quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O ridículo caso de Lula e a cerveja: “merchandising” é crime? Por Fernando Brito



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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-ridiculo-caso-de-lula-e-a-cerveja-merchandising-e-crime-por-fernando-brito/



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lula


Publicado no Tijolaço.
POR FERNANDO BRITO

Capítulo fim de ano da série “explorem tudo contra o Lula”, a matéria do Estadão é um primor.
Depois de, durante meses, os rapazes da Lava Jato  tentarem provar que as palestras pagas de Lula para dezenas de empresas era simples “lavagem” de recursos escusos e das provas cabais de que as palestras foram realizadas, pagas e regularmente contabilizadas, agora o Estadão quer mostrar que Lula mentiu.
Peraí, mentiu como?
Ah, é que o dono da Cervejaria Itaipava, ao contratar a palestra queria que o ex-presidente dissesse: ‘A cerveja Itaipava por ser 100% brasileira, é sua cerveja preferida’ e “‘Não bebo muita cerveja, mais quando bebo é Itaipava’.
E ele não bebe Itaipava!
Perjúrio, falso testemunho, obstrução à cevada, ocultação de malte, desvio de lúpulo!
Mas tem de ser apurado doa em quem doer, e soube que foram encontradas embalagens dos frios Ceratti na lixeira de Fátima Bernardes, enquanto ela anunciava os produtos da Seara. Num dos filmes, inclusive, ela fazia referência a William Bonner, que não tinha contrato, dizendo que a linguiça da marca  era boa “até preparada por um churrasqueiro bem mais ou menos, como o meu marido“. Hummm…
Já se perderam todos os limites do ridículo.
Mas já que é assim, seria interessante que se apurasse se a Haagen Dazs deu alguma vantagem indevida a Michel Temer.
Porque, em matéria de “merchan” é o case do ano!
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DW: O que está em jogo no processo que pode cassar Temer em 2017



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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/dw-o-que-esta-em-jogo-no-processo-que-pode-cassar-temer-em-2017/



