sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Torcida do Raja promete 'caldeirão' de novo e brinca com R10: 'Terá medo'

Empolgados com a chance de enfrentar o Galo, marroquinos dizem que boa parte da força do time vem da arquibancada. Em praça, fãs se empolgam com músicas; confira

Por Direto de Agadir, Marrocos

Muitos não acreditam que uma torcida, presa no concreto das arquibancadas, tenha o poder de ganhar um jogo de futebol. Mas até mesmo os mais céticos e desconfiados reconhecem que há, sim, alguma influência - por ínfima que ela seja. Para o Raja Casablanca, o discurso não é bem assim: não à toa os torcedores se autodenominam os melhores de todo o continente africano (o site francês “So Foot” a elegeu a quarta mais vibrante de todo mundo em um ranking recente). Eles apresentaram argumentos importantes na última quarta-feira, quando a exibição no Stade Adrar, em Agadir, guiou o time à vitória dramática sobre o Auckland City, pela abertura do Mundial de Clubes. Se o mesmo ocorrer neste sábado, diante do Monterrey, às 17h30m (de Brasília), os marroquinos garantirão a viagem a Marrekesh para enfrentar o Atlético-MG de Ronaldinho Gaúcho numa inédita semifinal.

Já há a promessa de um novo “caldeirão” com a ida para o norte do país, facilitando ainda mais o deslocamento de seus torcedores - fica no meio do caminho entre Agadir e Casablanca. Que o camisa 10 do Galo esteja preparado.

- Respeitamos muito o Ronaldinho, foi um grande craque no Barcelona. Mas estamos aqui para fazer a nossa parte e levar o Raja para a história. Ele terá medo quando olhar para a nossa torcida – disse o confiante Khalid Ishmaily, em tom semelhante a basicamente todos ao seu redor. E nem mesmo a notícia de que os atleticanos chegarão em peso ao Marrocos amenizou o seu entusiasmo.



Torcida Raja Casablanca (Foto: Victor Canedo) 
Torcida do Raja Casablanca fez bonito até para a 
reportagemdo GloboEsporte.com (Foto: 
Victor Canedo)


É um momento de total êxtase por parte dos marroquinos. Se durante a conversa com a reportagem do GloboEsporte.com curiosos já espiavam, bastou a câmera ser ligada para surgirem mais torcedores do Raja, vestidos a caráter depois de uma festa que varou a madrugada pela vitória nas quartas de final. “Foi até as 3h”, contou um dos muitos empolgados com a chance de levar o seu clube para todo o mundo.



Torcida Raja Casablanca (Foto: Victor Canedo)Marroquinos são fãs do futebol brasileiro (Foto: Victor Canedo)
Na praça onde a Fifa instalou a Fan Fest, muitos deles voltaram a entoar as músicas que marcaram a noite anterior. Uma delas leva a mistura de um espanhol com o árabe - é possível perceber a expressão “tiki-taka”, posterizada pelo Barcelona de Guardiola e a Espanha campeã do mundo. O futebol jogado não é lá um fator que os anime muito, mas a presença de Moutaouali, o camisa 5 mais ofensivo dos últimos tempos, é quem contribui para dar confiança.

- Ele é o nosso Ronaldinho. Espero que jogue bem de novo contra o Monterrey e contra o (Atlético) Mineiro – encerrou Khalid.



Torcida Raja Casablanca (Foto: Victor Canedo) 
Torcedor exibe o número 5, em referência a Moutaouali, 
o craque do time (Foto: Victor Canedo)
Torcida Raja Casablanca (Foto: Getty Images) 
Ultras do Raja deram show na vitória sobre o Auckland
City, na abertura do Mundial (Foto: Getty Images)

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/noticia/2013/12/torcida-do-raja-promete-caldeirao-de-novo-e-brinca-com-r10-tera-medo.html

Briga em Joinville leva a perda de 12 mandos do Atlético-PR e oito do Vasco

Metade da pena dos dois clubes será cumprida com portões fechados, além de multa de R$ 140 mil e R$ 80 mil. Árbitro e federações são absolvidos pelo tribunal

Por Rio de Janeiro

A 4ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou nesta sexta-feira o incidente ocorrido na Arena Joinville durante o jogo entre Vasco e Atlético-PR, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. No jogo que acabou com a goleada por 5 a 1 para os paranaenses, as torcidas brigaram na arquibancada, e o jogo ficou paralisado por 73 minutos.

Caracterizado com maior responsabilidade no incidente, o Furacão foi condenado com a perda de 12 mandos de campo, sendo seis com portões fechados, além de multa de R$ 140 mil (sendo R$ 120 mil no artigo 213 e R$ 20 mil no artigo 191, combinado com 211 na forma do 183, que é o que permite que um artigo absorva o outro). Já o Vasco recebeu a pena de oito mandos de campo, sendo quatro com portões fechados, além de multa de R$ 80 mil (veja o vídeo com a sentença).

As partes entrarão com recurso nos próximos dias e o julgamento no Pleno já está marcado para o dia 27. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro, a Federação Paranaense e a Federação Catarinense foram absolvidos. A pena só vale pra competições organizadas pela CBF, então o Atlético-PR poderá disputar os jogos da Libertadores normalmente. Foram identificados 40 torcedores (veja no vídeo abaixo).
 
O árbitro foi absolvido por unanimidade, enquanto as federações receberam dois votos pela absolvição e dois pela punição com multa de R$ 20 mil, incluindo o do presidente da comissão, Paulo Bracks. No entanto, segundo o próprio, havendo empate prevalece a defesa. O Atlético foi condenado a pagar multa de R$ 20 mil no artigo 191, e condenado por unanimidade no artigo 213. O Cruz-Maltino foi condenado por unanimidade no 213.

O Atlético-PR, mandante do jogo, foi enquadrado no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em "deixar de cumprir ou dificultar o cumprimento de medidas para garantir a segurança dos torcedores antes, durante e após a realização da partida", além do artigo 211, por "deixar de manter o local indicado para a realização da partida com infraestrutura necessária a assegurar a plena garantia e segurança para a sua realização".
 
Os dois clubes foram denunciados duas vezes no artigo 213, por deixarem de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens na praça de desporto, além de atirar objetos no gramado; as federações paranaense e catarinense foram denunciadas no artigo 191, e o árbitro no artigo 261-A (deixar o árbitro, auxiliar ou membro da equipe de arbitragem de cumprir as obrigações relativas à sua função).

Na última quinta-feira, o STJD, na figura do presidente Flávio Zveiter, decidiu rejeitar a ação do Vasco, que pediu a impugnação do resultado da partida. O argumento é de que o jogo não tinha condições de ter sido reiniciado por conta da falta de segurança e por ter ultrapassado em 13 minutos o tempo de paralisação previsto no regulamento. Com isso, o clube cruz-maltino se viu impedido de ganhar os pontos perdidos com a derrota por 5 a 1 e, assim, foi confirmado na Série B do ano que vem. O Vasco, entretanto, ainda poderá fazer um pedido de reconsideração, a ser avaliado novamente pelo presidente do tribunal.


O julgamento
A Federação Paranaense foi representada pelo advogado Osvaldo Sestário, pivô de uma polêmica que pode rebaixar a Portuguesa e manter o Fluminense na Série A do Brasileiro, em julgamento que acontecerá na segunda-feira. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro foi defendido pelo ex-árbitro e diretor jurídico da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), Giuliano Bozanno. O relator do processo foi Wanderley Godoy Junior, participaram dois outros auditores, Lucas Rocha Lima e Marcelo Coelho de Souza, e o sub-procurador geral do tribunal, Alessandro Kishinho. A sessão foi presidida por Paulo Bracks.

Inicialmente, o relator começou a leitura da súmula da partida, na qual o árbitro Ricardo Marques Ribeiro relatou três torcedores feridos gravemente na briga entre torcidas e invasão de campo pela imprensa e torcedores que pularam da arquibancada para não sofrer agressão, durante a paralisação do jogo. O documento relata pedido de reforço pelo árbitro, que justificou o período da paralisação de 73 minutos com o tempo de deslocamento do reforço policial. Relatou, depois de reiniciado o jogo, o arremesso de uma peça de torneira de metal no campo, enquanto vascaínos atiraram pedras em direção ao goleiro do Atlético-PR.

