terça-feira, 21 de junho de 2016

VIOMUNDO: AECIM, PAPAI E OS PERRELLA



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/viomundo-aecim-papai-e-os-perrella


É a Minas com Fome

publicado 21/06/2016
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Do Viomundo:

Além do pai de Aécio, dinheiro público do Minas Sem Fome serviu aos Perrella; agora, quem Marcos Valério pretende delatar?

Aécio Neves, através da Epamig, contratou seu aliado político, o deputado estadual Zezé Perrella, para produzir sementes. Sem licitação.
Epamig é a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais.
O então governador de Minas Gerais não poderia tê-lo feito, dentre outros motivos porque a Limeira Agropecuária e Participações Ltda. não é uma empresa sem fins lucrativos.
Quando o convênio foi assinado, além de deputado Zezé Perrella era administrador da Tapera Participações e Empreendimentos Ltda., sócia da Limeira.
Antonio Anastasia sucedeu Aécio no Palácio da Liberdade.
Ele manteve os convênios. De forma irregular, porque o filho de Zezé, Gustavo, elegeu-se deputado estadual e tornou-se sócio da Limeira.
Os negócios entre o Estado e empresas de autoridades públicas são vetados.
Hoje, os senadores Aécio, Anastasia e Zezé (PTB-MG) trabalham juntos pelo impeachment de Dilma Rousseff no Senado.
Zezé teve o filho, agora ex-deputado Gustavo, indicado para ser o novo Secretário Nacional de Futebol no governo interino de Michel Temer.
Gustavo, quando deputado em Minas, empregou em seu gabinete o piloto do helicóptero flagrado com 445 quilos de pasta base, depois de um vôo que fez a rota Pedro Juan Caballero (Paraguai)-Afonso Cláudio (Espírito Santo).
No caso das sementes, há dúvidas se elas de fato foram produzidas ou distribuídas.
O prejuízo para os cofres públicos pode ter sido de R$ 18 milhões.
Tudo isso está minuciosamente descrito em 162 páginas de uma auditoria da Controladoria-Geral de Minas Gerais (ver íntegra abaixo), que atribuiu infrações a 11 funcionários da Epamig, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais.
A empresa trabalhava ao lado da Emater, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, no programa Minas Sem Fome, descrito assim: “O Minas Sem Fome, executado pela Emater–MG, é um Programa do Governo de Minas Gerais, que tem o objetivo estratégico de buscar a segurança alimentar e nutricional, com redução da pobreza, resgate da cidadania e inclusão produtiva, conforme expresso no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI 2007–2023″.
Quando o programa foi lançado o governador de Minas era Aécio Neves.
Onze dias antes de Aécio deixar o governo para disputar o Senado, a Epamig fechou um Termo de Parceria Técnica com a Perfil Agropecuária e Florestal Ltda. para o plantio de sementes de feijão.
A Perfil pertencia então ao pai do governador, Aécio Cunha.
Ele recebeu R$ 150 mil para plantar sementes na Fazenda Ribeirão, que fica nos municípios de Montezuma (MG) e Mortogaba (BA).
O deputado petista Rogério Correia denunciou o caso ao Ministério Público.
Segundo o jornal mineiro O Tempo, ele afirmou: “Já fizemos denúncias parecidas com essa. Ele, enquanto governador, beneficia familiares com um acordo como este. O pai dele fez um contrato com o Estado enquanto ele era o chefe do Executivo. É claro que é algo a se desconfiar”.
O ex-presidente da Epamig, Baldonedo Arthur Napoleão, descartou a denúncia como “improcedente e demonstra total desconhecimento quanto aos programas conduzidos pela Epamig em estímulo à transferência de tecnologia para a produção de sementes no Estado, notadamente nas regiões mais pobres, como o Norte de Minas, onde se localiza a referida propriedade”.
REGIÃO POBRE, MAS NÃO PARA TODOS
Montezuma, de fato, fica numa região pobre. O mesmo não se pode falar da família Cunha. Só na fazenda Ribeirão, ela dispõe de 950 hectares.
A posse da propriedade foi questionada durante seis anos pela própria Advocacia Geral do Estado. As terras seriam do Estado.
O pai de Aécio venceu a longa batalha judicial.
Ele foi um homem poderoso.
Antes de se estabelecer na região, foi deputado estadual, deputado federal e ministro do Tribunal de Contas da União, entre 1955 e 1999.
Pertenceu ao Partido Republicano, deu sustentação à ditadura na Arena-PDS e foi do PFL e DEM.
No início dos anos 60, antes do golpe, Aécio Ferreira da Cunha apareceu em uma lista de candidatos que receberam financiamento do IBAD, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática, um front da CIA para montar uma bancada contra João Goulart no Congresso com dinheiro de empresários brasileiros e norte-americanos.
É por causa de Aécio Cunha que Montezuma dispõe de um luxo extraordinário para a região pobre, dizem os moradores.
O município, de apenas 8 mil habitantes, tem uma pista de pouso capaz de acomodar um Boeing.