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Eles
Eles


Publicado na DW.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar no primeiro semestre de 2017 a ação que pede a cassação da chapa formada pela ex-presidente Dilma Rousseff e o seu então vice e atual presidente, Michel Temer, sob a acusação de irregularidades no recebimento de doações nas eleições de 2014. A chapa vencedora é acusada de financiar sua campanha com dinheiro público desviado pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
O pedido de cassação foi protocolado pelo PSDB, o rival na eleição e principal partido de oposição, logo após a reeleição de Dilma, em outubro de 2014. Desde então, a ação teve dificuldades de seguir adiante, principalmente devido à falta de provas. Em outubro de 2015, o processo foi reaberto e, um ano depois, ganhou velocidade com o novo relator, o ministro Herman Benjamin.
Nos últimos meses, o TSE vem colhendo documentos para decidir se há provas suficientes para seguir em frente com o processo. Esta será a primeira vez que o TSE decide se vai ou não cassar o mandato de um presidente.
Como andam as investigações?
Em dezembro deste ano, peritos do TSE encontraram novos indícios de fraude e desvio de recursos ao analisar o sigilo bancário das gráficas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda. e Rede Seg Gráfica Eireli, contratadas como prestadoras de serviços para a campanha de Dilma e Temer.
Nesta terça-feira (27/12), a Polícia Federal realizou operações de busca e apreensão em 20 endereços espalhados pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. A operação investiga se as gráficas realmente tinham capacidade para prestar os serviços declarados.
Cenário de fraudes
A chapa Dilma-Temer pode ser cassada mesmo se não forem comprovadas irregularidades na prestação de serviços das gráficas. Segundo o jurista Fernando Neisser, da Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político, ao longo desta fase de análise de documentos, que antecede o julgamento, a acusação vem tentando reunir indícios de que houve um “cenário de fraudes”.
Isso significa que a estratégia da acusação não depende apenas da comprovação de fatos isolados de corrupção. “Provas de abusos políticos e econômicos menores, que provem que o cenário da campanha foi, como um todo, fraudulento, são suficientes para uma condenação”, afirma o jurista.
Além das irregularidades na prestação de serviço das gráficas, há outras acusações contra a chapa Dilma-Temer, como supostos pagamentos de propinas disfarçados de doações de campanha.
Separação de julgamentos
Um detalhe que reforça o tom de ineditismo deste processo é que a defesa de Temer quer que o balanço das contas criadas para arrecadações de campanha seja julgado separadamente. Como são contas distintas, Temer quer que elas sejam desvinculadas, pois, no caso da condenação de Dilma, ele escaparia da cassação.
Em casos como este, o TSE costuma julgar a chapa por entender que, embora as contas sejam separadas, tanto o candidato principal como o vice são beneficiados pela eleição.
“Se fica provado que uma chapa cometeu abusos na campanha e, por meio desses abusos, chegou ao poder, faz sentido que os dois percam os mandatos. Afinal, o vice chegou ao cargo graças à eleição da chapa”, defende Neisser.
Na visão do jurista, uma possível adesão do TSE ao pedido de Temer resultaria em problemas para as candidaturas futuras. Seguindo essa lógica, os vices passariam a ser considerados potenciais inimigos dos candidatos principais. Eles poderiam coletar provas de fraudes, por exemplo, durante a campanha, e entrar com pedido de cassação logo depois da posse. Em caso de vitória, assumiriam o cargo principal. Essa possibilidade de separação de julgamento também poderia incentivar que candidatos principais cometam fraudes e joguem a culpa nos vices.
A defesa de Dilma quer que a chapa seja julgada em conjunto, seguindo jurisprudência da corte. Embora uma posição contrária à separação seja quase unânime entre os juristas, existe a possibilidade de o TSE aprovar o pedido da defesa de Temer.
O que pode acontecer com Dilma e Temer
O processo do impeachment cassou o mandato de Dilma, mas não seus direitos políticos. Se a Justiça decidir pela cassação da chapa reeleita em 2014, além de ter perdido o mandato, a petista ficará também inelegível. Já Temer perderá o mandato e também ficará inelegível.
Caso o TSE decida cassar a chapa Dilma-Temer em 2017, e essa decisão for confirmada pelo Judiciário, o artigo 81 da Constituição prevê que o Congresso elegerá um novo presidente para cumprir o restante do atual mandato.
Temer já afirmou que, se for condenado, vai recorrer com “recursos e mais recursos” da decisão, mas que “respeitará a decisão final do Judiciário”.
Pode haver eleição direta?
Sim, essa possibilidade existe, segundo alguns juristas. Em parte por causa do grande apoio entre a população, a possibilidade de eleição direta passou a ser cada vez mais debatida nos meios políticos e na imprensa nas últimas semanas. A tese de eleição direta se apoia numa minirreforma eleitoral aprovada em 2015 pelo Congresso Nacional e que determina que haja eleição indireta somente se houver vacância de um cargo público majoritário, por decisão da Justiça Eleitoral, nos últimos seis meses do mandato. Do contrário, eleições diretas devem ser convocadas num prazo de 20 a 40 dias.
Juristas debatem, porém, se essa alteração é constitucional, pois ela parece estar em claro conflito com o artigo 81 da Constituição, que determina a realização de eleição indireta se houver vacância nos últimos dois anos do mandato presidencial. Em maio, o Supremo Tribunal Federal recebeu uma ação de inconstitucionalidade, movida pela procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que argumenta justamente que a minirreforma não pode se sobrepor à Constituição. O julgamento da questão pela corte suprema só deverá acontecer depois de fevereiro, quando acaba o recesso dos juízes.
Um outro caminho para a eleição direta seria a aprovação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que alterasse o artigo 81 da Constituição.
Impactos econômicos e políticos
Para Kai Michael Kenkel, pesquisador associado do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), de Hamburgo, eleições indiretas não trariam estabilidade política para o Brasil. “Pelo contrário, prolongariam a sensação de improviso e caos político.”
Segundo Kenkel, existe uma insatisfação popular geral em relação aos partidos brasileiros. “Essa crise de representatividade não seria solucionada com um presidente eleito pelos parlamentares.”
Na análise do cientista político Jens Borchert, da Universidade de Frankfurt, tanto o impeachment como o pedido de cassação que tramita no TSE mostram que a oposição brasileira não sabe perder. “O PSDB errou lá atrás, ao não aceitar a derrota nas eleições de 2014”, diz Borchert. “Perder faz parte do jogo da democracia. É o que garante a tão necessária alternância de partidos no poder.”
Na leitura do cientista político alemão, a imagem de toda a classe política está prejudicada. “Os políticos, mais uma vez, desrespeitaram a democracia brasileira. Todos saem perdendo.”
Os prejuízos também poderiam alcançar as finanças do país. “Os mercados não gostam de sistemas políticos instáveis”, diz Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV-SP. “Uma nova mudança na presidência poderia provocar desconfiança dos investidores estrangeiros e desmotivar o investimento externo, mas apenas no curto prazo”, afirma.

