quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O SILÊNCIO DE TEMER SOBRE MANAUS LEVA SUA GRANDE MARCA: A COVARDIA



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-silencio-de-temer-sobre-o-massacre-de-manaus-leva-sua-grande-marca-a-covardia-invencivel-por-kiko-nogueira/



Ele mantém seu padrão



Calado
Calado



Mantendo sua tradição de se manter na sombras, Michel Temer se esconde no momento em que o Brasil vira notícia, mais uma vez, pelos piores motivos.
O silêncio sobre a carnificina de Manaus é constrangedor sob todo e qualquer aspecto. Foram 56 mortos, a maioria degolados. Pessoas que estavam sob a tutela do estado, em masmorras controladas por facções eternas como PCC, Família do Norte, Comando Vermelho etc.
Cármen Lúcia vai à capital do Amazonas. Até o papa se manifestou. Michel faz de conta que não é com ele.
“Quero expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que trabalham nele”, declarou Francisco em audiência no Vaticano.
“Eu gostaria de renovar o meu apelo para instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos”.
Segundo o Estadão, uma espécie de porta voz de Michel, ele “conversou diversas vezes com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes”.
“Ele também já falou por telefone com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, e reforçou a disposição do governo em ajudar no que ‘for preciso para solucionar o caso’”, afirma o jornal.
Mesmo quando se pronuncia, é a contragosto. Sobre a chacina no réveillon, escreveu: “Lamentamos profundamente as mortes ocorridas em Campinas. Manifestamos nosso pesar junto às famílias. Que 2017 seja um ano de mais paz!”
Assunto encerrado.
Não dá para esperar muito de um presidente que foge de velórios, mas MT exagera na confirmação de expectativas. Ao tomar novo chá de sumiço, desta vez diante de um massacre, ele chancela a grande marca de seu governo: a covardia.


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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


Para Cardozo, Moro contribuiu para o impeachment de Dilma



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/para-cardozo-moro-contribuiu-para-o-impeachment-de-dilma






Jornal GGN - Não mais como ministro de Justiça do governo Dilma Rousseff ou advogado contra o impeachment da ex-presidente, José Eduardo Cardozo voltou ao cargo de procurador do município de São Paulo, no qual iniciou em 1982, mas abandonou há mais de 22 anos para ser vereador.
 
No novo posto, Cardozo concedeu entrevista à Folha de S. Paulo e disse que o magistrado da Operação Lava Jato Sérgio Moro cometeu abusos. "O juiz Sergio Moro decidiu questões que efetivamente ultrapassaram a legalidade".
 
Além de citar os casos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a abertura do sigilo das interceptações telefônicas, envolvendo Dilma e advogados, o ex-ministro de Dilma apontou que Moro cometeu irregularidades que interferem nos processos políticos.
 
"Nesse caso [divulgação das conversas entre Dilma e Lula] um dos fatores que impulsionou e propulsionou o impeachment foi a divulgação desses áudios feita em total desconformidade com aquilo que a legislação brasileira determina.", disse.
 
Mas, se por um lado, Cardozo criticou o juiz do Paraná, por outro, defendeu que as apurações da Lava Jato não sejam paralisadas e acredita que, neste momento, "dificilmente alguém obstará as investigações".
 
"O que eu não quero também dizer em momento algum é que abusos eventuais não sejam cometidos. Eu sempre defendi as investigações. Mas investigações devem ocorrer dentro da lei. Dentro dos limites da constitucionalidade", ressaltou.
 
Sobre o governo Temer, José Eduardo Cardozo resumiu que "é um desastre em todos os sentidos". "Um governo de homens brancos, sem mulheres, conservadores e que seguiu uma linha política que não foi a que elegeu a chapa", manifestou.
 
Para ele, hoje, mais do que nunca, se confirma a sua convicção apresentada no início da defesa de Dilma Rousseff no impeachment, de que "nenhum governo que chegasse ao poder naquelas condições teria legitimidade e condições políticas de reunir energia para tirar o Brasil da crise e que tudo tendia que o quadro fosse agravar". 
 
O resultado, disse Cardozo, foi a venda de uma "ilusão para a sociedade de que um governo com essa composição, com essas características não seria atingido [por acusações de corrupção] no seu curso."
 
Concluindo que "não há respostas hoje fora das urnas e fora da democracia", o ex-ministro do governo Dilma também abordou o futuro do partido e das esquerdas no Brasil. Para ele, a imagem criada de criminalização do PT resultou em uma grande ofensiva.
 
Mas que, agora, é preciso "dialogar com muita parceria, com muita humildade com os outros setores de esquerda". Defendeu que não adianta seguir buscando a "hegemonia da esquerda" e que ao invés de buscar nomes, o PT deve "construir processos onde os nomes sejam o resultado e não uma imposição". 
 