O aeroporto local recebeu investimentos de um programa que pretendia regionalizar os vôos em Minas. Um projeto do governo Aécio.
Coincidentemente, os dois lados da família do então governador foram contemplados: em Cláudio, o lado materno; em Montezuma, o paterno.
Hoje a pista de Montezuma está abandonada e serve para que os moradores façam caminhadas.
Por outro lado, a cidade não tem maternidade e os montezumenses nascem em hospitais da região.
Um verdadeiro choque de gestão.
TUDO BEM COM QUEM FECHOU OS NEGÓCIOS
Baldonedo, o ex-presidente da Epamig que defendeu a parceria das sementes com o pai de Aécio, é mencionado na auditoria relativa à família Perrella pela infração de três leis.
Apesar disso, a carreira dele, ex-deputado estadual, seguiu adiante.
Foi nomeado em seguida vice-presidente da Prodemge, a empresa de tecnologia da informação de Minas e hoje cuida da eleição municipal em sua cidade de origem, Barroso.
Como se nada tivesse acontecido.
A auditoria da Controladoria-Geral revelou que houve várias manobras exóticas na relação entre a Epamig e os Perrella.
Uma delas foi o adiantamento de R$ 2,8 milhões feito pela empresa antes da entrega das sementes.
A auditoria também descobriu forte relação entre a Limeira e os dois outros escolhidos para fechar convênios, Manoel Pinhão e Geraldo de Oliveira Costa.
Geraldo foi sócio da Limeira e Manoel, depois de trabalhar na empresa, foi assessor de gabinete de Zezé Perrella no Senado.
Ou seja, um verdadeiro negócio entre amigos.
Com dinheiro público.
O dono das sementes Guará teve carreira vertiginosa em Minas. Zezé Perrella começou com uma loja no mercado central da capital mineira antes de brilhar na presidência do Cruzeiro.
Fernando Torquatti Jr., que fez oposição a ele no clube, disse ao Jornal da Record que o cartola misturou seus negócios pessoais com os do clube enquanto dirigiu o time mineiro.
Perrella foi deputado federal entre 1999 e 2003 e estadual entre 2006 e 2009.
Ao se candidatar a suplente de senador de Itamar Franco, em 2010, Zezé declarou à Justiça Eleitoral ter modesto patrimônio: R$ 470.077,56.
Isso mesmo, 470 mil reais, apesar das fazendas da Limeira serem avaliadas hoje, por baixo, em R$ 60 milhões. Nelas, ele cria gado, porco, planta eucalipto e tem uma fábrica de ração.
A empresa está em nome dos irmãos Gustavo e Carolina, filhos de Zezé Perrella, e do sobrinho dele, André Almeida Costa.
Advogados de Perrella defendem seu cliente dizendo que ele é perseguido por um promotor.
Trata-se de Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que cuida do caso.
Isso não é exatamente um bom sinal em Minas.
TERRA DAS PERSEGUIÇÕES
O deputado Rogério Correia quase teve o mandato cassado quando denunciou Aécio e seu grupo político por envolvimento com o mensalão mineiro e a lista de Furnas, esquemas de financiamento tucano nas campanhas de 1998 e 2002.
O delator Nilton Monteiro, profundo conhecedor do submundo tucano em Minas, foi preso durante a campanha de Aécio à presidência, em 2010, por insistir na autenticidade da lista que relacionava candidatos financiados com dinheiro de fornecedores de Furnas. Nilton é acusado de falsificação de documentos e achaques.
O jornalista Marco Aurélio Carone teve o mesmo destino de Nilton, ele que denunciou muito antes da revista Época — três anos e quatro meses antes — a existência de uma fundação ligada à família de Aécio no paraíso fiscal de Liechtenstein.
O advogado Dino Miraglia, que já representou o delator Monteiro, sofreu busca e apreensão em sua casa e escritório.
Miraglia ainda hoje sustenta que a morte da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, em Belo Horizonte, em agosto de 2000, teve relação com o mensalão tucano.
Ela seria a “mula” do esquema, ou seja, a distribuidora de propinas entre os envolvidos. Além disso, teria tido envolvimento amoroso com gente graúda.
Miraglia representa a família dela.
Inicialmente, o assassinato de Cristiana foi considerado suicídio, até que uma segunda perícia desmontou o embuste (ver reprodução da revista Época, abaixo).
Em 2009, o ex-detetive Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho foi condenado a 14 anos de prisão pelo homicídio. A motivação do crime teria sido um ataque de ciúmes.
Reinaldo até hoje não cumpriu um dia sequer de pena. Obteve um habeas corpus do STJ.
Para Miraglia, que participou do julgamento, a suposta falta de esforço para encarcerar Reinaldo Pacífico é significativa de um complô para abafar o caso (não deixe de ouvir a entrevista dele à repórter Lucia Rodrigues).
São mistérios que permanecem ocultos entre as montanhas de Minas Gerais.
Espera-se que Marcos Valério, organizador do mensalão tucano, possa jogar alguma luz sobre este e outros casos se de fato fizer a delação premiada que vem prometendo.

