sábado, 24 de setembro de 2016

Oswaldo de Oliveira vê Sport mais confiante após vitória sobre o Santos



Treinador acredita que resultado diante do Peixe trará mais tranquilidade para que
a equipe consiga ter sucesso na luta contra o rebaixamento para a Série B




Por
Recife


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Oswaldo de Oliveira Sport (Foto: Marlon Costa (Pernambuco Press))Oswaldo de Oliveira vê Sport mais seguro após vitória (Foto: Marlon Costa (Pernambuco Press))


Um jogo difícil, equilibrado, mas uma vitória importante na luta contra o rebaixamento. Para o técnico Oswaldo de Oliveira, um triunfo sobre o Santos, da forma como aconteceu, tem um benefício extra: o ganho de confiança para o Sport.

- Normalmente, as equipes que vêm jogar aqui preferem picotar o jogo, fazer cera. O Santos, em nenhum momento fez cera ou abdicou de jogar. Isso é muito valoroso. Essa vitória é muito importante. Dá muito estímulo e confiança para a sequência – disse o treinador.

Oswaldo viu o Sport superior ao Santos. A não ser por um momento no segundo tempo, em que o Peixe assustou repetidamente o gol defendido por Magrão.

- Deixamos de tomar iniciativa do jogo. Claro que o Santos mudou, tirou um homem de área (Rodrigão) para preencher o meio de campo (com Jean Mota). Eles não estavam conseguindo predominar nesse setor. Por conta disso, tivemos bastante dificuldade. Mas, no decorrer do jogo, conseguimos tomar as rédeas. 


Apesar da vitória, Oswaldo não se dá por satisfeito. Ainda com risco de rebaixamento, ele acredita que a disputa irá até o final.

- O Brasileiro é um campeonato muito difícil. O Coritiba nos venceu na semana passada e nos passou. Neste sábado, ganhamos o Santos e eles perderam para o Palmeiras. Passamos à frente novamente. Não dá para bobear.


FONTE:

Sport vence, se afasta da degola e encerra sequência do Santos



BRASILEIRÃO 2016 SÉRIE A


27ª RODADA


Pernambucanos batem o Peixe em casa por 1 a 0 e abrem cinco pontos da zona
de rebaixamento; paulistas perdem após três vitórias, mas se mantêm no G-4




Por
Recife



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A paz volta a reinar na Ilha do Retiro. Após a derrota para o Coritiba, no último final de semana, o clima esquentou no estádio rubro-negro. O técnico Oswaldo de Oliveira começou a ser questionado, o chileno Mark González foi afastado. Só uma vitória sobre o Santos seria capaz de mudar - ao menos momentaneamente - o cenário. E ela veio. Com gol de Rogério, neste sábado, o Leão ganhou do Peixe por 1 a 0. A princípio, a derrota não faz tão mal à equipe de Dorival Júnior. Aconteça o que acontecer na rodada, o Santos seguirá no G-4.

Os  dois times voltam a jogar pelo Campeonato Brasileiro no próximo sábado. Às 11h, o Leão visita o Fluminense. O Santos, às 16h, recebe o Atlético-PR. Antes disso, porém, o Peixe joga pela Copa do Brasil. Na quarta-feira, a equipe faz a primeira partida das quartas de final, contra o Internacional. O duelo acontece às 19h30, na Vila Belmiro.

Sport x Santos (Foto: Aldo Carneiro (Pernambuco/Press))
Sport bate o Santos e se afasta da zona de 
rebaixamento (Foto: Aldo Carneiro 
(Pernambuco/Press))


O primeiro tempo foi muito intenso. As duas equipes jogaram e deixaram jogar. O Sport começou em cima - e foi superior, em linhas gerais, durante quase toda a etapa. Como centroavante, Rogério se movimentou muito e deu trabalho à defesa do Santos. Ele foi o responsável pela abertura do placar, ainda aos 10 minutos. O Leão poderia até ter ampliado o placar - já que Everton Felipe e Gabriel Xavier perderam chances claríssimas. Por outro lado, o placar poderia apontar empate ao final dos 45 minutos. Rodrigão e Copete desperdiçaram ótimas oportunidades pelo Peixe - geradas em levantamento na área e contra-ataque, principais armas da equipe paulista no jogo.

+ Confira como foi o Tempo Real de Sport e Santos

Na volta para a segunda etapa, o Peixe surgiu melhor do que o Sport. Com a necessidade do resultado, o time paulista cresceu e dominou o jogo. Mas aí apareceu o milagreiro rubro-negro. Completando o jogo de número 600 com a camisa do clube, Magrão fez grande partida e salvou o time três vezes. O duelo voltou a mudar com as substituições feitas pelos treinadores. Oswaldo tirou Neto Moura e colocou Paulo Roberto, dando mais consistência ao meio de campo. Dorival Júnior teve de tirar Vitor Bueno, machucado, para colocar Elano. Aí o jogo degringolou para o Peixe. O veterano meio-campista não entrou bem, diminuiu o ritmo do time e ainda foi expulso por reclamação. Com um a menos, o Alvinegro não conseguiu ter forças para reagir.



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pe/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2016/09/sport-vence-se-afasta-da-degola-e-encerra-sequencia-do-santos.html

Técnico sente falta de "titularíssimos" e lamenta limitações no elenco do Coxa



Paulo César Carpegiani afirma que a derrota para o Palmeiras teve origem na falta
de velocidade do Alviverde. Por lesões, treinador escalou time sem cinco titulares




Por
Curitiba




Carpegiani, técnido do Coritiba -  Arena Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)Na Arena Palmeiras, Carpegiani entrou com time reduzido e peças trocadas (Foto: Marcos Ribolli)


A derrota por 2 a 1 contra o Palmeiras foi justificada pelo técnico Paulo César Carpegiani, não só pela liderança do rival no Campeonato Brasileiro, mas pelo número excessivo de desfalques do Coritiba. Sem o zagueiro Luccas Claro e o meia Raphael Veiga, que estavam na última rodada da competição, o Alviverde somou seis desfalques na partida.

Também lesionados, o atacante Kleber está fora por tempo indeterminado e Neto Berola já foi vetado para a temporada. Leandro cumpriu suspensão na partida contra o Palmeiras. O último vetado é o volante Amaral, que sofreu cirurgia na mandíbula, depois de lesão na última partida.
– Sempre tentamos escalar o que temos de melhor. Temos cinco jogadores fora que são titularíssimos e estamos nos virando com aquilo que nos dispusemos. É difícil contrapor uma equipe muito rápida e de velocidade, com as dificuldades que nós temos. Temos o elenco reduzido, é bom frisar para que as coisas fiquem bem claras, e perdemos velocidade aqui, sem jogadores decisivos – declarou Carpegiani.

Entre os jogadores no departamento médico ou suspensos, somente Amaral ocupa o banco de reservas. Todos os outros compõem a formação ideal de Paulo César Carpegiani, que completou a nona rodada à frente do Coritiba neste sábado. O treinador lembrou o fato de que ainda não conseguiu terminar uma partida sequer com um time repetido.