Nessa linha, acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria um "excelente nome que pode unificar toda a esquerda". Por outro lado, Cardozo admite que não será simples. "Tem um conjunto de pessoas que tem muito interesse em atingi-lo na sua imagem para que ele não seja um forte candidato em 2018".

Temer taxa Netflix e a Globo agradece, por Altamiro Borges


FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/temer-taxa-netflix-e-a-globo-agradece-por-altamiro-borges






Do blog do Miro
 
A bondade presidencial atende a uma antiga demanda dos impérios midiáticos, que reclamavam da 'concorrência desleal' que fez desabar as audiências da TV.
 
por Altamiro Borges
Na virada do ano, o Judas Michel Temer deu mais um presentão às emissoras privadas que exploram as concessões públicas de rádio e tevê. Ele sancionou a lei complementar que determina a cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para as transmissões online de áudio e vídeo, conforme publicação do Diário Oficial da União de sexta-feira (30). Desta forma, Netflix, Spotify e outros serviços online serão taxados, o que elevará os seus preços. A bondade presidencial atende a uma antiga demanda dos impérios midiáticos, que reclamavam da "concorrência desleal" que fez desabar as audiências das emissoras de tevê e rádio e diminuir os bilionários anúncios publicitários. 
Pelo projeto sancionado pelo usurpador também estão sujeitos à cobrança do imposto os serviços de "processamento, armazenamento, hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e congêneres". A produção de programas de computadores, "inclusive de jogos eletrônicos, também passa a ser taxada, assim como a disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da Internet", informa o Diário Oficial. A alíquota mínima do imposto foi estipulada em 2%. A cobrança segue a regra de considerar que o ISS é devido ao município onde está a sede do prestador de serviço.

Queda de até 20% no faturamento

Na era da internet, as transmissões online de filmes, shows e de outros atrações afetaram duramente o modelo de negócios da mídia tradicional. Em artigo publicado no jornal A Tarde neste domingo (1), o jornalista Ricardo Feltrin demonstrou a gravidade da crise. "2016 não termina nada auspicioso para as TVs abertas. O ano foi difícil para toda a economia, e não foi diferente para as TVs: especialistas ouvidos pela coluna estimam que haverá retração de 10% a 20% no faturamento (dependendo da emissora), a despeito de o país ter sediado os Jogos Olímpicos do Rio". Como efeito, "Record, SBT e Band terminam o ano fazendo cortes de custos e de equipes".

"Perto das demais, a situação da Globo pode ser considerada fantástica. Afinal, ela é a única emissora aberta do país que continua registrando lucro líquido no final de suas operações. Record, SBT, Band e RedeTV! devem fechar 2016 com prejuízo ou no limite; mas a Globo segue num vibrante azul. Em 2015, por exemplo, o lucro líquido do Grupo Globo foi de cerca de R$ 2 bilhões. Deve ficar um pouco abaixo disso em 2016. Mas o grupo também tem novos percalços no ano que começa hoje, e o maior deles é o surgimento de concorrência pesada na TV por assinatura: agora há grupos tão ou mais fortes como o Turner (Esporte Interativo) e Fox".
 
Já Maurício Stycer, outro especialista em mídia, publicou na Folha, em 25 de dezembro passado, um artigo que mostra os impactos diretos da internet no setor. Vale conferir:

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Demorou um pouco, mas a Globo, finalmente, aceitou que não há mais como trazer para a televisão linear parte do público que a trocou pela internet. O ano de 2016 se encerra com acenos explícitos a este espectador desinteressado em seguir a grade rígida da emissora. 
 
No último domingo (18), no início da tarde, no intervalo de 'A Cara do Pai', a Globo informou aos espectadores que o seu aplicativo online iria exibir às 16h30 um programa especial sobre os bastidores do 'Melhores do Ano', uma atração que a emissora programou para as 17h30. 
 
Ou seja, convidou o público a trocar a própria Globo, no momento em que estaria exibindo um filme, "O Espetacular Homem-Aranha", pelo Globo Play (acessível via laptop, smartphone ou mesmo o próprio aparelho de TV), onde poderia ver o blogueiro Hugo Gloss entrevistando atores da emissora.

Não que a Globo tenha desistido da TV aberta. Pelo contrário. Ela ainda é, no Brasil, o principal motor da indústria audiovisual, na qual estão concentrados os maiores investimentos em publicidade e os principais esforços de criação. Mas me parece altamente simbólico o reconhecimento de que é preciso competir no mesmo campo em que outras gigantes já estão nadando de braçada. 
 
A Amazon, por exemplo, acaba de lançar o seu serviço de vídeo por streaming em 200 países. Ainda que o conteúdo oferecido deixe a desejar, convém lembrar, como fez o jornalista Andre Mermelstein, do Teletime, que o faturamento da Amazon é 15 vezes superior ao da Netflix -e, portanto, a sua capacidade de investir em conteúdo próprio e licenciamento é enorme".

