terça-feira, 19 de julho de 2016

O protesto coxa do dia 31 será em homenagem ao diretor da Fiesp que deve R$ 6,9 bi ao Fisco. Por Kiko Nogueira




FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-protesto-coxa-do-dia-31-sera-em-homenagem-ao-diretor-da-fiesp-que-deve-r-69-bi-ao-fisco-por-kiko-nogueira/


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A manifestação coxa marcada para o dia 31 de julho tem como bandeiras, segundo o movimento golpista Vem Pra Rua, o afastamento definitivo de Dilma, o apoio à Lava Jato e a “prisão de políticos corruptos”.
Faz tempo que ninguém mais acredita na honestidade desse pessoal, mas a coisa fica realmente escancarada nos detalhes: o ponto de encontro, em São Paulo, continua sendo a Fiesp.

A federação das indústrias, presidida por um homem sem indústria, Paulo Skaf, o popular Caveira, virou um símbolo golpista, a Torre Eiffel espiritual da vilegiatura do interino. Ajudou a financiar o golpe, deu abrigo e filé mignon a reaças sem teto, iluminou a sede com a palavra “impeachment”.
Os sujeitos da Fiesp são feitos do mesmo material que os manés que se juntam em torno do edifício. Só têm mais dinheiro e são mais espertos.
Matéria do Estadão dá conta de que o empresário Laodse de Abreu Duarte, um dos diretores, é o maior devedor da União entre as pessoas físicas. A dívida é maior do que a dos governos da Bahia, de Pernambuco e de outros 16 Estados: 6,9 bilhões de reais.
Duarte já foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária, mas recorreu e está em liberdade. Dois irmãos dele ainda devem mais de 6,6 bilhões. Um outro estaria citado nos Panamá Papers e o próprio Laodse também aparece ligado ao escândalo Banestado. Uma beleza.
Laodse Duarte deve $6.9 bilhões ao Fisco, mas ele pode
Laodse Duarte, diretor da FIESP, deve $6.9 bilhões ao Fisco, mas ele pode

A entidade deu uma nota tentando tirar o corpo fora. Laodse não possui “qualquer vínculo ou responsabilidade sobre questões pessoais, profissionais ou empresariais de seus diretores e conselheiros”. Ele aparece no site como integrante do Conselho do Agronegócio e da diretoria.
Não será expulso porque não é, obviamente, o único diretor da Fiesp com algum tipo de pepino na Justiça. Se os “grupos contra a roubalheira” fossem sérios e não bancados por essa gente, já teriam se manifestado publicamente ou mudado o ponto de encontro para, sei lá, o Trianon.
Nunca o farão. Laodse, se der as caras, será aplaudido como um injustiçado na luta contra o estado inchado e incompetente, que obriga o cidadão a pagar impostos que bancam ditaduras bolivarianas. O dinheiro, no tempo do PT, ia todo para Cuba. Agora ninguém sabe e ninguém se importa.
Alexandre Frota, conselheiro do ministério da Educação, estará lá, bem como Lobão. Et caterva. A ausência mais sentida será a do pato gigante. Plágio de um artista holandês, o bicho foi obrigado a sair de cena.
Estará no entanto, muito bem representado por outros patos, mais perigosos e esquisitos. O pato é o único animal que consegue dormir com metade do cérebro e deixar a outra em alerta. Seus amigos mantêm as duas metades desligadas o tempo inteiro, especialmente quando estão acordados.

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

FOLHA COMETEU FRAUDE AO MANIPULAR DADOS DO DATAFOLHA SOBRE TEMER



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/folha-cometeu-fraude-jornalistica-com-pesquisa-sobre-temer-revela-site/



