sábado, 3 de dezembro de 2016

TEMER TEVE O QUE MERECEU EM CHAPECÓ: O DESPREZO SILENCIOSO



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/temer-teve-o-que-mereceu-em-chapeco-o-desprezo-silencioso-por-paulo-nogueira/


Nem vaia e nem aplauso: um presidente ignorado




Ignorado
Ignorado



O que é pior: ser vaiado ou desprezado? Ser apupado ou ignorado?
Não são questões fáceis estas que devem estar ocorrendo agora a Michel Temer.
Para resumir, pode-se dizer que ele teve o que merecia nesta sábado em Chapecó.
Depois de uma série de idas e vindas, em que o pânico das vaias falou alto para sua alma medrosa como de hábito, ele decidiu ir ao estádio do Chapecó para as homenagens às vítimas da tragédia.
Seu nome foi anunciado. Nenhuma manifestação. Nem vaia, nem aplauso. Foi como se tivessem dado a hora.
O nome do embaixador da Colômbia foi anunciado: palmas. Palmas de pé.
O contraste foi humilhante para Temer. Foi um silêncio gritante.
Se tinham vontade de vaiar Temer, os presentes ao estádio deram uma lição de civilidade e humanidade. Não era, definitivamente, hora de misturar política e tributo. Cada coisa tem sua hora e seu lugar.
Vaiar Temer seria desrespeitar muito mais as vítimas da tragédia do que o próprio Temer.
O silêncio foi um gesto de grandeza da multidão. Ao mesmo tempo, foi mais uma prova de que Temer é menor que os brasileiros.
Muito menor.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Pedro Taques, o procurador que quis se tornar o Catão da República



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/pedro-taques-o-procurador-que-quis-se-tornar-o-catao-da-republica










Governador do Mato Grosso, Pedro Taques não é apenas mais um governador enredado com denúncias de corrupção. Ex-Procurador da República, sempre foi tratado pela corporação como um símbolo da boa política, da contribuição do Ministério Público à luta pela ética na política.
Tanto que, na véspera de deixar o cargo, o Procurador Geral da República Roberto Gurgel tirou da gaveta uma ação contra o presidente do Senado Renan Calheiros, candidato à reeleição, visando beneficiar a candidatura do colega Pedro Taques, então Senador pelo Mato Grosso.
Hoje, sai a notícia de que Pedro Taques caiu em uma delação premiada (https://is.gd/gCtys9) feita pelo Ministério Público no âmbito da Operação Rêmora, que investiga desvios da área de educação para sua campanha a governador.
Não é o primeiro caso de Catão apanhado com a boca na botija. Antes dele, o também procurador Demóstenes Torres foi vendido para a opinião pública como arauto da moralidade. Até descobrir suas ligações com o submundo do crime de Goiás.
Abaixo, uma pequena coletânea de intervenções de Taques, mostrando o risco de se apostar em moralistas exacerbados.
27 de setembro de 2012
Na sabatina de Teori Zavascki no Senado, o questiona sobre o “mensalão”. E indaga sobre o entendimento de enriquecimento ilícito.  E lembra de César, “não basta ser honesto, mas tem que parecer honesto”, mostrando confusão de gênero.
E investe pesadamente contra Dias Toffoli – que ainda não tinha se aliado a Gilmar Mendes – bradando por sua suspeição (https://is.gd/6fZeN2)
- Ele não reúne condições mínimas para julgar com isenção - afirmou o senador, sublinhando o fato de as últimas informações darem conta de que o ministro não pretende sair do julgamento.
Prosseguiu em suas catilinárias sobre o mensalão:
- Além do assalto aos cofres públicos, o esquema causou uma profunda mácula na democracia brasileira, porque demonstrou a opção pelo autoritarismo".
Sobre embargos infringentes, onde diz que a partir da aprovação dos embargos o STF estaria comprometido ()
No discurso, se diz um “estivador do direito”, e que processo não tem capa. Enaltece os procuradores, delegados e juízes que estão exercendo uma função constitucional e desanca o Ministro que votou pela aceitação dos embargos.
- Na quarta-feira que vem, um ministro, sozinho, um ministro escoteiro, isolado, vai decidir os destinos não só daqueles condenados, mas ele vai discutir e vai decidir os destinos do próprio Supremo Tribunal Federal. Qual Supremo Tribunal Federal nós teremos na República Federativa do Brasil a partir desse julgamento? – questionou Taques.
Concede entrevista para as Páginas Amarelas de Veja. Segundo jornais de Mato Grosso,
A publicação de alcance nacional apresenta aos brasileiros um político livre de manchas, independente, defensor dos princípios constitucionais como legalidade, moralidade, da probidade e economicidade. 
Taques e Gilmar acendem o Brasil de esperanças, ao declarar que acreditavam na retomada ética do país. Taques relembrou sua carreira como procurador da República e soltou o verbo contra eleitores que votam em corruptos:
- O governador puxou fatos do cotidiano e questionou algumas situações reais vividas no Estado. Deu um duro recado aos corruptos que, segundo ele, abusaram da confiança dos mato-grossenses. Mas não poupou aqueles eleitores que escolheram colocar corruptos no poder. “Não me digam que é normal um ex-governador estar preso. Um ex-presidente da Assembleia Legislativa e 8 ex-secretários de Estado também com idas e vindas da cadeia”.
Taques criticou a fala de Dilma Rousseff, dizendo indignada com a condução coercitiva de Lula:
- Eu não sairia desta sala com a consciência tranquila e não respeitaria o bom povo de Mato Grosso, que me mandou aqui, se não expressasse minha opinião. Entendo que não houve abuso ou perseguição. Ninguém está acima da lei. Todos, inclusive eu, podemos ser investigados. A lei não pode servir para beneficiar amigos nem para prejudicar inimigos.”
VEJA OS VÍDEOS CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA

Moro participa de evento do governo Pedro Taques, acusado em delação



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/moro-participa-de-evento-do-governo-pedro-taques-acusado-em-delacao





Jornal GGN - Na próxima segunda-feira (5), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, estará em Cuiabá, no Mato Grosso, para uma palestra através do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção (GTCC).
O GTCC faz parte do governo estadual de Pedro Taques (PSDB), que foi acusado por um empresário em delação premiada no âmbito da operação Rêmora. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o empresário Giovani Guizardi disse que o “esquema de corrupção entranhado na Secretaria Estadual de Educação do Mato Grosso teve origem na necessidade do pagamento de dívidas de campanha do tucano Pedro Taques ao governo de 2014”.
Outro empresário participante do esquema disse que investiu R$ 10 milhões na campanha do governo, e Guizardi afirmou que doou R$ 300 mil para “para não ter dificuldades nas atividades junto ao governo”.
As doações para campanhas para não ser prejudicado em negócios com os governos era prática comum entre os empresários, disse o delator.
Saiba mais:

Alexandre de Moraes utilizou avião da FAB para passar feriado em São Paulo



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/alexandre-de-moraes-utilizou-aviao-da-fab-para-passar-feriado-em-sao-paulo






Jornal GGN - Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, infringiu lei que veda a utilização de aviões da Força Aérea Brasileira para viajarem para suas casas. Os ministros já recebem verba para este tipo de deslocamento.

Moraes usou um avião da FAB para voltar para São Paulo no feriado do dia 12 de outubro. Ele agenda compromissos na cidade no dia 13, mas viajou no dia 11. De acordo com o Estadão, os ministros do governo Temer usaram aviões da Força Aérea 238 vezes no período de 12 de maio à 31 de outubro, sem justificativas plausíveis, e, em geral para os cidades onde moram.
Moraes foi o ministro que mais fez viagens sem justificativa, com 48 voos.
Leia mais abaixo:
Da Revista Fórum
O ministro da Justiça infringiu uma lei assinada por Dilma em 2013 que proíbe ministros de usarem aeronaves da Força Aérea para irem para suas residências, já que eles já recebem verba para esses deslocamentos. Em 5 meses, ministros de Temer utilizaram aviões da FAB 238 vezes sem justificativa; Moraes é o campeão
Alexandre de Moraes, ministro da Justiça do governo Temer, utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para passar o feriado em casa. As informações são do Radar Online, do site da Veja.
De acordo com o blog, Moraes utilizou a aeronave para passar o feriado de 12 de outubro em sua residência em São Paulo. Como sabia que só deveria usá-lo a serviço, o ministro agendou compromissos na capital paulista no dia 13, mas viajou no dia 11, na véspera da folga.
Com o ato, o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo infringe uma lei assinada por Dilma Rousseff em 2013 que proíbe os ministros de viajarem para suas residências utilizando aviões da FAB, já que eles já recebem verbas para esses deslocamentos.
 