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

JORGE PONTUAL É O ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO SECRETO DE TEMER



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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/jorge-pontual-e-o-assessor-de-comunicacao-secreto-do-governo-temer-por-kiko-nogueira/


Explicado, finalmente, o desastre





Gênio: Pontual já pôs máscara de cocô para dar uma notícia sobre matérias em beijos
Gênio: Pontual já pôs máscara de cocô para dar notícia sobre bactérias em beijos



Finalmente foi descoberta a identidade de quem está por trás da comunicação do governo Temer: o jornalista Jorge Pontual, da GloboNews.
Pontual é o cérebro, o deus ex machina da fenomenal operação de relações públicas de Michel. Faz todo o sentido. Você achou que era incompetência caótica, mas é tudo de caso pensado.
Temer já largou bem. Na primeira entrevista como efetivo, desdenhou das manifestações contra seu governo, reduzindo-as a “40 pessoas que quebram carro”.
Já se referiu a si próprio como “golpista sim, com muito orgulho”. Teve ministros, como Geddel Vieira Lima, que xingaram mães  nas redes sociais, enquanto outros, como Alexandre de Moraes, prometiam novidades na Lava Jato um dia antes de uma operação da PF.
Mentiu sobre jantares em cúpulas internacionais, fugiu de velórios, mandou armar bivaques em aeroportos para receber familiares de vítimas da tragédia da Chapecoense, pediu sorvete Häagen-Dazs superfaturado no avião, recuou depois da repercussão da notícia — um colosso. Vou parar por aqui porque senão ficaremos dois dias listando as ocorrências.
Enfim, o homem é um fenômeno, um Didi Mocó turbinado.
A descoberta de que Pontual é o comandante desse marketing ao contrário surpreendeu muitos analistas, mas a impressão geral é de alívio, de que agora está explicado.
Pontual é o gênio que imitou Chewbacca em seu comentário sobre a morte da atriz Carrie Fischer, a princesa Leia de “Star Wars”.
A piada causou revolta entre os fãs da saga. As pessoas normais simplesmente não riram. A reação de seus colegas de programa foi de constrangimento e uma tentativa de achar graça para não deixar o amigo numa situação tão ruim.
Bastante atuante no Twitter, Pontual começou distribuindo caneladas nos críticos e alegando que era uma homenagem ao humor de Carrie. Bloqueou geral.
Horas depois, provavelmente depois de uma conversa com instâncias superiores, mudou a conversa.
“Peço desculpas a quem se ofendeu por meu comentário de ontem sobre Carrie Fisher. Não foi minha intenção ofender nem desrespeitá-la. Lamento”, escreveu.
O jornalista Maurício Stycer lembrou em sua coluna no Uol de outras sacadas maravilhosas de JP. No Carnaval de 2015, se fantasiou de cocô para dar a notícia de que um beijo pode transmitir milhões de bactérias.
Vestiu-se de lenhador para falar do estilo “lumbersexual”. Colocou óculos escuros e dançou numa matéria sobre Psy, o autor de “Gangnam Style”.
Compensa a vocação para o humorismo com uma certa falta de inteligência. Em abril, escreveu o seguinte: “Impeachment: processo político. Não é necessário preciso provar que um crime foi cometido. Basta que o governante tenha perdido o apoio do Parlamento.”
Alertado de que a Constituição brasileira é presidencialista, saiu num pega pra capar inútil em busca de uma saída do ridículo em que ele mesmo se pôs.

É um mestre. Ele e a gestão Temer foram feitos um para o outro. Teremos um grande 2017 pela frente. Que a Força esteja com você.