Nos Estados Unidos, a "velha mídia" já se deu conta, há mais tempo, da necessidade de se adequar aos novos tempos. O anúncio da compra da Time Warner pela AT&T em outubro, por US$ 85,4 bilhões, foi o sinal mais recente - e eloquente - de que é preciso se armar para a guerra.

Como disse Randall Stephenson, principal executivo da AT&T, assumir o controle da HBO e da Warner Bros., entre outros ativos, vai permitir à empresa oferecer conteúdo de vídeo on demand de maneira a compensar as perdas com a divisão de TV via satélite do grupo, a DirecTV.

Diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, a legislação brasileira não permite que uma mesma empresa atue na produção de conteúdo e na sua distribuição, o que obrigará a AT&T, caso a fusão seja aprovada, a vender a Sky no Brasil. Trata-se da segunda maior empresa de TV por assinatura no país, com 5,3 milhões de assinantes.

No final de novembro, a AT&T lançou nos EUA o DirecTV Now, um serviço de streaming com 60 canais, incluindo alguns considerados indispensáveis, como ESPN e Disney, por US$ 35 mensais (cerca de R$ 115).

Como observou o "New York Times", é um serviço claramente dirigido aos "cortadores de cabo", ou seja, consumidores que desistiram de pagar por TV a cabo (ou satélite), mas dispõem de internet banda larga.

A associação entre plataformas que oferecem conteúdo audiovisual e provedores de internet, sem vinculação a operadoras de TV paga, é outra tendência dando seus primeiros passos no Brasil. A HBO lançou o seu serviço, seguida pela Crackle, ambas ainda limitadas a alguns Estados.

A crise econômica ainda ajuda quem aposta no atraso, mas o ritmo das mudanças parece mais acelerado do que nunca.
 
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Outras duas notícias recentes confirmam a crise no setor. Na semana passada, o SBT anunciou o fim do mais antigo telejornal da emissora, o "Jornal do SBT", que era apresentado por Hermano Henning e estava no ar desde 1991. Num comunicado lacônico, a empresa de Silvio Santos alegou tratar-se "de uma nova estratégia na grade de programação". Na prática, foi mais uma medida de corte de custos. Em julho passado, o "Jornal do SBT" já havia deixado de ser ao vivo e passou a ser gravado no final da noite, algumas horas antes de ir ao ar. Na época, a emissora estimou economizar cerca de R$ 1 milhão por ano com a medida, que reduziu gastos com horas extras e adicional noturno.
 
Outro notícia preocupante foi dada pelo mesmo Ricardo Feltrin, desta vez no site UOL. "Nas últimas semanas tanto a Kantar Ibope como a GfK começaram a divulgar alguns dados estatísticos a respeito do hábito de consumo dos telespectadores em outros aparelhos, que não as TVs. O Ibope, por exemplo, chegou a calcular que, em outubro, cerca de 5 milhões de indivíduos no Brasil assistiram a algum tipo de programa de TV de forma não-linear - o chamado TSV (Time Shifted Viewing) - por pelo menos 1 minuto. Ou seja, essas seriam as supostas pessoas que viram programas de TV por meio de 'on demand', ou deixaram atrações gravadas como futebol e novelas para ver depois, ou mesmo baixaram algum episódio de alguma série num pendrive, com a mesma finalidade".

Mesmo questionando a validade destes números, o jornalista concluiu: "Quase NINGUÉM no Brasil assiste a conteúdo de televisão em celulares, laptops ou outros aparelhos. Isso mesmo. Com raras exceções, como um ou outro trecho de capítulo final de novela, um jogo de futebol ou algum trecho de episódio de reality show culinário (como o 'Masterchef' da Band), as emissoras entram em 2017 sem conseguir arrastar seus telespectadores para as outras telas. Em outras palavras, a audiência de TVs abertas ou pagas nos chamados 'devices' é equivalente a um inexpressivo traço de audiência. Zero... Eis um grande problema para as TVs não só para 2017 como para os anos vindouros: como fazer o público consumir seus produtos em outros aparelhos que não o caseiro televisor?".

Caixa quer que até 10 mil funcionários entrem no plano de demissão voluntária


FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/caixa-quer-que-ate-10-mil-funcionarios-entrem-no-plano-de-demissao-voluntaria







Jornal GGN - A Caixa Econômica Federal elaborou seu programa de demissão voluntária, que ainda precisa de aval do Ministério do Planejamento e deverá ser lançado no final de janeiro.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, até 10 mil trabalhadores poderão entrar no PDV, que será voltado para empregados que já podem se aposentar mas que continuam trabalhando. 20 mil servidores da Caixa estariam dentro dessas regras.
O banco pretende oferecer um bônus de dez salários que irá variar de acordo com o período de trabalho dentro da empresa. Ainda segundo a Folha, a Caixa não comentou oficialmente o assunto
No final do ano passado, o Banco do Brasil lançou um programa de aposentadoria incentivada, sendo que 9.409 decidiram entrar no plano e se aposentaram. O programa custou R$ 1,4 bilhão para o Banco do Brasil, mas a instituição esperar economizar R$ 2,3 bilhões neste ano.
Atualmente, a Caixa conta com 95 mil funcionários e mais de 3 mil agências. Já o BB tem agora cerca de 100 mil empregados, e anunciou o fechamento de 781 agências.
Entre os bancos privados, o Bradesco tem 110 mil funcionários, o Itaú possui 82 mil e o Santander, menos de 50 mil empregados. 