– Até a próxima rodada, vamos ter tempo para respirar. O time está jogando domingo, quarta, sábado. Temos elenco reduzido e lesionados, o que acaba dificultando. Eu nunca repeti um time, com exceção do jogo contra a Chapecoense, mas que com 15 minutos eu já tive lesão e fui obrigado a fazer substituições. Não temos um elenco recheado de opções – cravou o técnico.


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Entre os desfalques, o setor de ataque é aquele que mais sente falta dos jogadores. Para Carpegiani, a criação também fica prejudicada, sem os principais nomes ofensivos do Coritiba. Apesar de lamentar a derrota, o técnico também lembrou a qualidade do Palmeiras.
– Vamos falar de nomes. Tivemos a lesão do Berola, o Leandro que está fora, o Veiga, o Kléber. Também sentimos falta de um zagueiro. Você tem cinco jogadores rápidos que são titularíssimos da equipe. A equipe tentou, brigou, lutou, mas enfrentamos um adversário que é um dos grandes candidatos ao título.

Na verdade, eu nunca tive a minha disposição todo o elenco. Nós conseguimos acertar com Berola e Leandro, tivemos lesões e acabaram atrapalhando. Com um pouco mais de velocidade, conseguiríamos propor mais jogo

Paulo César Carpegiani, técnico do Coritiba
 O treinador afirmou que as limitações também afetam o trabalho da montagem da equipe. De acordo com Carpegiani, o Coritiba teria criado mais problemas para o time paulista se tivesse peças para investir em jogadas rápidas.

– Nós temos trabalhado com aquilo que nos dispomos, mas as dificuldades são bastante grandes. São falta de opções, de velocidade no aspecto técnico. Na verdade, eu nunca tive a minha disposição todo o elenco. Nós conseguimos acertar com Berola e Leandro, tivemos lesões e acabaram atrapalhando. Com um pouco mais de velocidade, conseguiríamos propor mais jogo – disse.

O Coritiba entra em campo pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro na outra segunda-feira, 3/10, contra o América-MG. Os times jogam no Couto Pereira, em partida marcada para às 20h (horário de Brasília). Antes, o Alviverde viaja para Córdoba, na Argentina, para reverter o resultado contra o Belgrano, pela Copa Sul-Americana. Na bagagem, uma derrota na partida de ida, por 2 a 1.


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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pr/futebol/times/coritiba/noticia/2016/09/tecnico-sente-falta-de-titularissimos-e-lamenta-limitacoes-no-elenco-do-coxa.html

Cuca rebate críticos, renega "Cucabol" e pede respeito ao líder do Brasileiro


Treinador não gosta do modo como o estilo de sua equipe vem sendo avaliado. Comandante explica mudança de postura durante jogo contra o Coritiba




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São Paulo


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O Palmeiras é líder do Brasileirão, está há 10 jogos sem perder na competição, vem demonstrando bom desempenho e, ainda assim, o técnico Cuca se incomoda com algumas críticas. Após a vitória por 2 a 1 sobre o Coritiba, neste sábado, em casa, o treinador defendeu o estilo de jogo da equipe, que costuma ser muito forte no jogo aéreo, e a jogada de cobrança de lateral direto para a área que se tornou arma da equipe (neste sábado, Gabriel acertou a trave após arremesso de Moisés). Veja:

+ Veja a classificação do Brasileiro

 O estilo do Verdão foi batizado de “Cucabol”. O técnico não gostou nada.
Deveriam ter um pouco mais respeito com o nosso trabalho e olhar para o que já foi feito
Cuca, sobre críticas ao Palmeiras

– Criei esse jogada de lateral na área porque primeiro as dimensões do campo diminuíram; segundo porque temos um bom batedor de arremesso lateral (Moisés); terceiro porque a gente tem bons componentes no jogo aéreo que encaixam bem a segunda bola – explicou, para em seguida completar:
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Palmeiras deslancha na 2ª etapa, bate Coritiba e abre vantagem na liderança



BRASILEIRÃO 2016 SÉRIE A


27ª RODADA



Verdão se redime de atuação ruim no 1º tempo, faz dois gols rapidamente e dita ritmo do jogo para superar Coxa, ir aos 54 pontos e secar o Flamengo (50), neste domingo




Por
São Paulo



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Quem assistiu ao primeiro tempo do jogo entre Palmeiras e Coritiba, neste sábado à tarde, no estádio do Palmeiras, chegou a se perguntar o que estava acontecendo com o líder do campeonato. Foram 45 minutos sonolentos. Mas, para alegria dos 30.962 torcedores na arena, o Verdão deslanchou na segunda etapa, fez dois gols nos primeiros 11 minutos, com Leandro Pereira e Mina, e bateu por 2 a 1 o time paranaense, em duelo pela 27ª de 38 rodadas do Campeonato Brasileiro. Agora com 54 pontos, o Palmeiras, invicto há dez jogos na competição, abriu quatro em relação ao vice-líder, Flamengo, que encara o Cruzeiro, neste domingo, às 16h (de Brasília), em Cariacica (ES). O Coritiba, com 33 pontos, manteve provisoriamente a 13ª posição na tabela.

+ Confira a tabela de classificação do Brasileirão

O Verdão voltará a atuar nesta quarta-feira, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Grêmio, em Porto Alegre. Pelo Brasileirão, o próximo compromisso é diante do Santa Cruz, em Recife, no dia 3 de outubro. No mesmo dia, o Coritiba receberá o América-MG. Mas antes o clube da capital paranaense enfrentará o argentino Belgrano, nesta quarta-feira, em Córdoba, no jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Leandro Pereira e Mina - Palmeiras x Coritiba (Foto: Marcos Ribolli)
Leandro Pereira e Mina, autores dos gols do 
Verdão, comemoram o primeiro tento (Foto: 
Marcos Ribolli)


Primeiro tempo
Com uma formação ofensiva e atuando em casa, o Palmeiras fez o que se esperava dele e pressionou o Coritiba desde o início. Apesar do domínio territorial, o time pecava no último passe, facilitando a vida dos visitantes. O jeito foi tentar jogadas de velocidades. Bem postado atrás, o Coxa calcava o seu jogo nos contragolpes, porém, não levava perigo algum à meta de Jailson.

O tempo ia passando, o Verdão mantinha a tranquilidade e tocava a bola de pé em pé, sem dar chutão.  Mas um certo nervosismo podia ser visto nos jogadores do líder do Brasileirão, porque a bola insistia em ficar rodando no meio de campo. Nada de investidas de sucesso no ataque.

A primeira e única chance de gol veio aos 46 minutos, com Gabriel Jesus chutando em cima de Wilson após penetração na área pela esquerda. O primeiro tempo foi uma demonstração clara de que não basta um time ter total domínio de posse de bola e jogar o tempo todo no campo defensivo do rival, se não finaliza as jogadas. Apesar da ótima fase palmeirense, a torcida local externou seu descontentamento com o que se viu até aquele momento no estádio do Palmeiras.