Essa tem sido uma prática comum, inclusive, entre os ministros do governo Temer. Um estudo feito pelo jornal O Estado de São Paulo mostra que os atuais ministros, no período de 12 de maio à 31 de outubro, utilizaram aviões da Força Aérea Brasileira 238 vezes sem justificativas plausíveis para deslocamentos. Na maioria dos casos, as viagens eram feitas para os locais onde os ministros residem.
 
Entre eles, mais uma vez o nome de Moraes se destaca. Ele foi o que mais fez essas viagens irregulares ou sem justificativa, totalizando, dentro deste período, 48 voos.


Depois de críticas, Temer decide participar de velório em Chapecó



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/depois-de-criticas-temer-decide-participar-de-velorio-em-chapeco






Jornal GGN - Depois de sofrer críticas, o presidente Michel Temer decidiu participar do velório coletivo das vítimas do acidente aéreo do avião que levava a equipe da Chapecoense.
Antes, a assessoria da Presidência disse que ele “jamais cogitou” participar, o objetivo não era "explorar a dor de ninguém" ou causar "constrangimentos", mas apenas dar a "devida homenagem é o devido respeito que esse tema exige".
Temer alegou que questões de segurança poderiam prejudicar a cerimônia. De acordo com alguns jornais, o presidente não pretendia ir à Arena Condá porque temia ser vaiado.
Leia mais abaixo:
Da Folha
Após críticas sobre sua possível ausência, o presidente Michel Temer mudou de posição neste sábado (3) e decidiu participar de velório coletivo dos jogadores e dirigentes do Chapecoense, em acidente aéreo na Colômbia.
A declaração foi dada no dia seguinte à assessoria de imprensa da Presidência da República informar que o peemedebista "jamais cogitou" participar da cerimônia fúnebre no Estádio e que sua presença exigiria um esquema de segurança especial, criando problemas para familiares e amigos.
Segundo ela, o objetivo não era "explorar a dor de ninguém" ou causar "constrangimentos", mas apenas dar a "devida homenagem é o devido respeito que esse tema exige".
"Não poderia dizer ontem [que irei] porque se eu dissesse, a segurança iria colocar pórticos na entrada do estádio e revistar as pessoas que entram. Então, só comuniquei que eu vou agora para facilitar a vida [de todos]", disse neste sábado (3) o presidente.
Em rápida declaração a veículos de imprensa, ao lado do embaixador colombiano no Brasil, o presidente disse que a forte chuva em Chapecó "deve ser São Pedro chorando pela morte dos jogadores."
"Eu quero dizer que a União se uniu ao governo de Santa Catarina e à prefeitura de Chapecó para prestar uma última homenagem aos falecidos nesse trágico acontecimento. Um acontecimento que abalou o país e o mundo", disse.
A decisão na sexta-feira (2) de Michel Temer de não aparecer no velório provocou reações. O pai do zagueiro Filipe, Osmar Machado, por exemplo, disse à ESPN que, "se ele tem dignidade e vergonha na cara, que venha aqui [no velório da arena Condá] cumprimentar as pessoas".
Mais tarde, à Folha, repetiu: "É bom que ele não venha. Agora tu acha que eu vou sair daqui para dar um abraço nele? Para quê?" Indagado sobre as chances de vaias ao presidente, afirmou: "Vaia? Agora, se ele vier é que vai ser vaiado mesmo. É uma situação difícil, sinceramente".
Nesta sexta, diante da repercussão da entrevista à ESPN, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, entrou em contato com o pai do zagueiro da Chapecoense e disse a ele que houve um mal-entendido.
Segundo ele, ninguém ligado ao presidente exigiu ou pediu a presença de familiares das vítimas no aeroporto, uma vez que são os governos municipal e estadual que organizaram a solenidade militar.
Em rápida declaração a veículos de imprensa, ao lado do embaixador colombiano no Brasil, o presidente disse que a forte chuva em Chapecó "deve ser São Pedro chorando pela morte dos jogadores."
"Eu quero dizer que a União se uniu ao governo de Santa Catarina e à prefeitura de Chapecó para prestar uma última homenagem aos falecidos nesse trágico acontecimento. Um acontecimento que abalou o país e o mundo", disse.
A decisão na sexta-feira (2) de Michel Temer de não aparecer no velório provocou reações. O pai do zagueiro Filipe, Osmar Machado, por exemplo, disse à ESPN que, "se ele tem dignidade e vergonha na cara, que venha aqui [no velório da arena Condá] cumprimentar as pessoas".
Mais tarde, à Folha, repetiu: "É bom que ele não venha. Agora tu acha que eu vou sair daqui para dar um abraço nele? Para quê?" Indagado sobre as chances de vaias ao presidente, afirmou: "Vaia? Agora, se ele vier é que vai ser vaiado mesmo. É uma situação difícil, sinceramente".
Nesta sexta, diante da repercussão da entrevista à ESPN, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, entrou em contato com o pai do zagueiro da Chapecoense e disse a ele que houve um mal-entendido.
Segundo ele, ninguém ligado ao presidente exigiu ou pediu a presença de familiares das vítimas no aeroporto, uma vez que são os governos municipal e estadual que organizaram a solenidade militar.