STJ decide que ex-subsecretário de Kassab continua preso



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/stj-decide-que-ex-subsecretario-de-kassab-continua-preso






Jornal GGN - Preso desde o dia 13 de dezembro, o ex-subsecretário de Arrecadação de São  Paulo na gestão de Gilberto Kassab (PSD), foi negado a Arnaldo Augusto Pereira a sua liberdade da prisão preventiva. 
 
A decisão foi da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, diante de um habeas corpus impetrado pela defesa do ex-subsecretário de Kassab. Augusto Pereira é acusado de associação criminosa contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
 
O investigado teria se beneficiado da construção de um empreendimento imobiliário na cidade de Santo André, no ABC paulista, segundo a apuração do Ministério Público. Augusto também já ocupou a Secretaria de Planejamento do município da grande São Paulo.
 
Além disso, é acusado de envolvimento na Máfia do ISS, e teria supostamente recebido até R$ 80 mil por semana no esquema que funcionava na Secretaria de Finanças. 

Preso nas duas frentes de investigação, a defesa do ex-subsecretário de Kassab entrou com recurso para a sua liberação, alegando a "inexistência dos requisitos necessários à prisão cautelar e nulidade do procedimento investigatório criminal por falta de sua ciência prévia".
 
A ministra do STJ considerou, no entanto, que a Corte não poderia conceder habeas corpus, uma vez que a Justiça de primeira instância já havia negado liminar para a soltura do investigado.

Sala de visitas: Por que criar uma nova Lei de Abuso de Autoridade



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/sala-de-visitas-por-que-criar-uma-nova-lei-de-abuso-de-autoridade


VEJA O VÍDEO CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA

E ainda, nesta edição, Bresser-Pereira avalia retrocessos econômicos de Temer, Miruna Genuíno escreve livro que reúne cartas trocadas com o pai na prisão, e ainda Edgard Gianullo, o violinista admirado por João Gilberto 

Jornal GGN - A primeira edição de 2017, do programa Na sala de visitas com Luis Nassif, está imperdível.
 
No primeiro bloco, o professor Luiz Carlos Bresser-Pereira recebe Luis Nassif em sua sala de visitas, onde discutem a vulnerabilidade da economia brasileira que remonta os anos 1980 com a diferença de que a crise mais recente, aprofundada em 2016, tem forte componente político e ideológico onde a proposta neoliberalista ganha força, enquanto no mundo entre os demais governos "a crença cega no mercado acabou".
 
 
Em seguida, Luis Nassif recebe na sua sala o juiz federal, Sílvio Luís Ferreira da Rocha, que participou dos debates no Senado sobre o Projeto de Lei de Abuso de Autoridade (nº 280/2016). 
 
O PL ganhou repercussão nacional como uma proposta que pode por em risco a Operação Lava Jato, rechaçada por membros do judiciário e do Ministério Público. Entretanto o juiz Ferreira da Rocha combate essa imagem alertando que o novo texto é mais racional e do que a lei de abuso de autoridade vigente, feita na Ditadura Militar e que, em muitos pontos, permite intepretações vigentes. 
 
 
"Achar [hoje] que você não pode processar uma autoridade porque não tem lei de abuso de autoridade é um equívoco. Só que a autoridade fica mais sujeita a certas acusações infundadas exatamente à forma como a lei atual foi redigida". 
 
Ele participou da audiência que contou com a participação do juiz Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o relator do projeto, Senador Roberto Requião (PMDB-PR). 
 
"Juiz Sérgio Moro não quis debater, chegou com uma proposta de inclusão da lei e disse que se aquela proposta fosse aceita, ele estava de acordo com a aprovação do projeto, o que já mostra que confirma o meu argumento que o projeto não é ruim, porque se você, com a inclusão de um determinado dispositivo numa redação, concorda com o resto do projeto, é que o projeto não é ruim". 
 
Nesta edição, Nassif também entrevista a filha do ex-presidente do PT, José Genoíno, Miruna Genoíno. Recentemente a pedagoga realizou uma campanha na internet para angariar fundos para a publicação do livro "Felicidade Fechada", que reúne cartas que ela trocou com o pai na prisão. 
 