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Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Gilmar Mendes fala em Estado dentro do Estado em artigo contra privilégios de procuradores e juízes



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/gilmar-mendes-fala-em-estado-dentro-do-estado-em-artigo-contra-privilegios-de-procuradores-e-juizes





Jornal GGN - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, assina artigo na Folha desta quarta (28) falando em combater o Estado dentro do Estado criado por setores do Judiciário e do Ministério Público que têm reações corporativistas "exageradas" diante da tentativa do Congresso de acabar com o chamado extrateto - salários acima do teto constituicional. Uma comissão especial do Senado revelou que há membros do MP recebendo mais de R$ 100 mil por mês, juntando todos os benefícios.
"Reiteradas vezes afirmei que o Brasil está a se transformar em uma República corporativa, em que o menor interesse contrariado gera uma reação descabida, de forma que a manutenção e conquista de benesses do Estado por parte de categorias ganham uma centralidade no debate público inimaginável em países civilizados", disse Gilmar.
"Esse tipo de prática alija o Poder Legislativo do processo decisório, tornando, assim, extremamente difícil o exercício de qualquer forma de controle sobre essas medidas", advertiu.
O magistrado também já se posicionoi em favor de outros projetos que desagradam procuradores e juízes, como uma lei contra abuso de autoridade.

Por Gilmar Mendes
Na Folha
Os pensadores que se propuseram a ensaiar explicações abrangentes sobre a formação de nosso país, de um modo ou de outro, afirmaram as características da colonização portuguesa e o ranço patrimonialista que dela herdamos.
Em seu ensaio sobre o segundo escalão do poder no Império, Antonio Candido afirma que uma das formas de ascensão social no Brasil estava na nomeação para cargo público, o que aproximava o funcionário dos donos do poder, dava-lhe amplo acesso à burocracia, propiciando-lhe, assim, proteção institucional de direitos, interesses e privilégios.
Claro que a crítica se centrava na nomeação de apaniguados, muitas vezes não habilitados para o exercício das funções públicas. A nova ordem constitucional procurou, por meio da regra do concurso público, prestigiar o mérito para a investidura no serviço.
Ocorre que isso acabou por alimentar a capacidade organizacional das categorias de servidores, situação institucional facilitadora da conquista de direitos e privilégios, muitas vezes em detrimento da maioria da sociedade civil, a qual não conta com o mesmo nível de organização.
Infelizmente, a Constituição de 1988 não encerrou esse ciclo. Conta-se que Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, costumava dizer que o constituinte foi tão generoso com o Ministério Público que o órgão deveria ver o Brasil com os olhos de uma grande nação amiga.
Na prática atual, no entanto, os altos salários, muitas vezes inaceitavelmente acima do teto constitucional, e os excessos corporativistas dos membros do Parquet e do Judiciário nos levam a enxergar a presença de um Estado dentro do Estado, obnubilando, por um lado, a divisão de tarefas entre as instituições, que deveria viabilizar o adequado funcionamento do governo, e escancarando, por outro, o crescente corporativismo que se revela a nova roupa do nosso velho patrimonialismo.
Em contexto de abalo das lideranças políticas e de irresponsabilidade fiscal, esse cenário nos levou a vivenciar fenômenos como liminares judiciais para concessão de aumento de subsídios a juízes -travestido de auxílio-moradia- e também conduziu o Congresso à aprovação de emenda constitucional que estendeu a autonomia financeira à defensoria pública, o que obviamente se fez acompanhar por pressões de diversas outras categorias para obter o mesmo tratamento.
Tais providências trazem grandes prejuízos, tanto por reduzirem drasticamente a capacidade de alocação orçamentária dos Poderes eleitos para tanto como porque sempre são adotadas em detrimento dos que necessitam de políticas publicas corajosas e eficientes.
Reiteradas vezes afirmei que o Brasil está a se transformar em uma República corporativa, em que o menor interesse contrariado gera uma reação descabida, de forma que a manutenção e conquista de benesses do Estado por parte de categorias ganham uma centralidade no debate público inimaginável em países civilizados.
A autonomia financeira que se pretende atribuir aos diversos órgãos e as reações exageradas contra quaisquer projetos que visem a disciplinar seus abusos são a nova face de nosso indigesto patrimonialismo.
Diante da realidade fiscal da nação e dos Estados, é imperioso acabarmos com vantagens e penduricalhos ilegais e indevidos concedidos sob justificativas estapafúrdias e com base nas reivindicadas autonomias financeiras e administrativas que todo e qualquer órgão pretende angariar para si.
Esse tipo de prática alija o Poder Legislativo do processo decisório, tornando, assim, extremamente difícil o exercício de qualquer forma de controle sobre essas medidas.
No momento em que encerramos um dos anos mais difíceis de nossa história recente, devemos pensar no futuro do país e de nossos filhos e netos. É hora de finalmente ousarmos construir uma sociedade civil livre e criadora e colocar freios em nosso crescente corporativismo.

