quarta-feira, 18 de junho de 2014

Invasão no Maracanã repercute rapidamente na imprensa estrangeira

Espanhóis e ingleses dão grande destaque à invasão chilena no estádio, e jornal argentino "Olé" classifica a confusão com vergonhosa: "Escândalo no Rio de Janeiro"


Por Rio de Janeiro

Argentino Olé noticia invasão ao Maracanã (Foto: Reprodução / Olé)

A invasão ao centro de imprensa e, posteriormente, às arquibancadas do Maracanã repercutiu prontamente na imprensa estrangeira. Os jornais espanhóis "AS", "Marca", "Mundo Deportivo" e "Sport" deram grande destaque ao episódio que ocorreu no palco da final da Copa do Mundo pouco antes do duelo entre Chile e Espanha. Todos apresentaram vídeos com imagens do ocorrido.

- Fãs chilenos quebraram televisores, mesas, material de imprensa e até mesmo roubaram a comida da cantina para os jornalistas. O sistema de segurança de jogo da FIFA é terrível e momentos de tensão foram vividos durante a invasão ao Media Center do Maracanã - relatou o site do Marca.

Já o "Mundo Deportivo" mostrou um vídeo do início da invasão, ainda do lado de fora do Media Center do Maracanã.

- O grupo entrou como se fosse uma manada de touros. A frente deles estava um grupo de voluntários com medo, eles não poderiam detê-los. A polícia chegou mais tarde, mas o mesmo grupo, a ser encurralado, derrubou uma parede.

O argentino "Olé" exibiu um vídeo da invasão e, apesar de breve, não economizou nas críticas ao noticiar o ocorrido no palco da final da Copa do Mundo.

- Escândalo no Rio de Janeiro: dezenas de fãs sem ingressos tentaram entrar à força no Maracanã pelo centro de imprensa do estádio. Houve destroços e muitos detidos. Vergonhoso - escreveu o jornal argentino.

Cerca de 100 torcedores chilenos invadiram o centro de imprensa do Maracanã por volta das 15h (de Brasília), uma hora antes do início da partida entre Espanha e Chile. O grupo forçou uma das grades da cerca que circula a área e causou confusão e destruição no local de trabalho de jornalistas estrangeiros e brasileiros.

Duas paredes foram derrubadas, a porta principal foi destruída, houve muita correria, gritos, e em pouco tempo o grupo foi controlado pelos "stewards" (seguranças particulares), que em um primeiro momento corriam e gritavam "fechem os portões!". Pelo menos 90 pessoas foram detidas. 

Repercussão Invasão Chile (Foto: Editoria de Arte)
Jornais "AS", "Mundo Deportivo" e "The 
Guardian" dão grande destaque à invasão 
ao Maracanã (Foto: Editoria de Arte)


FONTE:

Jornais espanhóis tratam eliminação precoce da Copa como humilhação

Atuais campeões mundiais foram eliminados de forma antecipada da Copa do Mundo ao perderem para o Chile por 2 a 0, no Maracanã, nesta quarta-feira


Por Rio de Janeiro

A Espanha caiu diante do Chile por 2 a 0, no Maracanã, na tarde desta quarta-feira, e deu adeus a Copa do Mundo de forma antecipada. A derrota que causou eliminação dos atuais campeões mundiais de forma precoce foi tratada como uma humilhação para os principais jornais espanhóis. O "AS" estampa a seguinte manchete em seu site após o jogo: "Maracanazo y adiós ao Mundial".

Capa Jornal As (Foto: Reprodução/Jornal "As")
Capa do site do jornal Marca após a eliminação 
(Foto: Reprodução/Marca)


No texto, o site faz críticas a postura do time na partida contra o Chile e levanta o debate sobre o fim do ciclo da equipe comandada por Vicente del Bosque. Já o Marca trata a derrota espanhola como "uma triste despedida de um campeão mundial" e crava a manchete "Destruídos".
No "Mundo Deportivo", a principal matéria diz que a Espanha se despede da Copa do Mundo no Brasil pela porta dos fundos. Já o "Sport" classifica o revés como um nocaute histórico e merecido para um Chile que, comandado por Alexis Sanchez, lhe deu uma verdadeira aula de futebol no Maracanã.

Capa Jornal Sport (Foto: Reprodução/Jornal "Sport")
Capa do jornal Sport (Foto: Reprodução/Jornal "Sport")
Chilenos exaltam "vitória contundente"

No lado dos vencedores, a euforia dá o tom. O jornal "La Tercera", por exemplo, estampa em sua capa o feito histórico: "Chile elimina a Espanha com uma vitória contundente e classifica para as oitavas de final". O texto destaca também que a vitória veio diante de 30 mil torcedores chilenos no Maracanã.

Capa Jornal La Tercera (Foto: Reprodução / Jornal "La Tercera")
Capa do jornal La Tercera, do Chile (Foto: 
Reprodução / Jornal "La Tercera")


FONTE:


Com camisa do Santos, Chicharito e cia jogam bola com garotos na praia

Dois meninos de 15 anos marcam futebol com amigos, que furam, mas estrelas mexicanas aparecem na areia e os chamam para jogar


Por Santos, SP

 
Dois garotos de 15 anos ganharam a tarde nesta quarta-feira. Aproveitando a folga após o empate por 0 a 0 com o Brasil, Chicharito Hernández e alguns outros jogadores, como Héctor Herrera e José Vazquez, da seleção mexicana jogaram bola na praia do bairro do Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. O atacante do Manchester United era um dos mais animados durante a brincadeira, que durou cerca de meia hora. (Veja momentos da pelada no vídeo acima.