Em seguida, Godoy Junior passou a ler a denúncia feita pela Procuradoria do STJD, relatando também a violência e o arremesso de objetos pelas torcidas de ambos os clubes. A denúncia inclui também a Federação Paranaense e o árbitro. O relator destacou que, em relação aos antecedentes, o Atlético-PR é reincidente e estava jogando na Arena Joinville por conta de uma punição, bem como o Vasco, reincidente após o episódio no jogo contra o Corinthians em Brasília. A Federação Paranaense, a Federação Catarinense e o árbitro foram colocados como réus primários. As federações foram denunciadas no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o árbitro no artigo 261-A, o Vasco foi enquadrado duas vezes no 213 e o Atlético, além do 213, foi denunciado também nos artigos 191 e 211.


O Joinville pediu intervenção como terceiro interessado no processo, por ser a "casa" onde manda os seus jogos. O relator e o presidente da comissão indeferiram o pedido por não existir prova de legítimo interesse e pelo fato de a arena ser municipal. Mas, como dois auditores votaram a favor, houve um impasse, e Paulo Bracks decidiu deferir o pedido, que permite ao Joinville recorrer de decisões no processo, para garantir a "ampla defesa", apesar de criticar a ausência de um representante do clube.


Julgamento Atlético-PR x Vasco (Foto: Gustavo Rotstein) 
Paulo Bracks (ao centro), preside a sessão que julgou 
Atlético-PR e Vasco (Foto: Gustavo Rotstein)

Árbitro diz ter tomado decisão de reiniciar jogo antes de 60 minutos

Na sequência, houve exibição de prova de vídeo produzida pela Procuradoria. O sub-procurador geral, Alessandro Kishino. Imagens fortes de violência foram exibidas no vídeo, bem como o resgate dos feridos, mostrando também o exato momento da paralisação da partida. Foram exibidas entrevistas do comando da Polícia Militar no estádio. Em seguida foi pedido que o diretor de futebol do Atlético-PR, Antônio Lopes, se retirasse da sala para o depoimento do árbitro, por também ser testemunha no processo.

Ricardo Marques Ribeiro afirmou não haver necessidades de falar sobre a briga e as imagens, por serem claras. O presidente pediu a confirmação da súmula e a primeira pergunta, do relator, foi se ele encontrou a Polícia Militar ao chegar no estádio.

- Como de praxe, a equipe chegou com 2h30 de antecedência, providenciamos a vistoria de praxe no campo de jogo, voltamos para o vestiário e tive a presença do coronel Adilson Moreira, chefe do policiamento, junto com dois delegados, dizendo da presença da PM no estádio. No momento dessa vistoria, eu e o delegado do jogo constatamos a presença de policiais na zona mista, que é bem próxima ao banco de reservas. No aquecimento, constatamos também a presença desses policiais. Quando entrei no campo de jogo, eles permaneceram e eu não tinha conhecimento desse fato de a PM não atuar dentro do estádio, o comandante em momento algum trouxe essa informação à equipe de arbitragem. Desconhecia também a presença da segurança privada e essa ação do Ministério Público de Santa Catarina sugerindo que a PM não pudesse atuar no interior da arena, só soube desses fatos depois da confusão.

Depois de afirmar não ter tomado conhecimento da ausência de policiamento no interior do estádio antes do início da confusão, o árbitro garantiu ter tomado a decisão de reiniciar o jogo antes dos 60 minutos previstos no regulamento do Brasileiro. O tempo relatado na súmula, 73 minutos, segundo ele, incluiu o tempo para retirada das pessoas que estavam dentro do campo de jogo.


A torcida do Vasco furou o bloqueio e nisso também a do Atlético veio na direção, aí começou a confusão
Antônio Lopes, diretor do Atlético-PR
 
 - Procuramos manter a tranquilidade embora o clima fosse desfavorável, tomamos todas as providências no sentido de garantir a integridade física dos presentes. Pedimos que aumentassem o efetivo, o pedido foi atendido e a nossa decisão de dar reinício ao jogo, que isso fique claro, aconteceu dentro dos 60 minutos, já tinha essa convicção pois já tinha contato direto com o comando da PM, que me garantiu que o reforço estaria presente. Então esse tempo foi para retirar as pessoas que estavam no campo de jogo, deixar só as pessoas habilitadas, o policiamento se posicionar nas áreas estratégicas – disse o árbitro, acrescentando que jamais atuou em um jogo somente com segurança privada dentro do estádio.

A advogada do Vasco, Luciana Lopes, passou então a interpelar o árbitro. Questionou sobre o que a PM disse sobre o efetivo, e Ricardo Marques Ribeiro esclareceu que foi informado que havia policiamento no estádio, sem maiores detalhes sobre o efetivo ou se era interno ou externo. O árbitro então foi dispensado.

Antônio Lopes diz que torcida do Vasco foi primeira a furar bloqueio de segurança

O advogado do Atlético-PR, Domingos Moro, chamou então Antônio Lopes de volta à sala para prestar depoimento como testemunha.

- Eu estava localizado em camarote quase centralizado, do meu lado direito, atrás do gol, estava a torcida do Vasco, separada em um espaço muito grande, onde não tinha ninguém, e mais adiante a torcida do Atlético-PR. A partida se desenvolvia normalmente. Com relação ao problema da briga, em determinado momento tive a minha atenção despertada para o lado direito. A torcida do Vasco furou o bloqueio e nisso também a do Atlético veio na direção, aí começou a confusão. A briga continuou, fiquei lá em cima uns 20 ou 30 minutos, começaram a entrar em campo, dirigentes do Vasco, aí também desci para ver o que estava acontecendo. Dinamite, Peralta, conversando com o árbitro, e o delegado da partida tentando tirar todo mundo. O pessoal do Vasco queria que o árbitro interrompesse a partida, começou aquela discussão, o Vasco alegando que não poderia haver jogo, mas o árbitro disse que havia garantia suficiente e os policiais estavam chegando ao estádio. Foi reiniciado e transcorreu normalmente – afirmou Lopes, ressaltando que aparentemente não havia objetivo de agredir atletas ou árbitro por parte dos torcedores.

Questionado se houve solicitação pelo Atlético-PR de efetivo da PM dentro do estádio, Lopes se esquivou:

- Isso não é da minha alçada, o departamento de segurança é que pode informar. Eu acho que sim – disse Lopes, que manteve a posição mesmo ao ser lembrado do seu passado na segurança pública, por ter sido delegado de polícia.

Atlético-PR optou por “controle visual” e Vasco não participou de reunião de segurança

Adílson Marcos, do departamento de segurança do Atlético-PR, foi então chamado para prestar depoimento. Foi questionado se antes do evento o clube fez as solicitações de segurança para todos os órgãos.

- Sim, todos os ofícios foram feitos como de praxe. Não tivemos nenhuma resposta negativa da PM, não houve oficialmente essa resposta. Temos todos os ofícios, assinados pelo clube, e comprovação de recebimento. Chegaríamos na quinta-feira cedo, teria uma reunião, mas houve problemas na estrada, não chegaríamos a tempo, a reunião foi para sexta-feira à tarde com o policiamento. Pontuamos todos os acessos que seriam fechados, inclusive tapumes com reforço interno de grades para separar na área externa, nas arquibancadas separamos uma área bem grande para ser feito um controle visual. A PM nos disse que estaria à disposição, mas só atuaria após a nossa informação com esse controle visual. Fizemos um contrato com a empresa de segurança, fizemos levantamento do que seria necessário, e reforçamos com o pessoal que tem mais experiência e já nos acompanha, o nosso pessoal de Curitiba. No jogo do Flamengo, trabalhamos com a média de 80 seguranças. No Náutico, um pouco menos. E contra o Vasco usamos a mesma coisa que usamos contra o Flamengo – disse, afirmando que o Atlético-PR vem usando essa postura de controle visual.


Não adianta mais perder mando, você transfere o local da briga. É a maior prova da falência da pena de perda de mando como está hoje. Então vamos fazer com portão fechado, o Atlético-PR está disposto
Domingos Moro, advogado do Atlético-PR
 
Ele foi então questionado se o aumento do espaço foi pela venda de ingressos superior aos 1.700 lugares que eram separados fisicamente por uma grade dupla e reconheceu que essa também foi uma das razões – 2.683 ingressos foram vendidos para a torcida do Vasco, segundo o borderô da partida. Indagado se a segurança falhou, atestou:

- Não, em hipótese alguma. No jogo do Flamengo, tivemos a presença da polícia e tudo correu dentro da normalidade, tivemos apenas casos isolados na área externa.

