terça-feira, 9 de abril de 2013

Novo ranking da CBV obriga Osasco a se desfazer de uma atleta de nível 7


Fernanda Garay sobe para pontuação máxima e se junta a Sheilla, Thaisa e Jaqueline. Umas delas terá que defender outra equipe na próxima Superliga

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro


A Confederação Brasileira de Voleibol divulgou, nesta terça-feira, o novo ranking oficial de atletas da Superliga feminina para a temporada 2013/2014. O novo somatório estipulado pela entidade e aprovado por todas as equipes que disputam a competição vai obrigar o vice-campeão Osasco a se desfazer de uma de suas principais jogadoras, que receberam a pontuação máxima, 7: Sheilla, Thaisa, Jaqueline ou Fernanda Garay. Segundo o regulamento, cada time pode ter no máximo três atletas de pontuação 7. Assim, uma das quatro terá que defender outra equipe na próxima edição do campeonato. O GLOBOESPORTE.COM apurou que o destino de Sheilla pode ser o Sesi-SP. A jogadora, no entanto, garante não ter aberto negociação.

O sistema contempla a qualidade técnica de cada jogador, sua carreira e desempenho na última temporada. Os números vão de um a sete pontos. Com o atual ranking, além do limite de três jogadoras de nível 7, cada equipe tem o direito de formar o grupo com atletas cujo somatório de suas pontuações não seja superior a 32 pontos. No entanto, nesta soma geral, de acordo com as diretrizes divulgadas pela entidade, para as atletas que permanecerem na equipe da temporada anterior, mesmo que tenham acréscimo de pontos, prevalecerão os pontos estabelecidos e considerados na edição passada. É o caso de Fernanda Garay, do Osasco, que passou de 6 para 7.

 Individualmente, ela é uma das quatro jogadoras de pontuação 7, que ferem o limite de três. Para o cômputo geral, porém, por ter seguido na mesma equipe, serão contados os seis pontos da última temporada.

Osasco x Rio de Janeiro (Foto: Fabio Rubinato / AGF)Nova pontuação impossibilita time titular do Osasco de atuar junto (Foto: Fabio Rubinato / AGF)

Além de Fernanda Garay, outras duas jogadoras receberam o grau máximo. A ponteira Tandara, do Sesi-SP, que tinha pontuação 5, e a cubana - também ponteira - Herrera, do Praia Clube, que  era nível 6 na temporada recém-encerrada.

A jovem Gabi, de 18 anos, foi quem mais subiu na lista. A ponteira do Rio de Janeiro pulou de 1 para 4 pontos e agora aparece apenas uma categoria abaixo de atletas como as líberos Camila Brait, que subiu um ponto e Fabi, que caiu um.

Bonificações

Fofão treino vôlei Rio de Janeiro (Foto: Pedro de Souza / adorofoto)Fofão: veteranas têm ranking diminuído
(Foto: Pedro de Souza / adorofoto)

O sistema de bonificações a atletas abaixo de 17 anos e acima de 36 é uma das principais novidades do ranking. A levantadora Fofão, por exemplo, saiu de atleta ranking 7 para ranking 1 por ter 43 anos. De acordo com os responsáveis pela lista, a bonificação significa o reconhecimento à dedicação e espírito de luta das atletas brasileiras que contribuíram, durante vários anos, para o desenvolvimento do voleibol nacional e continuam servindo

de exemplo às novas gerações através da manutenção de uma imagem íntegra, física e moral.

O ranking oficial foi implantado pela CBV em 1992, com o objetivo de gerar equilíbrio entre os times participantes da competição impondo um limite na pontuação geral para a formação de seus elencos. Após a eliminação na semifinal para o Osasco, o técnico Zé Roberto criticou o ranqueamento de atletas e pediu mudanças no processo.

- A CBV tem de rever essas coisas dos pontos. Até porque a Adenízia é beneficiada pelo outro CNPJ de Osasco (por conta das mudanças de patrocinadores da equipe). Fez-se um ranqueamento para não ter uma seleção brasileira jogando por um clube e o que está acontecendo em Osasco é exatamente isso - comentou o tricampeão olímpico.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/novo-ranking-da-cbv-obriga-osasco-se-desfazer-de-uma-atleta-de-nivel-7.html

Seedorf é apenas advertido e está liberado para jogar nesta quarta-feira


Meia não é punido por expulsão na segunda rodada da Taça Rio. Lateral do Madureira vai como testemunha, 'esquece' detalhes e responderá a inquérito

Por Fabio Leme* Rio de Janeiro

Julgamento Seedorf - Seedorf dando autógrafo (Foto: Fábio Leme)Seedorf dá autógrafo em camisa alvinegra antes
de deixar o Tribunal no Rio (Foto: Fábio Leme)

O meia Seedorf, do Botafogo, foi julgado nesta terça-feira, no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), pela expulsão no jogo entre o Alvinegro e o Madureira, dia 24 de março, pela Taça Rio. O holandês foi apenas advertido por infringir o artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (assumir conduta contrária à ética desportiva). Com o resultado, Seedorf está liberado para atuar nesta quarta-feira, quando o Botafogo encara o Friburguense, em Moça Bonita, pela Taça Rio.

O holandês havia sido denunciado em dois artigos (além do 258, também o 243-F - ofensa à honra), mas como o árbitro Phillip Bennett, em depoimento, disse não ter se sentido ofendido, acabou por responder apenas pelo primeiro. A relatora do processo, Renata Mansur Bacellar, pediu a suspensão de um jogo para Seedorf, convertida em advertência, devido ao fato de o atleta ser réu primário. Todos os auditores acompanharam o voto da relatora.

- Foi um julgamento demorado (2 horas e 15 minutos de duração), mas o resultado não foi o que esperávamos. Queríamos a absolvição. Dos males, o menor, ele só recebeu uma advertência - declarou o advogado do Botafogo, Aníbal Rouxinol.

Seedorf deixou o TJD sem dar declarações oficiais. Segundo a assessoria do clube, o jogador quer primeiro entender o que aconteceu com ele para depois se pronunciar. O holandês, entretanto, não estava plenamente satisfeito, uma vez que esperava pela absolvição. Ao deixar o tribunal, Seedorf ainda deu autógrafo numa camisa do Botafogo.

Testemunha, lateral do Madureira se complica
Vim aqui como testemunha e saí como réu"
Gabriel

Gabriel, lateral do Madureira que pressionou o árbitro Phillip Bennett no lance da expulsão de Seedorf, esteve no julgamento como testemunha. O jogador respondeu a diversas perguntas dizendo não se lembrar do que aconteceu em campo. Desta forma, foi enquadrado no artigo 222 (prestar depoimento falso perante a Justiça Desportiva). Futuramente, o jogador vai passar por julgamento sobre a infração, que prevê suspensão de 90 a 360 dias.

- Vim aqui como testemunha e saí como réu - lamentou Gabriel, nitidamente abalado com sua situação.

Outro jogador do Madureira, no entanto, teve motivo para sorrir. O meia Rodrigo Lindoso, que também foi expulso na partida contra o Botafogo, acabou absolvido.

Entenda o caso


Seedorf foi expulso no jogo entre Madureira e Botafogo, disputado em 24 de março, em Moça Bonita (2 a 1 para o Alvinegro). Já nos acréscimos, o holandês recebeu um cartão amarelo por se recusar a sair de campo por onde indicava a arbitragem. Ainda assim, Seedorf insistiu em sair pelo lado oposto ao que havia sido orientado e acabou levando o cartão vermelho. O detalhe importante da situação é que o meia do Botafogo não deveria ser substituído. Quando o incidente ocorreu, o Glorioso havia acabado de realizar sua última alteração, com a entrada de André Bahia no lugar de Cidinho, machucado.

* Colaborou Raphael Bózeo, estagiário

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/04/seedorf-e-apenas-advertido-e-esta-liberado-para-jogar-nesta-quarta-feira.html

Bernardinho rebate Lorena: ‘Se fosse da minha família, seria mais educado’


Dois meses depois de declaração polêmica do oposto do Sesi-SP, técnico do Rio de Janeiro e da seleção masculina responde à crítica do jogador

Por Marcos Guerra São Paulo

Bernardinho, em evento em São Paulo (Foto: Carlos Della Rocca/ Divulgação)Bernardinho alfineta Lorena, que não será convocado para a seleção (Foto:Carlos Della Rocca/ Divulgação)

O técnico Bernardinho não é daqueles que levam desaforo para casa. Cedo ou tarde, o comandante da seleção brasileira e do Rio de Janeiro octocampeão da Superliga feminina rebate ataques. Nesta terça-feira, a bronca sobrou para o oposto Lorena, do Sesi-SP. Pouco mais de dois meses depois de ser contestado pelo jogador por não ter lhe dado uma oportunidade no time nacional, Bernardinho deu a resposta e alfinetou o oposto.