Vestindo uma camisa do Santos que ganhou do clube, com seu nome estampado, ele jogou com os garotos sortudos. Durante a pelada, atuou no gol e no ataque. O clima foi de muita festa. Todos os jogadores mostraram animação e descontração durante a brincadeira, que aconteceu mesmo com a garoa que caía na região. Logo depois, os mexicanos concederam autógrafos e tiraram fotos com fãs que se aglomeraram no local, mas não quiseram dar entrevistas.

Vinicius Cruz Passos e Igor de Abreu Alonso Pedro, ambos de 15 anos, jamais vão esquecer esta quarta-feira. Antes do futebol, eles apenas caminhavam na praia, já que outros amigos marcaram para jogar e não apareceram. Quando já tinham praticamente desistido, eles foram surpreendidos.

Chicharito Hernandez praia Santos (Foto: Bruno Giufrida)Chicharito após pelada na praia (Foto: Bruno Giufrida)

- Alguns amigos marcaram e furaram. Começamos a andar pela praia, já estávamos quase indo para casa. Mas aí os jogadores do México nos chamaram. Nunca vamos esquecer esse dia, é inesquecível – disse Igor.

Por mais incrível que pareça, os garotos pensaram em não aceitar o convite de Chicharito e dos companheiros. Quando os mexicanos chamaram os dois, eles ficaram com vergonha e continuaram andando. Os atletas da El Tri insistiram, e os estudantes não resistiram.

- Nós ficamos com um pouco de vergonha. Eles chamaram uma vez, continuamos andando, não paramos, ficamos tímidos, mas aí eles insistiram e nós voltamos. Muito legal – completou Vinicius.

O México está na vice-liderança do Grupo A da Copa do Mundo, com quatro pontos, e volta a campo na próxima segunda-feira, contra a Croácia, em Recife. Antes disso, El Tri volta aos treinamentos nesta quinta-feira, no CT Rei Pelé, em Santos, depois de fazer apenas um trabalho regenerativo na quarta-feira.

*Colaborou Bruno Giufrida.

Chicharito Hernandez praia Santos (Foto: Bruno Giufrida)
Chicharito joga bola com meninos na praia, em 
Santos (Foto: Bruno Giufrida)

Chicharito Hernandez praia Santos (Foto: Bruno Giufrida)
Fã aproveita para tirar foto com a estrela mexicana 
(Foto: Bruno Giufrida)



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/noticia/2014/02/por-paralisacao-bom-senso-vai-bater-de-frente-avisa-capitao-da-ponte-preta.html

Croácia goleia, elimina Camarões e decidirá vaga nas oitavas com México

Ataque formado por Mandzukic, Olic e Perisic mostra eficiência e decide o jogo: 4 a 0. Sem Eto'o, africanos pecam na pontaria, e Song é expulso


 A CRÔNICA

por Ivan Raupp

O bom jogo que a Croácia fez contra o Brasil não foi por acaso, e a seleção europeia mostrou que está muito viva na Copa do Mundo. Com futebol seguro e um ataque competente, derrotou Camarões por 4 a 0 na noite desta quarta-feira, na Arena Amazônia, em Manaus, e chegou a três pontos no Grupo A. Os africanos, que não puderam contar com a estrela da companhia, o lesionado Samuel Eto'o, e ainda tiveram Song expulso infantilmente no fim do primeiro tempo, seguem zerados e estão eliminados, uma vez que Brasil e México têm quatro pontos e só falta uma rodada para o término da primeira fase. Os gols foram marcados por Olic, Perisic e Mandzukic, duas vezes.


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A Croácia só depende de si para se classificar e vai decidir uma das vagas às oitavas contra o México na próxima segunda-feira, às 17 horas (de Brasília), na Arena Pernambuco, em Recife. Já o duelo entre Brasil e Camarões, no mesmo dia e horário, mas no Mané Garrincha, em Brasília, só servirá para as pretensões do time de Felipão. Existe a possibilidade de Croácia e México se classificarem juntos, mas para isso os dois teriam de empatar e torcer para que a seleção brasileira fosse derrotada.

Mandzukic gol Croácia x Camarões (Foto: EFE)
Mandzukic foi o artilheiro do jogo em sua estreia 
na Copa: dois gols (Foto: EFE)

Gol tranquiliza croatas, e Song é expulso
O jogo começou mais aberto para Camarões. Os africanos usaram a habilidade e a velocidade de Moukandjo e Aboubakar para ir ao ataque. Numa dessas jogadas, o camisa 8 deu um drible em Pranjic e sofreu falta dura. A torcida brasileira já pediu o vermelho. Com as duas equipes pressionadas, o clima esquentou na área croata, e o árbitro foi logo chamando Manzdukic e MBia para uma conversa após empurra-empurra. Mas o bom ritmo camaronês durou só 11 minutos: Mandzukic recebeu perto da meta adversária e dominou com o peito para Perisic, que mandou rasteiro para Olic abrir o placar.

O gol deixou o time croata mais leve em campo, e as jogadas passaram a flluir com mais naturalidade. Após escanteio, Perisic teve a chance de ampliar, mas parou no goleiro. Toda bola aérea era um sufoco para Camarões, e Itandje parecia estar um pouco inseguro. Ele chegou a se complicar sozinho e deu escanteio de graça para os rivais. Já a defesa da Croácia marcou bem na entrada da área, mas, por outro lado, deu brecha nas laterais. Os africanos pecaram nos cruzamentos e não souberam aproveitar.

Aos 39 minutos, após a zaga de Camarões bater cabeça e gerar um contra-ataque para a Croácia, Mandzukic levou um soco nas costas de um descontrolado Song enquanto corria. Sem conversa: vermelho direto para o camisa 6. A situação se complicou para os Leões Indomáveis, que passaram a arriscar chutes de longa distância, mas todos paravam no meio do caminho. No último ato do primeiro tempo, a dupla Moukandjo e Aboubakar tentou resolver sozinha. Em vão.