Segundo tempo
O Verdão voltou com uma mudança na linha ofensiva de quatro homens: Cuca promoveu a entrada de Leandro Pereira no lugar de Erik. A troca foi boa, e o líder acordou. Logo, aos 2 minutos, Gabriel Jesus testou no travessão. Mais efetivo, o Palmeiras acabou abrindo o placar, aos 5, com Leandro Pereira pegando sobra de bola no ataque e ganhando dividida com Wilson para fazer de cabeça. Abriu a porteira! Aos 11, após jogada muito bem ensaiada, Dudu rolou para Egídio, que tocou para Moisés.
De primeira, ele lançou Róger Guedes, que apareceu livre dentro da área e cruzo para o meio. Com quatro jogadores do Verdão prontos para fazer o gol, o zagueiro Mina empurrou para a rede.

Róger Guedes é segurado - Palmeiras x Coritba (Foto: Marcos Ribolli)
Róger Guedes disputa jogada com João Paulo 
e Nery Bareiro (Foto: Marcos Ribolli)


Mais relaxado, o Palmeiras passou a trabalhar mais as jogadas em busca do terceiro gol. Muito inferior, o Coritiba  tentava encaixar algum contra-ataque para dar algum ânimo para os seus seguidores. Sempre sedento por balançar a rede, Gabriel Jesus cabeceou muito bem, aos 25, mas Wilson desviou para fora com a ponta dos dedos. Inesperadamente, o Coxa acabou diminuindo cinco minutos depois, com Iago. Evandro bateu para o gol, Vitor Hugo cortou, e, no rebote, o atacante aproveitou que Jailson tinha saído mal e tocou com jeito para diminuir: 2 a 1.

Gabriel Jesus teve mais uma boa oportunidade, aos 35, mas desperdiçou. Daí até o fim da partida bastou ao Palmeiras controlar o ritmo, brecar algumas investidas do Coxa e comemorar bastante a sua 16ª vitória em 27 partidas neste Brasileirão. Agora com 54 pontos, quatro a mais do que o vice-líder, Flamengo, o Verdão vai secar o clube carioca para fechar a rodada com a considerável vantagem.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2016/09/palmeiras-deslancha-na-2-etapa-bate-coritiba-e-abre-vantagem-na-lideranca.html

QUEM PAGOU A VIAGEM DO JORNALISTA DA VEJA À FILADÉLFIA PARA COBRIR MORO?



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/que-pagou-a-viagem-do-jornalista-da-veja-a-filadelfia-para-cobrir-moro-por-paulo-nogueira/



A incrível promiscuidade entre uma revista e um magistrado




Moro e a Veja: bons camaradas
Moro e a Veja: bons camar




Quem pagou a viagem do jornalista Rodrigo Rangel da Veja à Filadélfia numa ação de relações públicas, muito mais que de jornalismo, em cujo centro estava Sérgio Moro?
A própria Veja? Ou Sérgio Moro?
Me interessei pela questão assim que vi o artigo. Não é coisa pequena.
Num ambiente jornalístico decente, viagens desta natureza são bancadas pelas publicações. Em cenários de promiscuidade jornalística, quem paga é a fonte.
A Folha, décadas atrás, criou uma falsa solução para isso. Avisava, num discreto rodapé, que seu repórter viajara sob patrocínio de alguém. O pobre leitor que decidisse se o texto era contaminado por não ter sido arcado pelo jornal.
Fiz o básico. Perguntei ao diretor da Veja, André Petry, quem pagou a viagem. Ditei a pergunta a sua assistente, depois de haver me identificado. Deixei meu telefone.
A resposta não veio. Ou melhor: veio no silêncio de Petry. Se a Abril tivesse pagado a viagem, ele teria pedido à assistente que me ligasse e dissesse apenas uma palavra: nós bancamos.
Repito: é coisa de interesse público. Um mero telefonema e pronto. Dez segundos.
Uma semana atrás, ao falar no legado editorial de Roberto Civita ao anunciar o lançamento de sua biografia, Petry fez uma eulogia. RC tinha evidentes deficiências como editor e empresário. mas lembro de meus 20 anos de Abril que uma das regras sagradas era não aceitar viagens pagas por outros. Muito menos quando se tratasse da Veja, cuja reputação tinha que ser especialmente protegida.
Fora tudo, a camaradagem entre a revista e Moro no texto é uma afronta ao que deveria ser a conduta de um magistrado. Em que país socialmente avançado do mundo, um repórter confraterniza editorialmente com um juiz a quem cabem decisões tão brutalmente importantes para o futuro da sociedade?
E o mais grave: uma revista sem nenhum sentido de isenção e imparcialidade? Basta dizer que uma pergunta feita pelo repórter foi a seguinte: “Quando Lula vai ser preso?” No capítulo das ridicularias, o repórter se fez de fotógrafo e ‘flagrou’ Moro no vôo  com um patético boné para não ser reconhecido, como se o juiz de Curitiba fosse Brad Pitt.
Moro parece estar repetindo, também aí, Joaquim Barbosa. No comando do STF, Barbosa patrocinou com recursos públicos uma boca livre a uma jornalistas numa viagem de completa irrelevância à Costa Rica.
Ele ia participar de um seminário que não foi notícia sequer na Costa Rica. Uma jornalista do Globo estava presente e cobriu a não notícia. Imitador compulsivo da Folha, o Globo comunicou quem arcara com a despesa.
Os recursos dos brasileiros são escassos demais para serem torrados na promoção de Sérgio Moro.
Se, contra todas as probabilidades diante do silêncio de Petry, a Veja mesma houver pagado para adular Moro, aí fica registrado o monumental desprezo da revista pelo interesse público. Uma resposta telefônica dada pela assistente de Petry teria mostrado respeito, algum pelo menos, pelo interesse público.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

VISÃO DO ABISMO: OS CASTELOS TEÓRICOS DO MP


FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/visao-do-abismo-os-castelos-teoricos-do-mp


Moro, a PF e o Janot dão sempre um jeito de caber... - PHA



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Domínio de fato: Dallagnol vai encaixar o Aragão num power point
Para dissipar a treva do Golpe, o Conversa Afiada deixa o ar puro entrar: esse implacável diagnóstico do Ministro da Justiça Eugênio Aragão - a Dilma só acertou por último... - sobre os puxadinhos feitos do mensalão ao petrolão.
Uma Aula Magna, que merece estar ao lado de Comparato e Evandro.
O risco dos castelos teóricos do ministério público em investigações complexas
Eugênio José Guilherme de Aragão

Was nicht passt, wird passend gemacht 
(O que não cabe, ajeita-se para caber)
– Dito popular alemão


É absolutamente legítimo, numa tentativa mais exata de explicar fatos complexos, isto é, fatos que não são apreensíveis intuitivamente em toda a sua extensão, que se busque a respeito deles construir um modelo teórico. Sugerem-se uns postulados, constroem-se hipóteses sobre suas causas e seus efeitos, que, uma vez testadas, se transformam em assertivas teóricas supostamente consistentes, ou seja, isentas de contradições entre si. No seu conjunto, essas assertivas formam uma teoria.

