sábado, 31 de dezembro de 2016

Em carta, presidente do Bota vê 2017 "menos íngreme e mais ensolarado"




BOTAFOGO


Carlos Eduardo Pereira celebra êxito dos primeiros anos de gestão e diz: "Não vamos nos iludir e achar que quando as coisas dão certo é porque não precisam melhorar"




Por
Rio de Janeiro




Presidente Carlos Eduardo Pereira Botafogo (Foto: Luciano Belford/SSPress)Carlos Eduardo Pereira se mostrou orgulhoso da gestão em carta (Foto: Luciano Belford/SSPress)


No último dia de 2016, Carlos Eduardo Pereira divulgou no site oficial do Botafogo uma carta aberta para a torcida. Nela, o presidente desejou aos alvinegros um feliz ano novo e comemorou os êxitos alcançados nos dois primeiros anos da gestão, sem deixar de lembrar as dificuldades em que encontrou o clube no início de 2015. Mas o foco foi falar do futuro, e o dirigente já projeta 2017, último ano de seu mandato, "menos íngreme e mais ensolarado". E garantiu que a diretoria não vai se acomodar diante dos resultados obtidos.

– Não vamos nos iludir e achar que quando as coisas dão certo é porque não precisam melhorar.  Nada disso.  Mas deixemos o pessimismo de lado e vamos trilhar nosso caminho por uma via menos íngreme e mais ensolarada. (...) Recuperar a autoestima de nossa torcida era um dos objetivos dessa gestão e avalio que estamos alcançando nossa meta. O estrago foi grande e leva-se um tempo (razoavelmente longo) para colher os frutos de um trabalho sério, honesto e transparente, mas que depende, fundamentalmente, de bons resultados no futebol.



Confira a carta na íntegra:

Caros Associados,

 
Com grande alegria vimos cumprimenta-los ao término de mais um ano de gestão, dividindo com vocês a satisfação das conquistas alcançadas e renovando as esperanças e o compromisso para o próximo ano de 2017.
 
Quando me perguntam sobre o BOTAFOGO de hoje me vem à mente estas duas palavras e a força do significado que traduzem: TRANSFORMAÇÃO e ASCENSÃO.
 
Quase tudo no BOTAFOGO é inesperado e surpreendente. De moribundo à concorrente dos primeiros postos. Do desespero ao entusiasmo (quase eufórico). Nosso BOTAFOGO vive, desde o final de 2014 uma gangorra, de sentimentos e situações que mexem ainda mais com nossa paixão.
 
E o que isto tem a ver com a gestão do Clube?  Absolutamente, tudo.
 
Nos primeiros acordes de 2016 estávamos mudando de elenco, pois, afinal, voltávamos ao nosso lugar de origem – a Série A – e precisávamos soerguer nosso GLORIOSO. Então, surge o primeiro obstáculo – recursos. Como montar um elenco que pudesse orgulhar nosso torcedor e fazer jus às nossas melhores tradições, sem dinheiro para investimentos?
 
Esta pergunta não tem uma única resposta.  A força do trabalho somada à competência dos profissionais do futebol, decisões felizes, apostas conscientes, vontade de vencer e dar certo, enfim, uma dose de sorte e otimismo para garantir o sucesso.
 
A Arena BOTAFOGO foi uma dessas felizes decisões.  Podia ter dado tudo errado, mas não deu. Com um lugar para jogar, perto de nossa torcida e permitindo uma logística racional, alcançamos 75% de aproveitamento no segundo turno. Tínhamos uma casa. Nosso caldeirão.
 
E foi assim que, mesmo tropeçando no primeiro turno do Campeonato Brasileiro e considerado rebaixado por alguns comentaristas, cá estamos, como quinto melhor Clube de Futebol do Brasil e com a vaga assegurada para disputar a Pré Libertadores da América.
 