Especialistas divergem sobre pedido de impeachment de Temer



FONT:
http://jornalggn.com.br/noticia/especialistas-divergem-sobre-pedido-de-impeachment-de-temer





Jornal GGN - A crise causada pelo caso envolvendo os ex-ministros Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima resultou no primeiro pedido de impeachment contra Michel Temer, três meses após assumir em definitivo a Presidência da República.
O pedido foi protocolado pelo PSOL, que argumenta que Temer o presidente teria praticado crime de advocacia administrativa. Argemiro Cardoso, professor da UnB, acredita que há elementos para encaminhar um pedido de impedimento, mas ressalta que a “questão do impeachment no Brasil está mais vinculada por questões políticas do que propriamente por questões jurídicas”.
Já Floriano Peixoto, professor da USP, crê que não há base para pedir o impeachment. “Se bem que, no caso da Dilma, não tinha também e foi declarado o impeachment”, afirma.
 
Leia mais abaixo:
 
Do Intercept
 
George Marques
CERCA DE TRÊS MESES depois de Dilma Rousseff ser afastada em definitivo da Presidência da República, foi registrado na Câmara dos Deputados o primeiro pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. A bancada do PSOL, que votou integralmente contra a saída de Dilma, apresentou o pedido com base nas acusações de que Temer teria atuado em favor de interesses privados de um ministro. No entanto, além do apoio garantido que o presidente tem no Congresso no momento, a motivação para o requerimento não é um consenso entre juristas.
O pedido argumenta que Temer teria pressionado o então ministro da Cultura Marcelo Calero para liberar uma obra de interesse pessoal de Geddel Vieira Lima, à época ministro da Secretaria de Governo. A crise causada pelas acusações de Calero atingiu níveis insustentáveis para o governo e levou ao pedido de demissão de Geddel do cargo.
De acordo com os deputados do PSOL, o presidente teria praticado crime de advocacia administrativa. Segundo o artigo 321 do Código Penal, o funcionário público que patrocina “direta ou indiretamente, interesse privado” está sujeito a pena de um a três anos de prisão ou multa. O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), defende que Temer também foi condescendente com o caso ao não demitir Geddel. “Além de não reprimir, demitir o ministro Geddel, ele [Temer] passa a atuar na mesma direção: advocacia administrativa e tráfico de influência”, disse Valente.
The Intercept Brasil pediu avaliação de três especialistas sobre a validade dos fundamentos apresentados para para o impeachment apresentado e sobre os fatos divulgados até o momento envolvendo o presidente no caso Geddel. Veja abaixo a avaliação deles:

Argemiro Cardoso, professor de direito público na UnB

“Eu vejo, sim [elementos para impeachment]. Existe o artigo do Código Penal, que inclusive é mencionado, aqui, na denúncia de crime de responsabilidade, e fala de uma figura bastante conhecida, que é advocacia administrativa – quando um servidor público, um funcionário público, promove um interesse privado se valendo da sua situação, do seu cargo, na administração pública.
Pelo que foi relatado pelo Marcelo Calero, a acusação que ele faz é justamente essa. E o atual presidente Temer teria feito esse tipo de ação, no sentido de defender determinado interesse privado, utilizando exatamente da situação dele de presidente da República. Então vejo elementos sim para que se possa encaminhar um pedido de impeachment e isso possa começar discussão sobre isso. É claro que o elemento que a gente julga neste primeiro momento são os elementos necessários para você abrir o processo. Não significa dizer que vai concluir por isso.
Mas a questão do impeachment no Brasil está mais vinculada por questões políticas do que propriamente por questões jurídicas. Haja vista o que aconteceu no impeachment da ex-presidente Dilma, que foi um caso escandaloso. Não existia uma figura de crime, e mesmo assim ocorreu. A julgar pela força política que o atual governo tem no Congresso, pode ser que nós tenhamos o oposto: um caso de crime claro e o processo de impeachment que não vai adiante por causa dessa questão política.”