"A campanha era para durar 3 meses e em 9 dias conseguimos", contou. Na obra, Miruna reflete sobre a prisão do pai em sua vida e família, com o objetivo de “recontar uma história” e de como puderam “vencer um momento de grande injustiça”. Ela fala ainda do comportamento de jornalistas desde um pouco antes da prisão do pai, em 1º de maio de 2014. "O que eu descobri é o quanto a mídia é perversa quando deseja crucificar alguém. Ficaram acampados em frente à nossa casa e não respeitaram nem a imagem dos meus filhos pequenos", conta, destacando que seus dados pessoais chegaram a ser hackeados e publicados na internet, como endereço, telefone e dados bancários, possivelmente por grupos de haters insuflados pelos noticiários. O livro está para ser lançado em março em São Paulo e Brasília. 
 
"A única coisa que meu pai pediu [quando foi preso] foi: Não se envergonhem e não abaixem cabeça, e não parem a vida de vocês". 
 
Por último, o programa recebe Antonio Edgard Gianullo, músico-compositor e publicitário, considerado por João Gilberto o maior violonista do país.
 

Assinantes GGN tem acesso a todas essas entrevistas na íntegra. Clique aqui






A INFINITA IGNORÂNCIA DO MORO SOBRE A CORRUPÇÃO



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/a-infinita-ignorancia-do-moro-sobre-a-corrupcao



O rico ficar mais rico - isso não é corrupção!

NÃO VEM AO CASO.jpg
Que o juiz Moro, aqui chamado de cachalote, além de parcial acumula limitados conhecimentos – isso já se sabe.
Mino Carta, por exemplo, demonstrou sua redonda ignorância sobre a operação que inspirou a Lava Jato, a italiana “Mãos Limpas”.
Moro deve conhecer melhor a ciência da Ótica do que as Mãos Limpas.
Agora, Moro se propõe a limpar o Brasil, como o João Dória vai limpar a cidade de São Paulo.
(Ambos, aliás, são grandes amigos – no palco do LIDE)
Não vai ficar sujeira sobre sujeira, enquanto ele não for para Harvard, ano que vem.
ansioso blogueiro está fascinado com a leitura de “How Will Capitalism End”, do alemão Wolfgang Streeck, de quem tratou no post “a desigualdade aumenta e o capitalismo vai acabar”.
E decidiu reproduzir – de forma não literal - breves observações de Streek sobre a corrupção.
Uma corrupção que o Moro, entre tantas, ignora (ou não vem ao caso!).
Por exemplo:
Corrupção é a grosseira violação da lei e o sistemática assalto à confiança do publico - public trust - e às expectativas morais, em busca do sucesso e do enriquecimento pessoal ou institucional.
Especialmente agora, quando se multiplicam as oportunidades de enriquecimento rápido no regime político neo-liberal.
A corrupção é endêmica à “financeirização” da Economia, onde se ganha muito dinheiro muito rápido, fazendo atalhos na lei, ou, simplesmente, infringindo a lei, como em operações de insider trading, refinanciamento de hipotecas, lavagem de dinheiro, e fixação artificial de taxas de juros e de cambio.
(A propósito, ler a entrevista que o ansioso blogueiro fez com Luis Nassif sobre seu livro “Cabeças de Planilha” sobre como foi fixada a taxa do Real, no lançamento do Plano, por uma de suas “cabeças”, André Lara Resende. Que jamais processou o Nassif. PHA)
De novo ao Streeck:
Na verdade, no regime de “financeirização” da Economia a corrupção é uma forma de vida e já não provoca mais indignação.
Só nos Estados Unidos, em 2014, os maiores bancos concordaram em pagar multas de US$ 100 bilhões em acordos fora da Justiça, por infrações cometidas na crise que levou à crise de 2008.
Bancos europeus e americanos somados pagaram US$ 260 bilhões em multas por causa de 2008 e nenhum dos casos foi levado à Justiça.
(O Ministro da Justiça de Obama, Eric Holder, não processou nenhum banco e depois foi trabalhar em Wall Street…)
Uma das formas de corrupção é conhecida como de “portas giratórias” - os funcionários públicos que vão trabalhar em empresas privadas e “vendem” seus conhecimentos adquiridos no Governo aos novos empregadores.
Robert Rubin e Henry Paulsen, Ministros da Fazenda de Clinton e George Bush vieram da Goldman Sachs e, quando saíram, continuaram prestando serviços a bancos (Rubin foi para o Citi).
(Em tempo: executivos da Goldman ocuparão diversos cargos do primeiro escalão do Governo Trump – PHA)
Larry Summers, vice e Ministro da Fazenda de Clinton, concebeu a desregulamentação do sistema bancário e depois foi dispensado do cargo de reitor da Universidade de Harvard, sob a suspeita de participar de operações de insider trading com ações de empresas russas (e só não foi presidente do Banco Central, indicado por Obama porque não quis divulgar sua fortuna pessoal.)
Tony Blair, primeiro-ministro inglês, é “conselheiro” de uma dezena de empresas – entre elas o banco americano JP Morgan - e o chanceler alemão Gerhard Schroder saiu do Governo para dirigir uma empresa russa de gás – cujo maior cliente é o consumidor… alemão!
Tem também a corrupção no Esporte.
(A da FIFA e da CBF em conluio com a Globo os brasileiros conhecem bem. E por que o FBI, que prendeu o Marín, não veio prender o Ricardo Teixeira? Porque teria que prender toda a família Marinho… E o FBI tem chefe… - PHA)
Sir Sebastian Cole é presidente da infamemente corrupta Federação Internacional de Atletas, representante da Nike e negocia direitos de de transmissão de eventos.
(E ainda ouviremos falar da prisão do Neymar, que tem a cara e a alma dos melhores brasileiros! - PHA)
E a corrupção privada?
A Volkswagen fraudou o sistema de controle de poluição dos carros a diesel, para aplicar mais recursos no marketing.
A generalizada corrupção passou a ser considerada um “fato da vida” (menos quando atinge petistas… - PHA), porque no regime neoliberal é “um fato da vida”, rotineiro, converter a confiança pública – public trust – em dinheiro privado.
É natural o super-rico ficar ainda mais rico.
E instala-se o generalizado cinismo.