Importante destacar outras conquistas de grande relevância:
 
- Na nossa base, são várias as conquistas, em especial o inédito título de Campeão Brasileiro Sub-20.
- No Remo, mantivemos a estrutura vencedora e ampliamos, resultando no inédito Tetra Campeonato Carioca.
- No Jurídico e Financeiro, conseguimos, depois de muitas décadas, que o clube obtivesse todas as CNDs (Certidões Negativas de Débitos), facilitando o trabalho de nosso comercial e marketing para a bem-sucedida negociação de patrocínio com a Caixa Econômica Federal.
- Nos Esportes Olímpicos, vários títulos foram conquistados nas mais diversas categorias, incluindo os inéditos campeonatos de polo aquático masculino da Liga Nacional e Sul-Americana.
- No administrativo e social, além das melhorias em nosso Palacete Colonial, uma série de eventos e novas atrações para os sócios e seus familiares, em especial para as crianças, têm dado uma movimentação diferente em nossa sede social. Além, é claro, das melhorias em sua estrutura, como os recém-inaugurados vestiários masculino e feminino.
- Nosso Centro de Memória foi completamente revitalizado e hoje é um dos mais belos e completos do Brasil.
- No patrimônio e estádios, o bem-sucedido projeto “Arena Botafogo”, foi fundamental para a classificação para a Libertadores de 2017.
 
Não vamos nos iludir e achar que quando as coisas dão certo é porque não precisam melhorar.  Nada disso.  Mas deixemos o pessimismo de lado e vamos trilhar nosso caminho por uma via menos íngreme e mais ensolarada.
 
Recuperar a autoestima de nossa torcida era um dos objetivos dessa gestão e avalio que estamos alcançando nossa meta. O estrago foi grande e leva-se um tempo (razoavelmente longo) para colher os frutos de um trabalho sério, honesto e transparente, mas que depende, fundamentalmente, de bons resultados no futebol.
 
Sim, nós botafoguenses devemos ser otimistas.
 
Não porque estamos nadando em dinheiro, mas porque estamos conseguindo superar os obstáculos e recuperar nossa credibilidade no mercado, mesmo com todas as dificuldades financeiras que ainda enfrentamos.
 
Não porque não vamos ser rebaixados este ano, mas porque voltamos para a Série A com autoridade de Campeão Brasileiro da Série B, mostramos nosso valor e o peso de nossa camisa e encerramos o Campeonato Brasileiro da Série A de 2016 como quinto colocado, conquistando uma vaga para disputar a Pré Libertadores de 2017.
 
Não porque estamos contratando supercraques da “Champion League”, mas porque temos um elenco competitivo que se torna “herói em cada jogo” e nos faz ter orgulho de novo.
 
Amamos o BOTAFOGO e por isso somos uma Diretoria Amadora. Somos “aqueles que se dedicam a uma arte ou ofício por prazer, sem fazer destes um meio de vida”.
 
Muitas coisas ainda precisam ser feitas.  Ainda temos feridas cicatrizando, mas já sabemos os remédios. Cada degrau que subimos pode nos abrir as portas para outras oportunidades.  Estamos nos esforçando para chegar no topo sem olhar para baixo. Não se resgata os valores perdidos de uma única vez. Paciência, compreensão, respeito, competência e muito amor pelo nosso BOTAFOGO.
 
Já mostramos que nosso amadorismo pode nos levar a sonhar alto e que somos capazes de apostar e de dar certo e o apoio de nossos associados e da nossa torcida é nosso maior “reforço” para enfrentarmos os desafios de 2017.
 
A Diretoria do BOTAFOGO deseja a todos um feliz Ano Novo, repleto de paz, saúde e prosperidade.
 
SIGAMOS JUNTOS E QUE VENHA 2017 !!!
 
Saudações Alvinegras

Carlos Eduardo Pereira
Presidente



FONTE:

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2016/12/em-carta-presidente-do-bota-ve-2017-menos-ingreme-e-mais-ensolarado.html

QUEM DERRUBOU A DILMA FOI O MORO


FONTE:



Singer remonta a cronologia do Golpe


Ato Moro.jpg
Ele é mais que um Deus (para os EUA)
Do respeitado professor André Singer, na Fel-lha:
Não adianta apagar o ano e rumar o mais rápido possível para 2017, como se fugir para a frente ajudasse em algo. Ao contrário, é preciso fixar na memória que em 2016, numa grave decisão contrária à democracia brasileira, o Congresso Nacional derrubou a presidente da República legitimamente eleita e que não cometeu crime de responsabilidade.
(...)
Se ajustarmos ainda mais os instrumentos de observação, veremos que o processo se concentrou nos 20 dias que mediaram a detenção do já citado propagandista (João Santana, em 23 de abril) das campanhas do PT e a manifestação pró-impeachment do domingo 13 de março. Tal como a Marcha com Deus pela Liberdade, em 19 de março de 1964, sacramentou a queda de João Goulart, a multidão (500 mil pessoas, segundo o Datafolha ) reunida, novamente em São Paulo, após meio século, determinou o fim do ciclo lulista. A manchete da Folha, em duas linhas e toda em caixa alta, feita para registrar evento maior, deixava clara a importância do acontecido: "Ato anti-Dilma é o maior da história".
O que produziu a mudança entre o rotundo fracasso das manifestações de dezembro de 2015 e o absoluto sucesso de março de 2016? Minha hipótese reside na combinação entre três fatos produzidos pela Operação Lava Jato e o quadro de emergência comunicacional criado ao redor deles: a prisão de Santana (23/2), a delação de Delcídio do Amaral (3/3) e a condução coercitiva de Lula (4/3).
(...)

