético, independente que se revelara durante toda sua carreira. Nada mais. E era o suficiente. 
Sabe-se que a escolha é correta, quando recomendações e conselhos são dispensáveis, porque a pessoa a ser investida no cargo não sairá do caminho da retidão. E Teori não decepcionou. O carinho que a Presidenta legítima cultivou por ele até o final é prova cabal disso.
Ele era sincero e direto. Não iludia ninguém. Dizia claramente o que pensava e nunca tergiversava.
Faço questão dessa defesa de Teori Zavascki. Ele não a precisa. Não precisa de necrológios encomiásticos. Mas, em nome da admiração e do respeito que por ele sempre nutri, não me sinto bem com os julgamentos apressados e levianos que se tornaram frequentes depois que o amigo foi chamado por Deus. Que lhe demos as homenagens que merece, pois foi, com certeza, um grande brasileiro e um juiz que faz jus a esse nome.
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JUÍZES QUEREM SUCESSOR DE TEORI SÓ DEPOIS QUE TSE JULGAR CASSAÇÃO DE TEM



FONTE:
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/276508/Ju%C3%ADzes-querem-sucessor-de-Teori-s%C3%B3-depois-que-TSE-julgar-cassa%C3%A7%C3%A3o-de-Temer.htm





Um dia depois do encontro noite a dentro entre Michel Temer e o ministro Gilmar Mendes, a Associação Juízes para a Democracia defendeu nesta segunda-feira, 23, que o sucessor do ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal deve ocorrer somente depois que o Tribunal Superior Eleitoral, presidido por Gilmar, concluir o julgamento da ação que pode cassar o mandato de Temer; "No atual momento de grave instabilidade política no país, tal questão ganha especial relevância", diz a AJD em nota pública; juízes alertam para o fato de que Teori estava na iminência de homologar a delação de 77 executivos e funcionários da empreiteira Odebrecht; "AJD clama para que a nomeação de novo membro do STF ocorra sob o transparente debate público, de forma não afoita"

247 - Em nota pública divulgada nesta segunda-feira, 23, a Associação Juízes para a Democracia afirma que a decisão de Michel Temer sobre o sucessor do ministro Teori Zavascki, que morreu em acidente aéreo ainda não esclarecido, no Supremo Tribunal Federal deve ocorrer somente depois que o Tribunal Superior Eleitoral concluir o julgamento da ação que pode cassar o mandato de Temer. 
Os juízes revelam preocupação com a informação de que o presidente Michel Temer ‘nomeará em breve tempo novo membro do Supremo Tribunal Federal’. Eles defendem amplo debate público, ‘de forma não afoita’, para garantir ‘a necessária manutenção da legitimidade democrática da cúpula do Judiciário’. 
“Os governos passam, mas os membros da mais alta corte do país permanecem. “A sucessão à vaga de ministro do STF, aberta após a trágica morte do ministro Teori Zavascki, enseja a reflexão crítica acerca da atual forma de nomeação de membros da mais alta corte do país”, afirma a entidade presidida pelo juiz André Augusto Salvador Bezerra. 
Os juízes alertam para o fato de que Teori estava na iminência de homologar a delação de 77 executivos e funcionários da empreiteira Odebrecht. “Há a possibilidade de o sucessor da vaga Teori Zavascki exercer a relatoria dos processos relacionados à Operação Lava Jato, tendo sido noticiado que o falecido ministro estava prestes a homologar delações de executivos de empreiteira a envolver agentes políticos próximos ao governo, cujas respectivas responsabilidades devem ser apuradas conforme os ditames do devido processo legal.”

Leia a íntegra da nota:

“A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental, sem fins corporativos, que tem dentre seus objetivos estatutários o respeito aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, tendo em vista a divulgação de notícias no sentido de que a presidência da república nomeará em breve tempo novo membro do Supremo Tribunal Federal (STF), vem a público dizer que:

1. A sucessão à vaga de ministro do STF, aberta após a trágica morte do Ministro Teori Zavascki, enseja a reflexão crítica acerca da atual forma de nomeação de membros da mais alta corte do país. O modelo previsto na Constituição deve ser democraticamente aperfeiçoado para permitir candidaturas abertas ao tribunal, debates entre os candidatos à função e participação de entidades da sociedade civil acerca dos nomes colocados à discussão, na forma que, há alguns anos, a AJD tem defendido (http://ajd.org.br/documentos_ver.php?idConteudo=161).

2. No atual momento de grave instabilidade política no país, tal questão ganha especial relevância. Tem-se a presidência da república ocupada após processo de impeachment concretizado em 2016, cuja legitimidade ainda hoje é colocada em dúvida por respeitáveis setores do meio jurídico. Há ainda a expectativa de julgamento a ser realizado perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que poderá cassar a chapa política ocupada pela presidência da república.

Por fim, há a possibilidade de o sucessor da vaga Teori Zavascki exercer a relatoria dos processos relacionados à Operação Lava Jato, tendo sido noticiado que o falecido ministro estava prestes a homologar delações de executivos de empreiteira a envolver agentes políticos próximos ao governo - cujas respectivas responsabilidades devem ser apuradas conforme os ditames do devido processo legal.

Os governos passam, mas os membros da mais alta corte do país permanecem. Sendo assim, a AJD, atenta à necessária manutenção da legitimidade democrática da cúpula do Judiciário brasileiro, clama para que a nomeação de novo membro do STF ocorra sob o transparente debate público, de forma não afoita e aguarde, ao menos, o acima citado julgamento da chapa da atual presidência da república perante o TSE.

São Paulo, 23 de janeiro de 2017.

A Associação Juízes para a Democracia”