quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O Novo Estado de Exceção, por Lindbergh Farias



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/o-novo-estado-de-excecao-por-lindbergh-farias





O Novo Estado de Exceção 
por Lindbergh Farias
“A tradição dos  oprimidos nos ensina que o estado de exceção em que vivemos é na verdade regra geral. Precisamos construir um conceito de história que corresponda a essa verdade”- Walter Benjamin
O jornal Folha de São Paulo de terça-feira (18/10) da semana passada publicou, com grande repercussão nacional e internacional, um artigo de defesa do ex-presidente Lula das falsas acusações contra ele assacadas. Trata-se de uma peça brilhante de defesa de um grande brasileiro. Lá estão devidamente elucidados todos os fatos atinentes aos processos contra ele movidos por seus adversários. O artigo - na verdade uma Carta Aberta - encerra com um veredicto gravíssimo. Segundo o artigo, os processos contra Lula são um sintoma da “sombra do estado de exceção que vem se erguendo sobre o país”. Exagero?
Talvez não. A questão do estado de exceção não é nova na teoria política e no direito. Contudo, o mais terrível, neste século XXI, a sombra do estado de exceção retornou de modo inédito e inusitado. Tome-se o exemplo do Brasil. Antes, no Estado Novo de Vargas (1937-1945) e no golpe militar de 1964, a nova ordem se instaurava e logo cuidava de preparar todo um novo aparato de leis instituintes, na forma da chamada constituição “polaca” do Estado Novo e dos atos institucionais dos militares. 
Ou seja, se antes a exceção se generalizava nos episódios de instauração de regimes autocráticos e ditaduras militares - sendo portanto de mais fácil identificação -, atualmente, não tem sido mais necessário haver a interrupção abrupta e formal dos institutos universais do Estado de Direito para que a exceção possa se ir se generalizando e molecularmente ganhando espaços no aparelho de Estado e na sociedade civil. 
Ainda mais: estado de exceção pode casar muito bem com golpes parlamentares, a exemplo do aplicado por Temer, um golpe “líquido", por dentro da aparente "normalidade" institucional do sistema político. 
Alerta o filósofo italiano Giorgio Agamben que a “exceção" vem se tornando a “regra”. Ou seja, o “Estado de Exceção” vem se configurando a cada dia como o paradigma de governo dominante no mundo de hoje. Não há mais a interrupção do antigo Estado democrático para a instauração de um Estado de exceção. 
Agamben analisa o caso da política de relações internacionais dos Estados Unidos, cujo fulcro de poder reside nas intervenções militares, à exemplo do Afeganistão e do Iraque, política que lhe garante o objetivo poder de polícia, de autêntico gendarme global. De onde provém este poder? Da, por assim dizer, “suspensão legal” do princípio do direito internacional de não intervenção em estados soberanos pela “exceção” - uma espécie de “licença” para poder exercer o papel de polícia do mundo. 
Como exemplo de “exceção" americana vale remeter aos usos e abusos do USA PATRIOT Act - editado em 26 de Outubro de 2001, na sequência da reação ao ataque às Torres Gêmeas -, no qual o exercício da força do Estado por um poder soberano “suspende" os direitos civis de pessoas supostamente suspeitas de terrorismo, sem necessidade de haver qualquer autorização da Justiça, como também o tratamento pelo avesso de párias-não-cidadãos concedido aos estrangeiros prisioneiros de Guantánamo.
Desta maneira, a exceção vem a ser uma verdadeira técnica de poder dos governos, que nem só explica o poder de polícia dos Estados Unidos no mundo, mas também as ações dos agentes públicos - inclusive do poder judiciário - portadores da atribuição de “soberania”, ou seja, com poder de decisão no Estado de Direito. Para estes casos, ditos extraordinários, portanto, o poder da decisão está acima da lei ou a norma. 
Mas aonde ficam, neste caso, os regramentos do devido processo legal? Outro autor italiano, Michele Tartufo, estudou ritos processuais em que as provas não servem para nada, processos nos quais as provas são absolutamente irrelevantes. O impeachment recente da presidenta Dilma foi um desses processos “tartufianos”. Todos sabem, Urbi et Orbi, que não ficou provado nos autos do processo que Dilma cometeu crime de responsabilidade. Pior, todos os julgadores daquele processo - os senadores investidos da condição de juízes - já sabiam de antemão como votar e não estavam nas sessões do impeachment para formar convicção.
