segunda-feira, 7 de maio de 2012

Neymar e Ganso 'compõem' juntos, e Santos bate Guarani na primeira final

Pagode e música clássica dão o tom da vitória santista por 3 a 0. Atacante, com dois gols, chega a 104 e alcança topo da lista de artilheiros pós-Pelé

  CRÔNICA
por Leandro Canônico
 
Pode parecer estranho, mas a mistura de pagode com música clássica faz bem para os ouvidos. Principalmente para os santistas. Com Neymar no pandeiro e Ganso na batuta, a equipe da Vila Belmiro deu um enorme passo para a conquista do Paulistão neste domingo. Com gols de seus craques, venceu o Guarani por 3 a 0.
Resultado suficiente para que os santistas presentes no estádio do Morumbi cantassem com otimismo “Vamos ser tri, Santos”. Campeão estadual em 2010, contra o Santo André, e no ano passado, diante do Corinthians, o Peixe está bem perto de levar o caneco pela terceira vez seguida.
Para evitar a conquista alvinegra, o Guarani precisa vencer por quatro gols de diferença no próximo domingo, às 16h, novamente no estádio do Morumbi. Ou então, na pior das hipóteses, ganhar por três gols e levar a decisão para os pênaltis. De qualquer maneira, a missão é muito complicada.

- Com um resultado desse tamanho, o Santos ficou com 99% de chances de ser o campeão. O Guarani fez uma boa partida e mais uma vez o Neymar fez a diferença - disse Vadão, técnico do time campineiro
.
No jogo deste domingo, o espírito da ousadia e da alegria de Neymar contagiaram também Ganso, normalmente mais pacato. Mas vale lembrar também da coragem do Bugre, representada na entrega do zagueiro Domingos, revelado pelo Santos e que teve uma tarefa muito ingrata nesta primeira decisão.
- Eu agradeço ao Santos por tudo que conquistei na vida. Mas hoje eu tenho que marcar o melhor jogador do mundo, o Neymar – brincou Domingos antes do jogo.
Tarefa praticamente impossível. Há algum tempo já. Neste domingo, com os dois gols marcados, Neymar chegou a 104 com a camisa do Santos e se igualou a João Paulo e Serginho Chulapa no topo da lista de principais artilheiros do clube apos a Era Pelé. Na comemoração, aliás, ele imitou Chulapa ao sair correndo de maneira meio atrapalhada e se jogando no chão na sequência, como fazia o ex-jogador. A cada jogo, o camisa 11 vai quebrando recordes e se consolidando um dos maiores da história santista.
- Espero que venha mais. Estou trabalhando muito todos os dias para melhorar os números e os titulos - resumiu o camisa 11.
Com o título paulista bem encaminhado, o Santos volta a campo na próxima quinta-feira, pela Taça Libertadores. Enfrenta o Bolívar-BOL, às 19h30m, na Vila Belmiro, no jogo de volta das oitavas de final da competição. No pri
meiro jogo, os bolivianos venceram por 2 a 1. Uma vitória simples, por 1 a 0, classifica o Peixe.

Neymar na decisão Santos x Guarani paulista (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Neymar escapa de Domingos e parte para cima do Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
Do pagode para orquestra

