segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Quanto mais terra arrasada a Lava Jato promover, melhor para Marina, Ciro, PSol e Bolsonaro. Por Aldo Fornazieri



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Ele
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Publicado no JornalGGN.
POR ALDO FORNAZIERI, professor da Escola de Sociologia e Política

Num uso indébito e livre do título do brilhante livro de Paulo Sérgio Pinheiro quer-se aqui apenas levantar algumas reflexões acerca das estratégias de partidos e atores tendo como perspectiva as eleições de 2018 e em face do colapsado governo Temer. As estratégias da ilusão se desenvolvem em meio às enormes incertezas acerca do cenário político e econômica, sobre os escombros de um sistema político deslegitimado, sobre os sobressaltos e as imponderabilidades da Lava Jato e sobre um quase total desencanto da sociedade com os partidos e os políticos. A imponderabilidade da Lava Jato tem duas dimensões: não se sabe tudo os que os procuradores, policiais federais e juízes sabem e não se sabe o que eles irão fazer com aquilo que eles sabem. O fato é que os operadores da Lava Jato vêm manipulando as informações, ampliando o seu poder, agindo orientados por determinados interesses políticos e corporativos que não se fazem claros nem na luz do dia e menos nas sombras da noite.
Há que se reconhecer que não é fácil construir estratégias quando se está com a corda no pescoço, quando não está em jogo apenas a sobrevivência política, mas a continuidade da vida fora das cadeias. Mas esse ambiente de escombros e de erosões não justifica a persistência em erros das forças progressistas, as estratégias da ilusão, o autoengano, a caminhada para o matadouro. Para a análise política não é tarefa fácil divisar quais atores estão construindo quais estratégias. Desta forma, as análises assumem um caráter mais exploratório, prospectivo e até mesmo especulativo.