Mineirinho da Odebrecht depõe na PF e a imprensa abafa, por Helena Sthephanowitz



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/mineirinho-da-odebrecht-depoe-na-pf-e-a-imprensa-abafa-por-helena-sthephanowitz





Por Helena Sthephanowitz
Aécio Neves, o Mineirinho da Odebrecht, depõe na PF e a imprensa abafa
A imprensa não estava na porta da Polícia Federal para transmitir ao vivo. Helicópteros não cobriram o trajeto do carro que levava o depoente. Não havia um batalhão de fotógrafos na entrada e na saída do suspeito. Não teve imagens do oficial de Justiça entregando a intimação e nem condução coercitiva com bonitão da PF escoltando.
No mais absoluto sigilo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG)  compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília na quinta-feira passada para prestar depoimento no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), em que o tucano é acusado pelo ex-senador Delcídio do Amaral de atrasar o envio de dados do Banco Rural à CPI para poder “apagar dados bancários comprometedores” e evitar que a apuração sobre fraudes na instituição levasse a nomes de outros políticos do PSDB. O inquérito está nas mãos do ministro Gilmar Mendes no STF. O conteúdo do depoimento, contrariando o que passou a ser prática na nossa grande imprensa, também não vazou.
De acordo com o depoimento de Delcídio, durante as investigações feitas pela CPI dos Correios, o senador Aécio Neves, então governador de Minas Gerais, “enviou emissários” para barrar quebras de sigilo de pessoas e empresas investigadas, entre elas o Banco Rural. Delcídio do Amaral, que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios em 2005, disse também que foi descoberto maquiagens em “dados comprometedores” fornecidos pelo Banco Rural para esconder relação entre o Banco e mensalão Tucano. O mensalão tucano, foi revelado durante a CPI dos Correios, em 2005. À época, Eduardo Azeredo era presidente nacional do PSDB.
Eram dados que, segundo ele, prejudicariam o ex-governador Aécio Neves, o ex-vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade (em 2002, foi sócio de Marcos Valério na SMP&B), além da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, do publicitário Marcus Valério, que utilizava suas empresas para lavagem de dinheiro em forma de publicidade para governos tucanos, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que sabia que os dados estavam sendo maquiados e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que na época era deputado pelo PSDB). Delcídio também afirmou que em relação a Aécio, “sem dúvida” o presidente nacional do PSDB recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.
Dias depois da delação de Delcídio, o jornal O Globo divulgou que documentos da CPI haviam sido deslocados do arquivo do Senado para outro setor da Casa a pedido de Aécio. A pesquisa feita pelo senador Aécio resultou num relatório que foi divulgado pelo próprio senador para contestar as acusações do ex-senador Delcídio.
Daniel Dantas apareceu...
Se de um lado, a imprensa não teve curiosidade de saber o que disse o senador Aécio Neves em depoimento à Policia Federal, também ignorou o pedido do banqueiro Daniel Dantas, pivô de uma série de casos bastante suspeitos envolvendo figuras da classe política brasileira.
Sete anos depois de bater às portas do Supremo para deixar, por duas vezes, a prisão, o banqueiro Daniel Dantas recorreu mais uma vez ao STF. Agora, o dono do Grupo Opportunity quer acesso a todos os documentos da CPI dos Correios. O ministro Gilmar Mendes que já concedeu três habeas corpus a Dantas, deferiu o pedido, autorizando que o empresário tenha acesso a todos os autos da CPI ao Senado, local onde estão guardados
O pedido de Dantas deferido por Gilmar foi protocolado no inquérito que investiga a participação do senador Aécio Neves na maquiagem de dados que foram enviados à CPI dos Correios. O inquérito está no STF, e desde outubro para avaliar se denúncia ou não o senador Aécio.
Em 2005, o banqueiro foi convocado para explicar as operações da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) com a Telecom Itália na tentativa de compra da Brasil Telecom, que mais tarde virou a Tim. A CPI dos Correios recomendou o indiciamento de Daniel Dantas por gerir de forma espúria, por meio de seu banco Opportunity, os fundos de pensão. O banqueiro só se tornou réu em 2009, na Operação Satiagraha, foi preso duas vezes, e nas duas vezes, o Gilmar Mendes que mandou soltar, agora seu acesso aos documentos da CPI
Para relembrar: governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Dantas obteve apoio político do PSDB e do PFL (o atual DEM) para participar da privatização das teles. Há o episódio do jantar dele com FHC em junho de 2002. No dia seguinte, haveria troca do comando da Previ, como desejava o banqueiro.
Daniel Dantas estava desaparecido do noticiário até julho desse ano, quando a Justiça Federal em São Paulo liberou os R$ 4,5 bilhões do Opportunity.
O dinheiro estava bloqueado há sete anos para servir de garantia à operação, que investigou crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. No entanto, todas as provas foram invalidadas e a operação acabou anulada pelo STF.
Agora é aguardar os próximos capítulos para saber o que pretende Daniel Dantas depois de ler toda papelada da CPI da qual ele participou.