- Na época, eu achei as declarações dele irrelevantes. Lorena é um ótimo jogador, mas não acho que deveria tê-lo convocado. É minha opinião. Não era o que precisávamos no ano passado. Ele foi assim quando jogou no Montes Claros e este ano também. Ele deu algumas declarações, disse que não é da minha família. Aí eu vejo um pouco da maldade alheia. Isso não é correto, justo ou corajoso. Minha resposta é a seguinte: se ele fosse da minha família seria mais bonito e mais educado - disse o técnico.

Ele deu algumas declarações, disse que não é da minha família. Se ele fosse, seria mais bonito e mais educado"
Bernardinho

No fim de janeiro, o sempre explosivo Lorena, em entrevista à Radio Bradesco FM Rio, confessou guardar certa mágoa por não ter tido uma chance na seleção em sua carreira. Um dos maiores pontuadores da Superliga, ele apenas integrou a pré-lista de Bernardinho para a Liga Mundial de 2012.

- Nunca tive oportunidade na seleção brasileira. Minha grande angústia sobre o Bernardinho é sempre me julgar sem me conhecer. Para mim, ele é a mesma coisa que nada. Comigo, ele não foi muito honesto - disse Lorena, na ocasião.

Pouco tempo depois da declaração polêmica, o jogador alegou ter sido mal interpretado, apesar de reafirmar que ficou chateado com o treinador. A desculpa não convenceu Bernardinho, que avisou: não cederá a pressões na convocação.

- Vai existir cobrança sempre. Vou convocar quem eu quero. Se eu for ceder a todos, tem torcedor que me pede, familiares. Não dá. Tenho de seguir a minha convicção e tento ser correto - disse o técnico.

Bernardinho fará uma nova convocação na próxima semana para iniciar a preparação para a Liga Mundial, que começa em junho. Lorena, que teve desempenho irregular neste ano à frente do Sesi, não estará na lista.

Lorena, do Sesi, comemora ponto contra o Rio de Janeiro vôlei (Foto: Agência Estado)Lorena em ação na vitória contra o Rio, no Maracanãzinho, na Superliga (Foto: Agência Estado)

FONTE:

Em dia de modelo, Clodoaldo tira onda: ‘Fui pegador, mas estou quieto’


Destaque pelo Goytacaz, ‘Matador’ dá de ombros para padrões de beleza e encara ensaio para passar carreira a limpo 11 anos após ser febre no Brasil

Por Cahê Mota Campos, RJ

Há quem diga que a beleza está nos olhos de quem vê. E Clodoaldo acha lindo o que enxerga no espelho. Onze anos depois de virar febre no Brasil ao ter seus gols pelo Fortaleza embalados pelo refrão que o define como “terror” e “matador”, o meia-atacante está novamente em alta pelo que faz em campo. Aos 34 anos, é um dos destaques da Série B do Campeonato Carioca, com a camisa do Goytacaz. No período que separou o hit futebolístico do sonho de jogar no Rio de Janeiro, envolveu-se em acusações de treinar bêbado e falta de pagamento de pensão alimentícia para a ex-mulher. Altos e baixos que não o impedem de afirmar: nunca saiu de moda.

Clique no mosaico abaixo e confira a galeria com o ensaio de moda de Clodoaldo!


Mosaico - Clodoaldo Goytacaz ensaio (Foto: Binho Dutra)Novamente em alta, Clodoaldo "Matador" tem dia de modelo para falar da carreira  (Fotos: Binho Dutra)

Do alto de seu 1,61m, Clodoaldo passa longe dos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. O corpo franzino e as marcas na pele, por sua vez, em nada afetam a vaidade do “Matador”. Com a autoestima em alta, ele recebeu o GLOBOESPORTE.COM em Campos dos Goytacazes para passar a limpo a carreira: esquivou-se dos erros do passado, mostrou-se ambicioso para o futuro e revelou a faceta galã em um ensaio de moda.

- Eu me acho bonito, rapaz! Como não? Uso hidratante, xampus, cremes para dar uma melhorada ainda maior no visual. Sou de um estilo mais esportivo e me adapto às ocasiões. Danço de acordo com a música. Sou bastante vaidoso. Às vezes, minha esposa até brinca: “Vai arrumado desse jeito para o trabalho para quê?”. Mas eu sou muito vaidoso. Gosto de me vestir bem, usar coisas boas, até por conta da minha imagem. Quando chego a um lugar, as pessoas me olham de outra forma.

O assédio acontece, mas hoje estou tranquilo. Sei como me sair. Já fui pegador demais no início, era moleque, tudo veio muito fácil. Já tive fama de pegador, mas hoje estou quieto"
Clodoaldo, jogador do Goytacaz

Muitos desses olhares diferentes são femininos, admite Clodoaldo. O casamento de oito anos com Cláudia, no entanto, colocou um ponto final na fama de goleador também fora dos campos do ídolo do Fortaleza.
- O assédio acontece, mas hoje estou tranquilo. Sei como me sair. Já fui pegador demais no início, era moleque, tudo veio muito fácil. Já tive fama de pegador, mas hoje estou quieto.

Vaidoso assumido, Clodoaldo se mostrou à vontade diante das lentes para seu primeiro trabalho como modelo. Mais do que isso, após uma timidez inicial, esbanjou empolgação e não descartou tentar a sorte na nova carreira após abandonar os gramados.

- No início, fiquei meio tímido. Mas fui me soltando no fim e gostei bastante. Espero repetir mais vezes. Tudo na vida é treinamento, costume. Tenho certeza de que, se eu me acostumar, fica fácil. Tenho potencial (para ser modelo), sim (risos).

Enquanto está distante das passarelas ou capas de revistas, Clodoaldo fala de futebol. Entre um clique e outro, com direito a quatro visuais diferentes, o meia-atacante revelou uma negociação frustrada com o Flamengo, o sonho de ainda defender um clube grande e se defendeu das acusações de problemas com o álcool. Confira o bate-papo:

Clodoaldo Goytacaz ensaio (Foto: Binho Dutra)Clodoaldo mantém o apelido de "Matador", que ganhou ainda nos tempos de Fortaleza (Foto: Binho Dutra)

Em 2002, você ganhou fama em todo o Brasil por conta da música que a torcida do Fortaleza cantava em sua homenagem. Pouco mais de uma década depois, você nunca jogou em um grande clube. Ao lembrar de tudo que já passou, acha que chegou onde imaginou no futebol?
Clodoaldo: Estou muito tranquilo quanto a isso. Meus objetivos eram outros, mas, infelizmente, por alguns impasses, não pude ser negociado na época. Estou gostando do meu momento atual. É uma experiência nova, no Rio, era um sonho da minha vida jogar no futebol carioca, e as coisas estão acontecendo. Graças a Deus.

Qual ponto que deu errado nesse caminho, que te impediu de ter um sucesso maior?
O clube (Fortaleza) me atrapalhou. No momento em que eu devia sair, me seguraram, não liberaram. Apareciam oportunidades e mais oportunidades e em momento algum pensaram em mim, somente neles. Depois que as negociações não foram feitas, desanimei um pouco. Lutamos bastante para subir com a equipe (em 2002) e, no momento em que chegamos na Primeira Divisão, chegaram comandantes que me tiraram. Em momento algum respeitaram o que eu tinha feito pelo Fortaleza. Fui desanimando muito. Foi algo que mexeu comigo. O sonho que eu tinha de jogar em clubes grandes não se realizou e isso me decepcionou.

Você chegou a receber propostas concretas de grandes clubes?
Tive uma proposta do Flamengo. Eu ia para lá e o Roma iria para o Fortaleza. Mas houve o impasse do clube querer dois jogadores para me liberar. Acabaram não aceitando o acordo. Fui procurado também por clubes da Arábia e mais uma vez o clube não me liberou. Tudo isso mexeu muito comigo. Cheguei a conversar e falar: “Me deixa ir. Se não der certo, eu volto. Vocês ganham e eu ganho. Eu prometo”. Mas em momento algum pensaram em mim.

De alguma maneira o sucesso da música aumentou a expectativa sobre o seu futebol? Pode ter sido algo que também tenha prejudicado?


A música foi tudo de positivo na minha vida (relembre a música no vídeo ao lado). Por tudo que fiz, pelo reconhecimento que tiveram por mim. Em momento algum foi algo que me atrapalhou. Mas tudo aconteceu muito rápido e inesperado na minha vida. Vim de família humilde e, de repente, aconteceu aquilo tudo. Foi muito glorificante. A musiquinha foi feita pelo futebol que eu jogava.