Neste interim, cabe indagar se os processos movidos contra o ex-presidente Lula não seriam um índice entre outros, um exemplo mais rumoroso, do perigo da montagem de um estado de exceção no Brasil. A indagação é pertinente e tem evidente interesse geral. A questão não diz respeito somente a Lula ou mesmo ao PT, mas a todos os cidadãos brasileiros.      
Pelo fato de ter sido um dia presidente da República, o mais alto cargo do Estado, pode aparentar ao senso comum que Lula tratar-se-ia de um homem “acima da lei”. Pelo contrário, devido a total falta de evidências consistentes, nos três processos nos quais eles se tornou réu, parece, hoje, que Lula se encontra “aquém da lei”. Igualmente, a ex-presidente Dilma, no caso do recente impeachment - quando não ficou provado crime de responsabilidade -, esteve “aquém da lei”.  
Deixem-me retornar à teoria do estado de exceção. A exceção, inclusive no âmbito jurídico, trabalha com uma lógica política de amigo-inimigo, formulada durante a crise da República de Weimar que resultou na ascensão do nazismo, pelo jurista alemão de direita Carl Schmitt. 
Para esta visão, da qual Agamben faz a crítica negativa, uma disputa política só se resolve pela eliminação do adversário. Não há possibilidade de acordo, de trégua política, nem de respeito ao outro, mas a apenas a possibilidade de manifestar a intolerância. Na história do Brasil, eventos como a campanha do “Brasil, ame-o ou deixe-o” na década de 1970, ou até a surpreendente campanha publicitária do golpista Temer de “vamos tirar o Brasil do vermelho” operam através da lógica política amigo-inimigo. 
Parece, no âmbito da operação do direito brasileiro, que várias práticas forenses de acusação vêem reintroduzindo perigosamente lógicas semelhantes a do amigo-inimigo schmittiano, uma das quais identificada pela defesa do ex-presidente Lula como "métodos de lawfare”, ou seja, de "uso das leis e dos procedimentos jurídicos como arma de guerra para perseguir e destruir o inimigo”.
Tudo isso é bonito em teoria, mas como demonstrar a questão da exceção nas práticas forenses? 
Pois bem, exatamente a questão da exceção na Lava Jato foi o objeto de decisão de uma instrutiva reunião recente (22/9) do Pleno do Tribunal Regional Federal da 4a Região (Porto Alegre). 
A ordem do dia era um recurso da defesa de Lula, antes negado pela Corregedoria-Regional, de "instauração de processo administrativo disciplinar contra o juiz federal Sérgio Fernando Moro” e "afastamento cautelar do mesmo magistrado até a decisão final do processo disciplinar”. O motivo da representação dos advogados foi divulgação ilegal por Moro - reconhecida a posteriori pelo Ministro Teori Zavascki (relator no Supremo da Lava Jato) -  dos áudios de conversas entre a presidenta Dilma e o ex-presidenta Lula. 
Por treze votos a favor e um contrário (Rogério Favreto), o Pleno do TRF/4 (Porto Alegre) aprovou o parecer do desembargador federal Rômulo Pizzolatti. Os argumentos do Acordão são de que "é sabido que os processos e investigações criminais decorrentes da chamada 'Operação Lava-Jato', sob a direção do magistrado representado, constituem caso inédito (único, excepcional) no direito brasileiro. Em tais condições, neles haverá situações inéditas, que escaparão ao regramento genérico, destinado aos casos comuns”.
Importante observar, pois a questão é estratégica, que o relator é totalmente consciente de estar abrindo, neste caso, uma exceção. Para ele, veja-se, “a norma jurídica incide no plano da normalidade, não se aplicando a situações excepcionais”. O relator busca fundamentar o conceito de exceção citando de Eros Grau e também de Agamben. O inusitado é que a diligência de Agamben é de crítica teórica negativa, ao passo que o acórdão sustenta um registro positivo da exceção. 
Por seu turno, ao assinar o único voto contrário, o desembargador Rogério Favreto declarou que “o Poder Judiciário deve deferência aos dispositivos legais e constitucionais, sobretudo naquilo em que consagram direitos e garantias fundamentais (…) Sua não observância em domínio tão delicado como o Direito Penal, evocando a teoria do estado de exceção, pode ser temerária se feita por magistrado sem os mesmos compromissos democráticos do eminente relator e dos demais membros desta corte”. 
Felizmente, ainda há juízes em Berlim.
Lindbergh Farias é Sendor da República (PT-RJ)