Teorias são por natureza transitórias, porque construídas sobre assunções que podem mudar com a construção de novas teorias que as falseiam. A falseabilidade é, segundo Karl Popper (in: A lógica da pesquisa científica; São Paulo: Cultrix, 1993), a característica essencial das teorias e, uma vez falseadas, elas seriam substituídas por novas teorias, assim provocando o avanço da ciência. Essa dinâmica pressupõe, é claro, cientistas honestos, aqueles que vestem as sandálias da humildade e se reconhecem falhos, abrindo mão, com modéstia, de suas hipóteses tão custosamente testadas.

Para outro estudioso da teoria da ciência, Thomas Kuhn (in: The Structure of Scientific Revolutions, 2.ª ed., enlarged; Chicago and London: University of Chicago Press, 1970), o avanço científico se daria não por esse automático falseamento sucessivo de teorias, mas, sim, por seu abandono, quando uma nova visão do fenômeno estudado sugere novas linhas de pesquisa. É o que ele chama de “mudança de paradigma” teórico, não deixando de a teoria antiga a continuar de pé, mas com pouca serventia para o que mais recentemente interessa. Assim, a física newtoniana não perdeu sua validade, mas não resolve problemas que podem ser melhor tratados com a teoria da relatividade.

Ainda outro estudioso do tema da evolução das teorias, Paul Feyerabend (in: Contra o método; Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1977), qualificado de anarquista gnosiológico, sugere que cientistas não são santos. Estão longe de se equipararem a carmelitas de pés descalços. Eles padecem dos vícios muito encontradiços em outros seres humanos, dentre os quais a vaidade e a soberba. Longe de abrirem mão de suas teorias, quando suspeitam de seu falseamento, promovem puxadinhos de novas hipóteses por testar, sempre no esforço, não de desistir da teoria, mas de camuflar suas inconsistências. Se necessário, até por meio de falácias ocultas. E isso torna todo castelo teórico muito frágil, prestes a ruir a toda hora e só mantido inteiro a custas de estacas de sustentação.

O agir de investigadores criminais, quando lidam com ilícitos de maior complexidade, envolvendo organizações e processos tortuosos de captação e irrigação de ganhos, parece não ser muito diferente. A polícia se serve muito de organogramas e fluxogramas, tentando estabelecer relações entre fatos e pessoas. O ministério público, sem deixar, também, de fazer uso desses instrumentos, vai além, porque tem que elaborar uma teoria que sustente a acusação.

Esse tipo de técnica foi largamente usado na denúncia da APn 470-DF, julgada pelo Supremo Tribunal Federal, conhecida como o caso do “mensalão”. Os procuradores que elaboraram o libelo, partiram, a priori, da existência de uma organização criminosa, que carreava recursos para distribuí-los a partidos e parlamentares da base de sustentação de governo, seja para remunerar seu apoio em votações de projetos de lei estratégicos para o governo, seja para amortecer dívidas de campanha. Os recursos, no caso, eram definidos como públicos, supostamente advindos de bonificações da Visanet ao Banco do Brasil e de sobrepreços em contratos de publicidade, tudo disfarçado, também supostamente, como ativos de contratos de financiamento entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Banco Rural, que, ao ver dos acusadores, seriam simulados. Para realizar todo esse complexo intento, os atores envolvidos, ligados a empresas, bancos, governo e partidos, se organizariam, na teoria posta, de forma complexa em núcleos com diferentes atribuições. Haveria um “núcleo operacional”, um “núcleo financeiro” e um “núcleo político”, todos articulados entre si para permitir o funcionamento do esquema de desvio de ativos para a empreitada da garantia da governabilidade.

A experiência do uso do modelo teórico foi tão bem recebida por uma mídia comercial, ávida por uma versão que comprometesse todo governo do PT, que virou uma coqueluche nas rodas de procuradores da república. E logo se realizou, já na gestão de Rodrigo Janot como procurador-geral, curso de “mensalão” na Escola Superior do Ministério Público da União, para os colegas aprenderem a montar seus castelos teóricos como rotina acusatória.

O problema central de teorias investigativas é que, se forem estáticas, elas incidem sobre grave violação do princípio da presunção de inocência. O processo existe como uma sucessão de atos tendentes a criar uma sólida teoria sobre um acontecimento qualificado como crime. Nessa sucessão de atos, se dá às partes, acusação e defesa, a oportunidade de promoverem “provas”, isto é, demonstrações empíricas sobre a correção de suas hipóteses que são diametralmente opostas. Toda suposição prévia sobre o acontecimento (hipótese por demonstrar) é, assim, provisória e o ministério público não pode ter o compromisso inabalável com seu acerto definitivo, eis que, se constatar que sua hipótese era falsa, deverá rejeitá-la, para defender a inocência do réu. Ele é fiscal da lei e não ferrabrás implacável.

No entanto, como humanos que são, incide sobre os investigadores o problema apontado por Feyerabend. Longe de terem a disposição de rever suas hipóteses quando falseadas por contra-hipóteses ou de abandonarem aquelas com sua substituição por um novo paradigma teórico, eles insistem até o fim na sua tese inicial e, se necessário for, fazem um puxadinho cá, um puxadinho lá, para, mantendo a teoria em suas linhas mestras, esconderem eventuais inconsistências decorrentes de contradições constatadas ao longo da instrução criminal. Assim, o construto mental inicial, mesmo que não plenamente provado, é apresentado como um fato definitivo. As provas que vão chegando ao processo são empurradas, piladas, socadas para dentro das categorias pré-concebidas, para que se adaptem ao todo previamente desenhado, bem como sugere o dito popular alemão: "was nicht passt, wird passend gemacht", ou “o que não cabe, ajeita-se para caber”. Não interessam as demonstrações de inocência provável do investigado/acusado, porque são antiestéticas. Sacrifica-se, com arrogância moralista, essa inocência pelo amor ao castelo teórico montado.

Foi assim que José Genoíno entrou na APn 470: apesar de nada haver contra ele a não ser duas assinaturas em contratos de financiamento com o Banco Rural, que foi obrigado, como dever estatutário de seu ofício de presidente do Partido dos Trabalhadores, a avalizar, foi socado no "núcleo político" para, ali, se desenhar uma quadrilha e chegar a José Dirceu. Todos sabiam da fragilidade da prova contra Genoíno, distante de ser "beyond any reasonable doubt", além de qualquer dúvida razoável, a ponto de uma magistrada tê-la expresso, mas votando pela condenação desse réu "porque a doutrina lhe permitia".

Esses castelos teóricos são de uma perversão desumana intolerável. O destino daquele sacrificado, publicamente exposto e estigmatizado como "corrupto", pouco interessa. Pouco interessa que José Genoíno sempre morou na pequena casa geminada na divisa de São Paulo e Osasco, área de classe média baixa, com uma vizinhança composta de garçons e motoristas de táxi, que nunca adotou hábitos extravagantes, andando na capital de metrô e, quando em Brasília, pedindo aos amigos para buscá-lo no aeroporto para levá-lo a um dos mais baratos hotéis da capital, onde era freguês cativo. A ninguém interessou, naqueles dias, o tanto que Genoíno colaborara, na Constituinte de 1987-1988, com o lobby do ministério público para criar um órgão forte e eficiente. Ninguém se lembrou que era uma pessoa festejada por todos os procuradores-gerais, inclusive aquele que pediu sua prisão, sabendo-o inocente. O trabalho de se ter montado o "esquema" do "mensalão" era mais importante, até porque a imprensa já o havia disseminado e o relator no STF já havia publicamente destratado os colegas que pudessem estar em dúvida a respeito.