As estratégias tendo em vista 2018 tomam como ponto de referência a conjuntura e o atual governo e como ponto de chegada a ideia de candidaturas presidenciais. A primeira tarefa consiste em perceber quais tipologias possíveis se vislumbram nos atores que, de uma forma ou de outra, tentam definir estratégias. À primeira vista se vislumbram dois tipos de atores: os que estão dentro da crise e os que estão fora da crise. Dentro da crise estão o PT e Lula, o PMDB e suas principais lideranças, o PSDB e Aécio, Serra e Alckmin, o DEM e os partidos que constituem o chamado centrão. Dentre os atores que mais contam, que estão fora da crise, estão Marina Silva, o PSol, Ciro Gomes e Bolsonaro. Claro que podem surgir novos atores que estão fora da crise, a exemplo de empresários, juízes etc., que queriam jogar o jogo de uma candidatura.
Todos esses atores – tanto os que estão dentro da crise quanto aqueles que estão fora da crise – têm algo em comum. Todos eles têm o golpe como fato consumado e, por diferentes motivos, eles desejam que o governo Temer chegue até o final em 2018, mas com diferentes expectativas sobre a sua evolução e o seu resultado. Este juízo parece até mesmo espantoso, principalmente quando se pensa no campo dos partidos que se opuseram ao golpe. Mas o fato é que se for analisado a fundo o que esses partidos fazem ou propõem em termos de saída para a crise chega a ser relativamente fácil perceber que eles não apresentam alternativas por darem como suposto que a lógica é a persistência do governo Temer até o fim. Assim, Temer só sairá do governo se for destroçado pelo imponderável, que ainda não conhecemos.
O jogo dos atores que estão dentro da crise
O PSDB é o partido melhor posicionado dentre os atores que jogam dentro da crise. Foi o menos atingido pela Lava Jato, colheu boa vitória nas eleições municipais, mas está inapelavelmente dividido e não sabe muito bem o que fazer com o governo Temer. Chegou a ensaiar um desembarque com uma possível aposta no próprio fim do governo, mas, aparentemente, desistiu. Assim, tem-se que, de um lado, Aécio e Serra querem o governo tutelado pelo PSDB na perspectiva de que uma possível retomada da economia em 2018 seria mais atribuída ao partido do que a Temer. Já, Alckmin, quer a manutenção de Temer, mas com uma devida distância regulamentar capaz de impedir que se o governo naufragar mais ainda leve junto o PSDB.
Os tucanos caminham para uma divisão irremediável na caminhada para 2018. Serra e Aécio já se acertaram: o primeiro seria candidato ao governo de São Paulo e o segundo a presidente. Alckmin não concorda com nenhuma das duas candidaturas. Poderá resvalar para o PSB e constituir um novo pólo de poder. O DEM, embora insinue apresentar-se como alternativa, deverá ser coadjuvante de Aécio ou de Alckmin. O mesmo acontecerá com os partidos do centrão.
Por estar mais preocupado em ficar no poder e viver fora das cadeias, o PMDB se encaminha para ter, mais uma vez, um papel de coadjuvante em 2018. Temer não se mostra capaz de constituir uma alternativa de poder. Esta circunstância o enfraquecerá ainda mais e tenderá a ter crescentes defecções em sua base no Congresso. As denúncias da Lava Jato tendem a expurgar o núcleo duro, tanto do governo, quanto dos atuais ocupantes de cargos importantes na Câmara e no Senado. Temer caminha para viver a solidão dos palácios, uma figura decorativa do seu próprio cargo, um menestrel da insipidez, um paciente da rejeição.
O PT e Lula, por sua vez, estão dentre os mais empenhados na construção da uma estratégia da ilusão. Têm uma única saída, uma única bala de prata, que é o próprio Lula. Se a rejeição ao PT é severa, Lula também é altamente rejeitado, mas continua sendo muito amado, como mostram as pesquisas. Aqui está a ilusão, pois a estratégia é puro risco, até mesmo autista. Lula continua sendo vítima de uma guerra sem quartel por parte de Moro e de outros setores do Judiciário. Defende-se sozinho, pois o PT não consegue defender ninguém. Não há nenhuma certeza de que Lula tenha condições político-jurídicas para ser candidato. E, se as tiver, será preciso avaliar a conveniência história e biográfica de sê-lo. A estratégia da ilusão petista está proporcionando um jogo de acomodações internas, à ausência de um ajuste de contas com a sociedade, a um esgotamento de qualquer energia renovadora.
O PT quer que o governo Temer continue, mas num persistente processo de erosão da pouca credibilidade que ainda lhe resta, que continue sem capacidade de reagir. A crença é a de que tudo o que é negativo no governo Temer se transforme em positivo para o PT, esquecendo-se que empresários, tipos como Dória, outsiders, Bolsonaros têm mais chances de se mostrarem viáveis. Na estratégia petista, acredita-se que sobre a derrocada do governo Temer, Lula faria ressuscitar os “mortos”, vingaria os deserdados e restabeleceria o reino que teve o percurso interrompido com o afastamento de Dilma.
Não se pode descartar a possibilidade de que os atores que jogam dentro da crise busquem um pacto de transição, com a manutenção de Temer, anistia ao caixa 2,  atenuação da Lava Jato e garantia da candidatura de Lula. O governador Flávio Dino (PC do B) defende de forma explícita este pacto. Tratar-se-ia e de salvar o atual sistema político para reformá-lo depois. Não é ainda possível prever quais as reações sociais e as consequências políticas de tal pacto.
O jogo dos atores que estão fora da crise
Quanto mais degradado estiver o governo Temer, quanto mais terra arrasada a Lava Jato promova no PT, no PMDB e no PSDB, melhor para Marina, Ciro, PSol e Bolsonaro. A viabilidade de um deles ou de um outsider será mais efetiva quanto mais os partidos da crise e o governo Temer se afundarem. Mais  realistas, Ciro e Bolsonarno representam o inverso um  do outro. Ciro é a potência e a válvula de escape do campo democrático e progressista. Bolsonaro representa a mesma perspectiva para o campo da direita, desencantado com o centro corrupto e com o liberalismo de faz-de-conta. Em termos retóricos, ambos são jacobinos. Ciro, de centro-esquerda; Bolsonaro, de direita.
Marina e o PSol são estratégias da ilusão. Marina acredita que a derrocada do sistema político conferirá vez às figuras e às retóricas santificadas, à linguagem sublime da nova política higienizada dos pecados da velha política. Para que esta salvação chegue, bastaria ter a conduta de recolhimento no silencioso claustro, não se expondo ao pecaminoso contágio da perniciosa crise. O PSol, o mais aguerrido combatente do golpe, reza silenciosamente para que o golpe não acabe e para que a Lava Jato continue promovendo expurgos e encarceramentos no sistema político e empresarial do país. Quanto mais isto aconteça, mais o sol tende a brilhar em 2018 e no futuro. Acredita-se de que muito do que foi PT ontem fixará novas esperanças na luminosidade do sol brilhante. O PSol alimenta a mesma ilusão do PT.
Entre Lula, Ciro, Marina e o PSol flutuará uma massa de desencantados, dos que buscam uma alternativa programática e ética, de cansados com a superficialidade e o eleitoralismo das esquerdas. Esses indivíduos, intelectuais, estudantes e ativistas sociais, em que pesem proporem uma unidade com pluralidade, sabem que isto não ocorrerá por conta do autocentrismo dos partidos e dos possíveis candidatos. Sabem também que a tendência é colher uma nova derrota. Sem ilusões, sabem também que não resta outra saída a não ser um árduo e recorrente trabalho de Sísifo, seja para evitar uma derrocada final ou para manter as precárias posições conquistadas.