Revelação é do The Intercept; gerente do Datafolha admite “imprecisão” do jornal


O jornalista Glenn Greenwald revela, no site The Intercept, que a Folha cometeu fraude jornalística ao manipular a mais recente pesquisa Datafolha sobre o governo de Michel Temer.
Segundo o jornal, 50% dos brasileiros acham que é melhor para o país se Temer terminar o mandato; que apenas 4% disseram que não querem nem Dilma nem Temer; e que somente 3% querem novas eleições.
De acordo com Greenwald, não é verdade que metade dos ouvidos respondeu que seria melhor se Temer terminasse o mandato de Dilma: eles só disseram que seria a melhor opção se a outra fosse o retorno de Dilma.
“Além disso”, diz ele, “não confere que só 3% querem novas eleições, uma vez que não foram questionados sobre isso. Ao limitar falsamente a questão a apenas duas opções, a Folha garantiu que os resultados fossem totalmente distorcidos”.
O jornalista americano Alex Cuadros observou que as pesquisas anteriores sobre Dilma e Temer incluíam uma questão sobre um novo pleito. Greenwald lembra que se as outras alternativas estivessem incluídas, é quase uma certeza que o percentual dos que desejam Temer até 2018 cairia vertiginosamente.
“É uma manchete tanto sensacionalista quanto falsa”, escreve. A gerente do Datafolha Luciana Schong afirma que as perguntas foram determinadas pela Folha. Ela reconheceu que é enganoso afirmar que 3% dos brasileiros querem novas eleições já que os entrevistados não foram questionados sobre isso.
Schong também admitiu que declarar que 50% dos brasileiros querem Temer é uma imprecisão se não for esclarecido que a questão limitou as alternativas a apenas duas.

Pequena homenagem ao Traíra



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/


O guloso da Codesp...




VEJA O VÍDEO CLICANDO NO LINK DA 

FONTE ACIMA


CIRO: NOS EUA, MORO PEGARIA PENA DE MORTE



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http://www.conversaafiada.com.br/politica/ciro-nos-eua-moro-pegaria-pena-de-morte



