segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Ciro Gomes ao DCM: “Temer é um calhorda e um trambolho no meio do golpe”


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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/ciro-gomes-ao-dcm-temer-e-um-calhorda-e-um-trambolho-no-meio-do-golpe/


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Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Lula deve boa parte de seu desempenho no Datafolha a Temer e Moro. Por Kiko Nogueira



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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/lula-deve-boa-parte-de-seu-desempenho-no-datafolha-a-temer-e-moro-por-kiko-nogueira/



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Ele
Ele


Lula deve muito a Michel Temer e a Sérgio Moro pelo desempenho no último Datafolha.
Ao primeiro, por razões óbvias: MT é um fracasso completo em todas as áreas, um desastre ambulante que não entregou a rapadura do golpe e cujo horizonte político é tenebroso.
Fisiológico e acostumado a operar nas sombras, foi um pau mandado pago para destruir, em tempo recorde, a obra dos governos anteriores. Ficou claro que nunca teve projeto algum.
Lula sempre teve.
Sob um massacre, Lula foi de 17% em março até os 25% de hoje, isolado na liderança no primeiro turno.
Megadelatado, Aécio Neves, o Lacerda das Alterosas, saiu de 19% para os atuais 11%. Serra tem 9%, empatado com Jair Bolsonaro.
Marina Silva seria a única capaz de vencer Lula no segundo turno: 43% contra 34%. Mas sua curva é descendente. Em março, tinha 21% das intenções de voto no primeiro turno, que viraram 15%. Tendência de queda.
Marina foi vista pela última vez apoiando o impeachment. Está desaparecida. Não pode ficar assim para sempre, e esse é seu problema.
A Lava Jato fortaleceu Lula, que assumiu uma postura combativa desde o primeiro tiro. Mais de dois anos após iniciadas as investigações, o que Moro e seus homens produziram foi uma tentativa malfadada de colocar Lula no centro de uma “organização criminosa”, a tal orcrim, e fazer uma conta de chegada.
O ápice da cruzada fascistoide de Deltan Dallagnol e seus cometas foi um powerpoint ridicularizado até por membros da igrejinha.
Visto sob a perspectiva da delação de Cláudio Melo Filho, da Odebrecht, que mostra a cúpula do PMDB em seu esplendor, o datashow de Dallagnol fica ainda mais ridículo.
Moro dá sinais evidentes de fadiga de material. Foi obrigado a explicar sua foto com Aécio numa festa da Istoé coalhada de corruptos.
Bateu boca novamente com o advogado de Lula, Juarez Cirino dos Santos, em audiência na segunda, dia 12.
De acordo com o Globo, depois de acusar Cirino de ser “incoveniente”, gritou: “Já foi indeferida sua questão. Já está registrada e o senhor respeite o juízo!”
Se Lula está assim com uma condução coercitiva, imagine-se se Moro decretar sua prisão. No cenário de destruição do estado policialesco que vivemos, Lula vai surgindo como o que seus inimigos jamais esperaram: o pacificador.
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A pergunta de um site alemão sobre a foto Moro-Aécio mostra a miséria da imprensa brasileira. Por Paulo Nogueira



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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-pergunta-a-moro-sobre-a-foto-com-aecio-feita-por-um-site-alemao-mostra-o-quanto-a-imprensa-brasileira-e-pequena-por-paulo-nogueira/


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Milagre.