Nos últimos anos, falou-se muito de você por problemas fora de campo. Seu nome foi envolvido em acusações de chegar para treinar alcoolizado, falta de pagamento de pensão... O que tem de verdade nisso tudo?
Fiquei muito visado em Fortaleza depois de tudo que fiz. Quando surgiu a musiquinha, eu não vivia. Não podia andar em lugares a que estava acostumado a ir. Virei celebridade, tive que mudar a forma de agir. Algumas coisas que os outros falam aconteceram algumas vezes. Não nego. Fiz coisas que não deveria ter feito, mas acabava que outros faziam a mesma coisa, e só falavam do Clodoaldo. A culpa era sempre minha. Isso me desgastou um pouco e me fez sair do foco para começar tudo outra vez.
y b
Você realmente teve problemas com álcool? É uma situação parecida com o Adriano?
Não me vejo como o Adriano. Não aconteceu nada demais. Fazia as coisas nos momentos que eu podia, mas era sempre o mais visado. Fazia tudo na frente de qualquer pessoa. Eu sou assim"
Clodoaldo, jogador do Goytacaz

Não me vejo como o Adriano. Não aconteceu nada demais. Fazia as coisas nos momentos em que eu podia, mas era sempre o mais visado. Fazia tudo na frente de qualquer pessoa. Eu sou assim. Faço o que acho que tem que fazer, independentemente de quem está me observando.

Onze anos depois da explosão, você está se destacando no Goytacaz. São cinco gols e uma das melhores campanhas da Série B do Rio. Até onde você acha que ainda pode chegar no futebol? Sonha com clube grande?
É um recomeço. As coisas estão começando a fluir bem e estou no Rio. Apesar de ser a Segunda Divisão, é uma vitrine. Pouco a pouco, estou conquistando o meu espaço no Goytacaz. Preciso manter a minha performance, tentar ajudar o grupo sem vaidade e alcançar meus objetivos. Sonho ainda jogar em clube grande, apesar de ter 34 anos. Não tenho tendência a engordar, o que facilita o meu físico.

Você é um cara vaidoso? Se acha bonito?
Eu me acho bonito, rapaz! Como não? Uso hidratante, xampus, cremes para dar uma melhorada ainda maior no visual. Sou de um estilo mais esportivo e me adapto às ocasiões. Danço de acordo com a música. Sou bastante vaidoso. Às vezes, minha esposa até brinca: “Vai arrumado desse jeito para o trabalho para quê?”. Mas eu sou muito vaidoso. Gosto de me vestir bem, usar coisas boas, até por conta da minha imagem. Quando chego a um lugar, as pessoas me olham de outra forma.

O que achou da experiência de viver um dia de modelo? Acha que dá para se aventurar na área?

Clodoaldo Goytacaz ensaio (Foto: Binho Dutra)De terno, Clodoaldo posa de modelo pela primeira
vez na vida: 'Gostei bastante' (Foto: Binho Dutra)

No início, fiquei meio tímido. Mas fui me soltando no final e gostei bastante. Espero repetir mais vezes. Tudo na vida é treinamento, costume. Tenho certeza de que, se eu me acostumar, fica fácil. Tenho potencial (para ser modelo), sim (risos).

Há 11 anos na mídia, como você lida com o assédio feminino? Faz o estilo pegador?
O assédio acontece, mas hoje estou tranquilo. Sei como me sair. Já fui pegador demais no início, era moleque, tudo veio muito fácil. Já tive fama de pegador, mas hoje estou quieto.

Para finalizar, você mantém o apelido “Matador” mesmo em uma época onde tudo é muito politicamente correto. Não acha que pode te prejudicar?
Eu gosto que me chamem de Matador. As pessoas sabem interpretar o que significa para o torcedor. É no sentido de fazer gols, belas jogadas. Fico feliz com isso.

* Agradecimento a Cipó Modas, de Campos dos Goytacazes


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2013/04/em-dia-de-modelo-clodoaldo-tira-onda-fui-pegador-mas-estou-quieto.html

Do surfe em Noronha para o vôlei,


Central do Cruzeiro afirma que ter vivido parte da adolescência na ilha do Nordeste é um privilégio: 'Se toda criança tivesse essa chance, seria ótimo'

Por Leo Velasco Rio de Janeiro

Filipe e Serginho são explosivos. William ganhou alma argentina após anos atuando no país vizinho. Leal é cubano. Mas, no meio desse caldeirão que é o time do Cruzeiro, Douglas Cordeiro consegue manter a serenidade. O experiente jogador de 34 anos, que disputa sua 15ª Superliga e busca o pentacampeonato neste domingo, contra o Rio de Janeiro, no Maracanãzinho, diz que sempre foi tranquilo, mas conta que a infância em Fernando de Noronha também ajudou a moldar sua personalidade.

- Tenho até alguns amigos, como o William e o Acácio, que brincam que eu sou devagar quase parando. Somou as duas coisas. Um pouco de personalidade e um pouco de ter morado lá – disse o central do Cruzeiro.

Mosaico Douglas Cordeiro Fernando de Noronha (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)(Fotos: arquivo pessoal)

O pai de Douglas, Domício Cordeiro, nasceu na ilha, e o meio de rede morou lá em dois momentos. Primeiro, apenas por um ano quando tinha 9, entre 1987 e 1988. Depois, de 1991 a 1994, quando seu pai foi administrador de Fernando de Noronha.

- Eu me considero uma pessoa muito privilegiada por ter tido uma infância e uma pré-adolescência lá. O quintal da minha casa era a ilha. Meu pai não tinha essas preocupações que os pais têm de assalto, sequestro. Isso me deu uma oportunidade de sair para pescar, para mergulhar, para surfar. São coisas que tive oportunidade de fazer. Se toda criança tivesse essa chance, ia ser ótimo.

vôlei Cruzeiro Douglas Cordeiro (Foto: Divulgação/CBV)Douglas Cordeiro: arma do Cruzeiro no meio
de rede (Foto: Divulgação/CBV)

Foi nesse período que o vôlei entrou em sua vida, motivado principalmente pela medalha de ouro conquistada pelo Brasil nas Olimpíadas de Barcelona.

- O "boom" foi tão grande que chegou até em Fernando de Noronha. Todas as pessoas queriam praticar vôlei. Eu tinha um professor que gostava de vôlei, ele foi me orientando, e quando fui para Recife para fazer o segundo grau, conheci técnicos de vôlei que já me encaminharam para o esporte – contou o jogador.

Em 2012, o atleta tornou-se mais do que um simples ex-morador de Fernando de Noronha. Quando o Cruzeiro conquistou o título da Superliga contra o Vôlei Futuro, Douglas Cordeiro fez uma homenagem à ilha carregando a bandeira do local. A retribuição veio meses depois, quando o Conselho Distrital deu ao jogador o título de cidadão noronhense.

- Apesar de ter saído de Noronha há muitos anos, sempre tive uma identificação grande. Na final da Superliga, eu estava usando a bandeira da ilha, justamente em homenagem às pessoas deste paraíso, este lugar tão maravilhoso. Recebi a homenagem depois e fiquei muito honrado. Um lugar que sempre fez parte de mim e agora sou cidadão honorário – destacou.

As últimas idas de Douglas a Fernando de Noronha têm sido emotivas. Se na última vez ele virou cidadão noronhense, na viagem anterior visitou a quadra da escola onde começou a praticar vôlei e chegou a jogar um pouco.

- Cheguei a ficar um pouco emocionado de poder voltar lá no momento que vivo profissionalmente. Passava um filme dentro de quadra, e algumas pessoas que estavam ali fizeram parte deste início. Foi muito gratificante. Sempre que puder ir a Noronha, quero voltar ao ginásio.

Os companheiros de vôlei também acabam se dando bem. A lista de amigos que foram com ele a Fernando de Noronha inclui William, Acácio, Leo Mineiro, Samuel, Mari Paraíba, Talmo. A família também aproveita bastante o local, e o central tenta fazer com que seus filhos conheçam um pouco do que ele viveu.

- São gerações diferentes, mas eles curtem bastante. Dentro de casa é aquela rotina de iPad, videogame, internet. Mas quando está lá em Noronha eu bloqueio completamente. Eles entendem perfeitamente, e a gente passa o dia inteiro quase na praia.

Cruzeiro e Rio de Janeiro decidem a Superliga masculina neste domingo, em partida única, no Maracanãzinho. A partida, marcada para as 10h (de Brasília), terá transmissão ao vivo da Rede Globo e do SporTV. O GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em Tempo Real.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/do-surfe-em-noronha-para-o-volei-douglas-cordeiro-busca-5-superliga.html

Atletas aprovam o auxílio eletrônico na decisão da Superliga feminina


Fabi e Sheilla afirmam que tecnologia diminui pressão sobre arbitragem

Por João Gabriel Rodrigues e Marcos Guerra São Paulo


No maior clássico do vôlei brasileiro, uma inovação. Na nona final seguida entre Rio de Janeiro e Osasco, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) usou pela primeira vez um recurso eletrônico na tentativa de diminuir os erros durante a partida. Na conquista do título da equipe carioca, 16 câmeras espalhadas pelo ginásio do Ibirapuera auxiliaram a arbitragem. E, em quadra, a novidade também agradou às jogadoras.