A sorte do Brasil é que, para cada Janaína, temos estudantes como a paranaense Ana Júlia. Por Kiko Nogueira



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-sorte-do-brasil-e-que-para-cada-janaina-temos-estudantes-como-a-paranaense-ana-julia-por-kiko-nogueira/


por : 

Ana Júlia
Ana Júlia

Quando você achar que está na hora de se mudar para o Uruguai, quando você vir que o Brasil pariu Janaína Paschoal, quando você ouvir Alexia Deschamps — lembre-se da estudante Ana Júlia Ribeiro.
Aos 16 anos, a menina deu uma aula de democracia aos deputados da Assembleia Legislativa do Paraná na sessão plenária de quarta, dia 26.
Foi convidada a contar por que as escolas estão sendo ocupadas. Diante daqueles senhores, emocionada mas sob controle, com calma e contundência, inteligência e articulação, Ana explicou suas razões.
“Sabemos pelo que estamos lutando. A nossa única bandeira é a educação”, começou.
“Somos um movimento dos estudantes pelos estudantes, que se preocupa com as gerações futuras, com a sociedade, com o futuro do Brasil. É por isso que nós ocupamos as nossas escolas”.
Para ela, “é um insulto sermos chamados de doutrinados. É um insulto aos estudantes e aos professores”.
A Escola sem Partido, diz AJ, “é uma escola sem senso crítico, é uma escola racista, homofobia. É falar para os jovens que querem formar um exército de não pensantes, um exército que ouve e baixa a cabeça. Não somos isso. Escola Sem Partido nos insulta, nos humilha, nos fala que não temos capacidade de pensar por nós mesmos”.
Acusou os parlamentares de terem “sangue nas mãos” pela morte do garoto Lucas Eduardo Araújo Mora. Imediatamente o presidente da Casa, Ademar Traiano, vestiu a carapuça e ensaiou uma censura. Ana prosseguiu.
Enquanto houver Ana Júlia, há esperança.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


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CADA PAÍS COM A MARIA ANTONIETA QUE MERECE: A PIADA DE TEMER COM OS DESEMPREGADOS


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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/cada-pais-com-a-maria-antonieta-que-merece-a-piada-de-temer-com-os-desempregados-por-kiko-nogueira/