Alguém fez uma pergunta séria para Moro. Questionaram-no sobre a infame foto na qual aparece com Aécio numa festa da IstoÉ.
A imagem viralizou e provocou indignação em todos os que não idolatram Moro. Aquilo não era uma conduta digna de um juiz.
A pergunta era óbvia. Qualquer jornalista a faria na primeira chance, diante da repercussão da fotografia.
Mas não um jornalista brasileiro.
Moro é completamente blindado contra assuntos inconvenientes pelos repórteres das grandes companhias jornalísticas. Eles sabem que seus patrões não vão gostar de vê-lo de alguma forma constrangido.
Isso significa que a pergunta só poderia ter sido feita pela mídia de fora. E foi o que aconteceu. Foi o site alemão DW que aproveitou a ida de Moro à Alemanha para uma palestra para tocar no caso.
Só assim os brasileiros ficaram sabendo que Moro admitiu que a foto foi “infeliz”. Ele acrescentou uma justificativa oca e tola: era uma festa pública e Aécio não é investigado pela Lava Jato.
Mas admitiu a infelicidade da foto.
A explicação não se sustenta. Aécio não é ainda investigado, mas sobre ele recaem massivas suspeitas. Fora isso, é líder de um partido amplamente considerado como favorecido por Moro. Na plateia da palestra, manifestantes anti-Moro brandiam cartazes em que o acusavam de ser um “juiz do PSDB e da TV Globo”.
Moro parece não ter noção de que a um juiz não basta ser isento. Ele tem que parecer isento. Moro, ao contrário, parece estar empenhado em mostrar, ou até provar, que tem um lado.
Sua tendenciosidade é ao mesmo tempo ostensiva e impune. Até Lula e seus advogados partirem para um confronto que já deveria ter-se iniciado há tempos, ninguém jamais cobrou decoro de Moro.
A mídia tem um papel vital nisso. É cúmplice. É inteiramente chapa branca com ele.
Exatamente por isso uma pergunta tão óbvia como a que tratou da foto com Aécio jamais seria feita por jornais e revistas brasileiros. O jornalismo de guerra protege seus soldados, mesmo que à custa da verdade.
Devemos a um site alemão a primeira pergunta de verdade feita a Moro.
E agradecemos. Foi uma grande pergunta que nos fez lembrar o quanto a imprensa brasileira é pequena.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

EM PLENA “DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO” MORO NÃO TEM MAIS O QUE FAZER ALÉM DE FUTRICAR



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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/em-plena-delacao-do-fim-do-mundo-moro-nao-tem-mais-o-que-fazer-alem-de-futricar-sobre-o-triplex-por-paulo-nogueira/



A fixação maluca de Moro por Lula





Fixação por Lula e falta de prioridade
Fixação por Lula e falta de prioridade



Escuta. Eu só queria saber uma coisa: Moro não tem mais o que fazer além de fuçar interminavelmente no triplex do Guarujá?
Acabo de ver um vídeo — mais um, aliás — em que Moro e os advogados de Lula batem boca em torno exatamente do triplex.
O desentendimento veio no curso do depoimento de uma testemunha de acusação — mais uma, aliás — que não disse nada, rigorosamente nada, que afetasse Lula.
Mas não foi a briga que me chamou a atenção.
Foi Moro. Foi sua maneira de administrar seu tempo e suas prioridades.
Não sou especialista no ofício de juízes de primeira instância como ele.
Mas me pergunto: Brasília em chamas por conta da chamada “delação do fim do mundo” e Moro entretido com um apartamento que é zero, ou menos que zero, se comparado a uma só linha da delação do executivo da Odebrechet?
Existe uma coisa, na vida profissional de qualquer pessoa, chamada prioridade.
Um jornalista, por exemplo. Se está cuidando de um assunto irrelevante e estoura um escândalo de grandes proporções, ele imediatamente se desloca para a cobertura que realmente importa.
Se o jornalista é chefe da redação, o resto vira nada diante de um fato novo espetacular.
Ora. Moro comanda a Lava Jato. Aparece uma delação em que o presidente da república é citado 43 vezes em situações chocantemente corruptas e ele gasta seu tempo — e o dinheiro público — interrogando uma testemunha que vai levá-lo do nada a lugar nenhum?
Moro tem chefe? Imagino que sim. Onde está esse pretenso chefe para dizer a ele: “Vai cuidar do que interessa, amigo”?
No mundo corporativo, onde militei mais de 30 anos, funcionário sem senso de prioridade tinha vida curta. Logo era demitido. Vê a árvore e não a floresta.
Mas Moro está aí, enchendo a nossa paciência com irrelevâncias enquanto o país é chacoalhado pela “delação do fim do mundo” — apenas no primeiro depoimento de mais de 70 programados.
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Paulo Nogueira
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O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Janot oferece primeira denúncia contra Renan Calheiros na Lava Jato