CORRUPÇÃO IRRIGOU CHAPA EDUARDO-MARINA


FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/corrupcao-irrigou-chapa-eduardo-marina



Ah, essa nova política...

publicado 21/06/2016
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Da Folha:
Um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a compra do avião que caiu matando o ex-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) em agosto de 2014 pode ter servido para irrigar a campanha presidencial da chapa de Campos e Marina Silva em 2014, além da eleição para governador dele em 2010, de acordo com a Polícia Federal.
Quatro pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (21) na operação Turbulência, deflagrada pela PF para investigar o suposto esquema em Pernambuco e Goiás suspeito de ter movimentado cerca de R$ 600 milhões desde 2010.
Entre os detidos estão os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Eles são donos do Cessna Citation PR-AFA, aeronave envolvida no acidente que matou o ex-governador pernambucano. Foi a partir do avião a PF descobriu operações suspeitas na conta de empresas envolvidas na sua aquisição.
(...)

Ciro já é candidato !



"Colocar a quadrilha do PMDB na linha de sucessão é responsabilidade do Lula!"

publicado 20/06/2016
ciro e pha
É um poder sem voto, uma quadrilha de ladrões, bandidos orgânicos...
Conversa Afiada reproduz a entrevista ao PiG cheiroso em que Ciro Gomes lança a candidatura a Presidente, que, aliás, ele tinha anunciado, aqui no Conversa Afiada:


Ciro quer se consolidar como terceira via

Disposto a enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva pelo voto dos eleitores de centro-esquerda nas eleições de 2018, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) prepara sua terceira candidatura à Presidência. Ciro, que coloca Lula como um dos responsáveis pelo impeachment e pelo esquema de corrupção na Petrobras, ao patrocinar a aliança entre o PT e PMDB, afirma que é necessária uma terceira via para romper a polarização entre petistas e tucanos que, em sua opinião, beneficia uma escória que agora tenta tomar o poder na marra.

Filiado ao PDT desde 2015, depois de passar por outras seis legendas desde que iniciou a carreira política, em 1983, Ciro aposta que a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que coordenou sua campanha a prefeito de Fortaleza, em 1988, não deixará "pedra sobre pedra" no meio político, além de revelar ao povo as contradições do presidente interino Michel Temer ao apresentá-lo como um "homem da propina" pelo suposto pedido de repasses irregulares para a campanha a prefeito de Gabriel Chalita em 2012.

O ex-governador aponta erros na gestão de Dilma, mas a isenta de envolvimento na corrupção. Após as eleições de 2014, nas quais não se envolveu, Ciro e seu irmão Cid Gomes, também ex-governador do Ceará, articularam junto com o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante a formação de um eixo governista alternativo ao PMDB no Congresso. Cid assumiu o Ministério da Educação, onde permaneceu por apenas dois meses e meio, se demitindo após se indispor com a base parlamentar do agora presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Aos 58 anos, garante que acumulou experiência para ser presidente e sem modéstia afirma que ninguém em sua idade tem a qualificação que possui para ocupar o cargo. Ciro também foi ministro da Fazenda por quatro meses no governo Itamar Franco, governador do Ceará (1991-1994) e prefeito de Fortaleza (1989-1990). A seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: Depois de um tempo afastado, o senhor voltou a se envolver com política e tem sido ultimamente um crítico do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O que o tem motivado novamente?
Ciro Gomes: Sofro da doença doída da lucidez. Resolvi não deixar por menos nessa fase. Estava quieto. A última eleição que disputei faz dez anos. Não tenho queixa do povo. Na ocasião, fui o deputado federal mais votado no Brasil proporcionalmente. Mas vivia cutucando os meus adversários. De um tempo para cá eu não aguentava mais a prática dos meus amigos. Por isso resolvi me afastar, tentar mudar de vida. Mas com o golpe fui convocado pelo PDT e achei que era minha obrigação moral com o país.


Valor: Por quê?
Ciro: Me sentiria um covarde se, com a experiência e a vida limpa que tenho, com a compreensão e as conexões que tenho com o mundo acadêmico nacional e internacional, se me omitisse por qualquer razão ou conveniência.


Valor: Ainda tem esperança de que Dilma possa voltar a comandar o país?
Ciro: Não me movo por esperança. Me movo por uma noção de dever. É dever de qualquer brasileiro dar o que puder para proteger a democracia. Luto por isso. Não me interessa se tem chance ou não. A probabilidade é pouca, mas existe. Por isso merece ser emulada, mas não em abstrato.


Valor: Como assim?
Ciro: Estamos vendo concretudes. O povo é um elemento de instabilidade que pode ser muito fecundo e tem sido ao longo da história brasileira. Minha geração ganhou todas apostando nisso. Tínhamos uma agenda clara: anistia, eleição direta, constituinte. Produzimos pela política todos os milagres que lucidamente quisemos. Não deveríamos aceitar, custe o que custar, que à Presidência da República chegasse alguém que não fosse pelo voto popular.


Valor: A delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que aponta uma suposta intermediação de propina de Temer para a campanha a prefeito de São Paulo de Gabriel Chalita em 2012, pode favorecer o ambiente para a volta de Dilma?
Ciro: Antes de mais nada, não interessa se é a volta da Dilma, do Lula ou do PT. A gente precisa perceber o valor intrínseco da legalidade, da estabilidade das regras, para que o elemento maravilhoso que produz milagres ciclicamente, que é a presença do povo no processo político, aconteça, rompendo com a plutocracia escravocrata alienada que há no Brasil. O milagre de agora é o povo perceber as contradições do Temer.


Valor: De que forma? 
Ciro: O pulso moral tem visto ele citado como o homem da propina. Estou cansado de saber disso. Agora, será que as pessoas não estão vendo que estão afastando uma presidente decente, contra a qual inventam um pretexto injurídico, que é a tal pedalada fiscal, para colocar no poder, sem voto, uma quadrilha de ladrões, de bandidos orgânicos da vida republicana contemporânea brasileira? Não tem nenhum exagero no que estou falando. Conheço eles todos. Fomos contemporâneos nas diversas tarefas que tive, em antagonismo ou junto, porque o Lula me obrigou a ser parceiro desses calhordas. Isso eu não perdoo. Aliás, colocar o lado quadrilha do PMDB na linha de sucessão é uma responsabilidade do senhor Luiz Inácio Lula da Silva.