Em reunião com empresários, Michel fez chacota de manifestantes




temer com empresários

Não bastasse tudo, o Brasil acaba de ganhar, com algum atraso, um simulacro de Maria Antonieta. Não me refiro a Marcela Temer, que, aliás, anda desaparecida, mas ao marido.
Michel Temer conseguiu fazer piada com as centrais sindicais que protestavam contra a flexibilização dos direitos trabalhistas em frente ao Palácio do Planalto.
Num discurso em que falou da proposta que elevou de 60 para 120 meses o prazo para parcelamento de dívidas tributárias de micro e pequenas empresas, fez uma ironia tacanha e quase psicótica.
Os manifestantes “aplaudem este grande momento do governo federal”.
Era coisa bem diferente do que ocorria no auditório, onde os circunstantes distribuíam “palavras de incentivo e aplausos entusiasmados”.
Arrematou com uma tirada: “Quem sabe, quando os senhores saírem, convidam aqueles que estão lá fora. Se não têm emprego, quem sabe arruma emprego. Acho que é uma fórmula muito adequada”.
O desemprego bateu em 11,8% no terceiro trimestre, segundo o IBGE. São 12 milhões de pessoas, 437 mil a mais do que no segundo trimestre, um crescimento de 3,8%. Cabe piada?
Nunca se comprovou que a frase que imortalizou Maria Antonieta fosse dela. “Se não têm pão, que comam brioches”, teria dito a rainha da França ao cocheiro que lhe contou por que as pessoas nas ruas pareciam desgraçadas.
Em 1793, ela perdeu a cabeça. Nosso Carlos Magno, apesar de não ter pescoço, está no caminho.

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Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Após discurso de secundarista, Richa perde maioria no Legislativo



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/apos-discurso-de-secundarista-richa-perde-maioria-no-legislativo





Jornal GGN - O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), sofreu derrota na Assembléia Legislativa, após a secundarista Ana Júlia, de 16 anos, dar uma aula de direitos e cidadania para os deputados estaduais. O emocionante relato em defesa das ocupações nas escolas da rede pública estadual fez com que os parlamentares derrubassem três vetos do mandatário tucano.
 
Ao defender a legitimidade das ocupações, de acordo com a legislação brasileira, a jovem estudante fez também duras críticas ao projeto da “escola sem partido”, da reforma no ensino médio e da PEC 241, que impõe limite aos gastos públicos, interferindo na saúde e educação. 
 
Segundo Ana Júlia, o projeto Escola Sem Partido "nos humilha" e a PEC 241 "é uma afronta" à Constituição de 1988. "A nossa única bandeira é a educação", completou a secundarista.

Após o discurso da estudante de 16 anos do Colégio Estadual Senador Alencar Guimarães e a grande repercussão que dominou as redes sociais, levou a adesão de mais 14 deputados estaduais, incluindo as bancadas do PSC e do PSD, aos 18 parlamentares oposicionistas, gerando 32 das 54 cadeiras da Assembleia contra propostas de Richa.
 
O blogueiro Esmael Morais aponta que esta pode ser uma reviravolta no apoio ao tucano no Legislativo do Estado.
 
 
O governador Beto Richa (PSDB) teve três vetos derrubados esta semana, na Assembleia Legislativa do Paraná, fechada ontem (26) com o histórico pronunciamento da estudante Ana Júlia, de 16 anos, que deu uma aula de cidadania e democracia ao explicar para os deputados os motivos das ocupações nas escolas da rede pública estadual.
Fato é que o tucano perdeu a maioria no legislativo estadual, pois as bancadas do PSC e PSD — leia-se Ratinho Junior –, que contam com 14 votos, se somaram aos 18 parlamentares oposicionistas. Com isso formaram maioria com 32 das 54 cadeiras.
As matérias vetadas em si não vem ao caso, pois relevante é que esta reviravolta na Assembleia pode favorecer muito professores — da educação básica e universitária — e demais servidores em breve há 10 dias.
Richa quer que os deputados votem a Mensagem 403 para revogar a data-base de janeiro de 2017, isto é, quer oficializar o calote na reposição inflacionária dos servidores públicos do Paraná. No entanto, parece que o tucano não tem mais força em plenário — por isso agora blefa com bravatas tipo “prendo e arrebento”.
Aparentemente, não há saídas para o governador do PSDB. Está isolado em todos os frontspossíveis da política. As ocupações de escolas e universidades, bem como as greves das categorias do funcionalismo, já lhe consumia as energias. Agora, para agravar, a Assembleia também lhe vira as costas.
Para fechar o repolho, se o candidato de Richa em Curitiba, Rafael Greca (PMN), perder eleição no domingo (30), muito provavelmente, os deputados não lhe darão nem bom dia. É a ingratidão da política. É esperar e conferir.
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Carmen Lúcia, uma Ministra sem noção


FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/carmen-lucia-uma-ministra-sem-nocao







A Ministra Carmen Lúcia é fruto direto da espetacularização da Justiça que ocorreu a partir da AP 470. O jornalismo de celebridades abriu uma porta para Ministros com menor potencial analítico. De repente, se deram conta de que poderiam ganhar protagonismo explorando frases de efeito, mas, principalmente, obedecendo ao roteiro preconizado pelos grupos de mídia.
E, como o palanque da mídia não obedece a rituais, a procedimentos, a limites impostos pela própria Constituição, com suas declarações e decisões Carmen Lúcia vem extrapolando de forma temerária as atribuições do STF (Supremo Tribunal Federal), mostrando um amplo desconhecimento sobre as relações entre poderes.
Ontem assumiu a posição de líder corporativa, atacando o presidente do Senado por críticas dirigidas a um juiz de primeira instância, mostrando – ela própria – um populismo e uma falta de decoro indesculpável nas relações com outro poder da República.
Agora, pretende colocar o STF no centro de uma política de segurança interna, inclusive com a convocação do Estado Maior das Forças Armadas, Ministérios da Justiça e da Defesa, para definir sabe-se lá o quê.
Sua falta de noção não tem limites. E o palco aberto pela mídia permite-lhe toda sorte de abusos verbais.
Carmen Lúcia, assim como Ayres Brito, surfou nas asas do lulismo. Depois, abjurou. Nada demais se abjurasse em relação ao partido, não às suas crenças pessoais. Mas, de defensora de direitos humanos, foi se tornando, cada vez mais, uma avalista dos discursos de ódio e defensora da política mais temida pelos especialistas em direitos humanos: a militarização da segurança pública.
Dos blogs de esgoto, assimilou o chavão de que a única forma de censura é a do politicamente correto. Como se expressões como "negro bandido", "feminista sapatona", "viadinho" representassem o exercício da liberdade de expressão.
Ou então, o uso inexcedível da palavra canalha:
- Nós, brasileiros, precisamos assumir a ousadia que os canalhas têm
Assim como Ayres Brito, Carmen Lúcia vale-se do paradoxo do exibicionismo da simplicidade. Lembra o ex-ponta esquerda da seleção, Dirceuzinho: “Eu tenho uma humildade fora de série”.
Na sua posse, a descolada Carmen Lúcia aboliu os rituais e, com a simplicidade dos muito humildes, convocou um dos popstars brasileiros, Caetano Velloso, para cantar o Hino Nacional.
Se diz contra o uso da palavra “Corte” ou do tratamento de “Excelência” porque dotada de uma humildade fora de série. E tem especial predileção em recorrer à sabedoria caipira, banalizando uma das mais antigas e interessantes culturas do país.
Certa vez, o embaixador Walther Moreira Salles reagiu quando a imprensa começou a tratar determinado político depreciativamente como caipira:
- Caipira é o sujeito que, a partir do seu canto, consegue entender o mundo. Ele não é caipira: é apenas provinciano.
Julgando o caso de um juiz que abrigou um advogado em sua casa, Carmen Lúcia saiu-se com essa pérola:
- Não me digam que porque é no interior, que não tem lugar para morar. Tem em todo lugar. Quem leva alguém para dentro de casa há de saber, a minha mãe, como a mãe de todos aqui, deve ter dito a mesma coisa: diga-me com quem andas que te direis quem és.
Mãe é mãe. Ou então, confundindo ética pessoal com o conhecimento da ética:
- Não quero que alguém se forme em ética depois. Eu quero que quem concorra [nos concursos] tenha condições éticas.
Não explicou de que forma o candidato iria apresentar as “condições éticas”. Provavelmente através de atestado médico.
Ou então, esse primor do lirismo macabro, que superou o próprio Nelson Cavaquinho:
- Quando me encontrarem morta, ninguém vai me ver de braços cruzados, diante do que tem sido a minha luta para que a gente tenha um Brasil justo.
A frase mais célebre, que nem o Conselheiro Acácio conseguiria superar:
- Quero avisar que o crime não vencerá a Justiça. A decepção não pode vencer a vontade de acertar no espaço público. Não se confunde imunidade com impunidade. A Constituição não permite a impunidade a quem quer que seja.