Sestário pediu que a testemunha afirmasse se a Federação Paranaense teve alguma interferência na escolha do estádio, e Adílson não soube responder. Luciana Lopes, pelo Vasco, perguntou novamente sobre o ofício enviado à PM. E questionou também sobre o uso de segurança privada no entorno.

- A resposta foi que sim, haveria policiamento no evento – disse a testemunha, respondendo também que o Vasco não participou da reunião de segurança e que não existe ata.

Procuradoria pede pena máxima para os clubes

Com uma hora e meia de julgamento, foi pedido um intervalo. No retorno, o sub-procurador geral afirmou que houve uma clara falha no planejamento de segurança e que o Atlético-PR escolheu uma arena que não oferecia condições para a partida. Alessandro Kishinho pediu a condenação dos dois clubes pelo artigo 213 em sua pena máxima, tanto com relação à desordem como o arremesso de objeto. Somando as penas, a máxima seria de perda de 20 mandos de campo e multa de R$ 200 mil. Kishino pediu ainda que a pena fosse cumprida com portões fechados, com base em artigo do Código Disciplinar da Fifa. 


Ele pediu ainda condenação do mandante nos artigos 191 e 211. Pediu ainda a condenação das duas federações, justificando que as duas receberam percentuais do faturamento da partida. A procuradoria também pediu a condenação do árbitro, alegando que se omitiu ao não pedir informações complementares sobre o policiamento.

Defesa do Atlético-PR questiona ausência da CBF entre acusados

Foi chamado então Domingos Moro para o pronunciamento da defesa do Atlético-PR. Fez uma extensa saudação a todos na sala e leu o artigo 191, o descumprimento de obrigação legal. Passou a questionar, discursando em tom enérgico, como é costume do advogado no tribunal. Citou o Estatuto do Torcedor e afirmou:

- Onde está o descumprimento? Todos os ofícios estão aí. Pode ser que o padrão esteja errado, é outra questão, mas tudo que é exigido por lei está aí. Então o 191 não cabe. Passando ao artigo 211 (“deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infra-estrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização”), quem escolhe o local de jogo? A CBF. Então se o estádio não tinha condições, a culpa tem de ser imputada ao Atlético? As federações estão no processo, a CBF não.

Advogado do Furacão propõe portões fechados

O advogado então passou a discursar sobre o artigo 213. E chegou a dizer que o clube concorda com a pena de portões fechados, em atuação quase teatral, com gritos e gestos largos.

- O que está acontecendo nos estádios é o reflexo dos questionamentos sociais. Acontece lá porque lá tem foco. Não vai acontecer na quermesse da esquina, porque ninguém vai filmar a quermesse da esquina. O que foram fazer aqueles torcedores? Foram brigar, não foram ver o jogo. É nítido. Não posso ser tão infantil de dizer que quem começou tem mais ou menos responsabilidade. Vou tomar a liberdade de fazer uma proposição. Não adianta mais perder mando, você transfere o local da briga. É a maior prova da falência da pena de perda de mando como está hoje. Então vamos fazer com portão fechado, o Atlético-PR está disposto. Vamos ver se consegue resolver.

Ele ressaltou, porém, que há uma grande diferença entre o efeito de uma perda de mando de campo e uma pena de jogos com portões fechados.

- Mas o peso do portão fechado do que o peso da perda de mando. Os remédios são errados e a dose errada de um remédio mata o paciente. Assim serão mortos os clubes, as federações, e não se resolverá o problema. O MP diz para a polícia não entrar, e a culpa é do Vasco, do Atlético? O clube quer uma mudança e está disposto a concordar com essa mudança. O diabo sempre sabe para quem aparece. Outra vez apareceu na minha vida – disse Moro, citando ainda o Bom Senso FC, movimento de atletas.

Advogada do Vasco diz que torcida só se defendeu, mas admite excessos

Foi convocada então a advogada do Vasco, Luciana Lopes, que questionou a responsabilidade do clube, usando o regulamento de competições da CBF no ponto que afirma ser atribuição das federações locais e ao clube mandante providenciar as medidas de ordem técnica e administrativa, em relação à logística e segurança.

- Não são torcedores, são bandidos e como tal tem de ser tratados. Mas não estamos aqui para julgar quem cometeu o ato, mas a responsabilidade do Vasco da Gama. Em momento algum o regulamento determina a responsabilidade do visitante. O jogo foi marcado pela CBF, o Vasco jogou em um estádio que não escolheu, não indicou e sequer foi convocado para a reunião de segurança, como prevê o regulamento e o Estatuto do Torcedor. Não vejo a CBF indiciada no caso. É a entidade organizadora do evento. Faço minhas as palavras do advogado do Atlético-PR em relação a isso. O árbitro diz que não viu o policiamento, o policial garantiu que ia ter mas ele não viu. São torcidas calmas, o Vasco ameaçado de rebaixamento e o Atlético-PR de perder a vaga na Libertadores. Só isso. Era um confronto anunciado. Perder mando vai resolver? Não vai. Qualquer academia de ginástica hoje tem identificação biométrica para quem pode ou não pode entrar. Na porta do estádio é papel e lápis.


Luciana Lopes afirmou também que a torcida do Vasco, apesar dos excessos, se defendeu de agressões da torcida rival:

- A imprensa relatou que quem começou a briga foi a torcida do Atlético-PR, ou dos bandidos que estava infiltrados na torcida. Que tipo de defesa a torcida do Vasco teria ali? A defesa foi excessiva, é outra história. Os torcedores foram agredidos e revidaram. Houve excesso, claro, nem gosto de ver essa imagem. Mas bandido é assim, bandido psicopata é dessa forma. Então o Vasco requer que a condenação seja dentro do limite da sua responsabilidade, no máximo uma multa, sem perda de mando. No CBJD não tem portão fechado.

Federações se eximem de responsabilidade

Sestário foi convocado então para falar em nome da Federação Paranaense. Comparou a situação a um pai sendo julgado por um crime de um filho maior de idade.

- É como um pai sendo acusado por um crime que o filho cometeu. Mas o filho nesse caso é maior de idade. Quem participou da renda tem de estar aqui? Esse fundo da Série C que recebe um percentual teria de estar aqui? Fiz alguns julgamentos de brigas entre torcidas. Em nenhum dos dois casos as federações estavam denunciadas. A Federação Paranaense não participou em nada, não indicou o estádio, não teve qualquer envolvimento da partida. Está nos autos porque participou financeiramente, somente. É como um maior de idade cometer um assassinato, e o pai ser julgado junto. Por quê? Só porque é o pai. Não vejo como punir a federação, não enxergo qualquer desrespeito ao regulamento. Ela recebeu porque tinha direito de receber. A defesa então pede a absolvição – discursou Sestário, lembrando que a entidade é primária e que foi absolvida em todas as vezes que foi denunciada porque “trabalha bem”.

Federação Catarinense responsabiliza “promotor (do MP) despreparado”

O presidente da Federação Catarinense, Delfim Pádua Peixoto Filho, fez pessoalmente a defesa da entidade. Aproveitou para alfinetar o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, na presença da filha do mandatário carioca, Luciana Lopes, lembrando que Santa Catarina no momento tem um clube a mais na Série A. Citou uma frase que atribuiu a Rubens Lopes, de que não poderia haver futebol profissional em Santa Catarina. Delfim passou então a destacar os números dos clubes catarinenses, de público e renda.

- Santa Catarina é rígida na aprovação dos laudos. Temos ajustes de conduta com diversas autoridades. Lá o negócio funciona, o campeonato é organizado. Mas vamos a esse jogo. O problema que enfrentamos foi a imaginação de um promotor substituto, despreparado, que ainda usa gravatinha borboleta dourada para aparecer na televisão, e entrou com uma ação pública porque tem a ideia de que a PM não tem de fazer policiamento interno. Esse promotor é gaúcho e pertencia à brigada militar do Rio de Janeiro. É um promotor polícia, que ainda quer mandar na polícia. A ação não foi nem distribuída a juiz nenhum de Joinville e o comandante da PM em Joinville achou que tinha de se submeter a essa opinião do promotor despreparado e que não conhece o Estatuto do Torcedor – afirmou.