Valor: Qual o impacto que a delação de Sérgio Machado pode ter no meio político?
Ciro: O Sérgio está falando a verdade. Se houver isenção no aparelho do Ministério Público e da magistratura, como eu insisto em acreditar, não fica pedra sobre pedra. Isso tudo é a crônica de uma morte anunciada. Brasília vive de segredo de polichinelo. Até as pedras do caminho sabiam que o Sérgio Machado estava ali onde estava, na Transpetro durante dez anos, posto pelo Lula em homenagem ao PMDB, para fazer o que fez.


Valor: Além de colocar o PMDB na linha de sucessão, como o senhor mencionou, qual foi o erro de Lula e Dilma que tornou a situação insustentável?
Ciro: O erro tático e básico foi querer brincar de PSDB, copiando o modus operandi dos tucanos para resolver problemas de caixa de campanha. E o erro ancestral foi não ter projeto de país, mas um projeto de poder, que rigorosamente é a mesma coisa que fez o Fernando Henrique Cardoso. Com a força que tinham, FHC e Lula não apresentaram uma proposta, nem para ter a autoridade de dizer que propuseram e o Congresso não aceitou. A única coisa estável no Brasil é a quadrilha do PMDB. Romero Jucá foi líder do FHC, de Lula e Dilma. Na iminência do impeachment, Lula estava querendo impor Henrique Meirelles na Fazenda. O golpista derruba Dilma e coloca Meirelles como ministro da Fazenda. Tem alguma coisa errada nisso.

Valor: O governo cometeu equívocos na economia. Faltou um mea culpa?
Ciro: Sem dúvida. Votei na Dilma. Não estou arrependido, mas não compreendo como que ela entra e mete um tarifaço de 72% na testa da população na conta de energia elétrica, além de produzir uma estagnação econômica com cara de depressão ao nomear uma pessoa sem o menor traquejo para cuidar da economia. Nosso povo está magoado com razão com o governo Dilma. Houve um retrocesso generalizado em todos os avanços que a população experimentou e eu não sei se nós teremos cinco ou seis senadores que estejam dispostos a se sintonizar com a história, colocar a mão na cabeça e separar seus honrados nomes dessa quadrilha de marginais que querem tomar o poder na marra.


Valor: Depois de pouco mais de um mês, qual sua expectativa em relação ao governo interino de Michel Temer?
Ciro: O conjunto de forças que determinou o golpe não se reuniu em favor de Temer nem em prol de uma alternativa de neoliberalismo mofado. Foi uma coisa contra Dilma. Temer é umtrambolho no caminho, a quem se dá um crédito, que está se esvaindo muito rapidamente, para que ele cumpra tarefas que só são conciliáveis em antagonismo.


Valor: Que tipo de tarefas?
Ciro: O sindicato dos políticos quer o fim da Lava-Jato por razões óbvias. Isso não será entregue porque há um problema aí. O camarada faz uma delação premiada para se defender e atenuar sua pena e compromete os demais. A segunda tarefa, que também não será entregue, é ditada pelos rentistas, que querem gerar excedentes a qualquer preço, a qualquer custo, qualquer que seja a contradição. Só que Temer pensa o oposto. Ele é fisiológico e clientelista. Haja visto o aplauso que ele pede, quando o Congresso, na contramão desse ambiente, cria 14 mil cargos numa madrugada e dá reajuste para as grandes corporações.


Valor: Como o senhor vê a possibilidade de novas eleições?
Ciro: Isso é um 'marinismo', muito nobre e charmoso. Afinal de contas, tem um bocado de safado em cima do muro. Acontece que essa história só tem dois lados. É legalidade e constitucionalidade com Dilma, com seus custos e contradições, ou golpe. O camarada que propõe novas eleições vai para um nobilíssimo muro defender uma coisa que é absolutamente impraticável.


Valor: Por quê? 
Ciro: É preciso uma emenda à Constituição com três quintos de votos da Câmara, um órgão controlado por uma maioria de ladrões e bandidos orgânicos a esta quadrilha que assaltou o país, chefiados ainda por Cunha. Depois tem que passar a mesma emenda no Senado, também por três quintos. Suponha que essa proeza aconteça, o vice eleito tem todo direito de postular junto ao STF uma Ação de Direta de Inconstitucionalidade, porque pelo menor direito brasileiro, nem sequer uma emenda à Constituição pode ferir a cláusula pétrea da irretroatividade do direito adquirido. Ele foi eleito pela população e tem direito de estar na Vice-Presidência.


Valor: Mas o TSE pode votar a anulação das eleições e cassar a chapa toda. 
Ciro: Supondo que o TSE decidisse esse ano e ninguém recorresse ao STF, teríamos eleições diretas esse ano. Mas se passar de dezembro é eleição indireta.