Assim que o ônibus da delegação santista estacionou no Morumbi, a expectativa no saguão do estádio era, claro, pela descida de Neymar. A demora do craque do Peixe para sair do veículo fez parecer que por aquela porta apareceria um popstar, pronto para dar espetáculo. E foi isso mesmo.
Bastou Neymar aparecer para que um batalhão de microfones tentasse alcançar a sua boca. Mas a pergunta que ele ouviu (e respondeu) foi uma que já se tornou rotina: “o que você está escutando?”. Com o fone nos ouvidos e o boné meio de lado, bem ao seu estilo, ele respondeu: “Ousadia e Alegria, do Thiaguinho”.
Amigo do pagodeiro, Neymar conhece bem a música. Afinal, foi escrita em sua homenagem. O título da canção é lema do camisa 11. E o Guarani percebeu isso logo no primeiro minuto. Como se ainda estivesse ouvindo o trecho “se der espaço, eu pedalo e vou para cima”, o camisa 11 fez fila na zaga do Bugre e só foi parado com falta. Na cobrança, Elano acertou o travessão.
Tivesse aquela bola balançado as redes, o Guarani poderia estar entregue logo de cara. Mas o travessão salvou o time de Campinas e encorajou os comandados do técnico Vadão. Com forte marcação e rápido contra-ataque, o Bugre, em termos gerais, fez um primeiro tempo melhor do que o Santos.
Chegou pelo meio, pelas laterais, com bom toque de bola.  Enfim, aproveitou seus momentos com certa ousadia. O problema é que faltou pontaria, como aos 16 minutos, quando Medina recebeu cruzamento livre na grande área e bateu para fora. É difícil criar chances contra esse Santos. Portanto, não dá para desperdiçar.
Voltou a campo, então, o lado musical do Santos. Mas o pagode deu lugar à música clássica. Neymar chamou o jogo, arrancou pela esquerda e rolou para área. Arouca dividiu com o marcador  e a bola sobrou para Ganso bater colocado: 1 a 0. Na comemoração, o maestro regeu a torcida.
Do lado do Guarani, o regente era mais “punk”. Domingos, no melhor estilo "beque de fazenda" deu um abraço apertado em Neymar antes de começar o jogo. Sério em todos os lances, o defensor cometeu pênalti em Alan Kardec, mas o juiz não deu nada. O bugrino, então, reclamou com o atacante: “levanta, levanta!”.

Ganso comemora gol do Santos contra o Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Ganso comemora gol do Santos regendo a torcida no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
Título encaminhado
Obviamente, a diferença técnica do Santos para o Guarani é grande. Mas o time de Campinas não chegou à decisão do Paulistão à toa. Conquistou seu espaço na base da coragem e do entrosamento. Suficientes para deixar o Peixe atento e preocupado com uma reação por parte do time do interior.

E para deixar claro isso, Bruno Recife avançou pela esquerda logo com um minuto do segundo tempo e bateu forte de canhota. A bola acertou a trave esquerda de Aranha. Só que o exército de talentos do Peixe parece ser à prova de sustos. O time tem o espírito de Neymar, que costuma dizer que quanto mais apanha mais quer jogar.
Assim, com Ganso inspirado por um golaço no primeiro tempo, o Santos partiu para o ataque sob a batuta do seu maestro. Teve uma ótima chance, aliás, em cobrança de falta de Elano, aos seis minutos. O meia bateu colocado e viu Emerson executar linda defesa.
Muito seguro em campo, o Peixe evitou acelerar demais a partida. Talvez por ter na quinta-feira um jogo decisivo com o Bolívar, pela Libertadores. No banco de reservas, porém, os treinadores não se pouparam. Eufórico, Muricy gritava com a equipe. Preocupado, Vadão tentava recuperar o contra-ataque.
Só que quem teve a jogada mortal foi o Santos. Aos 20 minutos, Juan acertou um belo passe para Ganso. O camisa 10 tentou driblar o goleiro, mas Emerson conseguiu bater com a mão esquerda na bola. Seria uma defesa heróica não tivesse ali tão perto o craque Neymar, que pegou a sobra e completou para a rede: 2 a 0, no 103º gol do astro com a camisa santista. Mas faltava um para o recorde.
Ele veio aos 46 minutos, quando Neymar recebeu na área, matou no peito, tirou dois marcadores e chutou. Estava definida a partida.
Um placar desse em uma primeira partida de decisão de Paulistão pode dar a falsa impressão de que o Guarani foi presa fácil ao Santos. É verdade que o Bugre não foi dos adversários mais complicados neste domingo, mas teve coragem. Só que isso é muito pouco para tentar parar o Peixe de Neymar, Ganso e companhia.
Quando um dos dois resolvem jogar bem já é um pesadelo para os rivais. Imagine então no dia em que ambos estão inspirados? Resta ao santista comemorar a mistura do pagode com a música clássica. E ao torcedor bugrino, o consolo de dormir ao som desse ótimo “barulho” do futebol brasileiro.