Delfim afirmou ainda que não existiu barra de ferro, tratava-se de um pé de mesa. O advogado do Atlético-PR, com um sorriso irônico, lhe mostrou o objeto usado por um torcedor do Vasco para agredir o rival.

- Viu, é de madeira – disse o presidente da Federação Catarinense, narrando que ouviu de um policial, animado, que haveria algo inusitado naquela partida, a ausência de policiamento na arquibancada, e que pediu policiamento sob sua responsabilidade.

Bozanno diz que árbitro se prepara para “guerra”

Começou então, já com 2h40 de julgamento, a explanação de Giuliano Bozzano, em defesa do árbitro Ricardo Marques Ribeiro. Primeiro ele falou sobre as qualificações do árbitro e sobre as imagens, afirmando que o juiz está preparado para isso.

- Chegamos no campo de camburão, o juiz está preparado para guerra. A procuradoria diz para indiciar o Ricardo porque, supostamente, ele deu início a um jogo sem segurança. Compete ao árbitro identificar o comando do policiamento. O Ricardo fez isso. Eu ia mostrar imagens de outras confusões, para mostrar que isso foge ao controle do árbitro. Ele perguntou ao comando do policiamento se estava tudo bem para começar o jogo. Se ele não começa aquele jogo, com o comandante do policiamento dando sinal positivo, ele estaria aqui sendo julgado por isso. Eu nunca vi um jogo não ser iniciado com ok do policiamento e as torcidas separadas por 70 metros – disse Bozanno, ressaltando que houve jogos na arena com muito mais público do que na última rodada do Brasileiro deste ano.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/12/atletico-pr-e-vasco-perdem-mando-de-campo-apos-confronto-em-joinville.html

Perfil: Sestário acumula teia extensa de clubes e contradição com a CBF

Advogado pivô da polêmica do caso Héverton se diz viciado em trabalho e tem 43 times como clientes. Alguns dizem que foram apresentados a ele pela confederação

Por Rio de Janeiro

Sestário também sorri: advogado diz ter pouco tempo livre em rotina de julgamentos (Foto: Thiago de Lima )
 
Pegue 43 clubes brasileiros mais três federações, junte de 25 a 30 audiências semanais e adicione cerca de 20 horas por dia de trabalho. A quantidade pode variar um pouco de ingrediente para ingrediente, mas o sabor não muda para Osvaldo Sestário, "workaholic" assumido (gíria em inglês que significa alguém viciado em trabalho). 

- É uma cachaça. Já teve vezes no STJD em que a pauta toda era minha - afirma o advogado.

A repercussão envolvendo seu nome nesta semana, por ter sido o representante da Portuguesa no caso Héverton - que pode mudar o rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro -, não abala a rotina do jurista. Convicto de que não deixou de informar a Lusa da suspensão de dois jogos do atleta, ele usa como argumento os 16 anos de carreira no futebol. 

- Eu falo muito para aqueles que me criticam, para outros advogados aí que falam que eu domino, que tenho reserva de mercado e essa coisa toda: se eu não fosse bom naquilo que faço, não estava há tantos anos fazendo. Eu penso dessa maneira. Eu advogo por exemplo os três grandes de Recife (Sport, Náutico e Santa Cruz), e há muitos anos já. Isso não é à toa, isso se conquista.

Até porque beleza aqui não está, não é? (risos). Acho que é com competência e trabalho. Para se ter uma ideia, fui advogado de clube, procurador na Liga de Futebol de Londrina, ou seja, fazia o papel que o Paulo Schmitt faz hoje de acusar, fui auditor do TJD aqui do Rio, fui dirigente. Então, a minha experiência está voltada para todos os lados: tenho visão do dirigente, do clube. Essa escola ajudou muito - defendeu-se.

O escritório de Sestário tem oito integrantes, incluindo um sócio e a esposa Renata Elisa, com quem é casado há nove anos. Ele tem duas filhas do primeiro casamento, que moram com a mãe em Londrina. O advogado não se estende ao falar da vida pessoal. E não se exalta nas respostas, apesar do confronto com a Portuguesa, que o acusa de não comunicar a punição de Héverton e dispensou seus serviços. 

- Sou muito sereno, procuro ser muito técnico. Eu até admiro alguns colegas que têm essa veia mais teatral às vezes, mas não é o meu caso. Já teve julgamentos de eu me exaltar, por exemplo, de a procuradoria fazer denúncia duas vezes de um mesmo atleta meu. Então você acaba ficando revoltado com a situação. Mas sou sereno, tranquilo, quem me conhece sabe que sou da paz, digamos assim. Acho que é até uma virtude nesse caso.

A teia de Sestário: como conseguiu tantos clientes
A declaração sobre Sestário é de Paulo Schmitt, procurador geral do STJD:

- Dizem que ele defende 200 clubes, mas não sei se é verdade. 
Tabela cliente Sestário (Foto: Globoesporte.com) 
Lista de clientes tem 43 clubes brasileiros
Não é verdade. Mas é uma lista vasta: no momento, segundo sua assessoria, seus clientes são três federações de futebol (Cearense, Paranaense e Mineira) e 43 clubes. De todas as divisões. E até mesmo times que não têm série - que sequer participaram da Série D em 2013. Esporadicamente, o advogado também atende outros clubes, como o Vasco, por mais de dois anos. Por tudo isso, ele é conhecido por todos no STJD e, em média, está presente em 30 julgamentos por semana. A extensa relação de fregueses começou a ser formada quando ainda estava na presidência do Londrina e ajudou na criação da Futebol Brasil Associados (FBA), em 2002. O órgão defendia os interesses das equipes da Série B.

Após o fim de seu mandato no Londrina, no fim de 2003, Sestário foi incentivado por Peter Silva, amigo e também ex-presidente do clube paranaense e ex-mandatário da FBA, a se mudar para o Rio de Janeiro. Na cidade, tornou-se advogado da FBA. Era o início da relação intensa com muitos clubes do Brasil, que fez com que observasse uma carência no mercado jurídico da época.

- Eu acabei criando esse vínculo com os clubes e comecei a fazer um trabalho específico de STJD. Na época era muito difícil para os clubes, e eu senti isso na pele no Londrina para contratar um advogado no Rio. Não havia advogados especializados. E era caro, tinha muitas coisas que dificultavam esse trabalho. Passei a atender estes clubes até pela facilidade do nosso relacionamento, acabei me especializando só nisso e hoje trabalho só com STJD - explicou.

A primeira vez em que atuou no STJD foi em 2002, quando ainda presidia o Londrina e defendeu o clube em um caso de doping do ex-atacante João Fumaça. Mal sabia que tal experiência seria sua rotina diária anos mais tarde. Após a extinção da FBA, em 2009, Sestário não diminuiu seu trabalho. Pelo contrário. Manteve os clientes e intensificou sua relação com eles. A demanda foi instantânea.

- A profissão de advogado é de relações públicas. Se ninguém me conhecer, ou eu não conhecer ninguém, eu posso ser um gênio, mas ninguém vai me procurar - opinou o ex-presidente do STJD Rubens Approbato.

Mosaico Osvaldo Sestário advogado caso Portuguesa (Foto: Thiago Lima ) 
Sestário em sua casa, com várias referências
 ao Londrina, clube em que foi presidente 
(Foto: Thiago Lima )

Relação com CBF é negada em meio a indícios de apoio
Sestário nega ter "qualquer vínculo com a CBF". Mas no percurso para se tornar destaque da área jurídica e uma espécie de defensor público do futebol brasileiro há indícios de que a entidade teve uma relação de apoio à carreira do advogado. Em entrevista ao site da ESPN em 26 de dezembro de 2012, o advogado declarou que a confederação bancava o serviço a clubes das Séries A e B com menos recursos e que o pagamento era descontado da cota financeira que os clubes recebiam pela participação nos campeonatos. Ainda de acordo com o mesmo depoimento, Reinaldo Carneiro Bastos, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e diretor de desenvolvimento e projetos da CBF, coordenava o serviço terceirizado através de uma agência. A assessoria da federação desmentiu a informação alegando que Reinaldo conhece Sestário, mas que "não participa ou participou de qualquer tipo de coordenação ou indicação de profissionais na área jurídica esportiva".