Valor: A reforma política é sempre apontada como solução para crise. O que, na sua visão, deve ser alterado no modelo atual?
Ciro: Nosso sistema político está em colapso. Não está nem Montesquieu, nem em nenhuma outra literatura. Jamais a ciência política imaginou uma maioria de corruptos. Por outro lado, nossa democracia tem 27 anos. É o mais longevo experimento da história brasileira e o estamos interrompendo. A lógica no Brasil é a ruptura e o autoritarismo. As pessoas querem democracia, mas vamos ter clareza, nossa elite odeia nosso povo. Diz que nosso povo não sabe votar, que a culpa pela vitória da Dilma é do Nordeste, como se ela não tivesse ganhado no Rio e em Minas. Ficam procurando solução despótica e esclarecida que nos subtraia a contradição da perseverança do caminho democrático, da tentativa e do erro, do respeito à regra, de votar bem e ganhar o benefício e votar mal e pagar o preço, que é o que qualifica as outras democracias.


Valor: Então, não há nada que possa ser feito?
Ciro: Advogo duas providências. Primeiro, financiamento público e transparência em tempo real. Afirmar que vai ser financiamento individual, como decidiram para 2016, você está preparando a eleição mais fraudulenta da história. Campanha custa dinheiro. E dinheiro não precisa ser sujo. O poder econômico é um dado irremovível da realidade, e ele vai atuar ou de forma transparente, visível e controlada ou clandestina. Nós optamos por fazer uma farsa. A segunda proposta que defendo é o recall. Algumas países europeus o utilizam como mecanismos de democracia direta. O Brasil já institucionalizou plebiscitos e referendos, sem usar, porque a elite brasileira resolveu dizer que isso é chavismo.


Valor: Isso não pode provocar uma onda de recall?
Ciro: O recall é um remédio como o impeachment, para não usar, mas é uma iminência que obriga a reduzir o hiato entre a promessa e o dia seguinte da eleição. Se as duas coisas forem feitas teremos uma mudança mais rápida em direção a uma democracia de cidadãos treinados. Hoje temos uma democracia de cidadãos sem treinamento.


Valor: O senhor será mesmo candidato ao Planalto em 2018? 
Ciro: Aceitei a tarefa do PDT de assumir uma pré-candidatura. Estou me preparando e conversando com a inteligência brasileira. Me considero obrigado a aceitar. Pedi demissão do emprego na hora que saiu o impeachment. Não sou contra ninguém, sou a favor de uma concepção e se eu for é para fazer história. Vou propor um projeto nacional de desenvolvimento. Na minha idade ninguém tem a qualificação que eu tenho. Isso é menos mérito meu e mais demérito absoluto do protagonismo que assumiu a política brasileira, que é uma seleção às avessas: quanto mais picareta e mais analfabeto mais poder adquirido.


Valor: Considera um problema enfrentar o ex-presidente Lula?
Ciro: Nenhum problema enfrentar o Lula, pelo contrário. Uma das razões que me obrigam a ser candidato é que o Brasil não aguenta mais essa polarização entre PT e PSDB. Quem ganha com isso é a escória. Olhe para a história. O Temer era presidente da Câmara quando o presidente Fernando Henrique desvalorizou o câmbio, veio uma inflação, os juros subiram e o desemprego explodiu. Fernando Henrique se desmoralizou e Lula assinou um pedido de impeachment e criou um movimento Fora FHC. Na época, escrevi que isso era golpe, que remédio para governo ruim não é isso. Disse ao Lula que se a gente legitimasse isso, quando um de nós chegasse lá, eles fariam a mesma coisa.

Valor: Como o senhor enxerga o crescimento da direita no espectro político nacional? O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) aparece com 8% das intenções na pesquisa Ibope.
Ciro: Ao contrário da esquerda, vejo de forma positiva. Trata-se de um pensamento neopentecostal crescente no país, ultrarreacionário, ultraindividualista, protofascista. Esse eleitor estava no armário desde o golpe de 64, votando escondido em partidos que têm uma retórica que não é sincera, tipo o PSDB. A pesquisa mostra Marina competitiva com cerca de 20%, no mesmo patamar de Lula, que comemora o resultado depois de sair com 84% de aprovação. O que ninguém fala é que o PSDB não aproveita por causa do Bolsonaro, que tira voto deles.


Valor: Bolsonaro representa uma ameaça à sua candidatura?
Ciro: Sua forma tosca nos ajuda, não assusta. Em 1989, houve a mesma coisa. Apareceu um médico de Goiás, com discurso conservador, que se fotografava em um cavalo branco, um vozeirão forte [Ronaldo Caiado]. A sociedade brasileira absorve isso com a maior simplicidade.


Valor: E como o senhor vê o PSDB nessa disputa?
Ciro: O PSDB vai para autoimolação. O Napoleão Bonaparte dizia que os maiores erros estratégicos que cometeu foram porque supunha que um adversário conhecia seus próprios interesses. Assim está o Aécio no PSDB. Vai se acabar nessa brincadeira. O Serra, que é um grande mau caráter, aposta todas as fichas nesta eleição, porque é um velho, de 77 anos, obcecado por jogar a última cartada. Quer ser o Fernando Henrique do Itamar Franco, o que é uma ilusão grosseira. Nem ele é o FHC, nem Michel Temer é o Itamar.