Benjamin Moukandjo e Benoit Assou-Ekotto confusão jogadores Camarões (Foto: EFE)
Moukandjo e Assou-Ekotto discutem e partem 
para a agressão no fim da partida (Foto: EFE)

Mandzukic faz dois, e Croácia goleia
Os camaroneses mais esperançosos com uma virada levaram um balde de água fria logo aos dois minutos do segundo tempo. Perisic ganhou na corrida de Nounkeu, que havia entrado no lugar de Chedjou no intervalo, e bateu na saída de Itandje: 2 a 0. Na sequência, quase o terceiro.

 Mandzukic perdeu gol feito cara a cara com o goleiro. Atordoados, os africanos se perderam em campo e abriram espaço para a criação de jogadas do lado rival. O atacante do Bayern de Munique se redimiu com uma cabeçada certeira aos 16, após cobrança de escanteio. Do banco de reservas, Eto'o mostrava um semblante triste e de impotência, já que não tinha condições de ajudar dentro das quatro linhas.

A Croácia relaxou e permitiu que Camarões esboçasse alguma reação. Aboubakar e Mbia, no entanto, desperdiçaram boas oportunidades de diminuir o placar. A competência do ataque croata botou a equipe nos trilhos de novo, e Mandzukic fez o quarto aos 27, segundo dele no jogo, após rebatida do goleiro em chute do brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva.

Empolgada com a atuação da Croácia, a torcida brasileira gritou "olé" a 15 minutos do fim. Sem saída, Camarões não encontrou um jeito de mudar a situação. A falta de oportunismo de seu ataque ficou escancarada quando Moukandjo chutou para fora, livre de marcação dentro da área.

 A ausência de pontaria e articulação dentro de campo custou muito caro aos camaroneses: a eliminação. Assou-Ekotto e Webo chegaram a discutir antes do apito final. Do outro lado, era só festa: a Croácia segue firme no torneio.




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Alison/B. Schmidt vence holandeses e avança à fase de grupos em Berlim

Dupla brasileira se junta a Ricardo/Álvaro Filho, Pedro Solberg/Emanuel e Evandro/Vitor Felipe, classificados no Grand Slam pela posição no ranking


Por Berlim, Alemanha


Bruno Schmidt e Alison comemoram ponto durante o Grand Slam de Berlim (Foto: Divulgação/FIVB)
Bruno Schmidt e Alison comemoram ponto durante
o Grand Slam de Berlim (Foto: Divulgação/FIVB)

Alison e Bruno Schmidt conquistaram uma importante vitória no Grand Slam de Berlim, na Alemanha, nesta quarta-feira. A dupla entrou em quadra pelo torneio qualifying e venceu os holandeses Daan Spijkers e Michiel van Dorsten por 2 sets a 0, garantindo vaga na fase de grupos da competição. Eles se juntam a Ricardo/Álvaro Filho, Pedro Solberg/Emanuel e Evandro/Vitor Felipe, já classificados pela posição no ranking de entrada.

Dupla mais bem ranqueada do qualifying, Alison/Bruno Schmidt passou direto pelo primeiro jogo sem necessidade de entrar em quadra. Na partida que decidia a vaga para a fase de grupos, os brasileiros tiveram início complicado diante dos holandeses Daan Spijkers e Michiel Van Dorsten, que desperdiçaram um set point e acabaram levando a virada em 25/23. No segundo set, Alison e Bruno Schmidt abriram vantagem de cinco pontos logo no início, controlaram a partida e fecharam em 21/17, após 50 minutos de jogo.

Bruno usa categoria para se livrar do bloqueio holandês na partida do qualifying (Foto: Divulgação/FIVB)
Bruno usa categoria para se livrar do bloqueio 
holandês na partida do qualifying 
(Foto: Divulgação/FIVB)

- Foi um jogo difícil, eles têm um time bom e o Michiel é um jogador muito alto. Tivemos que nos superar no primeiro set, estávamos perdendo, mas conseguimos a virada. No segundo set colocamos nosso ritmo de jogo, nossa defesa ficou ajustada e conseguimos a vitória. É ótimo passar do qualifying, mas amanhã começa um novo campeonato. Vamos pensando jogo por jogo em busca do nosso melhor - disse o medalhista olímpico Alison.

Os grupos serão sorteados na noite desta quarta-feira e os jogos da primeira fase do torneio masculino começam na próxima quinta-feira (19.06). Alison e Bruno Schmidt subiram ao pódio na etapa de estreia do Circuito Mundial, no Open de Fuzhou, na China. Na ocasião, eles ficaram com a prata e agora buscam o primeiro ouro na competição jogando juntos. As disputas do terceiro lugar e finais ocorrem no domingo, com transmissão do SporTV.


Brasil no Circuito Mundial 2014:

Open de Fuzhou
Juliana/Maria Elisa - prata
Alison/Bruno Schmidt - prata
Grand Slam de Xangai
Ágatha/Bárbara Seixas - bronze
Open de Puerto Vallarta
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Juliana/Maria Elisa - prata
Grand Slam de Moscou
Talita/Taiana - prata
Próximas etapas do Circuito Mundial 2014:
17 a 22/06 -Berlim (Alemanha) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
24 a 29/06 - Stavanger (Noruega) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
8 a 13/07 - Gstaad (Suíça) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
15 a 20/07 - Haia (Holanda) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
22 a 27/07 - Long Beach (EUA) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
29/07 a 3/08 - Klagenfurt (Áustria) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
19 a 24/08 - Stare Jablonki (Polônia) - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
23 a 28/09 - Brasil - Masculino/Feminino - GRAND SLAM
7 a 12/10 - Xiamem (China) - Masculino/Feminino - OPEN
28/10 a 2/11 - Parana (Argentina) - Masculino/Feminino - OPEN
4 a 9/11 - Doha (Qatar) - Masculino - OPEN
25 a 30/11 - Chennai (Índia) - Masculino/Feminino - OPEN
3 a 7/12 - La Reunion (França) - Masculino - OPEN
9 a 14/12 - Durban (África do Sul) - Masculino/Feminino - OPEN
Todos os campeões na Alemanha:
Masculino
1995 - Berlim - Kvalheim/Maaseide (NOR)
1996 - Berlim - Child/Heese (CAN)
1997 - Berlim - Zé Marco/Emanuel (BRA)
1998 - Berlim - Hoidalen/Kjemperud (NOR)
1999 - Berlim - Zé Marco/Ricardo (BRA)
2001 - Berlim - Prosser/Zahner (AUS)
2002 - Berlim - Pará/Harley (BRA)
2003 - Berlim - Harley/Franco (BRA)
2004 - Berlim - Dieckmann/Reckermann (ALE)
2005* - Berlim - Márcio/Fábio Luiz (BRA)
2007 - Berlim - Márcio/Fábio Luiz (BRA)
2008 - Berlim - Ricardo/Emanuel (BRA)
2012 - Berlim - Alison/Emanuel (BRA)
2013 - Berlim - Evandro/Vitor Felipe (BRA)
Feminino
2000 - Berlim - May/McPeak (EUA)
2003 - Berlim - Ana Paula/Sandra Pires (BRA)
2004 - Berlim - Shelda/Adriana Behar (BRA)
2005* - Berlim - Walsh/May (EUA)
2007 - Berlim - Walsh/May (EUA)
2008 - Berlim - Walsh/May (EUA)
2012 - Berlim - Juliana/Larissa (BRA)
2013 - Berlim - Talita/Taiana (BRA)
* Campeonato Mundial


FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2014/06/alisonb-schmidt-vence-holandeses-e-avanca-fase-de-grupos-em-berlim.html

No torneio de despedida, Talita/Taiana vence jogos e lidera grupo em Berlim

M. Clara/Carol também vai às oitavas no Grand Slam. Juliana/Maria Elisa e Ágatha/Bárbara perdem, mas têm chances de classificação à próxima fase


Por Berlim, Alemanha


Um dia após confirmarem o fim de uma parceria de um e ano meio, Talita e Taiana estrearam com duas vitórias no Grand Slam de Berlim, nesta quarta-feira, assegurando a vaga nas oitavas de final. Atuais campeãs do Circuito Mundial, elas fazem a sua despedida no torneio. No fim da disputa, Talita retorna ao Brasil para iniciar o trabalho com Larissa, que voltou às areias em busca do sonho do ouro olímpico - Taiana ainda não definiu a sua parceira. O Brasil somou seis triunfos a apenas uma derrota na capital alemã. A primeira fase termina nesta sexta-feira, com a realização de mais uma partida para cada dupla.

Além de Talita e Taiana, Maria Clara e Carol também somaram duas vitórias, mas decidem o primeiro lugar do grupo na rodada final. Juliana/Maria Elisa e Ágatha/Bárbara Seixas perderam um jogo cada, mas têm chances de ir à próxima fase.

Taiana e Juliana vôlei de praia (Foto: FIVB)
Taiana dá cortada e tenta fugir do bloqueio armado 
por Juliana no Grand Slam de Berlim (Foto: FIVB)

O grupo C começou com um duelo muito equilibrado entre duplas brasileiras. Talita e Taiana venceram Juliana e Maria Elisa por 2 sets a 0 (26/24, 23/21), em 43 minutos de partida. Na sequência, as atuais campeãs do Circuito derrotaram as cazaques Tatyana Mashkova e Irina Tsimbalova por 2 a 0 (21/15, 21/11), enquanto Juliana/Maria Elisa se recuperaram e venceram as canadenses Jamie Broder e Kristina Valjas também por 2 a 0 (21/17, 21/15).

Com os resultados, Talita e Taiana já estão garantidas na primeira colocação da chave, e, consequentemente, nas oitavas de final. Elas cumprem tabela nesta quinta-feira contra as canadenses, enquanto Juliana e Maria Elisa enfrentam o time cazaque para confirmarem a segunda posição e a classificação no Grand Slam.

Agatha e Barbara Seixas vôlei de praia (Foto: FIVB)
Agatha dá passe de manchete para Bárbara Seixas
  na 1ª fase em Berlim, na Alemanha (Foto: FIVB)

Na chave F, Ágatha e Bárbara Seixas iniciaram a campanha com derrota para as argentinas Ana Gallay e Georgina Klug por 2 sets a 1 (14/21, 21/16, 16/14). As atuais campeãs do Circuito Brasileiro mostraram poder de reação e derrotaram na sequência o time alemão formado por Victoria Bieneck e Julia Grobner por 2 a 0 (21/16, 21/13). Com três pontos e sem chances de classificação em primeiro, elas enfrentam as americanas Lauren Fendrick e Brooke Sweat nesta quinta em busca do segundo lugar.

Pelo grupo H, Maria Clara e Carol protagonizaram duas grandes viradas e terminaram o dia na primeira colocação. No primeiro jogo, vitória sobre as alemãs Chantal Laboureur e Julia Sude por 2 a 1 (18/21, 21/15, 15/11). Na rodada seguinte, triunfo sobre as russas Evgenia Ukolova e Maria Prokopeva por 2 a 1 (10/21, 21/14, 15/11). As irmãs completam a fase de grupos contra as tchecas Kristyna Kolocova e Marketa Slukova e podem avançar na primeira posição mesmo se perderam para as adversárias.

A fase eliminatória começa na próxima sexta-feira, com a repescagem e as oitavas de final. As quartas e as semifinais estão marcadas para este sábado. No domingo, acontece a disputa da medalha de bronze e a final, que terão transmissão do SporTV.


FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2014/06/no-torneio-de-despedida-talitataiana-vence-jogos-e-lidera-grupo-na-1-fase.html

Em busca da reabilitação na Liga, Brasil treina para enfrentar a Polônia

Em terceiro lugar na tabela do Grupo A, com oito pontos, Brasil luta para avançar à fase final. Time comandado por Bernardinho estreia ginásio nesta sexta, às 14h30


Por Cracóvia, Polônia

Vôlei Bernardinho Brasil (Foto: Divulgação / CBV)Bernardinho dá instruções aos jogadores antes dos jogos contra Polônia (Foto: Divulgação/CBV)

A seleção brasileira masculina de vôlei está em Cracóvia, onde se prepara para enfrentar a Polônia nos próximos dois jogos pela Liga Mundial. A equipe comandada por Bernardinho irá inaugurar um ginásio local, a Cracóvia Arena, repetindo a experiência no país. A estreia contra os donos da casa será nesta sexta-feira, às 14h30m (de Brasília). Com três vitórias e cinco derrotas na competição, a equipe verde e amarela mantém vivas as esperanças de classificação para a fase final da competição.

O Brasil aparece em terceiro lugar na tabela do Grupo A, com oito pontos. A Itália segue na ponta, com 19, seguida da Polônia, que também tem soma oito, mas tem um melhor saldo de sets. O Irã está em quarto (sete pontos), com dois jogos a menos
.    
O trabalho aqui na Polônia tem sido muito bom. Todos estão focados, sabemos que temos chance de conseguir a classificação e o nosso pensamento está nas vitórias"
Lucarelli

Após os três primeiros treinos em terras polonesas, os jogadores demonstram confiança. O ponteiro Lucarelli, quarto maior pontuador da Liga Mundial até agora, com 110 pontos, destacou o valor dos primeiros treinos na arena.

- O trabalho aqui na Polônia tem sido muito bom. Estamos nos adaptando ao ginásio, que é muito grande, e é necessário que o grupo se acostume a essas dimensões. É nítido que todos estão muito focados, sabemos que temos chance de conseguir a classificação e, por isso, o nosso pensamento está somente nas vitórias. Estamos treinando forte para buscá-las no final de semana - afirmou Lucarelli.


Vôlei treino Brasil (Foto: Divulgação / CBV)Seleção brasileira treina para se recuperar e ir à fase final da Liga Mundial (Foto: Divulgação/CBV)

Wallace, por sua vez, vê uma evolução da equipe brasileira na competição e afirma que a regularidade será um fator decisivo na busca da vaga na fase final da competição.

- O time soube sair de dificuldades e isso nos deu uma motivação ainda maior. Mostramos que conseguimos sair de situações adversas que, inevitavelmente, ocorrem. Precisamos usar esse ânimo para os dois jogos aqui na Polônia e é fundamental que o grupo consiga manter a regularidade. Oscilamos muito, principalmente nos jogos que fizemos em casa, mas depois, no Irã, já melhoramos um pouco - analisou o oposto.

Na primeira semana, a seleção brasileira foi superada nos dois jogos contra a Itália, ambos por 3 sets a 1, em Jaraguá do Sul (SC). Depois, ganhou um e perdeu outro para a Polônia, em Maringá (PR). Na terceira etapa, conseguiu um resultado positivo e sofreu uma derrota para o Irã, em São Paulo (SP). A quarta semana dos brasileiros foi justamente no Irã, onde aconteceu uma vitória para cada lado.



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/06/em-busca-da-reabilitacao-na-liga-brasil-treina-para-enfrentar-polonia.html

Larissa volta a jogar e fecha parceria com Talita em busca do ouro em 2016

Atleta de Aquiaduana (MS) ainda disputa Grand Slam de Berlim com Taiana. Depois, volta ao Brasil para iniciar trabalho: "Faremos o nosso melhor para o time dar certo"


Por Rio de Janeiro
Em busca do ouro olímpico nos Jogos do Rio, em 
2016, Talita e Larissa confirmaram uma nova e promissora parceria no vôlei de praia. Afastada das quadras desde dezembro de 2012 para realizar o sonho de ser mãe, Larissa já estava articulando o seu retorno para esta temporada. Conforme o GloboEsporte.com antecipou há cerca de um mês, a medalhista de bronze nos Jogos de Londres tinha em vista a atleta de Aquidauana (MS), eleita melhor jogadora do Circuito Brasileiro 2013/14 e do Circuito Mundial 2013. A capixaba se reuniu com dirigentes da nova administração da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e fechou o acerto.

- Estou feliz em voltar às areias. Acho que a nossa dupla tem tudo para estar entre as  três melhores. Teremos que nos adaptar ao novo momento, às novas regras e trabalhar bastante para nos classificarmos para as Olimpíadas - contou Larissa.

Juliana e Larissa vôlei de praia Olimpíadas 2012 (Foto: Reuters)
Ao lado de Juliana, Larissa conquistou o bronze nas 
Olimpíadas de Londres, em 2012 (Foto: Reuters)

Tricampeã do Rainha da Praia, Talita ainda disputa o Grand Slam de Berlim ao lado de Taiana, torneio no qual defende o título. No último domingo, a dupla ficou com a prata no Grand Slam de Moscou, na Rússia, depois de cair diante das americanas April Ross e Kerri Walsh. Juntas desde janeiro do ano passado, elas foram campeãs dos Jogos Sul-Americanos e do Circuito Mundial de 2013, subindo ao topo do pódio em cinco etapas: Grand Slam de Xangai (China), Haia (Holanda), Roma, Long Beach (EUA) e Berlim. Talita e Taiana também foram medalhistas de prata em Xiamen, na China, e de bronze em Gstaad, na Suíça. As atletas não estiveram no pódio no Open de Fuzhou, na China, Grand Slam de Corrientes, na Argentina, Moscou e São Paulo.