Piores ainda são os castelos construídos por "task forces", forças tarefas, criadas por polícia e ministério público, com todo o estardalhaço e defendidas com unhas e dentes pelo juiz, pelo Conselho Nacional do Ministério Público que a premia e, claro, pela mídia interessada no desgaste desse ou daquele ator político alvo das operações. É que a montagem de uma força tarefa é feita com tanto rapapé que ela fica sob permanente pressão de apresentar resultados. Ninguém cria força tarefa para arquivar um inquérito.

Esse estardalhaço, por si só, fere mortalmente a presunção de inocência e vai consolidando na opinião pública, como um enredo de novela de fim previsível, a certeza do acerto da teoria inicial sobre o envolvimento dos atores escolhidos nos fatos supostamente ocorridos. O castelo teórico montado em força tarefa tem frequentemente como fundamento delações premiadas levadas a cabo com enorme pressão psicológica exercida sobre os potenciais delatores, direcionadas a alvos previamente escolhidos pelos investigadores e pelo juiz para dar contornos de solidez ao modelo teórico concebido sobre os fatos em investigação. Torna-se, pois, esse castelo, inexpugnável e a teoria, por mais canhestra, passa a ser tratada como infalseável. Troca-se a ciência na investigação pela ideologia doutrinária, que vê em tudo corrupção como mal a ser extirpado, custe o que custar. Passam-se a adotar até doutrinas estrangeiras fora de seu contexto e completamente deturpadas de seu significado original, como o instituto do domínio do fato (“Tatherrschaft”), concebido por Claus Roxin: aquilo que foi imaginado como um instrumento para medir o grau de culpabilidade de cada um num concurso eventual de agentes, num sistema que, diferentemente do nosso, trata cada tipo de concurso (coautoria, participação, instigação) de forma diferenciada, foi transmutado num instrumento de atribuir crime por responsabilidade objetiva. Mas não interessa. Isso é só mais um "legítimo" puxadinho para dar aparência de consistência ao construto mental a priori dos acusadores.

As forças tarefas revelam, no entanto, outro problema sério, afora a deficiência dos castelos teóricos. Esse problema é tão grave, que, definitivamente, mostra a desumanidade de seu uso pela polícia e pelo ministério público. É que elas são um instrumento que incorporam a própria falta de accountability de seus atores, extraordinariamente empoderados no sistema constitucional brasileiro.

Diferentemente de outros modelos organizacionais, encontradiços no direito comparado, no Brasil, a polícia, o ministério público e o juiz são personagens do processo penal que não sofrem maior supervisão sobre a substância de seu trabalho. Na Europa continental, a polícia é supervisionada pelo Ministério do Interior, que exerce sobre ela um poder de mando. Elas são "weisungsgebunden", vinculadas à determinação ministerial. O mesmo ocorre com o ministério público, sujeito à supervisão concreta do Ministério da Justiça, a cuja estrutura pertence. E o juiz, por sua vez, está sujeito à autoridade disciplinar do presidente do tribunal, escolhido pelo Ministro da Justiça. Já entre nós, cada um desses atores bate com a mão no peito e se gaba de sua independência funcional, numa extensão exagerada que se consolida nos respectivos imaginários corporativos.

Não percebem, porém, nossos personagens públicos do processo penal, que sua independência é adequadamente calibrada na constituição, na lei e em regulamentos. A do juiz se restringe claramente aos limites da lide. O juiz é independente para transitar no espectro entre a tese do autor e a do réu. Ele não tem liberdade de decidir extra petita. O ministério público tem outro tipo de independência, que não é uma prerrogativa funcional, mas, conforme prevê o art. 127 da Constituição, é um “princípio institucional”, ou seja, uma diretriz de organização interna do órgão. Nem poderia ser diferente, já que o ministério público, ao deter a iniciativa de ação, não tem sua independência balizada pela lide já construída pelas partes. A se imaginar uma tal independência sem balizamentos que há para o exercício da jurisdição, cada membro do ministério público se converteria numa metralhadora giratória, cuspindo bala para todas as direções. E nenhum estado poderia conviver com isso. Por isso, a independência funcional como princípio institucional encontra seus limites nos outros princípios institucionais mencionados no mesmo artigo: a unidade e a indivisibilidade do ministério público (solenemente ignorados por grande parte de seus membros). Por estes princípios pressupõe-se que o ministério público aja concertadamente em todas as instâncias e em todos os campos de atribuições. A independência funcional passa a ter um caráter negativo: ela só existe para que o membro individualmente não seja coagido a se posicionar contra sua convicção. Havendo uma tese coletivamente acertada na instituição, da qual ele venha a discordar, tem o direito de pedir a redistribuição do feito para não atuar nele contrariando a unidade de ação da instituição. E nada mais.

A polícia, por outro lado, não tem independência funcional nenhuma. Seus agentes estão sob plena supervisão de suas estruturas internas e, no caso da polícia federal, também do Ministério da Justiça. Ocorre que se consolidou o costume regulamentar de se respeitar o trabalho individual de cada delegado, com o imaginário corporativo de que essa “independência” decorrente de tal costume se equipara à do ministério público. Mas isso, repito, é só o imaginário corporativo. No entanto, ninguém nega que, no Brasil, principalmente no plano federal, a polícia detém um poder significativo de pressão que dirige contra o legislativo, onde dispõe de bancada própria, e contra o executivo: é mais fácil o Ministro da Justiça cair por conta de um conflito com o diretor-geral da polícia federal, do que o contrário. Paulo Brossard foi nomeado para o Supremo como meio de tirá-lo do ministério, onde entrara em confronto com o diretor-geral Romeu Tuma.

Com atores tão poderosos, muitas vezes, na prática, além do que a lei lhes garante, o processo penal, para resguardar os direitos do investigado/acusado, tem que se organizar de outra forma, criando um sistema de “checks and balances” entre os três órgãos públicos envolvidos na persecução penal. Basicamente, se a polícia, na investigação, comete algum abuso, este pode ser prontamente corrigido pelo ministério público, que exerce o controle externo da atividade policial; se o ministério público se houver além dos limites legais, recorre-se ao juiz, que devolverá o processo ao seu leito natural e, se o juiz praticar ilegalidade, tem a segunda instância para corrigi-lo. Cada um no seu quadrado.

Por essa razão, não há previsão constitucional de investigação criminal pelo ministério público, para que as atribuições não se misturem. Ainda assim, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar, com repercussão geral, o RE 593727/MG, rel. Min. Cezar Peluso, julg. 14.5.2015) tem admitido excepcionalmente essa investigação pelo parquet, quando motivos extraordinários o recomendem (por ex. omissão da polícia ou envolvimento da polícia no crime). O que o acórdão deixou de enfrentar é que, se essa investigação é excepcional, deve ser motivada e a motivação submetida previamente ao juiz, que reconhecerá, ou não, a hipótese de excepcionalidade. Esse controle é essencial para se ter transparência e “accountability” por parte do ministério público. Depois de autorizada a investigação, ela deve seguir o rito do inquérito policial, com remessa, a cada 30 dias, dos autos para o juiz, para que ele supervisione a atuação dentro do sistema de “checks and balances”. Isso pressupõe que o juiz não seja parceiro do ministério público, combinando com este “o jogo”, sob pena de colocar em sério risco as garantias fundamentais do investigado/acusado.