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http://jornalggn.com.br/noticia/janot-oferece-primeira-denuncia-contra-renan-calheiros-na-lava-jato





Jornal GGN - Menos de uma semana após ser protagonista de uma crise com o Supremo Tribunal Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB) é denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelos crimes de lavragem de dinheiro e corrupção ativa na Lava Jato. A propina recebida por Renan no esquema da Petrobras, segundo a acusação é a ordem de R$ 800 mil.
Segundo a peça de acusação divulgada nesta segunda (12), a propina de Renan foi paga por meio de doações da empreiteira Serveng. O deputado Aníbal Gomes foi denunciado junto com o senador. Em troca, os dois teriam apoiado Paulo Roberto Costa para uma diretoria na estatal de petróleo. Janot demandou a perda das funções públicas dos dois parlamentares.
"A Lava Jato identificou duas doações oficiais ao PMDB, nos valores de R$ 500 mil e R$ 300 mil em 2010, operacionalizadas por um diretor comercial da Serveng, também denunciado. A denúncia aponta ainda que esses valores seguiram do Diretório Nacional do PMDB para o Comitê Financeiro do PMDB/AL e deste para Renan, mediante diversas operações fracionadas, como estratégia de lavagem de dinheiro."
Essa é a primeira denúncia da Lava Jato contra Renan. Ele é alvo de outros 10 inquéritos. Além disso, atualmente, é réu no Supremo por desvio de dinheiro, envolvendo a empreiteira Mendes Júnior. A empresa teria bancado despesas pessoais jornalista Monica Veloso, amante do senador, em troca de apoio para apresentar emendas em benefício da empreiteira.

Congresso e Presidência não têm moral para impor mais austeridade ao Povo, por Roberto Requião


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http://jornalggn.com.br/noticia/congresso-e-presidencia-nao-tem-moral-para-impor-mais-austeridade-ao-povo-por-roberto-requiao




Congresso e Presidência não têm moral para impor pela goela mais austeridade do Povo, dos aposentados e trabalhadores
por Roberto Requião
Mais uma vez, em outra grave circunstância da vida nacional, não pretendo me ater aos salamaleques da boa convivência, aos rapapés e mesuras que o cerimonial recomenda.   
Nem por isso, considero-me um lírio no pântano, um homem sem pecados. Longe de mim a pretensão à santidade.
No entanto, senhoras e senhores, não dá para entrar nesta Casa, subir à tribuna e discursar como se nada aconteceu. Não dá para vir aqui e votar uma emenda constitucional que beneficia tão-somente o mercado financeiro e ferra canalhamente os brasileiros sem que se levantem suspeitas sobre nós.
As mesmas suspeitas com que o delator da Odebrecht carimbou a aprovação de algumas Medidas Provisórias neste plenário.
Como é possível, senhoras senadores, senhores senadores, como é possível que, depois das revelações que há dias inundam o noticiário, venhamos aqui e votemos favoravelmente à PEC 55, cem por cento dirigida a beneficiar os donos da dívida pública e prejudicar os cidadãos comuns?
Como é possível, senhoras senadoras, senhores senadores, como é possível depois da detalhada denúncia do operador da Odebrecht no Congresso, como é possível aprovar a securitização das dívidas de estados e municípios, também uma medida ajustada aos interesses do mercado financeiro?
Como é possível, depois do testemunho do senhor Cláudio Melo Filho sobre os jabutis apensados às Medidas Provisórias, jabutis gordamente remunerados, como é possível votar a favor de uma reforma da Previdência elaborada a quatro mãos com os bancos e com a previdência privada e que, como a PEC 55, sacrifica obscenamente os trabalhadores?
Cui prodest?
A quem interessa a PEC 55, a reforma da Previdências e a securitização da dívida pública?
Quem é que pode garantir que não se reproduza aqui o mesmo processo corrompido que pendurou esses quelônios nas Medidas Provisórias?
Esta Casa se lembra, e se lembra muito bem, das tantas e tantas vezes que debatemos aqui Medidas Provisórias contaminadas por emendas escandalosas, vergonhosas, malcheirosas.
De novo, senadoras e senadores bem-intencionados, corretos não estão sendo usados pelos Justiça, pelos Índio, pelos Caju, pelos Caranguejo, pelos Mineirinho, pelos Kafta?
"As doações promoviam a privatização do Congresso", declarou o primeiro dos 77 delatores da Odebrecht. "As doações promoviam a privatização do Congresso"!
O que vão declarar os 76 delatores restantes? Quantos codinomes ridículos ainda vamos ficar conhecendo?
Os argumentos para que aprovemos a PEC 55, a securitização das dívidas e a reforma da Previdências são os mesmos argumentos usados para que aprovássemos as jabotas dependuradas nas MPs e nos projetos de lei que beneficiaram à larga as empreiteiras, os bancos, as petrolíferas multinacionais.
E sempre, e sempre e sempre os tais dos interesses nacionais, o tal do bem-estar do povo, o bem do Brasil, o tal do desenvolvimento como pretextos para a aprovação da maracutaia.
Hoje pela manhã, com o faço amiúde, fiz um a pesquisa entre as dezenas de milhares de brasileiros que me seguem no twitter. Queria saber o grau de confiança desses brasileiros no Parlamento.
 A resposta foi arrasadora, deprimente: cem por cento (100%) dos consultados disseram não confiar no Congresso Nacional.
Qualquer pesquisa feita nesta segunda-feira, depois das revelações parciais do primeiro dos 77 delatores da Odebrecht, certamente apresentaria resultado semelhante.
O melhor a fazer é o reconhecimento de que esta Casa está sob suspeição e não tem condições de votar medidas de extrema gravidade e que vão lanhar ainda mais o lombo já retalhado dos brasileiros mais pobres.
Esta Casa, nós os senadores, não podemos ser tão insensíveis assim à realidade nacional.
Não podemos ser indiferentes às denúncias que atingem a Presidência da República, boa parte do Ministério, lideranças partidárias e nomes expressivos, influentes deste Senado e da Câmara dos Deputados.
Da mesma forma, não podemos ser insensíveis aos efeitos danosos, destruidores da PEC 55, que torna o Brasil um país para poucos e à reforma da Previdência que torna a proteção do Estado um privilégio para poucos.