Taiana ainda não definiu com quem irá formar uma nova dupla, mas as primeiras opções são Lili e Fernanda Berti. Após fim do compromisso na Alemanha, a ex-parceira retorna ao Brasil para iniciar o trabalho com Larissa em Fortaleza, no Ceará. A estreia da heptacampeã mundial com Talita será no Grand de Gstaad, de 8 a 13 de julho.
 
Talita Rainha da praia troféu vôlei de praia (Foto: Mauricio Kaye)Campeã do Circuito Mundial em 2013, Talita é a nova parceira de Larissa (Foto: Mauricio Kaye)

- Estou empolgada e acredito que faremos o nosso melhor para esse time dar certo. Admiro a Larissa como jogadora, ela é uma grande vencedora. Será um prazer jogar ao lado dela. Tenho certeza que tenho muito a aprender e somar. Vamos fazer o nosso melhor para esse time dar certo - contou a sul-matogrossense, que tem no currículo duas Olimpíadas (quarta colocada em Pequim 2008 e nona em Londres 2008).

A última partida oficial de Larissa ocorreu no dia 9 de dezembro de 2012, no Open do Rio de Janeiro, onde ela conquistou a medalha de bronze com Juliana. A capixaba se afastou das quadras pelo desejo de ter um filho, mas nunca deixou de expressar a sua vontade de voltar em busca do inédito ouro olímpico para o vôlei de praia feminino. Após casar-se com Lili, ela realizou um tratamento de fertilização, mas não conseguiu levar uma gravidez até o fim. Diante da proximidade com os Jogos, a heptacampeã mundial optou por adiar o sonho pessoal.

Pelo sistema de classificação olímpica, no máximo duas duplas por país podem se classificar para os Jogos. Feliz por voltar às areias, Larissa tem a esperança de bons resultados ao lado de Talita.
- Jogar em casa será maravilhoso. Joguei o Pan do Rio 2007 e foi uma experiência excepcional. Tenho certeza que não será diferente em 2016, a energia o povo brasileiro é indescritível e tenho certeza que levará os atletas ao seu melhor dentro de quadra - disse Larissa. 


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2014/06/talita-e-larissa-confirmam-parceria-em-busca-dos-jogos-do-rio-2016.html

Adeus à campeã: Chile bate Espanha, vai às oitavas e elimina Fúria da Copa

Como se estivesse em casa, Roja sul-americana faz 2 a 0 na melhor seleção dos últimos anos e garante classificação junto com a Holanda


 A CRÔNICA

por Alexandre Alliatti

Tivesse o Maracanã nascido para silêncios, seria possível escutar, depois de Vargas fazer o primeiro gol do Chile, aos 19 minutos do primeiro tempo, o barulhinho de uma bomba-relógio fazendo a contagem regressiva para a implosão da grande campeã do mundo: tic-tac, tic-tac, tic-tac; ou melhor: tik-taka, tik-taka, tik-taka. Com vitória de 2 a 0 na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o Chile se garantiu junto com a Holanda nas oitavas de final da Copa do Mundo, dinamitou a Espanha e tremeu as bases de uma filosofia de futebol. Mandou o melhor time do planeta dos últimos anos de volta para casa e deu ares de capítulo final ao estilo (encantador para tantos, chato para outros) da Fúria  - o chamado tik-taka, alicerçado em muita posse de bola, em toques curtos e rápidos, em movimentação constante, em trocas de posições.


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Com os gols de Vargas e Aránguiz, ainda na etapa inicial, ruiu o tik-taka, ruiu a Espanha, ruíram heróis históricos, como Casillas e Xavi (que nem titular foi). Ruiu Diego Costa, o brasileiro que escolheu defender outra pátria e tentou, em vão, deixar a equipe mais goleadora. É prematuro (até injusto) dizer que a Espanha acabou, que agora ela retoma sua rotina de coadjuvante. Ela deixou um legado e segue com jogadores muito bons. Mas entre a goleada de 5 a 1 para a Holanda na Fonte Nova e a derrota de 2 a 0 para o Chile no Maracanã, algo parece mudar na ordem mundial da bola.

Vargas comemora gol Chile x Espanha (Foto: Reuters)
Vargas comemora, espanhóis lamentam: Chile 
classificado no Maracanã (Foto: Reuters)

O Chile, heroico, histórico, ganhou no campo e nas arquibancadas. Teve o Maracanã todo para si – como se estivesse em Santiago. Milhares de chilenos emocionaram-se ao repetir o gesto dos brasileiros e cantar a segunda parte do hino nacional à capela. Gritaram o tempo todo. Apoiaram sem parar. Agora, buscam um sonho maior, um inédito título mundial. Para isso, tentam passar em primeiro na chave. Decidirão a ponta segunda-feira, contra a Holanda, em São Paulo - um deles, caso o Brasil avance, será o adversário do time verde-amarelo nas oitavas. No mesmo dia, a Espanha, mergulhada em melancolia, enfrentará a Austrália em Curitiba.

O começo do fim
Em idos dos 46 minutos do primeiro tempo, quando das cadeiras do Maracanã começaram a reverberar gritos de “eliminado”, já era possível tirar do campo alguns simbolismos de tamanho fiasco: Iniesta, que magnetiza a bola com os pés, errando domínios; Diego Costa, que tantos gols faz, desperdiçando um chute depois do outro; Pedro, tão frio em decisões, provocando a torcida adversária; Casillas, fortaleza da maior Espanha de todos os tempos, falhando novamente; Xabi Alonso, serenidade em pessoa, dando entradas violentas. É que a Fúria desabou. Ela desmoronou, foi implodida como conjunto, como ideia de futebol, como filosofia. Fracassou o time que tanto encantou; apequenou-se o maior gigante dos últimos anos.