Elano na partida do Santos contra o Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Elano (dir) teve boa atuação e ainda acertou bola na trave (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
FONTE:

Coelho empata no último minuto com o Atlético-MG e deixa final em aberto

André abre placar, mas Bruno Meneghel deixa tudo igual aos 48 do 2º tempo, impedido, após cobrança de escanteio marcado equivocadamente


A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
 
Tudo igual no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro. Com um gol irregular de Bruno Meneghel no último minuto dos acréscimos do segundo tempo, o América-MG conseguiu o empate com o Atlético-MG em 1 a 1, neste domingo à tarde, no estádio Independência. Como tem a melhor campanha no estadual, o Galo joga por nova igualdade no próximo domingo, às 16h (de Brasília), de novo no Independência, para ser campeão de forma invicta. Já o Coelho precisa vencer para conquistar o título no ano de seu centenário.

O gol do América-MG foi irregular, o que gerou muita reclamação dos alvinegros depois do apito final. Primeiro, o árbitro marcou escanteio inexistente - a bola bateu somente na trave antes de sair, sem tocar em Serginho. Após a cobrança, Bruno Meneghel completou para a rede em posição de impedimento na pequena área, à frente do goleiro.

O atacante alvinegro André foi quem abriu o placar, também após cobrança de escanteio, chegando à vice-artilharia, com dez gols, um atrás do cruzeirense Wellington Paulista. Mas não poderá alcançar o rival, pois está suspenso do jogo final, por ter tomado o terceiro cartão amarelo.

Sem mais nada a disputar, os dois times terão toda a semana para se prepararem para o duelo decisivo.

Galo mudado e Coelho completo
O Atlético-MG entrou com um esquema diferente do que vinha adotando nas últimas partidas. Cuca escalou a equipe no 3-5-2, com Réver, Lima e Rafael Marques compondo o sistema defensivo. Outra novidade foi o retorno de Guilherme, recuperado de lesão, ao ataque.
É bem verdade que as alterações promovidas por Cuca também tiveram relação com os problemas médicos de alguns jogadores. Os volantes Leandro Donizete e Fillipe Soutto, por exemplo, estavam fora, assim como Neto Berola, titular na última quinta, mas que precisou parar por ter uma fratura por estresse na bacia.
Mas, em campo, as mudanças pareceram não atrapalhar o Alvinegro, que partiu com muita vontade para o ataque, tentando, talvez, dar uma resposta para o torcedor após a decepção da última quinta-feira, quando foi eliminado pelo Goiás da Copa do Brasil.

Atlético-mg x América-mg (Foto: Pedro Vilela / Futura Press)Serginho e Moisés mostram qual foi a tônica do jogo: muita disputa (Foto: Pedro Vilela / Futura Press)

Por sua vez, o Coelho entrou completo e com o mesmo esquema de jogo que deu certo nas semifinais contra o Cruzeiro. Com muito toque de bola entre seus homens de frente, o time só sentiu falta de mais presença ofensiva de Rodriguinho, que não repetia as boas atuações das semifinais.
Equilíbrio no futebol e nos cartões 
A primeira grande chance do jogo veio de um dos zagueiros do Galo, que apareceu com centroavante na área. Em triangulação com Guilherme, Réver soltou uma bomba para importante defesa de Neneca. Mas Giovanni também foi exigido num rápido contragolpe. Rodriguinho deu bom passe para Moisés na direita, e o volante chutou forte, de fora da área, para intervenção do camisa 1 do Galo.
Se no futebol o Galo tinha mais volume de jogo, no quesito disciplina os times se igualavam. O árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento se mostrou enérgico e tomou as rédeas do jogo logo no início. Só nos primeiros 45 minutos foram três amarelos para cada lado, e um desfalque certo para cada treinador na finalíssima da semana que vem. Givanildo perdeu o volante Dudu, enquanto Cuca não poderá contar com seu artilheiro André, ambos suspensos pelo terceiro cartão.
Coelho arranca empate no último minuto
Na etapa final, os dois times voltaram num ritmo parecido com o do primeiro. O Galo tentava chegar com mais velocidade, enquanto o Coelho segurava o jogo no toque de bola. Bem marcado e pouco inspirado, Rodriguinho não funcionava como o motor do meio-campo das partidas anteriores.