Em 1964, STF também disse que o Golpe era legal




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Ciro: nada justifica a violência que o Lula tem sofrido
Conversa Afiada reproduz as principais declarações de Ciro Gomes ementrevista concedida à Revista Poder:
(...)
IMPEACHMENT: Não faltam razões para não gostar do governo Dilma, mas o impedimento se dá quando é cometido, pessoalmente e dolosamente, crime de responsabilidade. Governo ruim não é crime de responsabilidade. Não cometeu nem as pedaladas, porque isso se apura no exercício e ela encerrou 2015 com todas as contas pagas. É mero pretexto, como em 1964. Na ocasião, o Auro de Moura Andrade, um Renan Calheiros da época, presidente do Senado, declarou vaga a Presidência da República alegando que Jango tinha fugido do país. Sobre essa base mentirosa se ergueu um castelo de cartas: Ranieri Mazzilli, o Eduardo Cunha de então, era o último da linha sucessória, convocou eleição indireta – já tinha se passado dois anos da eleição – e Castelo Branco foi eleito no Congresso Nacional – com voto de JK, que acreditou na mentira de que seria apenas para terminar o mandato. Hoje ninguém duvida que foi golpe. Naquela época o STF também declarou a legalidade de tudo aquilo, exatamente como estão fazendo hoje.
DILMA: É honrada e a fiadora da democracia. Mas não tem treinamento para a política e se cerca mal. Nomeou o Levy, que não é um quadro brilhante – trabalhei com Persio Arida, Gustavo Franco, Edmar Bacha… sei quem é brilhante mesmo sendo conservador – e está na ancestralidade da falência do Rio de Janeiro. Caso o golpe se consume, ela crescerá muito como referência de firmeza. Aliás, é impressionante que a sociedade brasileira aceite o nível de mesquinharia de proibi-la, ainda presidente, de andar nos aviões da FAB, enquanto o Eduardo Cunha anda pra cima e pra baixo, um marginal afastado pelo STF. E cortar comida do palácio, como se a Dilma estivesse comendo 60 mil por mês no maior luxo. Há um destacamento de 50 homens do Exército morando lá! Nunca quis viver pra assistir a isso. É justa a queixa da corrupção, do desmantelo do governo, mas não é possível que não saibam separar uma coisa da outra.
LULA: É o responsável por entregar parte da administração aos ladravazes da República. Temer já era essa figura pequena e moralmente indefensável quando Lula o colocou na linha sucessória. Disse-me que não daria Furnas a Eduardo Cunha “de jeito nenhum” e no dia seguinte o nomeou – inclusive me afastei por isso. Dilma também deu a Cunha a vice-presidência da Caixa Econômica Federal, onde ele levantou uma propina de R$ 52 milhões. Nada justifica, porém, a violência que o Lula tem sofrido. Foi ilegal a condução coercitiva: só pode levar debaixo de vara, como se diz no Ceará, quem se negou a obedecer a intimação.
SÉRGIO MORO: Tem um papel importante, mas pode estar sendo manipulado por ser muito jovem e a política ser mais complexa do que ele consiga perceber. Começou a aceitar o incenso, essa coisa de ir pro estrangeiro de gravatinha-borboleta… Juiz bom é o severo, aquele que não vai nem ao bar para não dizerem qualquer coisa. Certas ilegalidades cometidas na Lava Jato abrem brecha para a anulação de muita coisa lá na frente, como aconteceu na Satiagraha. O delegado herói de então (Protógenes Queiroz) está exilado, com ordem de prisão, e os acusados estão livres porque as nulidades destruíram as evidências reais. Nos Estados Unidos, divulgar gravação de um presidente da República dá até pena de morte. Moro sabe que violou a lei e tinha obrigação de destruir as gravações.
GOVERNO TEMER: Salvo o Henrique Meirelles (de quem discordo, mas é meu amigo), justiça seja feita: esse governo é um misto de incompetência com bandidagem. O povo tem razão de estar zangado, porém o desastre de um governo ilegítimo se projeta para 20 anos, enquanto um mau governo passaria em dois. E é a maior frouxidão fiscal que eu já vi.
ECONOMIA: Defender o mandato da Dilma e ao mesmo tempo criticar o desastre que foi seu governo tem me deixado na maior solidão. O desemprego saltou de 6% para 11%, a dívida pública galopou, os juros mais altos do planeta. A próxima crise é do setor financeiro: ninguém paga ninguém, é a maior inadimplência da história. Sabe quem mica com a quebra da Oi? O Estado. Os bancos privados empurraram todos os créditos para os públicos, como de praxe. Este país está sendo assaltado há muito tempo, e o sintoma disso não é um tríplex cafona no Guarujá. Agora vem essa emenda constitucional para congelar a despesa primária, deixando os juros, que é a maior despesa corrente, por fora. Um governo ilegítimo, precário, aproveitando a perplexidade do momento, pode congelar o gasto primário por 20 anos! Se fizerem, é o caso de ir lá quebrar tudo, porque isso é a revogação da Constituição de 1988.
SUDESTE MARAVILHA: O Nordeste tem tudo para ser o polo da reindustrialização. O Centro-Oeste tem renda per capita maior que a do Sudeste. O agronegócio e a mineração têm R$ 90 bilhões de superávit e são satanizados pelo ambientalismo difuso. A Marina Silva bate neles, o PT empurra esse povo para a direita. E são eles que pagam o conforto nacional.
PARTIDOS: Minha vida partidária é um desastre. Minha única defesa é que eu fico na minha, os partidos é que mudam radicalmente. Mas Serra também já foi de quatro partidos; Marina Silva, essa flor de pessoa, mudou três em três anos, tudo por projeto pessoal. Mas só a mim perguntam… Vim para o PDT para mobilizar as pessoas e defender a democracia. Vou pensar mil vezes antes de ser candidato.
JOSÉ SERRA: Obcecado pelo poder, traidor da própria memória. Ninguém quer bem a ele. Agora resolveu, escorado no interesse estrangeiro e no golpe, forçar a mão para ser o FHC do Itamar. Mas está muito longe de calçar o sapato do charmosíssimo Fernando Henrique, e o Temer também não é Itamar – que era decente, um grande estadista.
MARINA SILVA: É séria, mas não compreende o Brasil. Vocês acham que eu não gostaria de não ser polêmico? Adoraria ser homenageado pelo Greenpeace, mas tenho de defender o país. Sou a favor da BR-163, que liga Santarém a Cuiabá e vai tornar a produção de soja do Centro-Oeste a mais competitiva do planeta. A Marina era radicalmente contra, até que foi lá comigo – somos amigos – e voltou com a cabeça virada. A “indiarada” toda pedindo a BR! É muito bom ter ar-condicionado central, Hospital Israelita Albert Einstein, e querer para os outros, em abstrato, o atraso.
TEMPERAMENTO: Não vou mudar meu jeito. Fico p… da vida com esse fru-fru aristocrático. Já viu o Cunha sendo chamado de ladrão? Ele olha para o outro lado. Essa é a elegância que a elite brasileira gosta. Tenho longa biografia e ocupei muitos cargos, mas na pauta de vocês nunca vai aparecer a pergunta “como o senhor explica tanto dinheiro no seu patrimônio”– e olha que é dever de vocês me fustigar. Por isso olho para trás e digo “no regrets!”.
(...)