E toda essa percepção coube em tão pouco tempo, na brevidade de 45 minutos iniciais. Avisos não faltaram. Com menos de um minuto, Vargas quase colocou o Chile na frente – e Jara também, em cabeceio assustador logo depois. Mas em seguida a Espanha começou a controlar o jogo, como faz desde 2008, quando ganhou a Eurocopa e pegou gosto pelos títulos. Deu a impressão de que poderia vencer. Só que talvez aí esteja a explicação central dessa passagem de ciclo da Espanha: de time que dominava por vontade própria a time que passou a dominar por vontade do adversário. Porque o Chile fez o mesmo que a Holanda: combateu o volume com agressividade; enfrentou com ação aquilo que se tornou mera retórica futebolística – correr o tempo todo para lugar nenhum.

O primeiro gol saiu aos 19 minutos, em rápida construção de Sánchez. A bola chegou a Aránguiz, que logo acionou Vargas. Caindo, o atacante desviou de Casillas e fez 1 a 0.

Charles Aranguiz gol jogo Espanha x Chile (Foto: Reuters)
Aranguiz chuta de bico para fazer o segundo gol do 
Chile no Maracanã (Foto: Reuters)

A Espanha pareceu não se abalar. Seguiu jogando em seu estilo: Diego Costa mais fixo na frente, sustentado por três figuras em uma linha pouco atrás: Pedro, a melhor delas, David Silva e Iniesta. Surgiram chances, mas nenhuma delas límpida, e especialmente o atacante brasileiro não soube aproveitá-las.

E aí ruiu de vez o mundo espanhol. Aos 43 minutos, Sánchez bateu falta. Casillas voou na bola e espalmou. Mas para dentro da própria área. Aránguiz, no rebote, de bico, fez 2 a 0. O Maracanã viveu momentos de surto – de puro êxtase para os dezenas de milhares de apoiadores do Chile: os próprios chilenos e os brasileiros, dispostos desde o início a infernizar os (atuais até 13 de julho) campeões mundiais.

Nem em seu pior pesadelo a Espanha poderia imaginar que seria tão visitante no Brasil...

Adeus à campeã

O segundo tempo serviu apenas para confirmar a despedida da campeã. A Espanha tentou reagir. Não é um time acostumado a perder, afinal. Mas em vão. As entradas de Koke no lugar de Xabi Alonso e depois de Fernando Torres na vaga de Diego Costa foram apenas acessórios em uma tarde toda voltada para a glória chilena. A vaia que o brasileiro levou ao ser substituído foi uma agulhada no tímpano – de tão forte. Que péssima Copa ele fez...

O Chile poderia ter ampliado. Encaixou contra-ataques perigosíssimos, como a Holanda fizera na goleada de 5 a 1, mas foi menos hábil na conclusão. A Espanha também teve chances, em especial uma com Busquets, que, vá saber, poderia ter mudado o destino do jogo. Quase dentro do gol, ele chutou para fora.

O resto foi espera: cantorias, gritos de olé, humilhação para uma Espanha tão habituada a ser melhor que todos. E o barulhinho do relógio sempre presente, tic-tac, tik-taka, tic-tac, tik-taka, anunciando o adeus a uma equipe que entrou para a eternidade espanhola, que foi lendária, mas que uma hora teria que se reinventar.

Pois a hora chegou.




FONTE:

Holanda sofre, mas vence a Austrália pela primeira vez e se garante nas oitavas

Diferentemente da estreia, Laranja pena para ganhar no Beira-Rio e quebrar tabu. Classificação se confirma após derrota da Espanha


 A CRÔNICA


por Thiago de Lima

Quem disse que seria fácil? Para quem goleou a atual campeã mundial Espanha por 5 a 1 na estreia, foi um sofrimento muito maior que o esperado contra a Austrália, nesta quarta-feira, no Beira-Rio. Em um jogo de igual para igual, os Socceroos foram para cima e quase frearam o embalo da poderosa Holanda. Mas a Laranja Mecânica se reencontrou no fim, e Robben, Van Persie e Memphis Depay quebraram um tabu de nunca terem derrotado o rival - foi o quarto confronto entre eles, o primeiro em Copas do Mundo. Cahill, com um golaço, e Jedinak, de pênalti, puseram os gols australianos no marcador, que acabou em 3 a 2 para os holandeses.


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Diante de muita festa dos 42.877 presentes, entre eles a família real holandesa, com o rei Willem Alexander e a rainha Máxima Zorreguieta, os europeus garantiram na vaga nas oitavas de final do Mundial. A classificação foi selada com a derrota da Espanha diante do Chile, um pouco mais tarde, no Maracanã. Já a Austrália viu qualquer chance se encerrar. Na próxima rodada, a Holanda enfrentará o Chile na Arena Corinthians, em São Paulo, às 13h da próxima segunda-feira. O duelo vale o primeiro lugar do Grupo B. Já a Austrália encara no mesmo dia e horário a Espanha na Arena da Baixada, em Curitiba.

Desta vez não houve problema no sistema de som. Enfim, o Beira-Rio foi batizado com a execução dos hinos nacionais em uma Copa do Mundo. Uma cerimônia que teve os torcedores que lotaram o estádio todos de pé e cantando a plenos pulmões e muitos aplausos. De arrepiar australianos, holandeses e também os brasileiros, maioria colorados, que deram continuamento aos cânticos com gritos de "vamos, vamos, Inter" em alto e bom som. Uma espécie de terceiro hino à capela dos donos da casa para encerrar o batismo.

Brilho de Robben ofuscado por pintura de Cahill
Mister simpatia holandês no Brasil, Van Persie confirmou a lua de mel com a torcida e foi o mais ovacionado desde que apareceu no telão durante o anúncio da escalação. A boa fase dele ganhou até o cara e coroa na hora de escolher bola ou campo. Mas quem disse que seria fácil? No jogo em si o camisa 9 desta vez não brihou. E enquanto o ataque holandês errava, o australiano dava trabalho. Cahill apertou duas bolas recuadas para o goleiro e por pouco não a roubou. Leckie e Bresciano também se entendiam bem perto da área e complicavam a defesa europeia.