Forças tarefas que envolvem trabalho conjunto de polícia com ministério público na montagem do castelo teórico e na sua solidificação, sob a suspeita imiscuição do juiz em todas as etapas, são, por isso, inconstitucionais. Porque, se os três atores públicos se mancomunam, ao invés de se controlarem sucessivamente, o jurisdicionado fica sem ter a quem recorrer contra eventuais abusos articulados. Isso viola o princípio do amplo acesso à justiça (nenhuma lesão de direito poderá ser subtraída da apreciação do judiciário) e inviabiliza a garantia do devido processo legal. Forças tarefas podem ser legitimamente constituídas entre órgãos da mesma administração: polícia e previdência social ou polícia e receita federal, mas jamais em atuação conjunta com órgão parajurisdicional ou jurisdicional, pois quebra a dinâmica do controle sucessivo.

O que se percebe, hoje, na força tarefa da operação Lava Jato é precisamente isso: polícia, ministério público e juiz como parceiros de uma mesma empreitada, protegendo-se reciprocamente, tudo em nome da necessidade de rigor no combate à corrupção. Expõem-se castelos teóricos para o público que não são em absoluto conferíveis em suas premissas, para chegar a conclusões antecipadamente postuladas, por exemplo, de que Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente, era o chefe de uma organização criminosa instalada em seus governos. Nenhuma prova sólida é apresentada, mas apenas suposições baseadas em duvidosas declarações de terceiros, muitos, verdadeiras testemunhas de “hearsay”, sem credibilidade, todas socadas nos “escaninhos” teóricos prévios. E, como dita o teorema de Clavius (Lex Clavius), na lógica silogística, ex falso sequitur quodlibet: do falso pode-se deduzir qualquer coisa. Se as premissas são falsas, a conclusão pode ser falsa ou verdadeira, isto é, ela será indecisível (afinal, se todos chineses falam português e Michel Temer é chinês, Michel Temer fala português...).

Mas fazem-se coletivas de imprensa em salas de conferências de luxo, alugadas com dinheiro público, para apresentação de vistosos gráficos de Powerpoint de impressionante fragilidade, sempre em prol de uma teoria prévia, que desconhece a dignidade humana e a presunção de inocência do investigado exposto, por darem-se como definitivos os pressupostos hipotéticos dessa teoria montada.

Para encerrar, é importante advertir que não se deve desconsiderar que o uso desse método de procurar explicar fatos complexos por uma série de hipóteses a serem testadas para formarem uma consistente teoria do crime atribuído ao investigado/acusado é um instrumento válido e legítimo, desde que, na busca da melhor verdade, se tenha flexibilidade no falseamento ou na refutação de uma ou outra hipótese e, com isso, permitir o reconhecimento da inocência de um ou outro implicado. Importa, isto sim, os investigadores vestirem as sandálias da humildade e reconhecerem suas próprias limitações. O método não pode servir de “fait accompli”, fato consumado, anulando o esforço da defesa. Por essa razão, os três poderosos atores público têm que ficar, cada um, em seu quadrado, agindo discretamente para evitar expectativas públicas por esse ou aquele modelo hipotético e para tornar real a flexibilidade do falseamento teórico ou a superação da teoria posta, por outra, com fundamentos diversos, compondo novo paradigma. Só assim se garante ao jurisdicionado um “fair trial”.

Eugênio José Guilherme de Aragão: Doutor em direito pela Ruhr-Universität de Bochum (Alemanha), mestre (LL.M.) em direito internacional dos direitos humanos pela University of Essex (Reino Unido), foi Ministro de Estado da Justiça do governo Dilma e exerce, hoje, os cargos de Subprocurador-Geral da República no Ministério Público Federal e de Professor Adjunto na Universidade de Brasília.

AULA MAGNA: COMPARATO SOBRE EVANDRO


FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/aula-magna-comparato-sobre-evandro



Recall no lugar de impeachment (que é Golpe)

publicado 24/09/2016
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Evandro: no júri, o povo aprende a julgar e a se governar
Nessa treva do Golpe, o Conversa Afiada deixa o sol entrar: mestre Comparato fala do mestre Evandro.
Ah, o Supremo de Evandro, Hermes Lima e Victor Nunes Leal…
(O jovem Fábio Konder Comparato trabalhou com Evandro no Supremo.)
EVANDRO LINS E SILVA

Evandro Lins e Silva foi um dos mais notáveis representantes da longa linhagem de grandes causídicos, cujo impulso ético na defesa das liberdades conduziu não somente ao foro, mas também à vida pública.

Já tive ocasião de enfatizar que a técnica advocatícia de Evandro Lins e Silva reproduziu as três grandes qualidades que Cícero considerava essenciais na arte oratória: probare, conciliare emovere – vale dizer, provar, convencer e comover.

Para realizar a demonstração probatória, lembrou Cícero, o advogado deve saber explicar, em linguagem acessível ao entendimento dos julgadores, as questões controvertidas na causa, ainda que revestidas de grande complexidade.

Em sua estréia no júri, ao fazer a defesa de um réu, predestinado pelo prenome Otelo a matar a amante num surto patológico de ciúme, Evandro Lins e Silva, na audácia de seus 19 anos, não hesitou em explicar aos jurados a teoria psicológica, recém-divulgada à época em nosso país, sobre a diferença temperamental entre os ciclotímicos e os esquizotímicos.

Já na tarefa de convencer o julgador (o conciliare de Cícero), importa lembrar, como salientou Aristóteles em seu tratado de retórica, que a autoridade moral do orador ou advogado é o principal argumento em favor da justiça da causa por ele defendida. Ora, desde os primeiros anos de exercício da advocacia, Evandro Lins e Silva granjeou uma sólida reputação de integridade profissional, que lhe valeu, em todas as ocasiões, o respeito e a confiança dos juízes, togados ou leigos. Essa auctoritas, no original sentido romano do vocábulo, só aumentou no decorrer de sua atividade profissional.

Por fim, completando a tríade funcional da arte oratória, sustentou Cícero que o advogado – máxime em se tratando de causas penais, acrescento eu – deve apelar, não somente para a razão, mas também para os sentimentos, pois o direito é inseparável da moral, e o juízo moral implica, necessariamente, uma apreciação de valores. O Código Penal, como sabido, para ficarmos com um só exemplo, qualifica como circunstância atenuante “ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral” (art. 65, I, a). Ora, como bem salientou a moderna teoria axiológica, os valores não se apreendem pelo raciocínio, mas pela intuição sentimental. Ou, como disse excelentemente Pascal, em tais assuntos é mister saber contar, não com o esprit de géométrie, mas com o esprit de finesse; pois “o coração tem suas razões que a razão desconhece”.