Durante a final, as duas equipes só não usaram o recurso no tie-break. Campeã com o Rio de Janeiro, Fabi aprovou a novidade. Para ela, o auxílio tecnológico aliviou a pressão sobre a arbitragem.

- Foi boa a iniciativa de tentar de fazer um jogo justo, honesto. Até houve um lance que mudou a marcação do árbitro. O que vier para fazer com que o jogo seja limpo é bacana. Ainda faltam alguns ajustes, porque o pedido de desafio pode ser encarado como uma maneira de esfriar o jogo. Foi superválido. Não atrapalhou a partida em nenhum momento. Os árbitros dividiram a pressão com a parte tecnológica. É uma tendência de todos os esportes. Sou completamente a favor.

Sheilla já havia experimentado a tecnologia durante o Mundial de Doha. Apesar da derrota na decisão, a oposto também aprovou a novidade e sugeriu outras mudanças na tentativa de diminuírem os erros de arbitragem.

- Isso tem no tênis há muitos anos, jogamos o Mundial assim. Os jogos não podem ser definidos assim, por erro de arbitragem. Eles (árbitros) não conseguem ver tudo, são humanos, então podem errar. Em um jogo decisivo, principalmente. É mais difícil, mas poderiam valer outros desafios, como toque no bloqueio, essas coisas. Mas eu acho legal.

vôlei Osasco x Rio de Janeiro (Foto: Luiz Doro / Adorofoto)Arbitragem ganhou mais um aliado em quadra (Foto: Luiz Doro / Adorofoto)

O recurso eletrônico, importado da Polônia, foi usado pela primeira vez no país. A tecnologia, que conta com o aval da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), funciona como “olhos eletrônicos” dos árbitros. Sistemas parecidos para tornar o esporte mais justo e evitar que erros humanos de arbitragem prejudiquem uma equipe ou atleta já são usados em outros esportes, como tênis, futebol americano e na NBA. Uma estação de vídeo foi montada próxima à mesa de controle da arbitragem e recebeu imagens de 16 câmeras especiais, posicionadas estrategicamente para capturar lances dúbios em todas as linhas da quadra e também possíveis invasões por cima e por baixo da rede.


Novata, Gabi encanta Bernardinho na final: 'Jogou como a mais veterana'


Aos 18 anos, ponteira do Rio de Janeiro revela ter tremido momentos antes da decisão, mas destaca participação importante na virada das cariocas

Por Marcos Guerra São Paulo


A ponteira Gabi guarda os trejeitos delicados de menina, mas não a fragilidade. Com apenas 18 anos, a jogadora do Rio de Janeiro encara de igual para igual qualquer adversária, até mesmo campeãs olímpica. Enquanto Sheilla, Jaqueline e tantas outras jogadoras experientes do Osasco falhavam nos pontos cruciais da final da Superliga, no último domingo, a caçula do Rio virava bolas, parava os ataques do rival. O peso da inexperiência não foi problema para Gabi.

- Eu tremi antes de começar o jogo, mas isso passou rápido. Depois do apito inicial, não interessa quem está do outro lado. Vou para cima, sem medo - disse a ponteira.

Todas as jogadoras do Rio se renderam ao talento de Gabi, assim como o técnico Bernardinho. O chefe do time não poupou elogios à pupila.

Natália e Gabi Rio de Janeiro vôlei (Foto:  Luiz Doro/Adorofoto)Gabi (à direita) comemora com Natália o oitavo título do Rio na Superliga feminina (Foto: Luiz Doro/Adorofoto)

- A Gabriela jogou, a partir de certo momento, como a mais veterana em quadra, mesmo contra algumas das melhores jogadoras do mundo - disse Bernardinho.

Ex-tenista e fã de Roger Federer, Gabi se inspirou na frieza de seu ídolo. Depois de um começo titubeante, em que viu o Osasco abrir 2 sets a 0, a jogadora se encontrou em quadra e foi um dos pilares da forte defesa do Rio.

Gabi Rio de Janeiro vôlei (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Jogadora do Rio não se intimidou com as adversárias campeãs olímpicas (Foto: Alexandre Arruda/CBV)

- Foi uma pressão grande, claro. Comecei mal nos dois primeiros sets, com muitos erros, mas as meninas conversaram comig, e o Bernardo também. Não ajudei tanto no ataque, mas defendi muitas bolas. Estou realizando um sonho. Estou feliz por ser campeã da Superliga tão jovem - disse a jogadora.

Órfã do Engenhão, gandula-musa procura trabalho e sonha com a Copa


Depois de tirar férias, Fernanda Maia vive a expectativa de ser chamada para o jogo entre Botafogo e Nova Iguaçu, domingo, em Moça Bonita

Por Thales Soares Rio de Janeiro

Fernanda Maia gandula Botafogo com a Taça (Foto: Thales Soares)Fernanda Maia posa com a Taça Guanabara
conquistada este ano (Foto: Thales Soares)

Símbolo de torcedora do Botafogo desde a conquista da Taça Rio de 2012, a gandula-musa Fernanda Maia está órfã do Engenhão. Único estádio onde trabalhou, desde 2009, ela vive a expectativa de receber a chance de fazer o seu trabalho em outros palcos do futebol carioca. A primeira pode ser domingo, quando seu clube de coração enfrenta o Nova Iguaçu, em Bangu, pela sexta rodada da Taça Rio.

Fernanda viajou de férias no dia 30 de março, pouco depois da interdição do Engenhão. Nesse tempo, ela procurou se distanciar do futebol e, de volta nesta segunda-feira, começou a se ambientar novamente com a situação e fazer contatos para não deixar de "gandular".

- Fiquei muito triste quando vi na televisão a situação do estádio, fechado, depois de tudo que vivi ali. Se tenho uma história, ela começou ali. Conheço cada cada esquina. Seria o mesmo que chegar na minha casa e dizer que ela está interditada - comentou Fernanda.

Não gosto de ficar pedindo as coisas, mas estou atrás disso. Quero estar na Copa do Mundo"
Fernanda Maia

Na chegada ao Rio, ela encontrou mensagens de um amigo gandula sobre a possibilidade de trabalhar nos jogos em Bangu. Quarta-feira, o Botafogo enfrenta o Friburguense, em Moça Bonita, mas neste Fernanda não poderá estar. Ela espera poder voltar no domingo.

- Comecei em 2009 e o Maracanã fechou em 2010. Não tive a chance de trabalhar lá. Tinha muita vontade. Também me chamaram para os jogos em Bangu e na época não deu tempo. Ainda não vi como escolhem os gandulas nos outros estádios e não sei como vai ficar a minha vida. Tenho que ver quem está trabalhando, mas se tiver que ir aos jogos em Moça Bonita ou Volta Redonda, eu vou - afirmou Fernanda.
Apesar de viver a expectativa com o Campeonato Carioca, a gandula musa também tem ambições. O Brasil vai enfrentar a Inglaterra na reabertura do Maracanã, no dia 2 de junho. Em julho, será disputada a Copa das Confederações, com jogos no estádio, além da Copa do Mundo de 2014.


- Falei com o pessoal da Federação para me indicarem o caminho e mostrar por onde começo. No fundo, você conhece todo mundo e não conhece ninguém. Não gosto de ficar pedindo as coisas, mas estou atrás disso. Quero estar na Copa do Mundo - comentou Fernanda.

O último jogo foi a vitória por 4 a 0 sobre o Quissamã, no dia 16 de março. Fernanda estava bem posicionada no Engenhão, acompanhando o ataque do Botafogo no primeiro gol de Rafael Marques com a camisa do clube (veja o vídeo).

- Vi de perto. Ele estava bem no jogo, com passe para um ou dois gols e achei que era o dia. Fiquei feliz por ele. Deve ser horrível. É um peso enorme que carrega, como se um cozinheiro não pudesse fazer comida - disse a gandula.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/04/orfa-do-engenhao-gandula-musa-procura-trabalho-e-sonha-com-copa.html

Bota treina nesta terça-feira ainda sem saber se contará com Seedorf


Holandês será julgado à tarde, enquanto trabalho será realizado de manhã, no campo anexo do Engenhão. Jogador pode ser suspenso por até 12 jogos

Por Thales Soares Rio de Janeiro

O Botafogo vai treinar na manhã desta terça-feira, no campo anexo do Engenhão, sem saber se poderá contar com Seedorf no jogo contra o Friburguense, quarta-feira, em Moça Bonita. O holandês será julgado, às 17h30 (de Brasília), no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), pela expulsão na vitória por 2 a 1 sobre o Madureira (veja o vídeo), quando poderá pegar até 12 jogos de suspensão.

Seedorf será julgado com base em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O 258 fala sobre assumir qualquer conduta contrária à ética desportiva, pelo qual pode pegar até seis jogos de gancho. A procuradoria também o enquadrou no artigo 243-F, parágrafo 1º, que prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além de pena mínima de quatro jogos de suspensão, podendo chegar a seis.