PML: QUEM SÃO O CARECA E O SANTO?



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/politica/pml-quem-sao-o-careca-e-o-santo



E quem é o verdadeiro redator da Pinguela para o Futuro


Bessinha PSDB.jpg
Conversa Afiada reproduz artigo do jornalista Paulo Moreira Leite:
País tem direito de saber quem é Santo, quem é Careca
Embora já tenha chegado a sua 35a. fase, a operação Lava Jato não conseguiu livrar-se da acusação de trabalhar de modo seletivo, reproduzindo um traço historicamente nefasto da Justiça brasileira, onde o Estado "é usado como propriedade do grupo social que o controla", nas palavras da professora Maria Sylvia de Carvalho Franco, no estudo Homens Livres na Ordem Escravocrata.
Neste universo, que descreve o Brasil anterior a abolição da escravatura, onde o grilhão, a chibata e o pelourinho eram instrumentos banais de manutenção da ordem para os habitantes da senzala, o "aparelho governamental nada mais é do que parte do sistema de poder desse grupo, um elemento para o qual se volta e utiliza sempre que as circunstâncias o indiquem como o meio mais adequado."
Dias antes de Guido Mantega ter sido forçado a deixar o centro cirúrgico do Alberto Einstein, onde sua mulher era operada de um câncer, para cumprir um mandato de prisão, descobriu-se um fato ao mesmo tempo chocante e instrutivo.
A Justiça Federal foi incapaz de descobrir o endereço residencial de Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, para lhe entregar uma notificação relativa a AP 470, o Mensalão (Rubens Valente, Folha de S. Paulo, 15/9/2016). Não se trata de um caso com muitas dúvidas. Em 2005 a Polícia Federal encontrou quatro cheques do esquema de Marcos Valério, no valor de R$ 75.000 cada um, na conta do ex-ministro. Pimenta alegou que eram pagamentos por honorários que exerceu num serviço como advogado. Não mostrou documentos nem apresentou casos concretos em que atuou. O próprio Valério alegou, na CPI dos Correios, que havia ajudado Pimenta a pagar a conta do tratamento de saúde de um filho. Não convenceu. Mesmo assim, o caso já dura dez anos, o que configura outra ironia de longo curso.
Quando resolveu procurar Henrique Pizzolato, o dirigente do PT condenado a 12 anos e sete meses no STF, o Ministério Público fez investigações no Paraguai, Argentina e Espanha, até que chegou ao interior da Itália para localizá-lo na casa de um sobrinho. Enfrentou uma disputa na Justiça daquele país para garantir que Pizzolato fosse trazido para cumprir pena no Brasil, embora tivesse passaporte italiano. A principal denúncia contra o antigo diretor do Banco do Brasil envolve um pagamento de R$ 326.000, quantia 10% superior aos R$ 300.000 de Pimenta. O detalhe é que Pizzolato sempre alegou que o dinheiro não era para si, mas para o PT no Rio de Janeiro. Verdade ou não, os R$ 326.000 nunca surgiram em sua conta nem foram confirmados pela quebra de seu sigilo bancário ou fiscal.
Ao contrário do que ocorreu com o dinheiro entregue a Pizzolato, os recursos destinados a Pimenta foram pagos em quatro prestações e descobertos pelo delegado Luiz Fernando Zampronha, da Polícia Federal, e mais tarde arquivados no inquérito 2474 -- aquele que o Supremo não examinou quando julgava a AP 470.
Mesmo considerando antecedentes tão notáveis sobre o caráter seletivo das investigações que envolvem políticos brasileiros, a representação da Polícia Federal que pediu a prisão de Antonio Pallocci, Branislav Kontic e Juscelino Dourado causa um choque inegável. Isso porque a leitura das primeiras 30 páginas sobre o esquema de pagamentos clandestinos do chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, um departamento destinado a sustentar esquemas políticos, nada informa sobre o ministro ou o Partido dos Trabalhadores mas é muito revelador sobre o conhecimento da PF sobre o esquema de corrupção do PSDB paulista.
Na página 13, por exemplo, descreve-se a partilha de uma propina de 0.9% sobre um investimento de US$ 20,6 bilhões. Na página 17, uma troca de email entre executivos da Odebrecht deixa claro que estamos falando da linha 2 do Metrô, um investimento que seria particularmente rico em denúncias de superfaturamento e gastos suspeitos. Na página 18, surgem pseudônimos de quem irá receber o dinheiro. Em outra passagem, aparecem iniciais que poderiam identificar empresas envolvidas. Nas páginas seguintes, surgem várias planilhas, com detalhamento de datas, prazos e acordos. Na página 36, informa-se que o DGI, sigla usada para designar propina, pode subir de 5% para 8% em determinada obra. Também se descobre que, além da linha 2, a linha 4 do metrô entrou na dança. Foi ali, na estação Pinheiros, que em 2007 ocorreu um acidente trágico, que provocou a morte de sete pessoas, engolidas por uma cratera. Quando se refere ao consórcio encarregado da obra da linha 4, um executivo da Odebrecht usa a palavra "vencedor" assim mesmo, entre aspas, o que chama a atenção durante a leitura, pelo reforço da ironia. Também se registra na mesma passagem o pagamento de duas parcelas de R$ 250.000 destinadas a uma autoridade identificada como "Santo".