Valor: Qual o futuro da esquerda? 
Ciro: O problema da esquerda é que nós estamos mal queridos pela população por essa mistura de fracasso econômico e de impotência no manejo da decência. O poder de compra do salário mínimo à equivalência do dólar com FHC no fim do governo estava em R$ 76, com Lula foi para R$ 320, e com a Dilma caiu para R$ 220. O crédito era 13% com FHC, subiu para 50% com Lula, focado nos interesses populares, e agora despencou para 20%. A rede de proteção social está defasada entre 15% e 20%. O Bolsa Família perdeu o poder de compra, sem reajuste. Acontece que só quem tem memória somos nós políticos. O povo vive o dia a dia e o cotidiano é retrocesso. A sensação é que falta dinheiro para tudo, menos para a roubalheira dos políticos. Precisamos nos conectar com a população.


Valor: Como o senhor avalia a gestão da economia no governo Temer?
Ciro: Querem resolver todos os problemas, do desequilíbrio das contas externas ao subfinanciamento da economia doméstica, passando pelo custo monetário do manejo da dívida, com ajuste fiscal. Parece a propaganda do posto Ipiranga. Tudo é ajuste fiscal. Isso é mentira. Não há um precedente global que demonstre na teoria ou na prática que esses ajustes são a solução para a retomada do crescimento. A realidade negará essa retórica. Quando Joaquim Levy entrou no governo, o Banco Central aumentou a taxa de juros e derrubou o investimento brasileiro, o que quebrou a União e os Estados.


Valor: Qual sua expectativa em relação ao futuro da economia? 
Ciro: A próxima crise será a do setor financeiro. Ninguém paga ninguém no Brasil. A quantidade de provisionamento para créditos duvidosos aumentou exponencialmente. A quantidade de recuperação judicial está batendo recorde. A equipe econômica sabe disso. Os juros vão começar a cair, só que não na velocidade e profundidade suficientes para compensar a brutal queda de arrecadação que está acontecendo. Estão preocupados em reduzir o crescimento da dívida, que ainda não é explosiva. Só que querem fazer só com redução de despesas, sem aumento de receita.


Valor: Como devolver a economia na rota do crescimento? 
Ciro: Não é um ato voluntarista. Haverá um custo e contradições a serem administradas. A única forma de fazer inverter a tendência de galope explosivo que sinaliza para o futuro insustentável da dívida é fazer crescer a economia. Para isso você não pode ser contracionista. A DRU é uma anomalia, mas neste momento tinha que passar.


Valor: Um aumento de impostos é inevitável? 
Ciro: Absolutamente inevitável. A única saída estratégica é voltar a crescer. A CPMF deveria voltar, não porque é um tributo bom. É porque subtraíram do orçamento público a CPMF e 15 dias úteis depois a quadrilha que hoje comanda o Congresso votou a regulamentação da emenda 29, que define percentuais mínimos de investimento em saúde por União, aumentando em R$ 70 bilhões o gasto com a área.

Paulinho da Farsa é escrachado em avião!



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/paulinho-da-farsa-e-escrachado-em-aviao



Golpistas, fascistas não passarão!
Do Blog do Esmael:
VEJA O VÍDEO CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA

Chapelin engole Bonner



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/pig/chapelin-engole-bonner


Esse Gilberto Freire...

publicado 20/06/2016
globo reporter.jpg
Gilberto Freire com “i” é o jênio que conseguiu derrubar o jn.
Viva o Chapelin, que dá de 10 a 0 no marido da Fátima Seara!
Do respeitado site Notícias da TV:

Pela primeira vez, Jornal Nacional empata com o Globo Repórter

Pela primeira vez na história, o Jornal Nacional teve a mesma audiência que o Globo Repórter, exibido quase duas horas depois. Na última sexta (17), ambos os programas marcaram 24,3 pontos na Grande São Paulo. Se considerarmos os centésimos, o Globo Repórter sobre as belezas da Serra da Mantiqueira venceu por 24,34 a 24,27. O Globo Repórter também teve maior índice de televisores sintonizados, 37%, contra 35% do principal telejornal da TV brasileira.



PRIVATARIA: COMO OS ACIONISTAS SAQUEARAM A BROI



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/economia/privataria-como-os-acionistas-saquearam-a-broi


Do Opportunity aos portugueses

publicado 21/06/2016
bessinha reencarnação
A propósito da patranha, a maior roubalheira do suposto Capitalismo brasileiro e que resultou na quebra da Oi, é imprescindível ler essa análise do sereno e competente Samuel Possebon, na respeitada Teletime, de Rubens Glasberg (veja na aba "não me calarão" que alguns dos saqueadores tomaram uma surra do ansioso blogueiro na Justiça):


A Oi e os interesses dos controladores

Uma forma de analisar a história da Oi e o seu complicado momento atual é através dos interesses dos seus acionistas controladores. Talvez só esta forma explique o quadro presente, num cenário em que, ao longo do tempo, os controladores buscaram em primeiro lugar seus interesses, e não os da companhia. O resultado é o que está na mesa.

A história de nenhuma outra empresa de telecomunicações atuante no Brasil chega nem perto do grau de turbulência e drama vividos pela Oi. Com quase R$ 60 bilhões em dívida,  em meio a um complexo cenário de renegociação de dívida e na iminência de uma possível (e traumática) recuperação judicial, sem falar das dificuldades para manter o ritmo diante dos competidores, é inacreditável que (mais uma vez) os interesses de alguns acionistas ainda estejam prevalecendo em detrimento dos interesses da empresa. Desde a privatização, foram nove presidentes, fora os interinos. Na média, um a cada dois anos, quase todos saíram em função de desgastes com os controladores. Bayard Gontijo foi o mais recente.