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2016 pode acabar: Roberto Carlos voltou a dizer “inferno”. Por Kiko Nogueira



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Roberto e Marisa Monte
Roberto e Marisa Monte



Nada simboliza melhor 2016 do que Roberto Carlos voltar a falar a palavra “inferno” sem que um raio caia sobre seu implante.
“Não me lembro mais quando foi a última vez que cantei essa música. Faz muito tempo, realmente. De repente os amigos insistiram e comecei a tratar o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)”, disse em seu especial.
“Melhorei um pouco e ensaiei cantando pela metade, mas aí tratei mais um pouco e resolvi cantar tudo”.
E aí mandou ver “Quero que Vá Tudo pro Inferno”, clássico de 1965 que havia sumido de seu repertório desde os anos 80.

Justin Bieber já anunciou sua aposentadoria, mas Roberto continua firme numa atração que jamais sairá do ar enquanto o sol nascer.
O programa é símbolo da ressaca do Natal e de como não há nada de novo sob o sol, como já assegura o Eclesiastes há bem mais tempo que Roberto.
É como assistir ao mesmo funeral em praça pública. Um cantor de 74 anos fazendo o de sempre, cantando as mesmas coisas de sempre, para um público que diminui. E com a exposição de suas manias.
Marisa Monte apareceu para interpretar “De que Vale Tudo Isso” e “Ainda Bem”. Caetano e Gil foram de “Coração Vagabundo” e “Marina”.
Teve ainda Zeca Pagodinho, Jennifer Lopez e Rafa Gomes, uma certa cantora-mirim que surgiu no “The Voice Kids” e que daqui a pouco provavelmente voltará ao anonimato.
RC é uma espécie de Norma Desmond, a ex-estrela do cinema mudo de “Crepúsculo dos Deuses” que tinha um chimpanzé para lhe fazer companhia e vivia num mundo à parte. “Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos”, dizia ela em sua piração decadente.
A coisa é tão triste que o grande momento é ele voltar a dizer uma expressão em desuso desde 1970. Pronto. As instituições estão funcionando.
Uma sugestão para mudar essa rotina seria ele anunciar sua aposentadoria. Como isso não vai ocorrer, o programa vai minguar lentamente até que o último chimpanzé se lembre de que tem mais o que fazer e desligue a televisão.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Joralista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


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Se administrar o ritmo dos pacotes de seus donos, Temer pode terminar o mandato. Por Donato