Pois bem, todas essas qualidades, essenciais ao exercício da advocatícia criminal, fundam-se em uma suposição básica: a capacidade do advogado em desvendar a personalidade única, insubstituível e irreprodutível daquele que lhe confiou a defesa de seus direitos e interesses. Muitos séculos antes do aparecimento da ciência genética e da descoberta do DNA, os grandes criminalistas sempre souberam, intuitivamente, que não há nem pode haver delitos iguais, pois cada ação criminosa reflete o caráter inconfundível do seu agente.

Eis por que Evandro sempre foi um defensor constante do tribunal do júri, cuja função maior, como ele não cansou de sustentar, consiste em individualizar o fato criminoso, longe de qualquer abstracionismo técnico ou dogmático.

Aliás, o processo perante o tribunal popular nunca é uma fria e descomprometida análise de fatos passados, mas uma autêntica reencenação de tragédias humanas. O crime imputado ao réu é, de certa forma, reencenado conjuntamente pelos jurados, pelos acusadores, pelos advogados e as testemunhas. Todos ocupam a cena para desempenhar sua parte no enredo. O juiz togado é mero contra-regra, pois sua função consiste em indicar as entradas e saídas dos atores e proclamar a conclusão da peça. Em qualquer hipótese, o papel atribuído ao defensor é de encarnar vividamente o personagem do réu, pois durante a sessão de julgamento este só se manifesta ao ser interrogado pelo juiz presidente.

Nesse sentido, a função do tribunal do júri, na sociedade política, é muito mais rica e importante que aquela desempenhada pelos demais órgãos do Poder Judiciário. É que ao júri não compete apenas a função judicante, mas também a de formar a consciência ética do povo. Ele é, ao mesmo tempo, um tribunal e uma escola.

Ressalte-se, porém, que essa dupla função, o júri só pode desenvolvê-la num ambiente democrático. Atribuir ao cidadão comum o poder de julgar o seu semelhante, e retirar-lhe concomitantemente o poder de governar a sociedade, ou de eleger quem por ele o faça, é provocar uma insuperável contradição no Estado.

Não foi, assim, por simples coincidência que, no mesmo século V a.C., a democracia ateniense deu ao povo a função de julgar as causas mais importantes para a sobrevivência da polis, e fez do teatro trágico uma grande escola de cidadania. A tragédia foi o método artístico por excelência, pelo qual se inculcaram nos cidadãos – até mesmo nas mulheres, o que representava à época uma extraordinária ousadia – as virtudes cívicas indispensáveis ao funcionamento regular do governo democrático.

Papel análogo é exercido pelo tribunal do júri, nas democracias modernas: o povo aprende a julgar e, com isto, aprende também a se governar. 

Daí porque uma das instituições mais importantes, na atualidade, para incutir no povo o sentido pleno da democracia consistiria em criar tribunais populares para o julgamento de quaisquer delitos – e não apenas dos crimes dolosos contra a vida – cometidos por agentes políticos, sejam eles chefes do Executivo, parlamentares, ou até mesmo juízes e membros do Ministério Público.

Mas, perguntar-se-á, quando se deu a referida ligação entre a advocacia e a atuação política, na vida de Evandro Lins e Silva?

Ela foi, por assim dizer, natural e imediata.

Todo o período inicial de atuação forense de Evandro ocorreu nos tempos agitados da passagem da República Velha para o governo getulista. Já nessa época, multiplicavam-se os casos de crimes de sangue por motivação política, e o jovem acadêmico cobria, como jornalista, as sessões do tribunal do júri do Rio de Janeiro, onde pontificava a figura ímpar de Evaristo de Moraes, rábula criminalista de gênio.

Em 1935 é deflagrada a insurreição comunista que, desde logo dominada, acarretou considerável número de prisões e processos criminais. Logo no ano seguinte, é criado o infame Tribunal de Segurança Nacional, determinando a lei que a Ordem dos Advogados do Brasil designasse advogados dativos para os réus que não tivessem constituído defensor, disposição que permaneceu em vigor, no entanto, durante pouco tempo. Pois bem, até a extinção do Tribunal de Segurança em 1945, Evandro Lins e Silva defendeu, por designação da nossa corporação profissional ou mandato dos interessados, mais de mil presos políticos; e fez questão de não cobrar nem receber honorários, o que foi, para ele, razão da mais subida honra, pois nunca é demais relembrar que o étimo de honorários é honor.

Como ele teve ocasião de dizer no longo depoimento sobre sua vida, prestado à Fundação Getúlio Vargas e publicado em livro sob o título O Salão dos Passos Perdidos, “a profissão de advogado não tem apenas a destinação de ganhar dinheiro; tem também uma função mais nobre: a prestação de serviços gratuitos aos necessitados. É um múnus público que o advogado desempenha nessa hora”.

Evandro Lins e Silva poderia ter se limitado a isto, e já teria largamente prestigiado a beca. Mas não. Entregou-se também à defesa, tanto judicial, quanto extrajudicial, dos direitos sociais e da democracia. Em sua Profissão de Fé aos 80 Anos, discurso que pronunciou em sessão do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Rio de Janeiro, fez questão de salientar que “o papel do advogado, na organização da sociedade e em face da própria vida, deve ser representado com a visão ampla e dinâmica de uma pregação permanente do aperfeiçoamento da ordem jurídica, no pretório e fora dele, e esse fim só se tem alcançado, ao longo do tempo, quanto mais se alarga e aprofunda a justiça social”. E concluiu: “O advogado é, antes de tudo, um cidadão. Por isso, tem deveres para com o povo e a Nação”.

Daí encontrar-se Evandro, logo após a deposição de Getúlio Vargas em 1945, entre os fundadores do movimento político denominado Esquerda Democrática, depois transformada no Partido Socialista Brasileiro. Até o fim da vida, aliás, ele se manteve convictamente adepto do socialismo democrático. 

Uma década mais tarde, juntamente com Sobral Pinto e Victor Nunes Leal, Evandro criou a Liga de Defesa da Legalidade, para defender a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek, ameaçada pela campanha golpista liderada por Carlos Lacerda. E quis o destino que, empossado Juscelino, ao sobrevir a rebelião de Aragarças, Evandro fosse designado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para fazer a defesa de um dos insurretos, o advogado Luís Mendes de Morais.

Alguns anos após, convocado pelo Presidente João Goulart, Evandro, após madura reflexão, acedeu em assumir a chefia da Procuradoria-Geral da República, onde teve ocasião de atuar como autêntico Servidor do Povo, de acordo com o preciso sentido etimológico dos vocábulosministério e público. Ocupou, a seguir, a chefia da Casa Civil da presidência da República, a função de Ministro das Relações Exteriores, para, finalmente, ser nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, de onde foi afastado, juntamente com Victor Nunes Leal e Hermes Lima, por um vergonhoso ucasse do governo militar.

O retorno de Evandro Lins e Silva à advocacia, da qual nunca se separou na verdade em espírito, veio a culminar, mais de duas décadas após, quando aceitou representar o presidente do Conselho Federal da OAB e o presidente da Associação Brasileira de Imprensa, respectivamente, Marcelo Lavenère Machado e Barbosa Lima Sobrinho, no processo deimpeachment de Fernando Collor de Mello. Para tanto, Evandro se declarou investido, segundo a fórmula feliz por ele cunhada, em um “mandato popular invisível”.