ENDURECER AS PRISÕES PODE SER UM TIRO NO PÉ



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/endurecer-as-prisoes-pode-ser-um-tiro-no-pe



Numa dessas, o PCC governou São Paulo

PCC 2006 SP.jpg
A cidade de São Paulo, em maio de 2006 (Crédito: El País Brasil)
Conversa Afiada reproduz reportagem da BBC Brasil publicada no último dia 16 de dezembro:
Autoridades assumem risco de rebeliões ao endurecer prisão de líderes de facção criminosa
Luis Kawaguti
As unidades prisionais de São Paulo estão em alerta para eventuais rebeliões após a transferência, na quarta-feira, das principais lideranças da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para o chamado RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) - um tipo de prisão mais rígido, onde o detento é mantido isolado.
"Temos que assumir esse risco, caso contrário mandaremos a mensagem de que eles (líderes do PCC) nunca serão atingidos. Se eles não fossem para o RDD seria uma demonstração de fraqueza (das autoridades)", disse à BBC Brasil uma fonte envolvida no processo.
A transferência foi determinada pela Justiça Estadual a pedido da Polícia Civil com o aval do Ministério Público. A BBC Brasil decidiu não publicar nomes de autoridades envolvidas no processo por motivo de segurança.
Porém, alguns juristas questionam a constitucionalidade do RDD e dizem que o regime "fere a dignidade da pessoa humana" e é ineficaz.
"O RDD é ineficiente e torna a sociedade mais violenta como um todo", afirmou André Kehdi, presidente da organização não-governamental Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (Ibccrim).
Em 2006, a transferência de centenas de presos, entre eles o detento acusado de liderar o PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para outras unidades prisionais, foi seguida de uma onda de cerca de 370 ataques de criminosos contra as forças de segurança e retaliações que deixaram mais de 140 mortos no Estado de São Paulo.
Operação policial
A transferência dos detentos vem após uma investigação da Polícia e do Ministério Público sobre como líderes da facção estariam comandando as ações do crime organizado nas ruas, mesmo detidos em prisões de segurança máxima.
O PCC é acusado de comandar os detentos de boa parte das prisões brasileiras além de comandar o tráfico de drogas e outras atividades criminosas fora dos presídios, no Brasil e em países da América do Sul.
Em novembro, a operação Ethos (que resultou nas atuais transferências) prendeu mais de 30 suspeitos - a maior parte deles advogados - entre eles o vice-presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).
Eles atuariam de forma a favorecer e facilitar as atividades criminosas de 14 líderes do PCC.
Em uma decisão liminar, o Tribunal de Justiça determinou a transferência de 13 desses detentos das penitenciárias de segurança máxima de Presidente Venceslau 2 (onde ficava a maioria dos integrantes da cúpula da facção), Avaré e Mirandópolis para o presídio de Presidente Bernardes, todas em São Paulo, por 60 dias.
A maioria deles já está na unidade, onde ficam em celas individuais e têm direito a duas horas de diárias de banho de sol. Entre eles estão Marcola e a cúpula da facção, além de presos encarregados de organizar o sistema de advogados do PCC.
Opiniões divididas
Segundo um jurista especializado em investigar o PCC, o Regime Disciplinar Diferenciado é hoje um dos principais instrumentos para controlar as facções criminosas. Isso porque impede a comunicação entre o comando da facção e seus subordinados.
O isolamento seria capaz de enfraquecer os líderes da facção, desestabilizar e até criar conflitos em toda a estrutura da organização criminosa.
Nesse caso específico, os envolvidos no processo dizem acreditar que o Estado e a Justiça demonstrariam fraqueza se não enviassem os suspeitos ao RDD - após terem colhido evidências de que eles seriam capazes de comandar a atuação da facção nas ruas mesmo estando presos.
Mas muitos operadores da lei consideram que a medida seria inconstitucional. Uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil questiona a constitucionalidade da medida no Supremo Tribunal Federal.
Segundo Kehdi, do Ibccrim, as condições que permitem que alguém seja mandado ao RDD são muito genéricas.
No processo atual, em linhas gerais elas se baseiam no fato dos detentos participarem de organização criminosa.
"Esse tipo de medida aumenta a tendência dos detentos desenvolverem problemas psiquiátricos. As pessoas enlouquecem. Isso vai contra a ideia de que a prisão é uma forma de ressocializar alguém", disse.
"Isso é mais um ato político que jurídico. O RDD amedronta, mas não adianta. Quando você tira um líder da facção outro entra em seu lugar", afirmou.
A Justiça negou em 2013 um pedido do Ministério Público para que Marcola fosse mandado ao isolamento, Mas no início de 2014 ele chegou a ser mandado ao RDD por um mês - sem a ocorrência de rebeliões ou represálias.
Até o fechamento dessa reportagem não havia indícios de qualquer tipo de retaliação do PCC em relação às transferências. Autoridades envolvidas no caso dizem não esperar reação violenta, mas afirmam que o Estado e a Justiça estão prontos para lidar com eventuais rebeliões no sistema prisional.
Em tempo:  Sobre o dia em que o PCC governou São Paulo e o massacre que daí resultou, ler "Quando São Paulo parou". E aqui se vê como o Governo tucano de São Paulo fez acordo com o PCC.