A comandante e seus subordinados

Nos postos de comando que exerceu, deixou mágoas em muitos funcionários por seu estilo brusco, autoritário, muito diferente da imagem pública da doce professorinha mineira.
Na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em pelo menos duas ocasiões cometeu erros graves e tentou jogar nas costas dos funcionários.
Um dos episódios foi na divulgação dos filmetes de educação eleitoral. A agência de publicidade preparou 14 prospects de filmetes. Carmen deveria aprovar a proposta, antes que fossem confeccionados. Demorou e só liberou 9.
Quando o TCU cobrou a não veiculação dos 15 filmes, quis jogar o funcionário na fogueira. Recuou apenas quando se deu conta de que ele estava bem documentado sobre os motivos da não veiculação dos 6 filmetes.
Outro episódio grave foi na entrega dos CPFs dos eleitores para a Serasa Experian. A autorização partiu de Carmen Lúcia. Quando o escândalo estourou, jogou a responsabilidade sobre uma funcionária do TSE.

A gerente confusa

Embora aprecie usar palavras-chave do gerencialismo – como transparência, eficiência, racionalidade - Carmen Lúcia deixou inúmeras dúvidas sobre sua capacidade na organização de processos.
No TSE, os juízes conversavam antes e os processos onde havia consenso eram apresentados e votados em bloco. Deixava-se para o plenário apenas aqueles nos quais os advogados solicitassem sustentação oral ou que não houvesse consenso entre os juízes.
Quando assumiu a presidência, Carmen Lúcia passou a colocar todos os processos em votação individual, com sessões que se estendiam muitas vezes até às 22 horas.
Mais que isso, ordenou a separação em grupos distintos os agravos regimentais e os recursos especiais. O agravo é feito justamente no âmbito de um recurso especial que não foi recebido. Se o agravo for bem-sucedido, passa-se ao julgamento do recurso especial. Portanto, ambos - o recurso especial e o agravo - fazem parte de um mesmo processo. Separando ambos, provocou-se uma barafunda nos processos, mostrando falta de visão na organização do trabalho interno.
Defensora da celeridade da Justiça, suas gavetas guardam há anos processos complexos, que exigiriam um bom nível de discernimento.
Sua falta de discernimento ficou patente em uma ação que buscava reservas de vagas para deficientes na Polícia Federal. Uma ação individual pela vaga acabou transitando em julgado. Quando a ordem chegou para a PF, os delegados vieram em peso falar com Carmen Lúcia. Já tinha passado a fase de recurso. Mesmo assim, ela proferiu uma decisão de esclarecimento, figura esta que não existe no Código de Processo Civil. Numa sentença surreal, disse que a PF deveria fazer reserva, mas poderia dizer de antemão qual deficiência seria aceita ou não.
O Ministério Público Federal entrou com recurso mostrando as contradições da sentença, mas ela indeferiu alegando que a decisão já tinha transitado em julgado.
Hoje em dia, quem defende cotas na PF usa a sentença de Carmen Lúcia. E quem não aceita, usa também, mostrando sua dificuldade em decidir sobre temas complexos.
Em vez de clarear, confundiu mais ainda.
Defensora da celeridade nos julgamentos, desde 21 de abril 2013 dorme nas gavetas de Carmen Lúcia a ADIN 4234 (http://migre.me/vkVNY), que trata da questão da patente pipeline. Foi proposta pelo então Procurador Geral da República Antônio Fernando de Souza, atendendo a uma representação da Federação Nacional dos Farmacêuticos, em cima das decisões da Rodada Uruguai da OMC (Organização Mundial do Comércio) e da Lei de Patentes.
Dispõe sobre a questão das patentes, o que seria novidade, o que seria domínio público e quais seriam passíveis de retroatividade. Dependendo da decisão, terá grande impacto no custo dos medicamentos.
Como é tema complexo, que não se resolve com uma frase de efeito, dorme em gaveta esplêndida, enquanto Carmen Lúcia se preocupa em reorganizar a segurança pública.