Floriano Peixoto, professor titular da Faculdade de Direito da USP

“Em relação ao que veio até agora à tona, eu acho que não tem base para pedir o impeachment. Agora, por conta do que eu soube pela imprensa, de que teria sido a fala do presidente, instado pelo ministro da Cultura. Então, com base nessa perspectiva, não vejo base. Se bem que, no caso da Dilma, não tinha também e foi declarado o impeachment. Mas, juridicamente e com base nas notícias, nos fatos que vieram à tona pela imprensa, gravações, não vejo cabimento para este pedido.
Advocacia administrativa não cabe. É o presidente arbitrando conflito entre ministros e não tinha interesse algum (do presidente). O ministro sim, potencialmente pode haver advocacia administrativa. No caso do presidente da República, ele não determinou ao ministro que mudasse o parecer. Ele disse, ‘olha, se tem dúvidas manda isso para AGU e a AGU vai te dar a solução’.”

Janaína Paschoal, coautora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma e professora de Direito da USP

“Eu li o pedido. Eles falam alguma coisa sobre advocacia administrativa, argumentam alguma coisa sobre tráfico de influência, chegam a falar em ameaça, concussão. Mas, com todo o respeito, eu entendo que não tem base jurídica [para o pedido]. Só o que nós temos por hora é a palavra do ex-ministro da Cultura e mesmo o ex-ministro, pelo que ouvi das entrevistas dele, não fala em ameaça, ele não fala em coação. Então, acho que a petição acabou até exacerbando os termos do que falou o ex-ministro. Eu acho que pra você requerer o impeachment tem que ter um pouco mais de base.
A demissão do Geddel me parece correta, porque, assim, houve uma situação onde aparentemente o Geddel queria solucionar uma dívida onde ele tinha um interesse particular. Não quero com isso dizer que essa demissão implique juízo de valor. Acho que a saída foi correta. Daí interpretar a responsabilidade do presidente me parece que querem dar um salto.”

Dias de intranquilidade

O pedido do PSOL precisa ser aceito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para prosperar, o que dificilmente acontecerá, visto que é um aliado de Michel Temer. Diferentemente de Dilma Rousseff, o presidente também conta com apoio da maioria no Congresso. No entanto, além do requerimento do PSOL, movimentos sociais devem apresentar um segundo pedido de impeachment até o dia 6 de dezembro. A ideia da oposição é aumentar a pressão pela saída de Temer à medida que outras acusações contra ele ganhem força.
Enquanto isso, avança no Tribunal Superior Eleitoral(TSE) o processo que avalia as contas da chapa Dilma-Temer na eleição presidencial de 2014. Segundo o PSDB, que pede a cassação da chapa, a campanha teria sido abastecida com recursos frutos de corrupção. A defesa de Temer afirma que o então candidato a vice não tinha participação sobre as contas de campanha e tenta separar as responsabilidades dele e de Dilma no processo. No entanto, é entendimento pacífico da Justiça Eleitoral que uma chapa eleita é indivisível.
Recentemente, advogados da ex-presidente apresentaram ao TSE documentos que indicam repasse de R$ 1 milhão à campanha por meio do então candidato a vice, Michel Temer, inclusive a cópia de um cheque do PMDB nominal a “Eleição 2014 Michel Miguel Elias Temer Lulia Vice-Presidente”.
Após as recentes baixas no governo, e com a iminente delação da empreiteira Odebrecht, que pode vir a citar integrantes do governo e até o próprio Temer, dias de intranquilidade logo chegarão a Brasília.