A pergunta que o Brasil não quer calar é: 
que moral tem a Presidência da República e o seu Ministério para propor qualquer medida de austeridade, qualquer sacrifício para o povo?  Igualmente, que moral tem o Congresso para aprovar uma emenda constitucional que preserva intactos os ganhos do capital financeiro enquanto reduz à esqualidez as conquistas e direitos populares?
Não que tenhamos avançado tanto, nos últimos tempos, em direção de uma sociedade mais equilibrada e justa. Não. Mas ainda assim, encurralam e aboiam o povo em direção da senzala.
O que a Presidência da República e seu Ministério e o que o Congresso deveriam fazer diante da perda inquestionável da autoridade para governar e legislar?
O que fazer diante da perda total de legitimidade?
Esta Casa deve tão simplesmente abster-se de votar medidas antipopulares, antidemocráticas e antinacionais. É o que proponho: o cancelamento das votações da PEC 55, da securitização da dívida pública e da reforma da Previdência.
Além de estarmos sob suspeição, precisamos abrir prazo para debater medidas e reformas que sejam do interesse do povo, da democracia e da Nação Brasileira.
Em relação à Presidência da República, deslegitimada tanto pelas denúncias de corrupção como pelas infelizes e erráticas medidas de austeridade e pelo forte impulso entreguista que distingue o núcleo central do poder, não há outro caminho que a convocação de novas eleições diretas para o comando do Brasil.
Não há outra saída. A não ser que a maioria desta Casa e a Presidência da República decidam correr o risco de enfrentar o povo na rua.
Roberto Requião é senador da República em seu segundo mandato. Foi governador do Paraná por três mandatos, prefeito de Curitiba e deputado estadual. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo.