Com o equilíbrio, Cuca resolveu mexer na equipe, tirando Marcos Rocha e Bernard para as entradas de Carlos César e Mancini. Mas os dois entraram mal, fazendo partida apenas burocrática, enquanto Guilherme, atuando mais como um meia do que como um atacante, tentava passes em profundidade, quase sempre com perigo.
Sem poder ofensivo, Givanildo sacou Alessandro para a entrada de Bruno Meneghel. Mas o substituto pouco mudou o panorama da partida para o América-MG também.
Com muita disputa no meio, os times tentavam cruzamentos para a área, mas Neneca e Giovanni trabalhavam bem posicionados e tranquilos. Mas foi numa cobrança de escanteio, em jogada ensaiada na Cidade do Galo, que o zero saiu do placar. Réver desviou na primeira trave, e o atacante André só teve o trabalho de concluir sem marcação para as redes.
E quando parecia que a vitória do Galo estava garantida, a estrela de Givanildo brilhou. Bruno Meneghel deixou o Coelho vivo na decisão.
Aos 48 minutos, o último dos acréscimos, Pará bateu escanteio fechado, e a bola tocou na trave e saiu, parecendo resvalar em Serginho. Equivocadamente, a arbitragem marcou nova cobrança. A defesa atleticana reclamou, mas de nada adiantou. Após bate-rebate dentro da área, Fábio Júnior chutou cruzado. Bruno Meneghel se deslocou de posição de impedimento para trás na pequena área, à frente do goleiro, e concluiu para a rede.
Os alvinegros reclamaram muito da irregularidade, principalmente o técnico Cuca. Mas, no fim, só restaram a lamentação do Galo e a comemoração do Coelho.

FONTE:
 http://globoesporte.globo.com/jogo/mineiro-2012/06-05-2012/america-mg-atletico-mg.html

Quarteto desequilibra, Flu goleia o Botafogo e fica com a mão na taça

Deco, Fred, Thiago Neves e Rafael Sobis infernizam a defesa alvinegra no primeiro jogo da decisão do Carioca. Tricolor vence de virada: 4


A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
 
Faz diferença numa decisão de campeonato quando o craque do time, o protagonista, aparece para definir. Faz uma diferença absurda quando todos os principais jogadores vivem um dia iluminado. Fred, Deco, Thiago Neves e Rafael Sobis. O quarteto ofensivo do Fluminense deixou o time muito perto do título carioca neste domingo. No primeiro jogo da final contra o Botafogo, no Engenhão, todos se destacaram. Decidiram, desequilibraram. Resultado: vitória tricolor por 4 a 1, de virada. Fred fez um golaço de bicicleta, Deco e Thiago organizaram os ataques, e Sobis, sempre destaque em decisões, fez dois. O garoto Marcos Junior, de 18 anos, fechou a goleada. O volante Renato marcou o único gol alvinegro.

O Botafogo, que também tem um quarteto de qualidade, emperrou nos primeiros 90 minutos da decisão. Maicosuel, Fellype Gabriel, Elkeson e Loco Abreu pouco fizeram. O time de Oswaldo de Oliveira jogou sem criatividade e ficou com um jogador a menos a partir dos 11 minutos do segundo tempo, quando o lateral-direito Lucas foi expulso. Para ter chance de ficar com o título, o Alvinegro terá de vencer o segundo jogo por três gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Ou fazer quatro de diferença para garantir o título direto.

Fred comemora gol do Fluminense no Botafogo final carioca (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Fred, autor do
 primeiro gol do Flu, é celebrado pelos companheiros (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
A invencibilidade alvinegra na temporada, que durava 23 partidas, está derrubada. Foi a primeira vez no ano que o time sofreu mais de dois gols. E a primeira vez na história que o Flu venceu o Botafogo no Engenhão. Até este domingo, eram três derrotas e seis empates. A exibição de gala do Flu foi vista por 28.182 pessoas (sendo 23 mil pagantes, com renda de R$ 732.015,00).

As equipes voltam a se enfrentar no domingo que vem, às 16h (de Brasília), no Engenhão. Antes, porém, terão decisões no meio de semana. Na quarta-feira, o Botafogo disputa o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Vitória, no Engenhão, às 19h30m. Na primeira partida, empate por 1 a 1 no Barradão. O Fluminense também jogará nas oitavas de final, só que da Libertadores. Na quinta, no Engenhão, o Tricolor recebe o Inter, às 22h. Na ida, em Porto Alegre, empate sem gols.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogo/carioca-2012/06-05-2012/fluminense-botafogo.html