A verdade é que, além de dois vereadores do PSDB paulistano citados nominalmente, ao lado de quantias relativamente modestas num contexto de pagamentos milionários -- R$ 6.000 e R$ 3.000 -- não há menção explícita a nenhuma autoridade de escalão mais alto. São elas que recebem pagamentos de R$ 200.000 ou R$ 250.000 por mês -- por vários meses. Embora José Serra e Geraldo Alckmin sejam mencionados como suspeitos óbvios por pessoas que conhecem os bastidores do caso, a verdadeira pergunta consiste em saber por que não se buscou apurar sua identidade real -- fosse qual fosse. Boatos não resolve. Suspeita que não é apurada também não. Não há motivo para segredinhos. Os fatos estão descritos em documentos públicos.
O tempo passa e quem se beneficia é o acusado, seja quem for. Como acontece com tantos colegas de Pimenta da Veiga no mensalão PSDB-MG, as acusações acabam prescrevendo.
Durante um bom período, um personagem conhecido como "Italiano, visto como o protagonista das investigações que envolvem Antonio Palocci, foi identificado com outro ministro, Guido Mantega. Após um trabalho de checagem, procurando compatibilizar nome de assessores e eventos descritos em diversas trocas de mensagem, a Polícia Federal concluiu que Palocci era o "Italiano." Foi com base nessa visão que fez a representação e, numa cena indispensável para alimentar o já previsível de carnaval televisivo, conduziu o ministro para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O problema é que entre as palavras civismo, virtude que tem sido frequentemente associada a Lava Jato, e cinismo, palavra comum no vocabulário de seus críticos, a única diferença consiste numa letra.
Se não há motivo para suspeitas prematuras nem acusações irresponsáveis, não há razão jurídica aceitável para se manter na penumbra a identidade de personagens conhecidos como "Santo" e "Careca" nos emails da Odebrecht. Elas devem ser conhecidas e investigadas, com o mesmo rigor dispensado a Antonio Palocci -- a menos que, aceitando a troca do "v" pelo "n", aceite-se que há uma seleção política para alvos do Judiciário. Neste caso, é preciso admitir que não estamos investigando nem a corrupção nem a troca de favores. Mas um partido e seus dirigentes, o que só é aceitável sob ditaduras. Não se quer justiça, mas política, colocando o estado "a serviço do grupo social que o controla," como escreve Maria Sylvia de Carvalho Franco, referindo-se às instituições que mantinham a escravidão.
A tragédia da linha 4, na qual sete pessoas perderam a vida, só reforça a necessidade de um esclarecimento completo a respeito da identidade e do papel de "Santo" e "Careca."
A assumida intimidade de Fernando Henrique com Emílio Odebrecht, principal acionista do grupo, muito mais influente naquele período, que é descrita com tanta intimidade no Diário da Presidência, é mais uma razão para isso. Como se aprende pela leitura, FHC chegou a imaginar que o pai de Marcelo Odebrecht poderia ajudá-lo num programa de investimentos públicos destinado a redesenhar o capitalismo brasileiro. Está lá, no volume 1. A mudança do coração da economia sob orientação da Odebrecht. Entendeu?
A seletividade, sabemos todos, produz anedotas como uma Justiça que não consegue descobrir o endereço de um antigo ministro, Pimenta da Veiga. Mas não só.
Roberto Brant, que foi ministro da Previdência no governo Fernando Henrique Cardoso, também foi apanhado na rede de Marcos Valério. Recebeu um cheque de R$ 100.000. Disse que era contribuição para sua campanha. Acredito sinceramente que, como tantos, estava falando a verdade. Não importa. O fato é que seu destino foi outro. Renunciou ao mandato e ficou livre, enquanto parlamentares do PT, na mesma situação, marchavam no cadafalso da AP 470.
Na nova vida, fora de Brasília, Brant não teve de escapar de oficiais da Justiça. Pelo contrário. Um belo dia, lhe chegou o convite para uma missão nobre. Preparar a versão final de um projeto político de mudanças para o país. Foi assim que, uma década depois de ser apanhado com um cheque de Marcos Valério, tornou-se o autor do texto final de um documento chamado Ponte para o Futuro, projeto que deu o esqueleto ideológico para o golpe de 31 de agosto.
Deu para entender como tudo se liga com tudo?