Alguns clubes de sua lista de clientes, ouvidos pelo GloboEsporte.com, levantaram outros sinais de ligação da CBF. Segundo o diretor jurídico do Atlético-GO, Marcos Egídio, foi a entidade que apresentou os serviços do advogado.

- Até 2012 eu era o advogado do Atlético-GO nos julgamentos no Rio. Mas, em 2013, a CBF nos ofereceu os serviços do Sestário e, por questão de economia, optamos por ele. Ele sempre disse: "A CBF vai me pagar, e estou à disposição. Caso o Atlético-GO queira mandar alguém, pode mandar". Como ele sempre está à disposição, preferimos ficar com ele.

O diretor jurídico Sandro Barreto disse que no caso do Avaí não houve indicação da CBF. Mas reforçou a informação de que o pagamento feito pelos clubes da Série B é descontado nas cotas do campeonato.

- Já faz muitos anos, desde a FBA, que ele presta serviços para a gente e sempre foi ótimo. Ele trata diretamente com os clubes, nós tínhamos contrato diretamente com ele. Na Primeira Divisão, quem arca são os clubes. Na Série B tem uma ligação, não é a CBF quem indica. Nós usamos os serviços dele, e os honorários são descontados no valor das cotas que o clube recebe da Série - afirmou.

O diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, disse que conhece Sestário há anos, elogiou o trabalho do advogado, mas desmentiu qualquer relação da entidade com o jurista.

- Ele não presta nenhum serviço à CBF. Sou responsável pelo departamento de competições e, no que diz respeito à minha área, nunca ouvi nada a respeito disso. Ao que me consta, ele é um profissional sério, honrado. No tempo que tenho contato com ele, não tenho testemunhos que questionem a índole dele.

Currículo extenso: os casos polêmicos
Em 2007, o Rio Branco-PR se classificou diante do Avaí na primeira fase da Copa do Brasil ao empatar o primeiro jogo por 1 a 1 e vencer o segundo confronto por 1 a 0. Os paranaenses chegaram a enfrentar o Villa Nova-MG pela fase seguinte e venceram por 3 a 0 no jogo de ida. Mas, devido à escalação irregular do jogador Paulo Massaro, o Rio Branco-PR foi eliminado, e os catarinenses avançaram na competição. Em 2013, houve outro caso semelhante. O Paysandu retornou à Copa do Brasil, após ser eliminado pelo Naviraiense na segunda fase, porque o adversário havia escalado jogadores irregulares - Paulo Sérgio e Bahia.


Em 2011, o Fortaleza jogava contra o CRB pela última rodada da primeira fase da Série C e precisava vencer por quatro gols de diferença para escapar da degola. Venceu. No entanto, após o jogo, imagens da TV mostraram o atacante Carlinhos Bala, do Tricolor cearense, dizendo para que os alagoanos aliviassem. O Campinense, que lutava com o Fortaleza contra o descenso, brigou na Justiça contra os dois. CRB e Fortaleza foram absolvidos no caso.

No mesmo ano, a Anapolina disputava com o Itumbiara a classificação para a segunda fase da Série D. O Itumbiara perdeu para o Tupi-MG, resultado que o eliminaria da competição caso a Anapolina vencesse os Tocantinópolis por quatro gols de diferença. Quando a partida apontava 4 a 1 para a Anapolina, a partida foi interrompida, já que os tocantinenses só tinham seis atletas em campo - foram três expulsões e duas lesões. O jogo foi anulado pelo STJD, remarcado pela CBF, e a Rubra goiana venceu por 6 a 1 e avançou na competição.

Todos estes casos têm uma semelhança: os clubes vitoriosos nos julgamentos tinham Osvaldo Sestário como advogado. Mas ele os trata como todos os outros quase 300 julgamentos que tem por ano. Quem o acompanha e o conhece há muito tempo não fala em segredos para as vitórias. 
- Talvez eu não vá lembrar detalhes. São muitos julgamentos importantes, e eu tenho isso com muito carinho, porque a gente conseguiu obter muitos resultados favoráveis. E eu tenho todo ano um controle dos processos que faço, e só neste ano (2013), até novembro, foram mais de 230 processos, com mais de 300 denunciados. Para mim não existe processo pequeno ou grande, então eu me dedico muito, todos são importantes, trato todos iguais.

Faixa protesto Náutico (Foto: Otávio de Souza - Ag. Estado) 
Faixa do protesto do Náutico foi um dos casos vencidos:
 Sestário orienta torcidas (Foto: Otávio de Souza - 
Ag. Estado)
 
O fato de ser conhecido nas pautas do STJD lhe rendeu trabalhos extras. Aulas e cursos preparatórios para o direito esportivo estão na rotina do profissional, além de dar palestras e consultorias a clubes, dirigentes, atletas e chefes de torcidas organizadas.
 
- Procuro orientar o máximo possível para prevenir e para, quando acontecer, você ter provas suficientes para poder defender os clubes. A gente separa os momentos dos jogadores, depois comissão técnica e diretoria, e por fim chefes de torcida, para que eles ajudem o clube deles. No ano passado fiz isso no Sport e no Náutico, e tivemos uma resposta muito positiva. O único problema que tive foi aquela faixa do Náutico, "Ninguém vai nos derrubar no apito". A gente conseguiu até absolver o Náutico também.

a reputação de Sestário
Auditores, advogados, dirigentes e um ex-presidente do STJD foram ouvidos pelo GloboEsporte.com para dar depoimentos sobre Sestário. A avaliação geral é positiva, e a lista extensa de clientes, sempre usada como argumento para reforçar a ideia. Dirigentes e diretores jurídicos dos clubes que trabalham com o advogado foram unânimes: ele dificilmente erraria ao informar o resultado de um julgamento para seu cliente. 


O diretor de futebol do CRB, Ednílton Lins, estranhou o fato de o advogado ter usado apenas o telefone para comunicar à diretoria da Lusa sobre a suspensão de Héverton.

- O Sestário é um cara com quem temos um relacionamento correto. Ele foi indicação de um amigo que foi auditor do STJD e tem cumprido à risca tudo que tem acertado conosco. A verdade não é essa que estão colocando, que foi negligência dele. Foi negligência do supervisor ou diretor da equipe. Nenhum jogador entra ou deixa de entrar em um jogo sem minha supervisão. Essa história está muito mal contada. O Sestário nunca fez isso. Ele dá orientação técnica para gente, sempre avisa os resultados. É prática dele.

Sestário sai de cena no caso Héverton, que será julgado na próxima segunda-feira e pode rebaixar a Portuguesa para a Segunda Divisão no lugar do Fluminense. Em conversa com a Lusa, as partes resolveram mudar a defesa devido ao desgaste causado pelo assunto. Ele garante que faz o mesmo quando tem dois clientes com interesses conflitantes em um mesmo processo.

Osvaldo Sestário advogado caso Portuguesa (Foto: Thiago Lima ) 
Sestário diz que, quando há interesses conflitantes, ele 
deixa de defender os clubes (Foto: Thiago Lima )

- Nesses anos, graças a Deus, foram poucos os conflitos, mas sempre que existe indico profissionais, e isso já está implícito nos contratos que faço, ou então peço para que os jurídicos dos clubes venham se fazer apresentar. Mas é raro, nesses dez anos dá para contar nos dedos conflitos que aconteceram - explicou.

Advogados que atuam no STJD não veem problemas na teia de relacionamentos criada por Sestário. Domingos Moro, que presta serviços para clubes paranaenses, e Gabriel Vieira, advogado do Grêmio, adotaram o mesmo discurso: nunca ouviram questionamentos sobre a ética do colega. Colecionador de vitórias em julgamentos polêmicos, Sestário agora se torna protagonista de um. Quem convive com o "advogado porta de STJD", expressão usada por um dos entrevistados, acha difícil que tudo tenha acontecido por falha dele.
 