Delação da Odebrech terá jornalistas, nomes do Judiciário e 800 anexos, diz ministro do STF



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http://jornalggn.com.br/noticia/delacao-da-odebrech-tera-jornalistas-nomes-do-judiciario-e-800-anexos-diz-ministro-do-stf






Jornal GGN - Um ministro do Supremo Tribunal Federal "já fez as contas" e acredita que as colaborações de 77 pessoas ligadas à Odebrecht geraram anexos ao processo da Lava Jato. "E, além de políticos e empresários, citam os nomes de membros do Judiciário e de jornalistas", informa o Conjur nesta quarta (28). O site não revelou a identidade do magistrado.
O portal lembra que a primeira delação vazada, a de Cláudio Melo Filho, "foi o bastante para estremecer o governo, levando o assessor especial do presidente Michel Temer, o advogado José Yunes, a pedir as contas, depois de ser citado pelo delator."
O trecho da delação publicado pela imprensa gerou insegurança em relação a leis e medidas provisórias aprovadas pelo governo Lula e Dilma, diz a revista eletrônica. O senador Romero Jucá, por exemplo, foi citado como articulador de uma MP para beneficiar empresas com beneficíos fiscais. Ele teria cobrado e recebido 5 milhões de reais e distribuído esses valores a aliados do PMDB.
As delações já foram entregues ao relator da Lava Jato no STF, o ministro Teori Zavascki, e aguardam as homologações.

Lava Jato já ameaça Lula com novo processo em 2017



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http://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-ja-ameaca-lula-com-novo-processo-em-2017



Relatório da Polícia Federal sobre finanças da empresa de palestras de Lula não levanta nenhuma suspeita sobre pagamentos feitos pelo Grupo Petrópolis por três eventos com a presença do ex-presidente. Mas os procuradores de Curitiba devem explorar conexão com a Odebrecht para atingir o ex-presidente