Holanda x Austrália -  Memphis Depay e Van Persie (Foto: Reuters) 
Memphis Depay e Van Persie celebram um dos gols 
da Holanda (Foto: Reuters)

Os Socceroos começaram melhor. E a torcida brasileira presente apoiou e começou a vaiar os holandeses. Só que quando o time errava passes e lançamentos, as vaias eram ainda maiores. O público em geral não perdoou as falhas, reclamou a cada erro. De certo, os fãs queriam ver o espetáculo que a Laranja Mecânica deu na estreia para pessoas que pagaram o mesmo valor que eles pelo ingresso. Com a Holanda, Van Persie e Sneijder pouco inspirados, a esperança caiu nos pés do velocista Robben.

Dono de arrancadas de causar inveja até a Usain Bolt, o atacante foi o mais perigoso realmente. Quando deu o pique para cima de Wilkinson deixou o zagueiro comendo poeira. Mas se enrolou com as próprias pernas e acabou perdendo o que seria a primeira chance de perigo do jogo. Vaias para ele minutos antes dos aplausos. Na segunda oportunidade ele foi o velho Robben que o mundo conhece, fintou o mesmo Wilkinson com o corpo, ganhou na corrida e bateu na saída do goleiro, aos 19. Foi o terceiro gol do camisa 11 em dois jogos. Placar de 1 a 0 e um comentário na arquibancada: "Agora já valeu o ingresso".

Mal sabia este torcedor que o bilhete valorizaria mais um minuto depois. McGowan lançou nas costas da dupla de zaga na área, e Cahill pegou de primeira. Um foguete que passou pelas mãos de Cillessen, carimbou o travessão e caiu dentro do gol. Golaço que até os holandeses, pertinho da jogada, devem ter tido vontade de aplaudir. Já Robben ficou uma fera no meio de campo. E poderia ter ficado pior para a Holanda. Bresciano apareceu livre numa sobra de bola e encheu o pé por cima da baliza. O zagueiro Spiranovic também surgiu sem marcação num cruzamento na área, mas errou a conclusão. Quem disse que seria fácil?

Momento de apreensão interrompe festa da torcida
Com 49% de posse de bola, os Socceroos fizeram frente para a poderosa Holanda e despertaram até os gritos de "olé". Mas o clima de festa, com direito a duas olas seguidas, foi interrompido abruptamente no fim. Cahill entrou com muita vontade numa dividida com Bruno Martins Indi, que levou a pancada e a pior. Bateu com o rosto na queda, ficou desacordado e precisou ser retirado de maca da partida. Memphis Depay foi chamado às pressas para substituir seu companheiro. O clima de apreensão foi tanto que até o técnico Van Gaal entrou em campo para tentar acudir seu jogador, e o público ficou em silêncio nos minutos finais de bola rolando.

Cahill levou amarelo pela falta e ficou suspenso para a partida contra a Espanha. Quem também não vai jogar na última rodada do Grupo B será Van Persie. O cartão por deixar o braço no rosto do adversário simbolizou a atuação ruim do atacante até aquele momento.

Holanda x Austrália -  Mile Jedinak (Foto: Getty Images)
Mile Jedinak bate o pênalti. Àquela altura, a 
Austrália vencia o jogo 
(Foto: Getty Images)

Diferente de Van Gaal, o técnico Postecoglou ficou em pé o jogo inteiro. Nervoso. Afinal, uma segunda derrota poderia significar a eliminação da equipe. Resolveu mexer logo no começo do segundo tempo. Colocou Bozanic no lugar de Bresciano e deu certo. Na primeira jogada, foi ao fundo e viu sua tentativa de cruzamento pegar na mão de Janmaat. Pênalti marcado sob muita reclamação holandesa. O capitão Jedinak converteu com muita categoria e virou o jogo para a Austrália aos nove minutos. Vibração efusiva no gramado e na arquibancada. Quem disse que seria fácil para a Holanda?

Van Persie acorda a Laranja Mecânica
Até então apagado, Van Persie precisou acordar para acordar o próprio time. O camisa 9 recebeu na área se aproveitando de uma linha de impedimento errada da defesa e, num lampejo, acertou o chute para deixar tudo igual de novo aos 12 minutos. Aí o jogo esquentou. Cahill, antes de ser substituído por Halloran, interceptou um passe no ataque, abriu para Oar cruzar do fundo, mas De Vrij cortou de cabeça para consertar a bobagem holandesa. Depois, em outro roubada de bola, Bozanic cruzou para Leckie livre na segunda trave, mas ele quis tentar um golaço de peito e acabou recuando para o goleiro. Faltou usar a cabeça, literalmente.

E a punição aconteceu logo no lance seguinte. Substituto de Bruno Martins Indi, Memphis Depay se aproveitou da liberdade na intermediária australiana e chutou no cantinho. Contou ainda com a cooperação do goleiro Ryan, estreante em Copas do Mundo, para virar o jogo de novo para a Holanda, aos 23. O carrossel holandês, enfim, reviveu seus melhores momentos da estreia e criou ótimas chances com De Jong e Robben. Só faltou caprichar na finalização.

Nos minutos finais, Van Gaal colocou Lens em campo - atacante que treinou entre os titulares na véspera da partida, mas não passou de um blefe do treinador. Van Persie saiu, sob algumas vaias. 
Mas Lens não teve tempo para fazer nada. E a Austrália também não. Os Socceroos sentiram o golpe como um pugilista no ringue. Tão perto da vitória, a derrota saiu mais cara do que encomenda para um time que lutou muito em campo. Os holandeses agradecem, mesmo não tendo sido fácil.




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