- Podem estar querendo pegar ele para Cristo - resumiu Paulo Schmitt.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/12/perfil-fama-polemicas-e-contradicao-sobre-cbf-na-cachaca-de-sestario.html

Central do Mercado: Abel volta ao Colorado, e Walter não fica no Goiás

Cruzeiro contrata paraguaio Samudio, Flamengo tenta a volta de Sheik, Dida entra na pauta do Vasco, e Alex permanece no Coritiba

Por Rio de Janeiro

Abel Braga, técnico de futebol (Foto: Rafael Cavalieri)Abel Braga volta a treinar o Internacional (Foto: Rafael Cavalieri)
 
O grande destaque desta sexta-feira foi o esperado retorno do técnico Abel ao Internacional. Quem também tenta uma volta é o Flamengo, que busca a contratação de Emerson Sheik. No entanto, um diretor nega interesse no atleta, e outro diz que falta pouco para o acerto.
O Cruzeiro, campeão brasileiro, anunciou seu primeiro reforço para 2014. Trata-se do lateral-esquerdo paraguaio Samudio, que chega para disputar a posição com Egídio.

O dia também foi de despedidas. Uma aconteceu de forma oficial: o técnico Jorginho não chegou um acordo salarial e deixou a Ponte Preta. Já Walter, do Goiás, e Paulo Baier, do Atlético-PR, tiveram as saídas de seus respectivos clubes praticamente decretadas. O primeiro pediu alto e dificilmente permanecerá. O outro, que faz 40 anos em 2014, está fora dos planos do Furacão devido à sua idade.

 Sonho do Palmeiras, o meia Alex frustrou a torcida do Verdão e acertou sua permanência no Coritiba.

Assombrado pelo péssimo desempenho de seus goleiros em 2013, o Vasco busca a contratação do experiente Dida, de 40 anos.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/12/central-do-mercado-abel-volta-ao-colorado-e-walter-nao-fica-no-goias.html

Mundial de Clubes, Superliga e NBB no sábado campeão do SporTV

Jogos que definirão os adversários de Atlético-MG e Bayern de Munique nas semifinais estão entre destaques da programação, cheia de eventos ao vivo

Por Rio de Janeiro

O sábado será de muitos gols, cestas e pontos no Canal Campeão. O Mundial de Clubes, Brasileiro Sub-20, Campeonato Francês  Superliga, NBB, e a Stock Car tomam conta da tela dos canais SporTV.  E o dia ainda tem o “SporTV News”, "Troca de Passes" e “Tá na Área”. Confira abaixo os detalhes de cada evento ao vivo!
Futebol

Mohamed Oulhaj comemora, Raja Casablanca x Auckland City (Foto: Reuters) 
Jogadores do Raja vibram com a vitória sobre na
estreia do Mundial de Clubes da Fifa(Foto: Reuters)
 
Após vencer o Auckland City por 2 a 1 na estreia do Mundial de Clubes, o Raja Casablanca volta aos gramados pelas quartas de final do torneio. O time do Marrocos enfrenta o Monterrey, do México, às 17h30m (de Brasília), com transmissão do SporTV. O vencedor do duelo enfrenta o Atlético-MG, na próxima quarta-feira. A narração é de Eduardo Moreno, com comentários de Edinho.

Mais cedo, também pelo Mundial, o Guangzhou enfrenta o Al Ahly, às 14h. O SporTV transmite, com narração de Júlio Oliveira e comentários de André Loffredo. Quem avançar encara o Bayern de Munique na semifinal.

No Campeonato Francês, o líder Paris Saint-Germain enfrenta o Rennes, 13º colocado, no estádio Route de Lorient.  O duelo terá transmissão do SporTV 2, a partir das 14h. Roby Porto narra e Teixeira Heizer comenta a partida.

Nos gramados brasileiros, é a vez das jovens promessas, no SporTV, às 10h30m. Pelo Brasileiro Sub-20, Internacional x Vasco se enfrentam pela quinta rodada do Grupo D, no estádio Morada dos Quero-Queros, em Alvorada (RS), confronto que terá narração de Júlio Oliveira, comentários de Carlos Eduardo Lino e reportagem de Júlio César Santos. O Colorado é o líder da chave, enquanto o time carioca está na quarta posição. Os dois primeiros se classificam para a próxima fase.

A Liga de Futebol de 7 terá dois jogos exibidos no SporTV. Primeiro, às 10h, o Avaí enfrenta o Náutico. Na sequência, às 11h, tem Flamengo x Rio Branco. A transmissão terá narração de Daniel Pereira, comentários de Raul Quadros e reportagem de Marcelo Pires.
Esportes de Inverno

esqui alpino Bode Miller Söelden (Foto: Reuters) 
Disputas do Mundial de Esqui ganham espaço
na tela do Canal Campeão (Foto: Reuters)
 
O Canal Campeão reservou um espaço especial para os esportes de inverno neste sábado, com a primeira transmissão a partir das 7h, com as disputas masculinas da Copa do Mundo de Esqui Alpino, no SporTV. O time formado pelo narrador Claudio Uchoa e André Spinola volta às 10h, no SporTV 3, para mostrar a segunda descida. O evento acontece em Val D'Isere, na Itália.

Já as provas da Copa do Mundo de Bobsled acontecem nos Estados Unidos e o SporTV 2 transmite a etapa de Lake Placid às 16h, com narração de Guto Nejaim e comentários de Ricardo Raschini.

Basquete
O sábado será de disputas no basquete e três jogos terão transmissão ao vivo. Ao meio-dia, o SporTV 2 mostra Ourinhos x Santo André, pela Liga de Basquete Feminino. A partida terá narração de Roby Porto, comentários de Byra Bello e reportagem de Fernando Gaspary.
O Novo Basquete Brasil (NBB) chega à decima rodada e também é destaque no Canal Campeão. O SporTV 3 transmite Mogi das Cruzes x Minas, às 14h, direto do Ginásio Professor Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes. Mesmo fora de casa, o Minas espera manter a boa sequência após três vitórias consecutivas. Para isso, terá que frear o time paulista, dono do melhor ataque da competição até aqui. Odinei Ribeiro narra o duelo, com comentários de Daniel Moreira Dias.
Às 20h, tem mais NBB, com Basquete Cearense x Espírito Santo, no SporTV 2. Guto Nejaim narra e Byra Bello comenta o jogo, que será disputado no Ginásio da Unifor, em Fortaleza (CE).

Stock Car Brasil
 O campeão da Stock Car será conhecido no domingo e, neste sábado, o SporTV mostra o treino oficial ao vivo, às 16h, direto do Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Thiago Camilo (185 pontos), Daniel Serra (181), Ricardo Maurício (178) e Cacá Bueno (160) estão na briga pelo título. O treino terá narração de Linhares Júnior, comentários de Lito Cavalcanti e reportagem de Anselmo Caparica.
 
Daniel Serra e Thiago Camilo - Stock Car (Foto: Bruno Terena - RBR) 
Daniel Serra e Thiago Camilo estão entre os pilotos que 
brigam pelo título (Foto: Bruno Terena - RBR)
 
Tênis
A partir das 16h, o SporTV 2 transmite as finais feminina e masculina da Copa Masters de Tênis, ao vivo da Costa do Sauípe, na Bahia. As partidas terão narração de Paulo Stein e comentários de Domingo Venâncio.

Vôlei
O sábado da Superliga masculina de vôlei terá um clássico do vôlei brasileiro. O atual campeão Rio de Janeiro e segundo na tabela de classificação vai a Minas Gerais, onde enfrenta o Cruzeiro, líder da competição. O duelo terá transmissão do SporTV, a partir das 21h30m, direto de Contagem. Eduardo Moreno narra, com comentários de Nalbert.


FONTE:
http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-news/noticia/2013/12/mundial-de-clubes-superliga-e-nbb-no-sabado-campeao-do-sportv.html

Campinas supera Maranhão, volta a vencer e permanece entre as líderes

Equipe de Zé Roberto Guimarães passa fácil pelas maranhenses, por 3 sets a 0. Triunfo veio por conta do jogo coletivo, com destaques para Tandara e Natália

Por Campinas, SP

Campinas x Maranhão Superliga feminina vôlei (Foto: Felipe Christ / Amil)Tandara foi, mais uma vez, a destaque do time feminino do Campinas (Foto: Felipe Christ / Amil)
O jogo coletivo do Campinas voltou a encaixar na Superliga. As comandadas de Zé Roberto Guimarães não tiveram dificuldades para vencer, por 3 sets a 0 (parciais de 21/17, 21/18 e 21/8), em 1h01, na Arena Concórdia, em Campinas, pela 10ª rodada. Com o resultado, as campineiras seguem entre as líderes, enquanto que as maranhenses permanecem na lanterna.