GOLPE FOI PARA ABAFAR A LAVA JATO



FONTE
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/golpe-foi-para-abafar-a-lava-jato



O grampo do Sérgio Machado leva o Golpe ao IML de Manaus!

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Conversa Afiada reproduz trechos de artigo na Fel-lha:
(...)

O afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff foi manobra estratégica (e de risco, pois desestabilizadora de regras essenciais do jogo democrático) imprescindível à elite política para responder à ameaça existencial da Lava Jato.
O motor da crise resulta do choque entre as práticas que regeram, até aqui, a relação entre o dinheiro e a política -transversais ao sistema partidário, como a delação da Odebrecht comprova- e o fortalecimento das instituições (Ministério Público, Justiça e Polícia Federal), que colocaram em xeque aquele "modus operandi".
Assim, a mudança de governo pela via "nuclear" do impeachment (a outra via, mais suave, com Lula no comando a partir da Casa Civil, foi abatida em pleno voo pelos vazamentos de Curitiba e por uma liminar monocrática do ministro Gilmar Mendes, jamais examinada pelo plenário do STF), ao conduzir ao poder o PMDB, peça central do sistema e emblema de suas práticas, só poderia ter como resultado a escalada do conflito.
O que foi revelado no diálogo entre o senador Romero Jucá e Sérgio Machado era um segredo de polichinelo. Sem um refluxo da Lava Jato, a colisão prossegue, em ondas sísmicas e sucessivas.
É incerto se o conflito irá se resolver pelos canais regulares. Disseminam-se, entre os atores envolvidos, métodos "heterodoxos" que desbordam dos parâmetros institucionais.
Se já há muito os vazamentos seletivos e ilegais e as prisões temporárias "permanentes" para obter delações "espontâneas" sofrem críticas, a recusa recente do presidente do Senado de cumprir determinação do STF, seguida do recuo, sem fundamento jurídico convincente, do tribunal, em meio a óbvias pressões políticas, potencializou a perplexidade.
O uso aberto da produção legal como artefato retaliatório também se incorporou ao cenário, assim como o incômodo simétrico de juízes e procuradores em submeterem salários e prerrogativas a limites razoáveis.
Há risco de corrosão da autoridade do STF, árbitro final do sistema. Sua incapacidade, potencializada pela crise, de criar previsibilidade quanto à sua agenda e ao "timing" de suas decisões, de estipular limites para atuação e a disputa individual de seus membros, de garantir o respeito destes às próprias normas legais e regimentais e de manter-se a uma distância regulamentar da disputa partidária tem efeitos disruptivos no sistema político.
A solidez institucional se assemelha à sinalização de trânsito. Enquanto os faróis funcionam, coordenam-se comportamentos e expectativas, fornecendo-se um mínimo de previsibilidade e segurança.
O Brasil dedicou-se em 2016 ao esporte de alto risco de apagar aos poucos seus semáforos. Este 2017 nos dirá das chances de reverter esse flerte letal com a escuridão.
SÉRGIO EDUARDO FERRAZ é doutor em ciência política pela USP e auditor do Tesouro da Secretaria da Fazenda de Pernambuco
Conversa Afiada aproveita o gancho do Sergio Ferraz para reproduzir "os melhores momentos" do grampo do Sergio Machado, ex-tucano, em que aparecem "ministros do STF" - quem serão, e ainda por cima usam a suave expressão "essa porra", para se referir à sacrossanta Lava jato do Moro...?  - Temer, Jucá, Renan, Aécio e a elite que se apropriou do poder no Golpe.
Ao grande brasileiro Sergio Machado: 
(...)
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
(...)
MACHADO - O Renan [Calheiros] é totalmente 'voador'. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
(...)
JUCÁ - Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].
(...)
MACHADO - O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
(...)
JUCÁ - Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? [...] Eu acho que você deve procurar o [ex-senador do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.
(...)
MACHADO - É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma...
JUCÁ - Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
MACHADO - O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...
(...)
JUCÁ - [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
MACHADO - Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito. [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva dele para depor no caso da Lava jato]