QUEM VAI CALAR PRIMEIRO?



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/


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Cala a boca já morreu, disse Carmen Lucia

ARRECADAÇÃO FAZ ROMBO HISTÓRICO


FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/economia/arrecadacao-faz-rombo-historico


Vai que é tua, Temer!
Meirelles Temer.jpg
Meirelles: problema não é o gasto. É a receita!
O governo federal arrecadou R$ 94,770 bilhões em impostos e contribuições em setembro. O resultado representa uma queda real de 8,27% em relação ao mesmo mês de 2015, já descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial utilizado pelo governo. É o pior resultado para o mês desde 2009.
Os números foram divulgados hoje (27), em Brasília, pela Receita Federal. No acumulado do ano, o governo arrecadou R$ 911,951 bilhões de janeiro a setembro de 2016, cifra maior do que a do ano passado (R$ 901 bilhões), mas que representa uma queda real de 7,54 % após descontados os efeitos da inflação. Nessa comparação, o resultado é o pior desde setembro de 2010.
(...)

ONU: COMO LULA CORTOU AS ASAS DO MORO



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/onu-como-lula-cortou-as-asas-do-moro


ONU conspurcou o currículo internacional do herói da Província

Sergio Moro Bessinha.jpg
Como se sabe, o PiG cuspiu na ONU: não deu a menor bola para a histórica vitoria do Lula sobre o Moro, essa vitória com que o Lula vai, sim, desmoralizar o Brasil e seus Golpistas – todos eles não são mais altos que o Cristóvam Buarque.
Os “juristas” do PiG, com a incansável colaboração do ministro globista Joaquim Falcão, correrão para dizer que a decisão da ONU é “non binding”.
Não obriga o Brasil a fazer nada.
Exatamente.
O problema é fama, a reputação – a vergonha!
A derrota política!
POLÍTICA!
O Moro não vai ter que usar camisas sociais brancas depois de levar a surra na ONU.
Ele vai continuar a vidinha de sempre: prender o PT e quebrar a Economia brasileira, sob os gratificantes aplausos da Globo.
Mas, acontece que o Lula cortou as asinhas dele.
Moro se tornou – ou ensaia ser – uma astro de dimensão internacional!
Do Departamento de Estado a Harvard, à subsidiária do Estadão em Washington, o Wilson Center.
Será natural que, como todo jurista brasileiro que se preze, de Francisco Rezek, advogado de Daniel Dantas, e Ellen Gracie - aquela que, no Supremo, assegurou que Dantas não é Dantas, mas Dantas - todo gilmárico brasileiro pretende chegar à Corte Internacional de Haia.
Ser um Super Juiz do Mundo, com jetons incalculáveis e viagens internacionais de Primeiríssima Classe para proferir memoráveis aulas magnas irrelevantes.
O Supremo para o Moro será, de certa forma, um capitis diminutio.
Micharia!
Depois da Obra Prima da Lava Jato, esse Monumento babilônico, Moro deve aspirar à Corte Suprema – do Mundo!
E isso … lamento informar… bye-bye!
A decisão da ONU conspurcou irremediavelmente o currículo internacional do Juiz Imparcial de Curitiba!
Como é que vai se sentar na Corte de Haia um condenado na ONU?
Só se for como réu…
O Moro deve se achar mais esperto que o Lula.
Não é.
Moro está, desde já, condenado a ser um Juizeco do circuito Maringá-Curitiba.
Daqui a pouco, nem a Globo se lembra mais ele.
PHA


Olha o Moreira no cofrinho da Caixa!



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/olha-o-moreira-no-cofrinho-da-caixa


R$1 bilhão? Deve ser pouco...