Olhando para o passado, fica fácil elencar os fatos que ilustram como a Oi foi, em quase todos os grandes movimentos corporativos vividos pela empresa, apenas uma arena para que cada um ou mais de seus acionistas realizassem um ou outro interesse específico, em detrimento da saúde da empresa. Começou cedo: em 1999, logo após a privatização, a empresa sofreu a sua primeira reorganização societária, com a venda das participações da Inepar e da Macal, que não conseguiam acompanhar os investimentos necessários para bancar a empresa. Ali entraram BNDES, Opportunity e Citibank na composição de controle, criando uma sobreposição regulatória com a Brasil Telecom que engessou as possibilidades de investimentos na empresa, limitou a participação dos fundos de pensão, gerou estratégias conflitantes com outras operadoras e que teria consequências anos depois, na entrada no mercado de celular.

No começo dos anos 2000, coube aos acionistas, e não à Telemar diretamente, a disputa pelas licenças de telefonia móvel. A Telemar acabou comprando, em 2003, o pacote pronto para o mercado de celular da TNL-PCS, que tinha seus próprios sócios como controladores, sem ter opção de desenhar um projeto próprio. Pagou o valor simbólico de R$ 1, mas de cara dobrou o tamanho de sua dívida, que chegou aos R$ 10 bilhões, iniciando a corrosiva escalada financeira. Desnecessário dizer que a dívida deixou de ser dos acionistas controladores e foi para o balanço da empresa.

No meio do caminho, houve ainda uma série de transações menores, mas que tinham como traço comum um acordo conveniente, em que a tele incorporava investimentos dos seus sócios. Foi assim com a Pegasus (detentora de infraestrutura corporativa), iG (portal de Internet), Contax e outras empresas menores, sempre com um acionista da Telemar vendendo e a própria Telemar comprando, e às vezes vendendo de volta.

Em 2006, veio outro grande movimento de incorporação de empresas e consolidação de uma complexa cadeia de subsidiárias e holdings, com vistas a tornar a estrutura mais simples para uma capitalização e pulverização em bolsa. A proposta era arrumar a estrutura e criar a Oi S/A. Os acionistas minoritários não compraram a proposta e recusaram a operação, que era considerada interessante apenas para os controladores, e com isso a empresa perdeu quase dois anos, em um momento em que seus competidores ganharam fôlego, se expandiram e o país crescia.

Em 2008, foi a vez da proposta de fusão entre Oi e Brasil Telecom, um movimento extremante complexo do ponto de vista de mercado, que precisa de mudanças regulatórias profundas para ser executado e que, ao longo do período de quase um ano em que foi discutido, mostrou-se um mau negócio para a Oi, pois os valores iniciais da operação mostraram-se altos para o que a fusão efetivamente traria. No final, a Oi ficou com a Brasil Telecom (inclusive sua dívida e demais passivos), uma enormidade de condicionantes e obrigações regulatórias (muitas até hoje não cumpridas) e vários abacaxis no armários descobertos posteriormente, deixados principalmente pela gestão Opportunity da Brasil Telecom, e que não foram detectados na fase de due-dilligence. Primeiro porque havia pressa política para fechar o negócio e, depois, porque as restrições para que uma concessionária olhasse a outra por dentro eram severas. Quem ganhou com a fusão? Opportunity, Citibank e Garantia, que venderam suas participações no negócio. E a dívida da companhia dobrou mais uma vez, para R$ 28 bilhões (e as provisões judiciais viriam a aumentar mais ainda depois dos esqueletos do Opportunity). E em relação aos benefícios da fusão, como a expansão internacional, o ganho de escala etc? Nada aconteceu nem se refletiu no desempenho da companhia, exceto o passivo de multas com a Anatel, que cresceu assustadoramente.

Alguns anos depois, em 2011, mais um capítulo da novela: a entrada da Portugal Telecom no controle da empresa brasileira. A operação trouxe R$ 8 bilhões portugueses para o Brasil. O problema é que a maior parte desse dinheiro foi para os acionistas controladores da Oi (Andrade Gutierrez e La Fonte), e não para a companhia, que passou a ser então comandada pelos acionistas portugueses, que por sua vez nunca toparam abrir mão de dividendos ou colocar mais dinheiro para que a empresa tivesse fôlego para crescer. A dívida já ia além dos R$ 35 bilhões e a empresa patinava para viabilizar seu projeto estratégico de crescimento.

Dois anos depois, sem conseguir alavancar as tais sinergias de duas operações separadas pelo Atlântico (seriam mais de R$ 5 bilhões, segundo os estudos da época) e sem conseguir fazer da tele uma potência internacional lusófona, Oi e Portugal Telecom anunciam a fusão das duas companhias, com uma capitalização expressiva e a promessa de uma administração moderna e pulverizada, sem as vontades dos controladores. Com a fusão, as dívidas da Portugal Telecom e de seus acionistas foram incorporadas à Oi (que a essa altura já devia mais de R$ 40 bilhões). E também mais um abacaxi: um calote do Banco do Espírito Santo  com a Portugal Telecom de 1 bilhão de euros.

Outro saldo da fusão foi um conjunto de operações na África (sem liquidez, em guerra com outros acionistas e em um valor estimado de 1,2 bilhão de euros para serem retirados do balanço), mais dois anos de estratégia perdida e um bloco de acionistas portugueses agregados na Pharol que hoje controla cerca de 25% das ações da Oi. E, é claro, a dívida de quase R$ 60 bilhões, agora em renegociação.