Movimentos sociais não participarão de ato amanhã



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/movimentos-sociais-nao-participarao-de-ato-amanha





Da Rede Brasil Atual
 
 
Em nota, organização informa que trabalhadores e juventude "não compactuam com defensores de Eduardo Cunha, financiados por organizações conservadoras e instituições estrangeiras"
A Frente Brasil Popular (FBP), organização que reúne mais de 60 entidades, divulgou informe sobre a manifestação do próximo domingo (4), convocada pelo grupo conservador Vem pra Rua. "A FBP esclarece que não participará da manifestação convocada (…) Não compactuamos com a forma demagógica, oportunista e irresponsável com que este agrupamento convoca as pessoas para as manifestações", afirma.
A Frente afirma que os integrantes do Vem pra Rua "são os mesmos que defenderam Eduardo Cunha e a perseguição política seletiva do Judiciário brasileiro e foram às ruas para defender o golpe de Estado e, com isso, contribuir para afundar o país em uma crise política, econômica e institucional". O texto recorda o apoio dos grupos de direita ao processo de impeachment que destituiu a presidenta eleita em 2014, Dilma Rousseff (PT), que foi liderado peemedebista Cunha, cassado de seu cargo como deputado federal e presidente da Câmara por quebra de decoro.
"Financiado por organizações e partidos conservadores e instituições estrangeiras que objetivam impor ao Brasil o receituário neoliberal, eles são os mesmos que defenderam o golpe, Cunha e a perseguição política seletiva do juiz Sérgio Moro, agente do imperialismo norte-americano e das forças reacionárias internas", diz a Frente.
O ponto central da reivindicação do ato é rechaçar as mudanças efetuadas pela Câmara no texto do projeto de lei de autoria do Ministério Público, intitulado Dez Medidas Contra a Corrupção. A Casa acrescentou um ponto polêmico, que pune membros do Judiciário por abuso de autoridade. Sobre o tema, a FBP acrescenta que "não compactuamos com a tese de quem votou a favor da emenda do abuso de autoridade seja caracterizado como a favor da corrupção e muito menos de que quem votou contra seja paladino da moralidade".
"Estarão nas ruas aqueles que defendem que juízes e procuradores tenham plena liberdade para perseguirem quem desejar, seus alvos são predominantemente a esquerda e os movimentos sociais", afirma a Frente, que também critica a reação do grupo de promotores que conduzem a Operação Lava Jato à aprovação da matéria pelo Legislativo.
Em clara tentativa de chantagem, afirmam, os promotores ameaçaram deixar seus cargos e a própria Lava Jato. caso o projeto não vingasse de acordo com o texto-base. "O Brasil não pode ser chantageado por uma casta de privilegiados que recebe salários acima do teto estabelecido pela Constituição, para impor ao povo um poder não referendado nas urnas e com sinais claros de elementos do fascismo."
O comunicado da FBP foi motivado por boatos divulgados em redes sociais de que trabalhadores, juventude e movimentos sociais iriam se unir ao ato. "Os mesmos grupos que convocam a citada manifestação comemoram a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, a PEC do fim do mundo, e a violenta repressão aos movimentos sociais em Brasília aos estudantes e trabalhadores que protestavam no dia 29 de novembro", afirma.
Por fim, a Frente convoca juventude e trabalhadores em defesa da democracia para um ato no dia 13, quando a PEC 55 deve passar pelo plenário do Senado em segundo, e definitivo, turno. "Vamos persistir na luta para denunciar e derrotar a PEC da maldade e ao mesmo tempo protestar contra a violência que se abate sobre os manifestantes que estão nas ruas contra o golpista Michel Temer (PMDB) e sua quadrilha (…) Deslocaremos novamente delegações à Brasília para pressionar os senadores a votarem ao lado do povo."

O fim da lua-de-mel entre Temer e o PSDB, por Helena Borges



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/o-fim-da-lua-de-mel-entre-temer-e-o-psdb-por-helena-borges





Do Intercept Brasil
Helena Borges

OS PANELAÇOS REALIZADOS em bairros nobres na quarta-feira, dia 30, e a manifestação organizada pelos mesmos grupos de direita que pediram o impeachment de Dilma Rousseff, marcada para domingo, dia 4, evidenciam a queda da já pouca popularidade do presidente Michel Temer. E assim se encerra a lua-de-mel entre governo e PSDB, que se provou fogo de palha e acaba de apagar.
“Depende do presidente, não depende do PSDB”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos mais proeminentes nomes dentro do partido, nos idos de abril, pouco antes de Temer assumir o governo interino. Na mesma semana, chegou a afirmar que “o Brasil está em primeiro lugar, o partido vem depois“. No entanto, para deixar bem claro no caso de algo dar errado, arrematou: “Isso não será um governo do PSDB”.