O responsável pela defesa de Seedorf deve ser o gerente executivo Aníbal Rouxinol, que anteriormente ocupava o cargo de diretor jurídico do departamento de futebol. O clube vai alegar que não era ele o jogador a ser substituído e sim Cidinho, que já havia saído para a entrada de André Bahia.

A expulsão de Seedorf já nos acréscimos do duelo contra o Madureira aconteceu depois que o meia teria dito que o árbitro Philip Georg Bennett estava "de palhaçada". Ele relatou na súmula o lance, dizendo que o primeiro cartão amarelo foi dado após o holandês se recusar a deixar o campo pelo lado oposto ao banco de reservas, e que a segunda advertência veio depois de uma reclamação do meia.

- Você está de palhaçada. Vou sair por lá. Saio por onde eu quiser - teria dito Seedorf.

Depois, o holandês se manifestou sobre o caso e garantiu não ter ofendido o árbitro. A agente Deborah Martin também comentou o caso e disse que Seedorf estava triste e surpreso com o que estava escrito na súmula. O jogador questionou a decisão do árbitro.

Seedorf  botafogo expulsão súmula ferj (Foto: Reprodução/FERJ)Veja a explicação do árbitro sobre a expulsão de Seedorf (Foto: Reprodução/FERJ)
 
- Estou assustado com a repercussão. Uma decepção pela pouca sensibilidade. Em toda minha carreira, mais de 900 jogos, dificilmente fui punido por falar mal com o árbitro. Significa que sei falar com o juiz com respeito. Sei o papel deles no jogo. Eu em nenhum momento fiz pressão.

 Durante os 90 minutos fui correto. Viram minha ação como um crime. Sei que não estou acima da lei, e sempre a respeitei. Mas sou diferente sim, tenho um currículo. Tenho respeito pelo juiz, e ele não teve consideração pela minha carreira. Tenho minha história, e ela vale. Já fui substituído várias vezes, em todas saí pelo "portão grande". Faz parte do entretenimento. Eu era o jogador que tinha decidido o jogo. Os torcedores também queriam o contato - afirmou Seedorf, poucos dias depois da divulgação da súmula.

Como testemunhas para o processo, foram chamados o árbitro Philip Georg Bennett e o jogador Gabriel, do Madureira, que comemorou com palmas a expulsão de Seedorf.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/04/bota-treina-nesta-terca-feira-ainda-sem-saber-se-contara-com-seedorf.html

Golaços aumentam a confiança de Vitinho no Bota: 'Tem que virar rotina'


Atacante, de 19 anos, não se ilude com boa atuação e diz que espera com calma uma chance no time. Quarta-feira, deve seguir no banco de reservas

Por Thales Soares Rio de Janeiro

 
Vitinho tem apenas 19 anos e sede de mostrar por que o Botafogo aposta em seu talento. No ano passado, ele chegou a fazer a pré-temporada com os profissionais, ficou no banco em alguns, mas participou de apenas dois jogos e voltou aos juniores. Agora, veio para ficar. Já foram 11 jogos, sendo cinco como titular, e três gols marcados, dois deles na vitória por 3 a 0 sobre o Olaria, domingo, em Volta Redonda (veja o vídeo).

A atuação no último jogo chamou ainda mais atenção para o seu futebol. Com contrato até 2016, Vitinho ganhou rapidamente o status de grande promessa depois de deixar o Audax para defender o Botafogo. Agora, tem consciência de que essas atuações não podem ser esporádicas.
- Todo mundo está feliz com meu desempenho. Acho que isso, daqui para frente, tem que virar rotina para mim.Estou trabalhando para isso. Se eu consegui me sair bem, foi porque mereci. Tudo fruto de um trabalho - comentou Vitinho.

A descontração nos treinamentos sempre foi uma marca do jovem. Ele participou do trabalho técnico nesta segunda-feira, em General Severiano, apenas para quem havia atuado até 45 minutos contra o Olaria. Depois, entrou em uma disputa com o auxiliar Jair Ventura e outros jogadores para acertar o travessão de longas distâncias.

O momento ajuda. Vitinho já havia feito um gol na vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo na semifinal da Taça Guanabara. Antes, em 2011, o seu primeiro gol como profissional foi marcado na derrota por 5 a 2 para o Boavista, pelo Troféu Carlos Alberto Torres, quando o Botafogo usou um time de juniores para o confronto.

vitinho oswaldo de oliveira botafogo olaria (Foto: Fábio Castro / Agif)Vitinho abraça Oswaldo de Oliveira depois de um dos gols marcados sobre o Olaria (Foto: Fábio Castro / Agif)

Mesmo com a boa atuação, Vitinho procura não se iludir. No sistema de jogo do técnico Oswaldo de Oliveira, ele concorre por uma vaga com meias como Seedorf, Lodeiro e Fellype Gabriel. Espera com calma a sua hora.

- Temos um técnico que sabe escalar bem o time e isso (ser titular) vem com o tempo. Se ficar no banco, vou me preparar para entrar, pois o importante é o grupo e a vitória - comentou Vitinho.

Quarta-feira, contra o Friburguense, em Moça Bonita, em jogo adiado da terceira rodada da Taça Rio, Vitinho deve continuar no banco de reservas. Antes do jogo, Oswaldo comanda na manhã desta terça-feira um treinamento no Engenhão.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/04/golacos-aumentam-confianca-de-vitinho-no-bota-tem-que-virar-rotina.html

Maracanã: consórcio finaliza colocação da lona da cobertura


Estádio já tem 95% das obras concluídas. Previsão de entrega é no dia 27 de abril. Abertura receberá duelo entre amigos de Ronaldo e Bebeto

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Nesta terça-feira, o consórcio responsável pelas obras do Maracanã instalou a última peça da lona da membrana da conbertura do estádio. Com isso, o anel foi totalmente fechado no palco das finais da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. O cronograma seguiu a previsão dada anteriormente pela Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro.

cobertura estádio maracanã (Foto: Genílson Araújo / Agência O Globo)Consórcio finaliza colocação da lona da cobertura do Maracanã (Foto: Genílson Araújo / Agência O Globo)

A maior parte das membranas de lona colocadas já estão tensionadas, ou seja, não apresentam mais buracos entre elas. A nova cobertura do Maracanã terá 68,4 metros de comprimento, contra 30 metros da antiga. A promessa é que ela cubra 95% das 78.838 cadeiras. O teto vai pesar 3,6 mil toneladas e ainda sustentará 396 refletores e 78 alto-falantes.

A cobertura terá ainda 60 calhas para captar a água da chuva, que será drenada em um sistema de sucção a vácuo. Depois, seguirá para dois reservatórios subterrâneos com filtros para tratamento e posteriormente será direcionada para uso não potável nos banheiros.

O primeiro evento-teste no Maracanã está marcado para o próximo dia 27, com a presença apenas de operários e familiares nas arquibancadas para ver o jogo entre amigos dos ex-jogadores Ronaldo e Bebeto.

Depois, o estádio carioca terá mais dois testes antes da Copa das Confederações: 8 de maio, ainda a definir, e 2 de junho (amistoso entre Brasil e Inglaterra). Segundo os últimos dados divulgados pela Emop, o Maracanã está com 95% da obra concluída.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/04/maracana-consorcio-finaliza-colocacao-da-lona-da-cobertura.html

Região Sul é a única em que clubes do Sudeste não têm maiores torcidas


Setorização de pesquisa mostra força local dos gaúchos na preferência do público. Grêmio lidera estudo, seguido de perto pelo Inter. Corinthians é o 3º

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Encabeçados por Flamengo e Corinthians, os clubes do Sudeste dominam quatro das cinco regiões do Brasil em termos de torcida. Porém, a história não se repete no Sul do país. A Pluri Stochos Pesquisas e Licenciamento Esportivo, empresa de consultoria esportiva que realizou uma pesquisa divulgada em março, revelou mais detalhes da setorização do estudo. Nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, os clubes gaúchos dominam a preferência do público local. O Grêmio lidera com 18,9% dos entrevistados, mas é seguido de perto pelos torcedores do Internacional, com 16,4%.

pesquisa região sul (Foto: arte esporte)
Todos os estados do Sul estão representados entre os mais votados. Só depois dos dois gaúchos é que os clubes do Sudeste dividem torcida na região, mas em escala bem inferior a Grêmio e Inter. O Corinthians aparece em terceiro lugar, com 10,3%. O Flamengo vem na sequência com 4,9%, seguido de perto por várias equipes: São Paulo (4,6%), Palmeiras (4,5%), Atlético-PR (4,5%), Santos (2,9%), Avaí (2,4%), Coritiba (2,4%), Figueirense (2,2%), Vasco (1,5%), Criciúma (1,4%) e Fluminense (1%). O somatório dos torcedores de outros times equivale a 3,9% dos entrevistados.