MIRIAM: A CAIXA AGORA É DOS RICOS



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/economia/miriam-a-caixa-agora-e-dos-ricos


Danem-se os pobres


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A propósito de uma decisão do governo interino de a Caixa Econômica Federal passar a financiar imóveis de até R$ 3 milhões - o valor máximo, hoje, é de R$ 1,5 milhão -, o Conversa Afiada entrevistou a ministra Miriam Belchior, que também foi presidenta da Caixa.
PHA: Ministra, como a senhora explica essa decisão?
Miriam Belchior: Acho que quem tem que explicar é o governo interino. Tenho só a lamentar que um banco público como a Caixa mude a sua orientação e passe a fazer financiamento de um montante tão alto. Imagine o que é um imóvel de R$ 3 milhões, que se localiza, por exemplo, numa cidade como São Paulo. Quantos quartos ou suítes, quantas vagas de garagem. E a gente sabe que 80% do déficit habitacional do país fica na faixa de até três salários mínimos. Ao mesmo tempo em que puxa para R$ 3 milhões, congela este ano contratações para a Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida - famílias com renda de até R$ 1,8 mil mensais. Acho que essa é a grande questão: o recurso sendo usado para imóveis de valor muito mais alto, enquanto que a população que mais precisa fica sem alternativa.
PHA: A senhora, que conhece a contabilidade da Caixa Econômica Federal, como explicaria isso diante dos recursos disponíveis da Caixa hoje?
Miriam: Olha, eu não vi com detalhes a decisão, mas na verdade a Caixa, aparentemente, está contratando abaixo do que está orçado para o ano. Ela tem os recursos e não consegue contratar tudo o que está disponível. Por isso está ampliando o teto do valor do imóvel. Considero que isso não é o mais adequado para um banco público.
PHA: Seria essa - especulação minha - uma medida para atrair interesses da indústria da construção civil?
Miriam: É, pode ser que seja, não sei dizer o que é que está movendo essa decisão. Acho que o que é muito mais importante, e que mostra bem o que é o governo interino, é nenhuma preocupação com quem mais precisa. Então, aumenta para R$ 3 milhões, garante o financiamento para quem tem renda muito alta e congela todas as contratações para as famílias de baixa renda.
PHA: Qual seria a faixa do mercado que poderia atender o consumidor de um imóvel de R$ 3 milhões?
Miriam: Certamente insignificante, porque considerando a renda da população brasileira. Quem tem condição de comprar um imóvel de R$ 3 milhões, mesmo financiando, precisa de uma renda muito alta. Portanto, é uma minoria da população brasileira.
PHA: Última pergunta, ministra: quando eles deixam de financiar essa faixa de 0 a 3 salários mínimos, quantas moradias, aproximadamente, deixam de ser construídas?
Miriam: Olha, nós tínhamos programado, quando a Presidenta lançou o programa de dois milhões de moradias do Minha Casa, cerca de 40% eram até essa renda. Então, de 2 milhões, 800 mil, pelo menos, 200 mil por ano - quatro anos. É um número grande - 200 mil moradias, ano - e onde está concentrado o déficit. Como eu disse, 80% do déficit habitacional no país está em até três salários mínimos.

AULER: COMO TEMER OPEROU O PORTO DE SANTOS




FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/auler-como-temer-operou-o-porto-de-santos


Ele e o Eliseu "Quadrilha", segundo o ACM, mandavam


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ACM: “As coisas morais nunca foram o forte do senhor Temer” 
(Reprodução: DCM)
Conversa Afiada reproduz do DCM nova denúncia do irrespondível Marcelo Auler, por isso mesmo perseguido pela Policia Federal, a sede da sedição.
Como Temer operou no Porto de Santos, segundo ele mesmo e sindicalistas que falaram ao DCM. Por Marcelo Auler

Desde que seu nome apareceu como beneficiário de propinas que empresas que operavam no Porto de Santos teriam desembolsado em troca de favores, Michel Temer, o vice-presidente que após o golpe do impeachment exerce interinamente a Presidência da República, tenta defender o indefensável.

Ele repete, com insistência, a tese de que jamais influenciou nas indicações políticas da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), a estatal encarregada da administração do maior porto brasileiro. Mas seu próprio discurso coloca isto em xeque.

Temer insiste que as indicações para a diretoria do porto de Santos não tinham suas digitais. Quando muito, admitiu que encaminhava nomes sugeridos e aprovados pela bancada do PMDB paulista, sobre a qual ele sempre exerceu influência.

Mas, em março de 2001, ao defender-se na tribuna da Câmara dos Deputados das acusações de receber 50% das propinas pagas por empresas que atuavam – algumas continuam atuando – no porto de Santos, ele acabou por mostrar seu poder e sua influência no porto.