Aos berros, Moro diz que tem "poder" para "cassar a defesa" de Lula



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http://jornalggn.com.br/noticia/aos-berros-moro-diz-que-tem-poder-para-cassar-a-defesa-de-lula



Durante audiência do caso triplex, Moro chama advogado de Lula de inconveniente e pede "respeito ao Juízo". Juarez Cirino rebate: "Se Vossa Excelência atua aqui como acusador principal, perde todo o respeito"


Jornal GGN - O juiz Sergio Moro e o advogado Juarez Cirino, que defende o ex-presidente Lula no caso triplex, protagonizaram nesta segunda (12) a audiência mais agressiva desde que o julgamento foi iniciado. Moro, aos berros, chamou o defensor de "inconveniente" e afirmou que tinha poder para impedí-lo de se manifestar durante a oitiva da engenheira Mariuza Aparecida da Silva Marques, da OAS. 
O bate-boca começou quando o procurador do Ministério Público Federal perguntou a Mariuza se a esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, foi tratada pela OAS como "uma adquirinte, alguém que visitava para ver se tinha interesse no imóvel ou destinatária" do triplex. Nesse minuto, Juarez protestou porque, em tese, a engenheira responsável por fazer vistorias em imóveis já vendidos não teria condições de responder essa questão, e poderia recorrer a achismos.
A partir dos 10 minutos do vídeo abaixo, a discussão atinge o ápice com as ameaças de Moro.
VEJA OS VÍDEOS CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA

Cirino: Fica o protesto de novo, Excelência, porque ele está pedindo a opinião da testemunha.
Moro:  Doutor, o senhor está sendo inconveniente. Já foi indeferida essa questão.
Cirino: A defesa não é inconveniente na medida em que estamos no exercício da ampla defesa.
Moro: Já foi indeferida! [tom elevado]
Cirino: Vossa Excelência não pode cassar a palavra da defesa...
Moro: Posso, doutor, porque o senhor não deixa de ser inconveniente.
Cirino: Não pode, porque estamos colocando uma questão muito importante. O ilustre procurador da República está pedindo a opinião da testemunha, e ele não pode!
Moro: Doutor, o senhor está sendo inconveniente. Já foi indeferido essa questão. Já está registrado. E o senhor respeite esse juízo [aos berros]
Cirino: Mas, escuta, eu não respeito Vossa Excelência enquanto o senhor não me respeita enquanto defensor do acusado. Aí então o senhor tem o respeito que é devido a Vossa Excelência. Mas se Vossa Excelência atua aqui como acusador principal, perde todo o respeito.
Moro: Sua questão já foi indeferida e o senhor não tem a palavra!
O magistrado, então, cobrou uma resposta da testemunha, que respondeu que dona Marisa Letícia foi "tratada como se imóvel já tivesse sido destinado" a ela.
Mais à frente, por volta dos 23 minutos, o procurador da Lava Jato foi mais incisivo e perguntou se Mariuza achava que o apartamento pertencia a Lula.
"Eu disse que a gente tinha um cliente em potencial, que seria o ex-presidente Lula", respondeu a engenheira.
"Pode detalhar o que passaram?", acrescentou o procurador.
"Do cliente em potencial? Só falaram que era um cliente que não é... é uma pessoa comum... uma pessoa... é... o ex-presidente que teria interesse na compra da unidade. Foi isso que me informaram. Não tem como detalhar mais do que isso?"
Quando questionada por Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, Mariuza caiu em contradição. A partir dos 9 minutos do vídeo abaixo, Zanin pergunta se quem entregou o projeto do triplex à Mariuza mencionou antecipadamente que o imóvel pertencia a Lula. Então, ela deu de ombros e disse "não".
Em setembro, o GGN mostrou que a maioria das testemunhas ouvidas pela força-tarefa da Lava Jato para apresentar a denúncia do caso triplex não tinha condições de afirmar que o apartamento seria de Lula. O MPF acredita que a OAS repassaria o imóvel para o ex-presidente como forma de pagar vantagens indevidas.
A engenheira Mariuza Aparecida Marques, em seu primeiro depoimento à Lava Jato, veiculado em setembro pelo Estadão, contou que esteve presente na segunda visita de Marisa ao triplex.
Ao final da entrevista, o membro da Lava Jato disse que ela estava muito “reticente” durante o interrogatório e resolveu perguntar diretamente de quem era o apartamento. Ela respondeu que, segundo as informações que possuía, o apartamento era da OAS. “Era para ser vendido para qualquer cliente”, comentou.
Por volta dos 14 minutos, o procurador pergunta: "A senhora pode me dizer se esse apartamento era de Lula ou alguém da familia dele?"
"Não", rebateu Mariuza. E continuou: "Eu tenho acesso ao sistema da empresa para todos os clientes. Para mim, esse apartamento consta como OAS Empreendimentos. Ele não aparece com outro nome. É o que tenho de acesso na empresa. Então, para mim, esse apartamento é da OAS."
No primeiro depoimento, ela também disse que recebeu junto ao projeto da reforma do triplex a informação de que a unidade seria melhorada para "um potencial cliente", mas não citou Lula. Aliás, pressionada, disse que seria para "qualquer cliente".
Também disse que estava em outro local quando a visita de Marisa começou e que o comentário que ouviu era que "estava ficando bom". Mas não soube dizer quem disse isso.
Agora, diante de Moro, Mariuza disse que a ex-primeira-dama disse que a reforma estava ficando boa, o que faz a engenheira imaginar que o "apartamento estava direcionado" para a família de Lula. 
Em sentenças passadas, Moro sinalizou que, para o julgamento, o que importa é o que é dito nas audiências.
Leia mais:

A República estilhaçada e a falência do STF, por Aldo Fornazieri O Jornal de todos Brasis A República estilhaçada e a falência do STF, por Aldo Fornazieri 880



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http://jornalggn.com.br/noticia/a-republica-estilhacada-e-a-falencia-do-stf-por-aldo-fornazieri


ALDOFORNAZIERI




A República estilhaçada e a falência do STF
por Aldo Fornazieri
Uma república se sustenta sobre a funcionalidade do tripé dos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - conforme o estabelecido na Constituição. Nas últimas semanas, a república brasileira veio abaixo com o desmoronamento do último poder que ainda mal subsistia: o Judiciário. Fruto de um golpe, o Executivo, sem legitimidade não podia ser considerado um poder republicano desde a posse de Temer. Além da ilegitimidade originária, esse governo era e é inaceitável pelo seu caráter criminal. Se alguém ainda duvidava de que se tratava de uma quadrilha, as delações dos executivos da Odebrecht acabam de desvelar qualquer dúvida. A principal missão desse governo é a de investir com violência contra os direitos sociais e contra o espírito e a letra da Constituição de 1988.
O Congresso, na sua dupla composição - Câmara e Senado - foi o principal fautor do golpe. Por serem casas comandadas por pessoas acusadas de cometer vários crimes, sendo que um de seus dirigentes, Eduardo Cunha, está preso e com denúncias graves pesando sobre os ombros de vários membros, o Congresso não tem respeito e legitimidade junto à sociedade.
 As delações recentes mostram que a soberania da representação popular foi vendida, privatizada, vilipendiada, conspurcada, ao sabor dos interesses privados de empreiteiras e de outros grupos que compram leis, favores e benefícios. Não há como considerar que esse Congresso seja uma instituição republicana, pois ele é a face perversa da destruição da res publica.
Por fim, ruiu o Judiciário na sua figura maior, o Supremo Tribunal Federal. Esta casa não tem uma história honrosa da qual possa se orgulhar. Deu cobertura ao golpe militar de 1964, validou medidas inconstitucionais do governo Collor e se acovardou perante a falta de amparo constitucional ao impeachment da presidente Dilma. Ademais, o poder judiciário, pela sua incompetência, pela sua morosidade e por aplicar uma Justiça enviesada contra os pobres, contra os negros e contras as mulheres é portador de um enorme déficit de republicanismo.