O Campinas volta a campo contra o Rio de Janeiro na próxima terça-feira, às 21h, no Ginásio do Maracanãzinho, pela 11ª rodada. No mesmo dia, mas às 20h, o Maranhão volta à quadra contra o Pinheiros, no Ginásio Castelinho, em São Luís.

A vitória do Campinas começou a ser construída com facilidade. Logo no primeiro set, a equipe de Zé Roberto mostrou o porque está entre as primeiras colocadas da competição e contou com os ataques certeiros da ponteira Tandara. Com cinco pontos, ela foi a destaque da parcial vencida por 21/17, em 21 minutos.

Campinas manteve o ritmo no segundo set. Os ataques de Tandara voltaram a fazer estrago na recepção do Maranhão e ela, novamente, anotou cinco pontos. A central Walewska também foi decisiva com outros cinco pontos - um em bloqueio. A vitória campineira foi por 21/18, em 20 minutos.

As campineiras abriram cinco pontos consecutivos no terceiro set e encaminharam mais um resultado positivo. Natália, com cinco pontos, foi a destaque. Tandara, com dois pontos, confirmou ter sido a melhor pontuadora, com 12 no total, e o Campinas fechou mais uma parcial, desta vez por 21/8, em 20 minutos.



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/noticia/2013/12/campinas-supera-maranhao-volta-vencer-e-permanece-entre-lideres.html

Luciane Escouto descarta concursos de miss para dar 'porradas' em quadr

Às vésperas do casamento, central, recém-chegada ao Barueri, diz que seguirá com trabalhos de modelo, mas que focará na vida de atleta para ganhar massa muscular

Por Barueri, SP

Depois de meses de inércia e uma semana de treinos, tudo o que Luciane Escouto sente é dor. A situação até melhorou nos últimos dias, mas a central ainda espera por um alívio maior. Mas, em meio a inchaços e cãibras, a jogadora celebra o retorno às quadras. Convidada para fazer parte do elenco na temporada de estreia do Barueri na Superliga, a “mais bela gaúcha” não demorou a dizer sim. Ainda que o momento seja dos mais agitados...

Fora das quadras, Luciane seguiu com seus trabalhos de modelo. Mas, em meio a isso, também aceitou o pedido de casamento do fisioterapeuta Alisson Monteiro. A cerimônia, marcada para maio, tem ocupado boa parte da rotina da jogadora. Agora, com o retorno ao vôlei, sabe que seus dias serão ainda mais intensos. Mas, ao contrário da última temporada, Luciane descarta a participação em concursos como o “Miss Mundo Brasil”, do qual foi finalista no ano passado. Agora, tudo o que ela quer é ganhar massa para poder voltar ainda melhor às quadras.

Luciane Escouto vôlei Barueri (Foto: João Gabriel Rodrigues) 
Luciane Escouto supera dores para voltar à quadra 
(Foto: João Gabriel Rodrigues)

- Foi uma experiência nova, vou guardar com muito carinho. Mas minha vida agora é como atleta. Vou continuar a fazer alguns trabalhos fotográficos, mas nada de concursos. A questão de modelo vai ser que nem antes. Aquele tempo vago, que tenho entre um treino e outro, ou algum fim de semana, dou uma escapadinha da quadra (risos). Dos concursos, estou fora. É difícil de conciliar. E também porque o biótipo é diferente do da quadra. No ano passado, eu acho que me prejudicou um pouco no vôlei. Estava com pouca massa muscular, porque não podia ganhar por causa do concurso. Agora, vou focar na quadra, pegar bastante massa muscular para dar muita porrada (risos).

Luciane Escouto vôlei Barueri (Foto: João Gabriel Rodrigues)Luciane Escouto descarta retorno aos concursos de miss (Foto: João Gabriel Rodrigues)
 
Os dias seguem corridos. Antes do casamento, Luciane tem contado com a ajuda da mãe, que vive no Rio Grande do Sul. Mas já avisou ao noivo, que mora em Macaé, no Sul Fluminense do Rio de Janeiro, que conta com seu apoio para os preparativos.

- Está bem corrido. Para os preparativos do casamento, eu tenho um anjo, que é a minha mãe, que está lá no Sul, onde vou casar. Ela está me ajudando a pesquisar os fornecedores e tudo mais. Mas já avisei ao meu noivo. Já combinamos, sabemos certinho como vai ser. Ele vai vir direto, vai ajudar nesse processo porque não pode ser só a noiva a fazer tudo (risos).

Logo após a chegada de Luciane, Barueri contratou a dupla Mari Paraíba e Natasha Valente, que estava no vôlei de praia. Com o trio, a equipe ganhou o rótulo de “time das musas”. A “mais bela gaúcha não se importa”. Agradece os elogios, mas espera que o grupo mostre força também dentro de quadra.

- Eu achei engraçado. O time tem meninas lindas, o vôlei só tem meninas bonitas. Mas a gente leva na brincadeira mesmo. Então, deixamos as pessoas brincar, levamos na esportiva. O que pode mais ajudar o time é o nosso vôlei. Não adianta o time ter mulheres lindas e não fazer um bom trabalho. Se conseguirmos juntar isso, seria muito legal se viessem patrocinadores novos e tudo mais. Seria bom.

Apesar das dores, Luciane espera estar logo em quadra, ajudando o Barueri. Segundo a central, a estreia não deve demorar.

- Faz uma semana que eu cheguei aqui. Estava de férias, em casa. Então, estou toda dolorida porque faz praticamente seis meses que estava parada. Estou me recuperando o mais rápido possível para que eu possa voltar logo. Tenho certeza que rapidinho eu vou voltar.

Luciane Escouto vôlei Barueri (Foto: João Gabriel Rodrigues) 
Luciane Escouto tem se esforçado durante os treinos 
(Foto: João Gabriel Rodrigues)
 

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/12/luciane-escouto-descarta-concursos-de-miss-para-dar-porradas-em-quadra.html

No Complexo do Alemão, promessas de Fla e Flu encontram Bernardinho

Técnico da seleção brasileira e do Rio de Janeiro participa de ação com jovens da  comunidade de Nova Brasília e se espelham no exemplo da líbero Fabi no vôlei

Por Rio de Janeiro

Bernardinho participa de ação social na comunidade de Nova Brasília, no Complexo do Alemão (Foto: Carol Fontes)Bernardinho participou de ação em Nova Brasília, no Complexo do Alemão (Foto: Carol Fontes)
 
Um projeto social na comunidade carente do Complexo do Alemão tem mudado a realidade de inúmeros moradores em um lugar que era considerado um dos mais violentos do Rio de Janeiro. Criado há apenas dois anos e idealizado por Bernardinho, o núcleo de Nova Brasília da Escolinha de Vôlei Bernardinho (EVB) já se transformou em um celeiro de atletas. Dos cerca de 120 jovens que integram o programa, um treina com o Fluminense, outro com o Flamengo e dois são federados pelo Rubro-Negro. Nesta quinta-feira, o técnico da seleção brasileira e do Rio de Janeiro participou de uma ação na quadra da comunidade, onde conversou com as crianças e os adolescentes, respondeu perguntas e até bateu uma bolinha, ao lado da líbero Fabi, que tem uma história semelhante a de muitos deles.
 
- Eu também tive uma origem simples, venho de uma comunidade carente em Irajá, Anibal Porto. É tipo uma COAB, um conjunto habitacional. Comecei a jogar nas escolinhas lá e me identifico muito com a história dessas crianças porque eu lembro da minha, do meu início há 21 anos. O esporte entrou na minha vida pelo lado social, o que eu queria era brincar e o vôlei foi muito importante para a minha formação como pessoa. Tomara que o esporte também entre na vida desses jovens de uma forma importante. O Brasil precisa formar cidadãos de bem - revelou Fabi.