Até a Folha esculhamba o Gilmar!



FONTE:
https://www.conversaafiada.com.br/pig/ate-a-folha-esculhamba-o-gilmar



O plenário? A maioria? Que se danem!


Gilmar Capa.jpg
Conversa Afiada reproduz editorial da Fel-lha, insuspeitíssima: não só a Carta Capital critica o Ministro Gilmar Mendes.
Como se vê, ele se torna, aos poucos, uma unanimidade nacional!
Pelo menos três prefeitos eleitos em outubro terão bons motivos para se lembrar do ano que se encerra. Assumirão seus cargos no início de 2017 somente por força de uma infeliz característica do Poder Judiciário que se acentuou sobremaneira em 2016: o desrespeito ao caráter coletivo dos tribunais.
Com uma decisão individual, o ministro Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, garantiu que os candidatos vencedores nas cidades de Ipatinga (MG), Timóteo (MG) e Tianguá (CE) tomem posse normalmente, a despeito de terem sido considerados inelegíveis pelo próprio TSE.
Condenados em 2008, antes da vigência da Lei da Ficha Limpa, que é de 2010, Sebastião de Barros Quintão (PMDB, Ipatinga), Geraldo Hilário Torres (PP, Timóteo) e Luiz Menezes de Lima (PSD, Tianguá) argumentaram que deveriam ficar inelegíveis por apenas três anos, pois essa era a punição à época das condenações.
A maioria dos ministros do TSE discordou dessa tese. De forma reiterada, a corte tem entendido que deve ser aplicado o prazo de oito anos, nos termos da Ficha Limpa.
Verdade que esse juízo não é pacífico. Desde 2013 tramita no STF um recurso em que se pede a aplicação dos prazos da Ficha Limpa só para condenações determinadas depois da vigência dessa lei.
Quatro ministros do Supremo já concordaram com o argumento, mas o processo foi interrompido no final de 2015 por Luiz Fux, que pediu vistas (tempo para examinar o caso) —outro hábito lamentável de membros do STF, que usam essa iniciativa individual além dos limites regimentais a fim de interditar um desfecho do qual discordem.
Enquanto o Supremo não chega a uma conclusão, o TSE mantém o mesmo entendimento adotado nas eleições municipais de 2012. Certa ou errada, essa é a posição majoritária de um plenário formado por sete ministros —e por isso a corte resolveu manter inelegíveis os prefeitos eleitos de Ipatinga, Timóteo e Tianguá.
Gilmar Mendes, entretanto, deu de ombros para a colegialidade. Tendo sido voto vencido no debate com seus colegas, aproveitou o recesso judiciário para revidar. Ao receber os recursos, suspendeu a decisão do TSE e assegurou a posse dos três políticos, como se sua opinião devesse prevalecer.
O problema não está na individualidade em si. Dado o número enorme de processos nos tribunais, torna-se impossível que todos os casos passem por uma turma ou pelo plenário. Deveria ser óbvio, porém, que não cabe a um ministro tomar sozinho decisão institucionalmente relevante —e muitos menos atropelar a vontade da maioria.
Em tempoaté o Noblat esculhamba o Gilmar! A-té-o-No-blat-se-nho-res!