E quando o Brasil for uma Manaus?



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/brasil/e-quando-o-brasil-for-uma-manaus



Se a bomba explodir não haverá onde se esconder

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Crédito: Fernando Brito
Conversa Afiada compartilha artigo do Blog do Sakamoto:
Massacre de Manaus: Os presos acenderam o pavio, mas o país armou a bomba
O massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no Amazonas, choca. Mas não deveria.
Não, não estou defendendo o discurso idiotizante do ''bandido bom é bandido morto''.
Mas lembrando que o sistema prisional brasileiro é uma bomba armada que, só por um milagre, não explode.
Apenas solta faíscas, como os 111 mortos no Carandiru, os decapitados de Pedrinhas, os 56 do Anísio Jobim.
Se explodisse mesmo, o sentimento de proteção entregue por muros altos, cercas eletrificadas, circuitos fechados de TV e seguranças particulares, de repente, pareceria o que realmente é: uma ficção do autoengano.
O Estado, que se gaba de controlar moleque armado com Pinho Sol em manifestação, não é capaz de acabar com facções criminosas ou milícias de policiais, que surgem de mutações do próprio Estado.
Até porque isso passaria por mudanças estruturais no sistema prisional e na Justiça, mas também pela descriminalização de drogas como a maconha – responsável pelo encarceramento de muita gente. Que entra como vendedor iniciante de droga e sai como doutor em crimes contra a vida.
Toda a expansão de mercado é conflituosa. Se a concorrência é agressiva e chega a tal ponto que a convivência pacífica torna-se insustentável, pode-se apelar à Justiça, que decidirá quem tem razão. Mas o que fazer quando se vive em um sistema ilegal, condenado pela própria Justiça?
A solução é ter o maior poder bélico possível para fazer valer o seu ponto de vista sobre as demais facções, sobre a polícia, sobre os moradores de determinada comunidade. É necessário controlar um território. Quanto mais território um grupo possui, mais pontos de venda terá.
Cadeias não são locais de ressocialização, mas amontoados de seres humanos em espaços superlotados e sem condições de vida cujo objetivo é aumentar o ódio dos que ali estão contra o restante da sociedade, multiplicando assim a criminalidade. E, é claro, cadeias são locais de disputa pelo controle de territórios e do comando desses territórios.
A política de segurança pública é simples: seja em um presídio sob responsabilidade do poder público ou em uma empresa terceirizada, quem manda mesmo são as facções criminosas que lá dentro estão representadas.
Desde que as notícias sobre o massacre no presídio em Manaus começaram a correr a rede, nesta segunda (2), muitas pessoas tiveram orgasmos múltiplos. Festejaram quando souberam que corpos de condenados haviam sido despedaçados e cabeças arrancadas. Entraram em transe diante do sangue em profusão.
Não importa se as mortes são pelas mãos de outros bandidos, do próprio Estado, de milícias de policiais ou da própria população, reunida em forma de turbas ensandecidas. O que importa é que morram.
Não é de estranhar, portanto, que boa parte da sociedade que grita que “bandido bom é bandido morto” também esteja entre os 9 em cada 10 que concordam com a redução da maioridade penal para os 16 anos. Morram desde cedo, aliás.
Boa parte da população, apavorada pelo discurso do medo, mais do que pela violência em si, tem adotado a triste opção de ver o Estado de direito com nojo. Chega de julgamentos longos e com chances dos canalhas se safarem ou de ''alimentar bandido'' em presídios.
(...)
Ao criticar execuções de pessoas que estão sob a tutela do Estado, não defendemos ''bandido'', mas sim o pacto que os membros da sociedade fizeram entre si para poderem conviver (minimamente) em harmonia.
Se você é incapaz de sentir empatia pelo semelhante, sugestão: defenda soluções que passem pela garantia da dignidade de todos os envolvidos. Por você mesmo e por sua família.
Porque, na hora em que a bomba explodir de verdade, não haverá lugar para se esconder.