A pesquisa nacional foi conduzida em 146 municípios, em todos os 26 estados e mais o Distrito Federal, e ocorreu entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013. A amostra compreende 21.049 entrevistados, acima de 16 anos. Em todo o Brasil, a torcida do Fla lidera com 16,8%, 2,2% a mais que os torcedores do Corinthians. Ainda segundo o estudo, 20,8% da população brasileira não torcem para qualquer clube. A margem de erro para o universo pesquisado é de 0,68%.

Confira o ranking das torcidas na Região Sul:
1º) Grêmio - 18,9%
2º) Internacional - 16,4%
3º) Corinthians - 10,3%
4º) Flamengo - 4,9%
5º) São Paulo - 4,6%
6º) Palmeiras - 4,5%
7º) Atlético-PR - 4,5%
8º) Santos - 2,9%
9º) Avaí - 2,4%
10º) Coritiba - 2,4%
11º) Figueirense - 2,2%
12º) Vasco - 1,5%
13º) Criciúma - 1,4%
14º) Fluminense - 1%
Outros clubes - 3,9%
Não torcem para nenhum clube - 18,4%


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/04/regiao-sul-e-unica-em-que-clubes-do-sudeste-nao-tem-maiores-torcidas.html

Casagrande lança livro e comemora liberdade: 'Droga é uma roleta russa'


Comentarista da TV Globo conta que tinha necessidade de relatar período de dependência química e que há luz no fim do túnel, mas alerta: 'É longo'

Por Alexandre Lozetti e Juliano Costa São Paulo


O ex-jogador e comentarista da TV Globo Walter Casagrande Jr. lança na tarde desta terça-feira, em São Paulo, o livro "Casagrande e seus demônios", escrito pelo jornalista Gilvan Ribeiro. Na publicação, ele fala sobre seu problema com as drogas, acentuado entre 2005 e 2008. Há espaço também para algumas experiências divertidas, como as reuniões na época de adolescente na Zona Leste da capital paulista, e também histórias do futebol, principalmente na Democracia Corintiana, no início dos anos 80.

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Casagrande revelou que mudou completamente depois de passar um ano "preso" em tratamento numa clínica (assista no vídeo acima). Ele agora consegue viver sozinho tranquilamente. Antes isso o deixava melancólico. E cada obrigação ou compromisso cumpridos, hoje, são comemorados com autoelogios, como: "Você está bem, hein, cara!".

Segundo o comentarista, a ideia de escrever o livro se originou do tratamento contra a dependência química. Ele sentia necessidade de falar, e também via interesse nas pessoas em ouvirem, sobretudo aquelas que têm familiares em situação similar. Casagrande garante que há luz no fim do túnel, embora seja difícil enxergá-la. Corajoso, ele afirma que a relação com as drogas é um risco constante de perda de controle.

- Você joga. A droga é uma roleta russa. Se quiser brincar, experimentar, beleza. Você não sabe se vai conseguir ter controle sobre isso a vida inteira, ou se ela vai te controlar, e você vai passar a correr riscos, como de morte.

O evento de lançamento do livro terá início às 18h30 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista, número 2.073, em São Paulo. Na entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Casagrande contou um pouco de sua experiência e fez uma análise da classe atual dos jogadores, principalmente os que "desperdiçam talento", como Adriano Imperador. Confira:

Casagrande livro Bem Amigos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Casagrande fala sobre o drama com as drogas no livro (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Você, que sempre pregou a liberdade, mudou muito depois de passar aquele tempo 'preso' numa clínica? Passou a ver o mundo de uma forma diferente?
Eu mudei muito. Não tenho condições de dizer se para melhor ou pior, se hoje sou mais ou menos legal ou divertido. Independentemente da droga e do efeito na minha vida, sempre fui um cara extremamente livre, desde garoto. Eu não admitia nenhum tipo de imposição. Ficar trancado para mim era a morte. Quando a droga toma conta da sua vida, ela inverte seus valores, passa a ser o maior que você tem. Eu fui perdendo valores na minha vida. No ano em que fiquei na clínica houve uma coisa muito interessante, fantástica. Num grupo de terapia, a psicóloga perguntou a um cara que estava lá há três anos do que ele mais sentia falta na vida. Ele disse que era de abrir a geladeira. Eu pensei: que papo é esse? Estou sentindo falta de pegar meu carro, tomar um chope... Depois de seis, sete meses, em outra reunião, ela me perguntou isso. E eu estava sentindo falta de abrir a geladeira (risos). De ligar a televisão, ficar sem fazer nada. Quando abrir a geladeira é tão importante, você pensa no resto das coisas da vida, na convivência com amigos, família, trabalho.

O que significa ter liberdade? Ter poder de escolha. Quando você acorda de manhã e fala 'vou cheirar', não está mais livre"
Casagrande

E como você lidava com a contradição entre querer ser um cara livre e se ver preso pela dependência química?
Eu não entendia, fui entendendo com o tratamento. Você começa a ficar mais lúcido, limpo, e conclui que não vivia livre. Seria mentira se eu falasse que minha vida toda com droga foi uma bobagem. As pessoas se viciam porque a droga é legal. Por isso usam, gostam e, às vezes, ficam dependentes como eu fiquei. De 2004 pra frente, eu fiquei preso. O que significa ter liberdade? Ter poder de escolha. Quando você acorda de manhã e fala "vou cheirar", não está mais livre. Eu estava desse jeito. Num determinado ponto do tratamento, percebi que estava livre dentro da clínica, e era conflitante para mim. Como posso estar livre se não tenho a escolha de sair? Minha família percebeu que era uma necessidade ficar sem escolha para eu me livrar de uma prisão, e poder me ver livre de novo.


Mas quando você teve o primeiro contato, foi por influência de alguém ou uma escolha sua?
Sempre tive tendência à droga, tive isso na cabeça. Talvez pela influência dos meus ídolos de garoto, dos mitos que criei na cabeça, eu queria experimentar. Era muito curioso. No dia do show do Peter Framptom (roqueiro britânico), o cara falou que estava com cocaína, e nós cheiramos. Foi uma escolha minha. Quero deixar duas coisas bem claras: primeiro, nunca ninguém me forçou a usar droga. Não tem esse papo que os pais falam, de que foram amigos, influência. O perigoso era eu. E segundo, nunca ofereci nada a ninguém.

Sempre tive tendência à droga, talvez pela influência dos meus ídolos de garoto. Mas nunca ninguém me forçou a usar droga. O perigoso era eu. E nunca ofereci nada a ninguém"
Casagrande

Então a droga, por si só, é contraditória? Ela dá uma ideia de liberdade, mas acaba o levando a uma prisão?
Não necessariamente. Não podemos pegar meu caso, ou de outras pessoas que até morreram, como o Chorão, como regras. É chocante, mas nem todos são assim. Você joga. A droga é uma roleta russa. Se quiser brincar, experimentar, beleza. Você não sabe se vai conseguir ter controle sobre isso a vida inteira, ou se ela vai te controlar, e você vai passar a correr riscos, como de morte.


Você diz que se detestava, mas que as pessoas têm uma tendência a gostar de você. Por que os outros gostavam mais de você do que você de si mesmo?
Isso era conflitante para mim, me deixava melancólico. Quando eu tinha de ir para casa, eu entrava numa melancolia porque eu não gostava de mim, me achava muito chato, não consigo explicar o porquê. Eu não me suportava sozinho. Acho que por isso eu buscava pessoas o dia inteiro. E hoje vivo sozinho durante boa parte do tempo, tranquilamente. Leio um livro, ouço música, vejo um filme, numa boa.


Então hoje você vai sair daqui para casa sozinho, e vai ficar bem? Você se sente feliz?
Vou tranquilo. Quando faço um trabalho como o "Bem, Amigos", ou um jogo como fiz no sábado, e vou para casa, faço uma autoanálise do meu desempenho, e me sinto bem. É uma festividade cumprir minhas obrigações porque antes eu tinha muitas dificuldades para fazer isso. Já faz cinco anos que saí da internação, mas o efeito de ter marcado uma entrevista aqui com vocês às oito da noite, e ter chegado às oito, é motivo de comemoração interna.


Casagrande (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Casagrande: 'É uma festividade cumprir minhas obrigações'  (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)

Há uma saída, há uma luz no fim do túnel. O túnel é longo pra c... quando você é dependente de drogas. Podem achar que um filho não tem saída porque não veem a luz acesa, mas é preciso caminhar de encontro a ela, procurar tratamento, pedir ajuda"
Casagrande

Quando você anda na rua, sabe que está sendo julgado pelas pessoas, não? Como se sente?
Olha só, vivo da seguinte maneira: o importante para mim é meu julgamento, aquilo que eu penso, faço e julgo certo para mim. Passei por um período brabo de 2005 a 2008. Foram três anos em que me droguei muito, sofri um acidente, fiquei internado um ano. Não sabia o que ia acontecer na minha vida. Hoje dou valor ao que faço. Se me acharem legal, um exemplo, fico orgulhoso e satisfeito. Se me disserem que sou um drogado, fico chateado, lógico, mas o importante é o que eu acho. Tenho uma maratona de coisas agora por causa do livro, vou ao Jô, à Fátima Bernardes, a outras televisões, e vou dar conta. Quando acabar, vou me premiar com tranquilidade, paz de espírito, e vou tomar um chope com os amigos. As coisas mínimas têm muito valor para mim, não preciso de nada mirabolante.