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Não é à toa que o FHC Brasif - segundo o ACM - dizia que o Moreirinha - o nosso gatinho angorá - não podia ficar perto de um cofre!
O FHC sabe de algumas coisas.
Especialmente de cofres.
O do Cerra na Odebrecht, ele deve saber tudo.
O ACM também sabia das coisas.
Não era à toa que chamava o boca de jacaré de "Geddel vai às compras"!
Segundo o Estadão, naquele Palácio do Planalto não se deve gritar "olha o rapa!"!
MPF investiga ‘erro’ que custou R$ 1 bi à Caixa

Procuradoria no Rio apura falha no sistema do segundo maior banco público do País que gerou prejuízo bilionário quando Moreira Franco era vice-presidente da instituição

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro investiga um erro no sistema de informática da Caixa que pode ter resultado em um prejuízo de R$ 1 bilhão ao segundo maior banco público do País.

Entre setembro de 2008 e agosto de 2009, a falha no sistema permitiu que corretoras comercializassem títulos “podres” (de difícil recebimento) assegurados pela Caixa por valores muito acima do mercado.

O setor no qual ocorreu a falha é vinculado à vice-presidência de Loterias e Fundos de Governo, à época ocupada pelo atual secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e braço direito do presidente Michel Temer, Moreira Franco. Descoberto o problema, os compradores entraram na Justiça contra o banco para cobrar o prejuízo. A fraude foi revelada em 2011 pelo jornal Folha de S.Paulo.

Em setembro, em entrevista ao Estado, ao levantar suspeita sobre a participação de Moreira Franco em desvios do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também sugeriu o envolvimento do peemedebista no caso.

“Na época do Moreira (na Caixa) foi divulgado que houve uma fraude de R$ 1 bilhão com títulos do Fundo de Compensação de Variação Salarial (FCVS). Uma parte foi vendida para a Postalis (fundo de previdência dos funcionários dos Correios). Isso deu um prejuízo para a Postalis que não tem tamanho”, disse Cunha. Segundo a assessoria de Moreira, o Tesouro Nacional não fez qualquer desembolso para quitar o saldo devedor daquele lote do fundo.

O PMDB era responsável pela indicação do presidente do Postalis. À época, o presidente do fundo era Alexej Predtechensky, afilhado político do ex-ministro e hoje senador Edison Lobão (MA) e do ex-senador José Sarney (AP), ambos peemedebistas.

Olha o Serra no cofrinho da Odebrecht!​




FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/olha-o-serra-no-cofrinho-da-odebrecht-200b


Ele recebeu aqui ou lá fora?

Serra.jpg
ilustre colonista da Fel-lha tem seus momentos de Elio Gaspari e, vez por outra, troca de chapéu, como o notável historialista.
Alem de ser vazadoura em série, a Ilustre faz entrevistas tipo púlpito com o Ministro (sic) Gilmar (PSDB-MT) e, para não dizer que poupa tucanos, dessa vez ela exagerou:
O ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis também quase levou "bola preta" nas negociações com a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Novis, no entendimento de procuradores, tentava dourar a narrativa que envolvia a relação da empreiteira com personagens do mundo político como o atual chanceler José Serra (PSDB-SP).
Que o Cerra recebe da Odebrecht lá fora, disso já havia certa "convicção"...

Mas, agora, na colona da Fel-lha, esse petardo assim, tão violento, deve fazer com que os olhos do Cerra saiam da órbita com mais rapidez...

(Nessas horas ele fica "decrépito", como diz o Nassif.)

ansioso blogueiro suspeita que Cerra seja um dos homens mais ricos do Brasil!

E, como Flavio Bierrenbach, gostaria de ter a oportunidade de provar isso na Justiça!

Por enquanto, Cerra disputa com o Aecím para saber quem é o tucano mais delatado!

Em terceiro lugar, mas, em vigorosa reação, aparece o Aloysio 300 mil, líder (sic) do Governo (sic) no Senado (sic).

Esses chapéus da Fel-lha são traiçoeiros.

Quem sabe, um dia, o Gaspari não vaza o filho do Fernando Henrique?

PHA