A desmoralização do STF
No caso Renan Calheiros, o STF foi desmoralizado e se desmoralizou. Demonstrou que não é um tribunal capaz de exercer o controle constitucional e que está a serviço dos interesses de um governo falido, que não governa o país. Lula tinha toda a  razão quando afirmou que estamos diante de um "Supremo acovardado". Aceitou todo tipo de pressão política e terminou promovendo a mais esdrúxula das decisões já promovidas pelo STF. Ora, se o Tribunal pôde tirar Cunha da presidência da Câmara podia tirar também Renan da presidência do Senado. E se Renan pode ser presidente do Senado não há nenhuma justificativa razoável e lógica para que não possa ficar na linha de sucessão da presidência da República. Presidência da República e presidência do Senado (e do Congresso) são poderes equivalentes e equipotentes nos termos da doutrina republicana, embora com funções diferentes. Se Renan não pode ficar na linha de sucessão da presidência da República não pode ser também presidente do Senado.
Confrontado pela rebelião de Renan, o STF se recolheu desmoralizado. O STF não está agindo como colegiado. São nove homens, duas mulheres e nenhum destino, nenhuma dignidade, nenhum espírito de Corte Constitucional, nenhuma sobriedade, nenhuma cautela, nenhuma prudência. Os juízes, Gilmar Mendes à frente, são juízes apenas pelo poder formal que lhes é conferido, mas não são juízes nas suas condutas e nos seus conteúdos. Na prática, como juízes, são porta-vozes de interesses políticos, e como militantes políticos, julgam extrapolando o amparo da Constituição.
Os juízes de um tribunal, que é o guardião da Constituição democrática e republicana de um país, precisam ter condutas e decisões cuidadosas e cautelosas. Os juízes e o colegiado devem, por terem o poder de decisões finais e irrecorríveis, conduzir-se pelo recato, pelas auto-restrições, pelo autocontrole, pelo comedimento, tanto nas suas relações pessoais quanto no exercício de suas funções. Mas não é isto o que se vê. Dominados pela vaidade e pela frivolidade perigosa de suas incontinências verbais, são agentes da desmoralização do próprio STF. Os juízes devem saber que não são deuses e que não estão acima do debate e do escrutínio da opinião pública. Deveriam saber que não podem negociar decisões judiciais com Temer, com senadores ou com quem quer que seja.
Qual a saída?
A pesquisa do Datafolha, publicada no final de semana, é devastadora para o governo Temer. Os seus dias devem ser abreviados pela renúncia. Se não renunciar deve ser derrubado pelas mobilizações de rua. A única saída que esta crise comporta são as eleições gerais antecipadas. Nenhum governo que emergir desse processo que tem o golpe como elemento gerador terá legitimidade e capacidade para tirar o país da crise. Nenhum governo que não nascer da soberania do voto popular tem a legitimidade para pedir sacrifícios a quem quer que seja.  Não se pode reduzir direitos, definir tetos, agredir o pacto social da Constituição de 1988. Os democratas e progressistas tem o dever e a responsabilidade de levar bandeira das eleições gerais para as ruas imediatamente. É incompreensível que o PT e as esquerdas não tenham desfraldado esta bandeira desde o afastamento de Dilma.
O PT e as esquerdas precisam dizer claramente qual a saída que defendem em face da derrocada das instituições republicanas. Partes das bancadas do PT não podem continuar se comportando como a quinta coluna do governo golpista, como se comportaram na eleição de Rodrigo Maia, no episódio de Renan Calheiros e na falta de combate à PEC do teto. 
O fato é que setores do PT e parte da intelectualidade progressista estão com uma estratégia equivocada. Após a consolidação do golpe "branquearam" a luta contra o governo e transformaram o judiciário e a Lava Jato em inimigos principais, num jogo conveniente não só para o governo Temer, mas até mesmo para o PSDB. O poder judiciário e a Lava Jato precisa ser criticados e contidos nos seus excessos, mas não são um poder disputável. Somente o poder político é um poder disputável pelas forças políticas e sociais.
O colapso do Executivo, do Legislativo e do Judiciário produziu uma agenda democrática e progressista unificadora: eleições gerais já; não à PEC do Teto e não à reforma da previdência. Não que o ajuste fiscal e a reforma previdenciária não sejam necessários. Mas não estes que estão aí, que jogam o peso da crise nos ombros dos mais pobres. As reformas que estão aí são impositivas e antidemocráticas. Não há o que negociar. As estruturas de mediação democráticas e republicanas foram rompidas. Elas só podem ser reconstituídas pelo processo social, pela mobilização popular nas ruas e pelas urnas.
Aldo Fornazieri - Professor da Escola de Sociologia e Política.