Os acionistas portugueses remanescentes são os maiores opositores ao modelo de reestruturação que vinha sendo proposto pela gestão de Bayard Gontijo. Destaque-se, contudo, que não apenas os portugueses, mas outros acionistas, inclusive brasileiros, estavam relutantes à proposta de trocar a dívida por equity, pois todos seriam pesadamente diluídos (algo inevitável quando a proporção do valor em bolsa para a dívida é de 1 para 45, considerando a cotação desta segunda, 13). De qualquer maneira, mais uma vez a Oi se vê entre o dilema de ter que resolver o problema de seus acionistas e resolver o seu problema e sobreviver, e quem paga por isso é a companhia, inclusive na iminência de uma recuperação judicial.

O que se pode esperar agora? É desnecessário repetir que a Oi é, em abrangência e em capilaridade, a mais relevante concessionária de telecomunicações brasileira, responsável não apenas pelo serviço de telefonia fixa universalizado em 26 dos 27 estados do país (base, portanto, do modelo atual). São quase 5 mil municípios, muitos dos quais dependem exclusivamente dessa infraestrutura de telefonia para terem o acesso à banda larga. Daí o fato de que o problema da Oi é, queira ou não o governo, um problema gigante de política pública.

Haverá intervenção do governo na empresa na hipótese de uma recuperação? Ninguém sabe, pois o contrato de concessão e a LGT não preveem intervenção no caso de uma recuperação judicial, mas apenas em caso de falência e concordata (figuras existentes na época em que foram escritos). Se houver intervenção, o dilema do governo será brigar para que na recuperação judicial se preservem os recursos necessários à continuidade do serviço público apenas ou, ao mesmo tempo, assegurar uma margem de pactuação com os credores e pagamentos das outras dívidas, para que a empresa possa sobreviver? Não há resposta ainda.

Em tempo: na história recente das telecomunicações, houve apenas um episódio de intervenção determinada pela Anatel. Aconteceu em 2000, na extinta CRT, do Rio Grande do Sul. A empresa tinha como acionista controladora a Telefônica, mas precisava ser vendida para a Brasil Telecom para que ficassem respeitadas as divisas do Plano Geral de Outorgas. Foi uma intervenção pró-forma, com um interventor mas sem alteração significativa da gestão da empresa e sem um processo de falência judicializado. Portanto, sem impasse com credores. Mas nesse episódio está a origem da guerra entre fundos de pensão, Telecom Italia, Citibank e Opportunity, que anos depois se cruzaria com a história da Oi na fusão com a Brasil Telecom, como uma das causas do buraco atual.

SÃO ESSES OS DONOS DO AVIÃO, MARINA?



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/sao-esses-os-donos-do-aviao-marina


Ou será outro?

publicado 21/06/2016
marina silva
Fala, Bláblárina, fala! (foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)
Como se sabe, Bláblárina viajou seis vezes nesse avião quando era vice de Eduardo Campos.

Ela tem condições de revelar se esses são, de fato, os proprietários...:


Donos de avião que matou Campos são presos por suspeita de crime fiscal

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (21) uma operação para combater um esquema de lavagem de dinheiro em Pernambuco e Goiás que teria movimentado cerca de R$ 600 milhões nos últimos seis anos. Suspeita-se que as contas investigadas tenham sido usadas para pagar propina a políticos e fazer "caixa dois" de empreiteiras.

Batizada de Turbulência, a operação prendeu preventivamente cinco pessoas, entre elas os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira, donos do avião que caiu com o ex-governador pernambucano Eduardo Campos durante a campanha presidencial de 2014.

A investigação começou depois que a PF descobriu operações suspeitas nas contas de empresas envolvidas na compra dessa aeronave, um Cessna Citation. 

(...)

Mello arquiva processo de Aécio contra Jandira!



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/celso-de-mello-arquiva-processo-de-aecio-contra-jandira


"Aécio, o Brasil precisa saber do helicóptero", disse ela


publicado 20/06/2016
jandira.jpg
Do Globo:
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar um processo movido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) contra a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Aécio entendeu que houve crime de injúria em postagem feita por Jandira no Twitter em maio do ano passado. Ela cobrou do senador uma explicação sobre a cocaína encontrada em um helicóptero da família do senador Zezé Perrella, aliado de Aécio. Celso entendeu que as declarações de Jandira são protegidas pelo imunidade parlamentar a que deputados e senadores têm direito.
“Aécio, o Brasil precisa saber de um HELICÓPTERO repleto de drogas #PSDBteuPASSADOteCONDENA. #MidiaBlindaPSDB”, escreveu Jandira em sua conta no Twitter.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou pela extinção da ação, citando o artigo 53 da Constituição, que trata da imunidade parlamentar. "A página na ‘internet’ na qual foi veiculada a aludida mensagem é usada pela querelada (Jandira) para a divulgação de sua atividade parlamentar, constando em seu perfil, logo abaixo de seu nome, a expressão ‘médica e deputada federal’. A querelada utiliza o referido endereço eletrônico como seu perfil de Deputada Federal no ‘Twitter’, divulgando ações parlamentares e opiniões sobre variados temas políticos. Assim, a manifestação da querelada, embora tenha sido enunciada fora do recinto da Câmara dos Deputados, está conectada ao exercício de seu mandato", escreveu Janot.
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