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Eles
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O filósofo e cientista político Marcos Nobre concedeu uma entrevista ao El País, veiculada no último domingo, na qual versa por vários ângulos sobre o governo Temer e sua iminente derrocada.
Preciso e certeiro como de costume, Nobre já havia cravado lá em 2015: “O impeachment, do ponto de vista do sistema político, é uma estratégia de autodefesa contra a Lava Jato. Esse é o objetivo.” Hoje ninguém mais duvida da intenção original.
Agora, o cientista político transita pela importância da disputa da presidência da Câmara num cenário de ‘salve-se quem puder’, acredita que sem o PSDB o governo Temer afundará pois tanto ele quanto seu PMDB não sabem ser outra coisa além de base, mas não faz um prognóstico em vista do racha interno no ninho tucano.
Alckmin é (está) forte mas está em minoria contra Serra e Aécio. Afirma que Lula permanece um nome com grandes possibilidades de eleição, mas seu futuro incerto devido ao mar de acusações transforma-o num curinga fora do baralho momentaneamente.

Ele é da opinião (acertada mais uma vez a meu ver) de que a esquerda está sem agenda, sem pauta, nem projeto e em suspensão no aguardo pelo desfecho de Lula. O país assim, continua ‘sem horizonte’, como gosta de dizer.
“A política, como funcionou desde 1994, não existe mais. Os polos coordenadores (PT e PSDB) estão fraturados e o centro, que sempre foi responsável por apoio parlamentar e conquista de votos, está desnorteado com a Lava Jato. Ninguém sabe até onde ela vai e nem quanto ela acaba”, disse Marcos Nobre.
Se a Lava Jato teve início com um propósito bem definido, os efeitos da operação ainda não são mensuráveis nem estão mais sob controle. O juiz Sergio Moro quer dar linha na pipa — vem sinalizando que gostaria de se mudar para os Estados Unidos no próximo ano — e Nobre vê perigo caso o Supremo Tribunal Federal não esteja preparado para receber a avalanche que ainda está por vir.
“O STF terá problemas pela frente. No momento em que a Corte e as instâncias superiores foram concordando com os procedimentos controversos da Lava Jato, passaram a mensagem de que esse procedimento vale lá também. Como o STF vai fazer para julgar tudo o que vai chegar lá no ano que vem? O risco é que o sentimento de insatisfação que virou contra o Renan, que pode virar contra o Temer, também pode virar contra o STF (…) Acho que o STF vai receber uma bola de Curitiba que não está preparado para lidar.”
Marcos Nobre não é mensageiro do apocalipse, apenas um excelente observador. O que talvez tenha sido pouco — ou nada — abordado na entrevista é uma análise de como o empresariado (o verdadeiro patrocinador do golpe) irá receber a ideia de derrubar Temer.
O ex-vice-decorativo vem se empenhando em atender os interesses e acordos feitos previamente com a turma do patronato.
As medidas que arrocham o trabalhador, que cassarão direitos, que irão esfolar a pele do povo e obrigá-lo a trabalhar por mais tempo, ganhando menos e pagando mais, vão ser aprovadas a toque de caixa. A própria PEC do teto de gastos nada mais é do que um terrorismo para empurrar as demais medidas goela abaixo e manter o Brasil na condição de paraíso dos banqueiros e demais rentistas.
O empresariado tem outro nome majoritariamente aceito para substituir o pai de Michelzinho? Se administrar bem o ritmo dos pacotes pró-patrão, Temer pode chegar ao fim do mandato?

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Jornalista, escritor e fotógrafo nascido em São Paulo.

As ruas X os ratos: com 8% de aprovação, Temer tem 88% de adesão na Câmara dos Deputados. Por Kiko Nogueira