Bernardinho e Fabi batem bola com David e Luiz, do time mirim do Flamengo (Foto: Carol Fontes) 
Fabi e Bernardinho batem bola com David e Luiz, do 
time mirim do Flamengo (Foto: Carol Fontes)
 
A necessidade de inclusão social de jovens que vivem em comunidades pacificadas foi o que motivou Bernardinho a desenvolver a sua escolinha de vôlei. Hoje, o projeto social é contemplado por sete núcleos que receberam Unidades de Polícia Pacificadiras (UPPs). Além de Nova Brasília, estão incluídos Borel, Mangueira, Morro da Mineira, Prazeres, São João e Tavares Bastos.

Fabi participa de ação social na comunidade de Nova Brasília, no Complexo do Alemão (Foto: Carol Fontes)Fabi se identificou com os jovens, que também iniciaram em comunidade (Foto: Carol Fontes)
 
- O vôlei é apenas uma ferramenta entre muitas outras que promovem a inclusão social. E a pacificação de comunidades, abriu o caminho para diversas iniciativas. É uma honra para mim ser parte de um projeto como esse, as crianças merecem e precisam dessa oportunidade. Acho que é uma obrigação de todos participar desse processo de inclusão social. Perdemos o nosso patrocínio, mas vamos sobrevivendo, seja com recursos de parceiros ou pessoais - disse o treinador. 

Com uma coleção de medalhas no peito, David entrou para o time mirim do Flamengo em dezembro, junto amigo Luis Fernandes, que também deu os seus primeiros passos no Alemão.

- Adoro praticar esportes, vôlei, futebol, futsal... Desde que eu entrei no vôlei, não parei mais. Fiz uma peneira com 400 meninos e só dois passaram, eu e o Luis. Minha mãe (costureira e artesã) encheu uma van com oito crianças. Eu estou gostando muito de jogar pelo Flamengo, já conquistei várias medalhas, mas a conquista mais especial foi o título da Taça do Paraná. O clube nunca havia vencido essa competição, essa vai ficar para a memória - contou o ponteiro de 13 anos. 

David exibe sua coleção de medalhas no vôlei (Foto: Carol Fontes)David exibe coleção de medalhas, conquistada após entrar na EVB (Foto: Carol Fontes)
 
O professor Augusto dos Santos, que dá aulas no núcleo desde a sua fundação, conta que os jovens aprovaram logo a novidade e se adaptaram de forma impressionante. 

- A gente sempre pensa que o futebol é sempre o primeiro esporte nas comunidades por ser mais fácil de jogar. Mas percebi que o fato de as crianças ficarem mais soltas no Alemão, subindo em árvores para pegar manga e jaca, soltando pipa na laje e outras atividades, faz com que elas tenham uma motricidade melhor do que as que moram em apartamentos. Essas crianças aprenderam mais rápido do que as do asfalto. 

Antes de ingressar para o projeto social, Pedro Vicente era apenas mais um adolescente que praticava futebol da Nova Brasília. Hoje, prefere o vôlei, o basquete e o handebol, mas já traçou os planos para o futuro. Atualmente, o jovem de 14 anos treina com o Fluminense. Para chegar ao seu destino, ele precisa ir de teleférico até Bonsucesso e, de lá, pega um ônibus até as Laranjeiras. 

- Meu sonho é ser profissional e defender a seleção brasileira. Antes de ir treinar no Fluminense, fiz uma peneira no Botafogo, que é meu time do coração, passei, mas acabei torcendo o tornozelo esquerdo e fui dispensado. Fiz testes nas Laranjeiras e passei - disse Pedro, que se inspira em Bruninho em busca do sucesso nas quadras.
 
Alexander e Pedro estão treinando com Flamengo e Fluminense, respectivamente (Foto: Carol Fontes) 
Alexander e Pedro estão treinando no Flamengo e no Fluminense,
 respectivamente (Foto: Carol Fontes)

Bernardinho e Fabi participam de ação social na comunidade de Nova Brasília, no Complexo do Alemão (Foto: Carol Fontes) 
Bernardinho e Fabi conversam com jovens e veem fotos que
 eles fizeram das aulas pela televisão (Foto: Carol Fontes)
 
 

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/12/no-complexo-do-alemao-promessas-de-fla-e-flu-encontram-bernardinho.html

Fê Berti e Elize tropeçam e marcam duelo brasuca nas oitavas em Durban

Dupla enfrentará Thaís e Duda, invictas no Open sul-africano, neste sábado

Por Durban, África do Sul

vôlei de praia Elize Maia Durban (Foto: FIVB) 
Elize Maia se esforça para fazer a defesa: dupla 
passapela repescagem (Foto: FIVB)
 
Um tropeço de Fernanda Berti e Elize Maia marcou um confronto de compatriotas para as oitavas de final do Open de Durban, último torneio da temporada 2014 do Circuito Mundial de Vôlei de Praia. Após duas vitórias no primeiro dia da fase de grupos, a dupla foi derrotada por uma parceria alemã e, após disputar a repescagem, se classificou para enfrentar Duda e Thaís, até agora com 100% de aproveitamento na competição sul-africana. O duelo será neste sábado.
No Grupo E, Berti e Elize Maia perderam a invencibilidade diante das alemãs Köehler e Schumacher. Após saírem na frente, as brasileiras cederam a virada em 1h03m de jogo. As parciais foram de 18/21, 21/17 e 18/16. Em segundo lugar na chave, a dupla verde-amarela precisou disputar a repescagem. Contra as sul-africanas Williams e Sekhonyana, venceram por duplo 21/13 e seguiram vivas na competição.

Mais jovens representantes do Brasil no Open, Duda e Thaís se despediram da primeira fase na liderança do Grupo H. A parceria estreante no Circuito Mundial derrotou as austríacas Swoboda e Zass com duplo 21/16 no placar.

vôlei de praia Thais Durban (Foto: FIVB) 
Thaís disputa bola na rede com atleta austríaca: dupla 
brasileira vence e vai invicta às oitavas (Foto: FIVB)
 
 
FONTE:

Dupla da Letônia vai às oitavas em Durban e fica a uma vitória do título

Rivais de Pedro Solberg e Bruno Schmidt na briga pelo troféu do Circuito Mundial, Janis Smedins e Aleksandrs Samoilovs se aproximam da conquista

Por Durban, África do Sul






O título masculino do Circuito Mundial de Vôlei de Praia 2013 pode ser definido na madrugada deste sábado. Nesta sexta, a dupla da letônia Janis Smedins/Aleksandrs Samoilovs conseguiu a vaga nas oitavas de final da etapa de Durban (África do Sul), ficando a uma vitória da conquista da temporada. Rivais dos brasileiros Pedro Solberg e Bruno Schmidt na briga pelo troféu, os letões enfrentam a dupla francesa Cès A./Rowlandson, às 3h40m desta madrugada. No mesmo horário, Pedro e Bruno encaram os suíços Kovatsch/Kissling.


Janis Smedins/Aleksandrs Samoilovs vence Dawid Popek/Pawel Pelka em Durban (Foto: Divulgação/FIVB) 
A dupla Smedins/Samoilovs (de amarelo) venceu Popek/Pelka 
 (Foto: Divulgação/FIVB)


Para levarem o título do Circuto Mundial, os brasileiros precisam ser campeões em Durban. Nesta sexta, Pedro Solberg e Bruno Schmidt venceram os gregos Kotsilianos e Zoupanis por 2 sets a 0 (21/11 e 21/11), avançando direto para as oitavas.

Enquanto a dupla brasileira venceu o seu compromisso com tranquilidade, Janis Smedins e Aleksandrs Samoilovs tiveram vida dura nesta sexta. Para derrotar os jovens poloneses Dawid Popek e Pawel Pelka, os letões precisaram de três sets para fechar a partida em 2 a 1 (21/11 18/21 15/13).



As outras duas duplas brasileiros que partcipam do torneio masculino da etapa de Durban também avançaram às oitavas de final. Alison e Vitor Felipe derrotaram Ingrosso M. e Ingrosso P., da Itália, por 2 a 0 (21/16 e 21/16), enquanto Thiago e Oscar contaram com a desistência dos anfitriões Chiya e Goldschmidt. As parcerias enfrentarão respectivamente CH. Chen/Li (China) e Bergmann/Stiel (Alemanha).

Além das oitavas, quartas, semis e finais também acontecerão neste sábado. A decisão masculina está prevista para às 12h (de Brasília).



FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2013/12/dupla-da-letonia-vai-oitavas-em-durban-e-fica-uma-vitoria-do-titulo.html