Sete meses depois, surge o escândalo “Geddel versus Calero“, e começam a brotar indicações de um rompimento interno entre tucanos e governistas. A saída implosiva de Calero foi considerada por alguns como “o golpe dentro do golpe”. Houve quem chamasse Calero de tucano e também de espião petista. Independentemente do lado em que ele esteja, o fato é que, para acabar com a bagunça, Aécio Neves (PSDB-MG) veio a público se posicionar ao lado de Temer, num discurso extremamente alinhado ao que foi dito pelo próprio presidente:
“Há algo aí extremamente grave e que também tem que ser investigado: o fato de um servidor público, um homem até aquele instante da confiança do presidente da República, com cargo de ministro de Estado, entrar com gravador para gravar o presidente da República. Isso é inaceitável, isso é inédito na história republicana do Brasil.”
O mesmo Aécio, em setembro, disse ao jornal O Globo: “Sem apoio do PSDB, não haverá governo Temer”. Jornais mencionam na quinta-feira, dia 1º, asmovimentações internas dos tucanos. Alguns já especulam uma eleição indireta com Fernando Henrique Cardoso como opção. Caso da Folha de S. Paulo, que publicou nota na quinta-feira, dia 1º, sobre o prazo limite imposto dentro do partido para que Temer mostre a que veio e coloque, enfim, a agenda econômica liberal em dia: ele tem até março.

Sete meses depois, surge o escândalo “Geddel versus Calero“, e começam a brotar indicações de um rompimento interno entre tucanos e governistas. A saída implosiva de Calero foi considerada por alguns como “o golpe dentro do golpe”. Houve quem chamasse Calero de tucano e também de espião petista. Independentemente do lado em que ele esteja, o fato é que, para acabar com a bagunça, Aécio Neves (PSDB-MG) veio a público se posicionar ao lado de Temer, num discurso extremamente alinhado ao que foi dito pelo próprio presidente:
“Há algo aí extremamente grave e que também tem que ser investigado: o fato de um servidor público, um homem até aquele instante da confiança do presidente da República, com cargo de ministro de Estado, entrar com gravador para gravar o presidente da República. Isso é inaceitável, isso é inédito na história republicana do Brasil.”
O mesmo Aécio, em setembro, disse ao jornal O Globo: “Sem apoio do PSDB, não haverá governo Temer”. Jornais mencionam na quinta-feira, dia 1º, asmovimentações internas dos tucanos. Alguns já especulam uma eleição indireta com Fernando Henrique Cardoso como opção. Caso da Folha de S. Paulo, que publicou nota na quinta-feira, dia 1º, sobre o prazo limite imposto dentro do partido para que Temer mostre a que veio e coloque, enfim, a agenda econômica liberal em dia: ele tem até março.
Sao Paulo, BRAZIL: Former Brazilian President Fernando Henrique Cardoso gestures during the plenary session of the Sao Paulo Ethanol Summit, 05 June 2007, in Sao Paulo, Brazil. Ethanol Summit is organized by Brazilian Sugar Cane Industry Union to discuss the future of this commodity.  AFP PHOTO/Evaristo SA (Photo credit should read EVARISTO SA/AFP/Getty Images)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso surge como opção

Para curar a ferida, o PMDB foi beijar a mão do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, principal nome tucano na economia. Foi marcada uma reunião com técnicos do Ministério da Fazenda. Fraga era um dos cotados para preencher a vaga que hoje é ocupada Henrique Meirelles. Com o encontro, aumenta a pressão sobre o ministro antes visto como a principal joia da coroa de Temer e aquele que resgataria a confiança dos investidores.
A briga é boa, e não só na economia. Em entrevista para o The Intercept Brasil, o cientista político Daniel Cara analisou a rixa entre governo e PSDB com foco no Ministério da Educação. Segundo ele, a escolha em realizar o projeto de reforma do ensino médio no formato de Medida Provisória foi um dos motivos de desentendimento entre a equipe do MEC que é ligada ao PSDB e aqueles sob a alçada do DEM, como o ministro Mendonça Filho. Ele resume a situação em uma frase: “Se o Temer não aceitar o PSDB, o PSDB vai fazer voo solo”.