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Eles
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Um dos mantras abjetos de Michel Temer tem sido sua elegia da impopularidade. Segundo a ultima pesquisa Vox Populi, encomendada pela CUT, seu índice de aprovação caiu a 8%, um recorde histórico.
Nizan Guanaes, numa reunião no Planalto do tal Conselhão, sugeriu que ele aproveitasse esse detalhe para tomar “medidas amargas” (não para Nizan e seus pares, naturalmente).
“Ninguém faz coisas contundentes com alta popularidade”, afirmou o publicitário, num discurso passivo agressivo maluco em que só faltou chamar MT de — perdoe meu francês — bosta.
Michel, como um pato pateta, repete essa ladainha. “Estou aproveitando a suposta impopularidade para tomar medidas impopulares”, falou no mesmo dia em que anunciou que, infelizmente, não vai renunciar.
Essa inversão da lógica de uma democracia não vai salvá-lo porque, fora tudo, Temer não tem projeto nem para atender seus sócios. É um governo de desmonte das gestões anteriores e de salvação de seus próprios membros da cadeia.
O símbolo do descompasso de Michel com as ruas é que o único lugar onde ele é reconhecido é no lupanar da Câmara dos Deputados.
Segundo o Estadão Dados, Temer termina o ano com “a maior taxa de governismo já registrada na história recente” do local.
A adesão ao governo “é praticamente unânime na base aliada”, somos informados. “O PMDB, por exemplo, que tem a maior bancada da Casa, registra uma taxa de apoio a Temer de 97% – a mesma do PSDB, que tem o terceiro maior número de deputados.”
De acordo com Ivan Fernandes, professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC), a “alta coesão e governismo dos partidos corroboram a tese de que nosso sistema de governo é muito mais parecido com o parlamentarismo do que se imagina”.
Temer é popularíssimo no seio do que alguém chamou de sindicato de ladrões.
Na época do impeachment, dos 513 deputados federais inscritos para a votação que decidiu sobre a abertura do processo, 298 haviam sido condenados ou respondiam a processos na Justiça ou em Tribunais de Contas, dizia levantamento da ONG Transparência Brasil. Destes, 23 são investigados na Lava Jato.
O fato de MT ser querido entre vagabundos engravatados dá uma outra perspectiva sobre a crítica à inabilidade de Dilma em tratar com essa gente fina.
Michel foi vendido como o oposto de Dilma: um grande articulador, um Richelieu, animal político etc etc.
O que se viu, quando ele saiu do escuro, foi um anão acostumado a agir nas sombras em favor de sua turma, o que inclui mandar seu advogado receber malas de dinheiro vivo no escritório ou pressionar ministros para liberar prédios com apartamentos de outros ministros.
Michel, com sua falta de carisma e de pescoço, suas platitudes, sua agenda sem agenda, incorpora a contradição do sistema. A única maneira de diminuir o abismo entre a vontade das ruas e a do Congresso é a convocação de eleições diretas em 2017.

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


É FÁCIL ENTENDER POR QUE NÃO HÁ PANELAÇOS CONTRA TEMER




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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/e-facil-entender-por-que-nao-ha-panelacos-contra-temer-por-paulo-nogueira/



Eles só voltarão quando — e se — o PT voltar ao poder



Palhaço?
Palhaço


Uma das queixas mais frequentes entre os simpatizantes de Dilma é esta: onde foram parar as panelas?
A cada denúncia de corrupção, a questão reaparece nas redes sociais: e aquele pessoal que batia panela o tempo todo?
Pois bem.

Houve nas redes sociais registros de panelas no pronunciamento de Temer no Natal.
Mas nada comparável aos panelaços de antigamente.
Que houve com elas, as panelas? O fato é que elas já não são as mesmas.
Os panelaços eram não exatamente contra a corrupção. Eram contra o PT e Dilma. Por isso sumiram.
Qualquer coisa servia de pretexto para ir para a janela do apartamento com uma panela. Os tolos estavam sendo manipulados, mas pensavam estar fazendo história.
Era uma atitude que para sempre estará vinculada a uma classe média reacionária e visceralmente analfabeta política.
É um tipo de gente que aceita corrupção nos outros, e até em si própria. Mas no PT qualquer boato, qualquer suspeita de corrupção é um horror de proporções ciclópicas.
Outra diferença vital entre as panelas está na mídia.
A imprensa decide a repercussão que vai dar a qualquer manifestação. O jornalismo de guerra dá volume máximo para protestos contra o PT, e mínimo ou nenhum para os outros.
Ainda que houvesse uma adesão maciça às panelas na fala televisiva de Temer, isto não teria sido notícia.
Há panelas e há panelas. Aquelas que vinham envoltas em xingamentos contra Dilma e o PT só sairão das cozinhas quando — e se — o PT voltar ao poder.
Até lá, pode esquecer.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.