Mas por que lançar um livro em que você diz tudo isso? Você queria contar, precisava contar, sentia que poderia deixar um legado?
É tudo isso. Aprendi na clínica que tem de falar, era uma comunidade terapêutica. E muita gente tem pessoas como eu na família, problemas assim, e não sabem o que fazer. Sou um dos que têm problemas com droga, mas consigo levar a vida porque há uma saída, há uma luz no fim do túnel. O túnel é longo pra c...... quando você é dependente de drogas. Podem achar que um filho não tem saída porque não veem a luz acesa, mas é preciso caminhar de encontro a ela. Procurar tratamento, pedir ajuda. O Narcóticos Anônimos nada mais é do que isso, dar seu depoimento e ouvir.


Casagrande (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Casagrande: 'Se me disserem que sou um drogado, fico chateado' (Foto: Marcos Ribolli/globoesporte.com)

Você fala em falta de coragem de assumir que precisa de ajuda, mas ao mesmo tempo foi um jogador extremamente corajoso, por quebrar paradigmas. Consegue traçar esse paralelo?
No caso, a falta de coragem é porque você não percebe que precisa de ajuda. Quando percebe, tem vergonha. Para pedir ajuda, você tem de reconhecer que fracassou, e um ser humano reconhecer que fracassou é muito complicado. Para qualquer pessoa, não só dependentes químicos, dizer "eu perdi" é complicado. No jogo eu era corajoso porque fazia aquilo com prazer. Quando você precisa de ajuda na droga é porque foi derrotado.


Como vê a classe de jogadores de futebol hoje em dia? Acha que eles são omissos em relação a determinados assuntos?
Não é que incomoda, mas acho que o jogador de futebol poderia fazer muita coisa em prol da classe, da sociedade, politicamente, socialmente. Ele tem a mídia o tempo todo: internet, 300 televisões, qualquer coisa que ele fala dá um eco enorme. Na época da Democracia Corintiana não existia celular, nada disso, e fazia barulho porque a gente ia de encontro a isso. Falta o jogador largar um pouco do egoísmo. Ele está bem, ganha muito, mas poderia ir de encontro à realidade da sociedade, que não é aquela em que ele vive. Nem a realidade do futebol é a do grande jogador. São poucos que ganham bem e se destacam. Raramente vejo algum movimento, manifestação ou depoimento interessante para a sociedade.


Casagrande (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Casagrande gostaria de ver jogadores mais mobilizados (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)

Você acha que os jogadores deveriam se mobilizar mais em torno de questões sociais e até de política, como vocês fizeram na época das Diretas Já? O contexto daquela época era bem mais sério, e mesmo assim vocês não omitiam opiniões.

Olha, sou um cara altamente democrático. Apesar de me incomodar e achar que eles poderiam fazer mais coisas hoje, estamos numa democracia, eles fazem o que bem entendem, não precisam levantar bandeira de questão nenhuma. Acho que poderiam fazer, mas não dá para cobrar. Mas acho um desperdício, pela mídia que o futebol tem, só se falar de futebol.


A falta de preparação do ser humano é muito grande"
Casagrande

No livro você fala da importância da terapia. Ela poderia ser mais utilizada no futebol, faz falta aos jogadores?
Muito. Deveria haver psicólogo trabalhando já nas equipes de base. O garoto joga a Copa São Paulo de juniores e no outro dia já está no Manchester United, sem ter uma transição, um crescimento. Isso acontece demais no futebol. A falta de preparação do ser humano é muito grande. Deveria ter um trabalho psicológico, sim. Você precisa trabalhar o cara para esse impacto, de um dia estar na base do Corinthians e no outro fazendo gol no Boca Juniors na final de uma Libertadores da América, e sendo campeão do mundo. Se preparado já é difícil segurar a onda, imagina sem estar preparado.


Você fez terapia na época de jogador?
Na época da Democracia a gente fazia terapia em grupo, com o Flávio Gikovate (hoje um dos principais psicoterapeutas do Brasil). Se o jogo era na quarta-feira, tinha a concentração para o jogo na terça-feira, e aí rolava a terapia em grupo, que era voluntária, mas a maioria descia e participava. A gente falava em grupo temas que vocês nem imaginam, como amor, vaidade... era muito bom ter esse trabalho psicológico.


Casagrande (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Casagrande lamenta 'desperdício' do talento de
Adriano (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)

Como comentarista, você analisa o que os jogadores fazem dentro de campo, mas é evidente que o que eles fazem fora também acaba se tornando assunto. Imagino que você se incomode de ver talentos sendo desperdiçados por conta de, digamos, atitudes erradas, não?
Ah, muito, vejo muito desperdício de talento. Se você for analisar friamente o futebol, vai ver mais histórias de desperdício do que de vitórias, sucessos. Vamos pegar o Robinho. Pô, hoje ele está no Milan, fantástico, é um vencedor. Mas ele foi tudo o que a gente imaginava? Vamos falar a verdade. Quando ele surgiu, com as oito pedaladas sobre o Rogério, nós vimos o novo Pelé. Hoje ele é um jogador de sucesso, mas acho que, com trabalho psicológico, seria muito mais, chegaria perto daquilo que imaginávamos. Com a maioria dos jogadores é assim.


O Adriano é um exemplo também?
Sim, e eu falo isso há pelo menos dois anos, o Adriano é um cara que precisa de ajuda, ele precisa de terapia. Eu tenho A.T., que é “acompanhante terapêutico”, para me sentir mais seguro, e ele tinha que ter também. Quantos Adrianos ainda não vamos ver por aí? Olha o Jobson. Ele é o novo Adriano. É um cara talentoso, que teve várias chances, e hoje está aí no São Caetano. Muita gente tenta ajudar, mas não é ajuda correta, é só para tentar fazer o cara jogar bem. Ninguém pensa em fazer do cara um ser humano melhor. Pensam só em si mesmos.

Minha situação de risco é ir a um bar. Não frequento o banheiro porque é um lugar onde pode acontecer de oferecerem drogas. Se eu tiver a necessidade, pago a conta e vou para casa"
Casagrande

Você tem amigos no futebol?
Não. Não tenho amigo nenhum, não tenho afinidade com dirigente nenhum, com jogador nenhum, e não quero ter com ninguém. Eu faço comentário. Quero sentar na cadeira da transmissão e ter total liberdade de fazer uma crítica. Não posso ter constrangimento porque ontem a gente saiu para almoçar e amanhã vou comentar um jogo seu. Não posso me sentir influenciado.


E com os jogadores da sua época, tem amizade?
Tenho amizade com o Paulo Roberto, que era lateral, foi do Grêmio, do Vasco, do Cruzeiro. No geral, tenho pouco contato. Às vezes encontro alguém num evento, no aeroporto, mas contato mesmo, de procurar alguém ou alguém me procurar, (meu amigo) é o Paulo Roberto.


Como você lida hoje com as chamadas “situações de risco”?
Eu lido bem. Minha situação de risco é essa de ir num bar e não frequentar o banheiro, porque é um lugar onde pode acontecer de oferecerem drogas. Eu não vou a bar à noite. Quando eu vou a um bar, e eu vou só na Vila Madalena, eu vou às 5 da tarde, no happy hour, e evito ao máximo ir ao banheiro. Se eu tiver necessidade, pago a conta e vou para casa. Faço isso porque evito a tal situação de risco, uma das coisas que aprendi na clínica.


E para os jogadores há mais situações de risco hoje ou na sua época?
Na minha época tinha mais. Hoje eles são vigiados, tem celular... hoje eles não têm liberdade para fazer o que querem, eles têm vontade de se divertir um pouco mais e não conseguem porque a privacidade foi para o saco com toda essa tecnologia.  Na minha época era mais difícil, a oferta vinha em todo canto. Era mais difícil arrumar droga, mas como você era menos exposto, ficava mais seguro de si. Era menos vigiado e dava mais passos errados.