É importante ressaltar essa declaração agora, quando acabamos de assistir ao deplorável espetáculo da destituição da Presidente Dilma Rousseff, manobrada por uma minoria de falsos representantes do povo brasileiro.

Na verdade, o impeachment revelou-se hoje um instituto francamente ilegítimo, perante o princípio fundamental da democracia ou soberania do povo. Ele foi criado na Inglaterra durante a Idade Média, para reforçar o poder dos estamentos privilegiados da nobreza e do clero contra o absolutismo do monarca. Com a instituição pioneira do regime parlamentar na Inglaterra, porém, o instituto tornou-se naquele país obsoleto.

Os Estados Unidos adotaram o impeachment, tanto no plano federal quanto no estadual. Mas sua utilização sempre foi rara. Até hoje, apenas dois Presidentes, Andrew Johnson e Bill Clinton, foram denunciados pela Câmara dos Representantes, mas ambos deixaram de ser condenados pelo Senado. Richard Nixon renunciou ao cargo, antes de ser denunciado.

Na América Latina, entretanto, a partir de 1985, quando os Estados Unidos decidiram não mais apoiar os golpes militares, o instituto passou a ser usado como instrumento preferencial dos grupos oligárquicos para a destituição de chefes de Estado que contrariavam seus interesses. Entre 1985 e 2005, nada menos que 13 (treze) presidentes da República foram destituídos. Em 2012, o Presidente Fernando Lugo, uma espécie de Lula paraguaio, foi destituído pelos oligarcas em 48 horas.

Em 2005, convencido da ilegitimidade do impeachment perante o princípio democrático, ofereci a dois Senadores uma minuta de Proposta de Emenda Constitucional, criando em nossa ordem constitucional o instituto do recall, ou referendo popular revocatório de mandatos eletivos; tanto dos chefes do Poder Executivo, como dos parlamentares. Foi a PEC nº 73, que tramitou no Senado até 2014, quando foi arquivada. Ou seja, a mesma Casa Legislativa que rejeitou a adoção do instituto de democracia direta, pelo qual o povo soberano destitui agentes políticos por ele eleitos, decidiu por si só, sem consulta ao povo, quebrar o mandato popular da Presidente Dilma Rousseff. 

É, portanto, da maior evidência que uma das grandes tarefas atuais dos defensores da Democracia contra a dominação oligárquica, que desde sempre imperou neste país, consiste em abolir o instituto do impeachment, introduzindo em seu lugar o referendo popular revocatório de mandatos eletivos.

Distinto auditório,
Sem sombra de dúvida, o maior elogio que se pode fazer à figura maiúscula de Evandro Lins e Silva é afirmar que ele foi, na advocacia e fora dela, em todas as circunstâncias, um paradigma de servidor público, vale dizer, um defensor modelar da dignidade do povo brasileiro.

Que o seu exemplo de vida possa inspirar as novas gerações!

Arcadas, 26 de setembro de 2016

PAPA EXCOMUNGA O ALI KAMEL


FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/pig/papa-excomunga-o-ali-kamel



"Nunca dizer uma coisa que, em consciência, se sabe que não é verdadeira"


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"O jornalismo não pode ser uma arma de destruição de pessoas!" Coitado do Mantega! (Créditos: AP)
Conversa Afiada cumpre o dever de reproduzir as palavras do Papa que mandam ao Inferno esse "jornalismo de guerra" que tem na Globo seu exemplo mais nefando.
(A propósito, o Ali Kamel do titulo aqui é conhecido como Gilberto Freire com “i”. Deve te sido ele quem curou o câncer da mulher do Mantega).
Ao Bergoglio:
Papa Francisco: "Jornalismo não pode virar uma arma de destruição”
O papa Francisco reuniiu-se com jornalistas e disse como um bom jornalista tem que fazer seu ofício. Com alguns conselhos, o Pontífice quase criou um pequeno documento de ética para a profissão na reunião com o Conselho Italiano da Ordem dos Jornalistas, que aconteceu na sala Clementina com o presidente do órgão, Enzo Iacopino, e com o responsável pela Secretaria Vaticana de Comunicação, o monsenhor Dario Edoardo Viganò.

Entre as recomendações fundamentais de Mario Bergoglio para quem "faz a informação" estão as de "amar a verdade", "viver com profissionalismo", e "respeitar a dignidade humana". Assim, o jornalismo não será transformado em uma "arma de destruição" de pessoas e de povos e "não alimentará o medo em relação aos imigrantes".

Depois que Viganò e Iacopino fizeram suas primeiras considerações, o Papa revelou como os jornalistas, "quando têm profissionalismo", são "uma coluna importante, um elemento fundamental para a vitalidade de uma sociedade livre e plural" e têm uma "grande responsabilidade".

Sobre o fato de que os jornalistas devem "amar a verdade", Francisco explicou que "a questão é ser honesto consigo mesmo e com os outros". "Essa relação é o 'coração' de toda comunicação.

Isso é mais verdadeiro para quem faz da comunicação o seu próprio ofício e nenhuma relação pode se reger e durar no tempo se está apoiada na desonestidade", disse o religioso.

E com o fluxo ininterrupto de fatos 24 horas por dia, "não é sempre fácil chegar na verdade" e que "na vida nem tudo é branco ou preto e por isso no jornalismo é preciso saber discernir os tons de cinza", disse o Pontífice. "Mas esse é o trabalho difícil e necessário de um jornalista: o de chegar o mais perto possível da verdade dos fatos e nunca dizer ou escrever uma coisa que, em consciência, se sabe que não é verdadeira", afirmou Francisco. Já sobre "viver com profissionalismo", o conceito foi ligado por Bergoglio à "necessidade de não se submeter a interesses escusos, seja econômicos ou políticos". "O trabalho do jornalismo, ousarei dizer a sua vocação, é, através da atenção e do carinho pela pesquisa da verdade, fazer crescer a dimensão social do homem, favorecer a construção de uma verdadeira cidadania", explicou o Papa.

Para Francisco, trabalhar com profissionalismo significa "ter no coração um dos pilares da estrutura de uma sociedade democrática. O religioso também lembrou que "no curso da história, as ditaduras, de qualquer orientação política, sempre procuraram não apenas tomar conta dos meios de comunicação, mas também impor novas regras à profissão dos jornalistas".

E sobre "respeitar a dignidade humana", esse conceito é importante porque se trata "da vidas pessoas" e, se uma delas for difamada, ela pode ser "destruída para sempre", disse Bergoglio. "A crítica é legítima, e direi mais, necessária, como uma denúncia ao mal", no entanto, "o jornalismo não pode se transformar em uma arma de destruição de pessoas e até de povos", explicou o argentino.

Para Francisco, o jornalismo também não "deve alimentar o medo diante às mudanças ou aos fenômenos como as migrações forçadas geradas pela guerra ou pela fome". E por fim, o Papa afirmou que a profissão "é um instrumento de construção, um fator de bem comum, um acelerador de processos de reconciliação".