Jornal GGN - A depender dos procuradores da República liderados por Deltan Dallagnol, Lula, que foi transformado em réu cinco vezes só em 2016, sendo que três desses processos derivam da Lava Jato, pode se preparar para sua quarta acusação formal a reboque das investigações na Petrobras. Segundo reportagem do Estadão desta quarta (28), a força-tarefa já projeta para 2017 um novo inquérito, agora envolvendo o Grupo Petrópolis (fabricante da cerveja Itaipava), a Odebrecht e a LILS, a empresa de palestras do ex-presidente.
A turma de Curitiba elabora uma narrativa a partir da delação da Odebrecht para levar Lula a julgamento diante de Sergio Moro pela terceira vez. A tese em contrução sustenta que o Grupo Petrópolis, que pagou por três palestras do ex-presidente, teria recebido dinheiro da Odebrecht. A única sentença supostamente alarmante no texto do Estadão é a que informa que a empreiteira construiu a fábrica da Itaipava inaugurada na Bahia, em 2013, com presença do ex-presidente, contratado para estar lá.
O curioso é que, dessa vez, a ameaça dos procuradores vem acompanhada de um relatório da Polícia Federal sobre a situação financeira da LILS que não tem qualquer ressalva sobre os pagamentos feitos a Lula pelo Grupo Petrópolis serem suspeitos. A única conexão feita pela Lava Jato para envolver Lula nessa trama foi a compra de um banco estrangeiro pela Odebrecht e o Grupo Petrópolis, onde a empreiteira admitiu ter contas utilizadas pelo departamento de propina interno. E, como a Odebrecht é colada a Lula pela Lava Jato...
Outro ponto curioso é que, em meados de 2015, o lance da força-tarefa com o Grupo Petrópolis era outro. Com o objetivo de desgatar o governo Dilma Rousseff, os procuradores lançaram suspeitas na mídia sobre o fato de a empresa ter sido a quarta maior doadora da campanha da presidente derrubada através de um processo de impeachment questionável e impulsionado pela Lava Jato. (Leia mais).
Àquela época, a Lava Jato afirmava que Julio Camargo, ex-executivo da Toyol Setal, teria dito que enviou 15 milhões de dólares do esquema na Petrobras para uma offshore no Uruguai. Desse montante, 3 milhões de dólares teriam sido enviados a uma conta de Walter Faria, dono do Grupo Petropolis, na Suíça. Mais de um ano se passou desde a publicação de IstoÉ sobre o assunto, e só em 2017, segundo o Estadão, é que o Grupo Petrópolis virará alvo preferencial da força-tarefa.
Agora, a força-tarefa insinua que a cervejaria e a Odebrecht compartilhavam uma conta secreta abastecida com recursos ilícitos e que isso levantaria suspeitas sobre os pagamentos feitos pelas palestras de Lula, que totalizam R$ 1,5 milhão. O relatório da Polícia Federal anexado na reportagem do Estadão não nega que o ex-presidente, de fato, executou o serviço contratado.
Desviando as atenções
O foco da Lava Jato de Curitiba no ex-presidente, usando a delação bomba da Odebrecht, poderá criar outro efeito no noticiário: o de minimizar o protagonismo da Procuradoria Geral da República, que trabalha com as delações envolvendo políticos, cetrando os holofotes em Lula mais uma vez.
À PGR, a expectativa é de que os delatores tenham contado como a Odebrecht utilizava "empresas dos donos da Itaipava para distribuir dinheiro a políticos por meio de doações eleitorais e entregas de dinheiro vivo. Um dos pontos são os depósitos de cerca de R$ 100 milhões pela Odebrecht em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) – banco que antecedeu o Meinl Bank. Os delatores prometeram entregar aos investigadores planilhas das contribuições eleitorais executadas pelo Grupo Petrópolis e os documentos relacionados ao controle da movimentação real/dólar entre as contas das empresas."
Esse mesmo parágrafo é usado pelo Estadão numa reportagem do dia 16 de dezembro. O jornal omitiu, contudo, o que vinha na sequência ao noticiar a ameaça de novo processo contra Lula: que entre os políticos que receberam dinheiro do Grupo Petropolis "por conta e ordem da Odebrecht" estão Aécio Neves (PSDB), Ciro Nogueira (PP), Arthur Virgílio (PSDB), Heráclito Fortes (PSB), entre outros que estão no PT, PMDB, PV, DEM, PTC, PSDC, PPS e PSOL.
Abaixo, a nota do advogado Cristiano Zanin Martins à Folha:
“O constante vazamento de dados relativos às atividades privadas do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostra a ausência de um juiz que se preocupe com as garantias fundamentais das pessoas que foram eleitas como alvo na Operação Lava Jato.
Todas as palestras realizadas por Lula têm origem em contratos privados firmados com a empresa LILS Palestras e Eventos Ltda, criada pelo ex-Presidente para essa finalidade, em sociedade com o Sr. Paulo Okamoto. Esses contratos têm objeto lícito e os impostos foram recolhidos. Tais palestras foram feitas com o mesmo valor de referência e nas mesmas condições, para mais de 40 empresas de setores e países diversos.
A Lava Jato não deixa, portanto, dúvida de que o seu atual objetivo é o de perseguir Lula, eleito inimigo político pelas autoridades envolvidas. Há inúmeros procedimentos investigatórios abertos – como esse – sem qualquer materialidade, com a única intenção de promover o desgaste da reputação e da imagem do ex- Presidente, tática do fenômeno reconhecido internacionalmente como ‘lawfare’."