Mosaico Casagrande (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Casagrande concedeu entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, e falou sobre seu livro e as experiências com drogas, antes de 
 participar do programa 'Bem, Amigos', do Sportv (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
   
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/04/casagrande-lanca-livro-e-comemora-liberdade-droga-e-uma-roleta-russa.html

Lucas 'corre atrás', ganha camisa de Messi, mas torce para ídolo não jogar


Atacante revela ajuda de colegas e pedido da mãe para trocar de uniforme com o argentino, se diz confiante na vaga e afirma que é outro 'taticamente'

Por Alexandre Lozetti São Paulo

O PSG está em situação delicada na Liga dos Campeões. Nesta quarta-feira, precisará vencer o poderoso Barcelona no Camp Nou para avançar à semifinal (ou empatar a partir por 3 a 3). Seria esse o maior triunfo, até o momento, da passagem de Lucas pela equipe francesa. Mas, pelo menos, o atacante já tem outro prêmio do confronto contra os catalães: o uniforme de seu ídolo. Na semana passada, o brasileiro deixou o Parque dos Príncipes com o empate e a camisa 10 de Lionel Messi.

Como nada contra o Barça é fácil, conseguir a recordação também foi uma novela. A camisa de Messi foi um pedido da mãe de Lucas, que teve ajuda de dois “empresários”: o lateral-esquerdo Maxwell, seu companheiro no PSG, e o lateral-direito Daniel Alves, um dos melhores amigos do argentino no time espanhol.

- O Maxwell jogou com ele, eles são amigos. Ele pediu para o Messi trocar comigo, e ele aceitou numa boa. Como ele saiu no intervalo, eu pedi para o Daniel Alves, que disse que estava tudo certo. No fim do jogo, o Daniel levou a camisa do Messi para mim, e pegou a minha para dar a ele - explicou o atacante em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

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Lucas psg camisa messi barcelona  (Foto: Alexandre Lozetti)Lucas com o 'prêmio' conquistado no empate contra o Barcelona de Messi (Foto: Globoesporte.com)

Nesta terça-feira, a delegação francesa viaja a Barcelona para a árdua missão de conseguir a classificação. Adaptado à vida europeia, Lucas é só elogios ao técnico Carlo Ancelotti, e diz que tem aprendido muito na parte tática. Paris também já se tornou uma paixão do brasileiro, que classifica a cidade como “encantadora”. A saudade do Brasil, no entanto, é forte, é o que mais incomoda o jogador, reforço mais caro da era milionária do PSG. Uma saudade que ele espera matar, ao menos em parte, na Copa das Confederações.

- Apesar de todas as dificuldades, é o nosso país, o país que a gente ama, conhece a cultura, e só esse entusiasmo de falar a língua portuguesa nos motiva ainda mais. Jogar no Brasil será uma inspiração grande.

Confira a entrevista completa abaixo:
GLOBOESPORTE.COM: Enfrentar o Barcelona foi a realização de um sonho, talvez um dos maiores no futebol europeu?

Lucas Thiago Silva PSG (Foto: Reuters)Lucas e Thiago Silva comemoram o empate do
PSG contra o Barça na última terça (Foto: Reuters)

LUCAS: Sem dúvida, foi uma experiência maravilhosa. Com apenas 20 anos poder disputar uma Liga dos Campeões contra o Barcelona é muito bacana. Estou aprendendo muito, procurando tirar o máximo proveito dessa experiência. Foi uma honra, um prazer, como está sendo tudo para mim.

Você disse que está aprendendo muito. Em que seu futebol mais melhorou até agora?
Aprendi bastante na parte tática, melhorei meu posicionamento. Tenho que jogar sem a bola, né. Aqui cobram muito, todo mundo tem de marcar, fazer sua função dentro de campo. No Brasil aposta-se muito na qualidade técnica, e a parte tática fica um pouquinho de lado.

E o Ancelotti é um cara paciente para te ensinar tudo isso? A relação com ele é boa?
Ele é uma pessoa muito bacana, do bem, tem paciência para falar o que quer que eu faça. A gente usa bastante os brasileiros para me ajudarem na comunicação quando não entendo o que ele fala, mas é uma pessoa excelente.

A situação do PSG é difícil na Liga. A classificação é possível?
Aquela ansiedade de jogar contra o Barcelona, viver um sonho de criança, passou no primeiro jogo. Deu para tirar um pouquinho do nervosismo. Agora é entrar com a cabeça mais tranquila. Eles têm uma grande equipe, são favoritos, mas a gente tem elenco para vencer, passar à próxima fase. Vamos nos concentrar bastante, focar no jogo. Será mais um jogo da minha vida.

E o Messi? Como foi enfrentá-lo?
Ele é diferente, não é a toa que foi eleito quatro vezes o melhor do mundo. Sou fã dele, é meu ídolo, muito rápido, forte, pega a bola e vai sempre em direção ao gol com muita qualidade. Foi uma honra enfrentá-lo.

Jordi Alba Lucas PSG (Foto: Reuters)Lucas persegue Jordi Alba: atacante diz ter evoluído taticamente no futebol europeu (Foto: Reuters)

O que mais te impressionou nele de dentro do campo?
A qualidade de conduzir a bola muito próxima do pé e a força quando arranca. É muito difícil parar, ele não cai, vai sempre em direção ao gol com dribles curtos. É muito imprevisível.

Então você torce para ele não se recuperar a tempo de jogar na quarta?
(risos) Se ele puder ficar fora iria nos ajudar. Ele é um astro, um ídolo, um gênio. Se ele jogar, espero que não esteja tão inspirado.

E você ficou com a camisa dele?
Pois é, consegui pegar. Minha mãe pediu, e eu também já queria. Comentei com o Maxwell, que jogou com ele, é amigo, e pedi para ele falar com o Messi, que aceitou numa boa. Como ele saiu no intervalo, pedi para o Daniel Alves, que disse que estava tudo certo. No fim do jogo, o Daniel levou a camisa do Messi para mim, e pegou a minha para dar a ele.

Então o Messi também está com a sua?

Carlo Ancelotti Leonardo PSG (Foto: Reprodução / Site Oficial)Carlo Ancelotti ao lado de Leonardo: italiano foi
elogiado por Lucas (Foto: Reprodução / Site Oficial)

Se o Daniel não pegou para ele, sim (risos).

Além da parte tática, que diferenças você destaca do futebol europeu para o brasileiro?
A estrutura dos estádios. É tudo organizado, certinho, as pessoas ficam bem próximas do campo. Não tem a violência que existe ainda entre torcidas no Brasil, com ônibus apedrejados, quebrados. O gramado é bem ralinho, sempre molhado. O clima é diferente, estava muito frio, agora já tem até sol. Sem falar que o estádio está sempre lotado com 40 mil pessoas, isso torna cada jogo muito emocionante.

E a torcida tem gritado seu nome em todos os jogos. Você sente esse carinho?
É verdade, eu sinto, e estou muito surpreso com isso. Apesar de já estar adaptado, não totalmente, eu não esperava por isso tão rapidamente. Tenho muito a melhorar ainda, mas gritam meu nome nos estádios, nas ruas. Havia uma expectativa muito grande na época da transferência, e estou conseguindo conquistar cada um aos poucos. É um carinho enorme, e me deixa muito contente.

Falta o primeiro gol, não é? Está ansioso?
Fica sempre a ansiedade de marcar o primeiro gol na Europa, na Liga dos Campeões, no Campeonato Francês, e poder comemorar com a torcida. Mas o importante é a equipe vencer, e eu conseguir ajudar. Na hora certa vai sair. Toda hora é boa, mas logo vai sair, e aí vai abrir a porteira.

lucas Leonardo psg fundação gol de letra (Foto: Divulgação / Site oficial do PSG)Lucas com Leonardo em evento da fundação 'Gol de letra' no domingo (Foto: Divulgação / Site oficial do PSG)

O PSG abriu sete pontos, está perto do título francês. É importante ganhar logo um campeonato para consolidar sua passagem e também o investimento do clube?
Sem dúvida, está se aproximando. É difícil, ainda faltam alguns jogos, mas temos tudo para sermos campeões, e coroarmos essa nova era do PSG, que não conquista um título faz tempo. Seria maravilhoso chegar campeão, quero ganhar tudo que disputo.

Quais as melhores e piores coisas de se morar em Paris?
Jogar no Brasil será uma inspiração grande"

Lucas, sobre a Copa das Confederações
São vários pontos positivos: a cidade é linda, encantadora, em cada canto há uma coisa diferente para se admirar, tirar foto, os restaurantes. A pior, sem dúvida, é a saudade do Brasil, dos amigos, da família, minha casa em São Paulo.

A Copa das Confederações, mesmo fora de São Paulo, pode te ajudar a matar essa saudade?
Sem dúvida. Seja onde for, espero estar lá para matar a saudade de estar com nosso povo. Apesar de todas as dificuldades, é o nosso país, o país que a gente ama, conhece a cultura, e só esse entusiasmo de falar a língua portuguesa nos motiva ainda mais. Jogar no Brasil será uma inspiração grande, sabendo que teremos a torcida do nosso lado, com mais cobrança também, mas poderemos fazer bons jogos com a empolgação da torcida.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/liga-dos-campeoes/noticia/2013/04/lucas-corre-atras-ganha-camisa-de-messi-mas-torce-para-idolo-nao-jogar.html