A acusação foi feita por Érika Santos, estudante de psicologia e ex-companheira de Marcelo de Azeredo, indicado por Temer para presidir a CODESP entre junho de 1995 e maio de 1998. Como mostrou o DCM na reportagem Por que Temer negou-se a dar explicações à PF sobre caso de propina em Santos, os problemas de alcova do casal acabaram por revelar as tenebrosas transações que aconteciam na administração portuária em Santos, como as propinas que se destinariam a Temer.

Embora ajuizada, provavelmente, em 2000, a ação e as denúncias só se tornaram públicas em março de 2001, na reportagem “Um rolo no porto”, de Rudolfo Lago, na revista Veja.

Na tribuna, ao tentar defender-se, Temer demonstrou que sempre teve interesses na CODESP.

O que fiz eu? Assim que saiu a matéria, fui indagado, Srs. Parlamentares, pelo repórter — portanto, a revista, neste ponto, agiu com lealdade, porque antes me ouviu —, e esclareci todos os pontos. Esclareci os pontos dos desacertos do passado e esses desacertos, geradores de queixas minhas junto ao Governo, de maneira que houvesse modificações radicais, sendo que uma dessas modificações levou à Presidência da CODESP o nosso ilustre companheiro Deputado Wagner Rossi. E esta empresa, em face das minhas queixas, ao invés de ser ocupada partidariamente por vários partidos, passou a ser ocupada apenas por técnicos”. (grifo nosso)

O terminal de Libra no porto de Santos
O terminal de Libra no porto de Santos

 Como admitiu, as suas queixas, portanto, levaram à substituição da diretoria da estatal. Com isso, assumiu sua presidência Wagner Rossi, ex- deputado estadual (1993/1991) e ex-deputado federal (1991/1999) pelo PMDB de São Paulo, que sempre sofreu influências de Temer.

A nomeação de Rossi ocorreu em abril de 1999, quando ele estava sem mandato eleitoral por não ter conseguido se reeleger no pleito de 1998. Logo, a queixa de Temer e a posse do peemedebista na presidência da CODESP, precederam o ajuizamento da ação na Vara de Família, onde constavam as denúncias da estudante de psicologia.

Acusações estas que, segundo o próprio Temer explicitou no discurso, ele só foi tomar conhecimento ao ser procurado pela reportagem da Veja em 2001.

Essa troca de comando na estatal que administrava o porto, promovida pela pressão que o próprio Temer confessa ter feito, também antecedeu outro episódio famoso: a briga com Antônio Carlos Magalhães, na época presidente do Senado.

Foi neste famoso bate-boca em público que ACM, com o sarcasmo que lhe era peculiar, cunhou o apelido de “mordomo de filme de terror” para o então presidente da Câmara.

Os ataques de ACM, como narraram, em junho de 1999, Andrei Meireles e Guilherme Evelin, em reportagem na revista Isto É, foram alimentados em um almoço entre ele e o então governador de São Paulo, o tucano Mario Covas. A dupla de repórteres descreveu:

“Há 15 dias, o presidente do Senado ressuscitou o movimento contra o PMDB. Foi a São Paulo e acertou durante um almoço com o governador Mário Covas (PSDB) uma estratégia para esvaziar a bola do partido. Voltou a Brasília com farta munição contra Michel Temer. Entre uma garfada e outra, Covas contou a Antônio Carlos que alguns pesos pesados do empresariado estavam revoltados com a ação dos peemedebistas na área portuária, um feudo do partido no loteamento de cargos do governo FHC.

Apadrinhados – O coordenador-geral da Ação Empresarial, Jorge Gerdau Johannpeter, chegou a enviar uma carta ao ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, em protesto contra a decisão do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), de substituir oficiais da Marinha no comando dos conselhos de autoridade portuária de Santos, Rio Grande e Paranaguá. No porto de Santos, por determinação do Planalto, o ministro teve de voltar atrás e manter no cargo o capitão-de-mar-e-guerra Francisco Luiz Gallo. “As críticas não são procedentes. As mudanças são decorrentes da privatização dos portos”, justificou Padilha em conversas com assessores.

Na avaliação de Covas e ACM, Padilha promoveu as mexidas nos portos com o propósito de ampliar o raio de atuação do PMDB no setor portuário. Denúncias de irregularidades na Companhia Docas Porto de Santos, dirigida por apadrinhados de Michel Temer, estão sob investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU). Em maio, a construção do terminal II do porto de Santos foi suspensa pelo TCU por causa de aditivos contratuais com a empreiteira Andrade Gutierrez que encareceram em 141,21% o preço original da obra. “As coisas morais nunca foram o forte do senhor Temer. Se abrir um inquérito no porto de Santos, ele ficará péssimo”, disparou ACM na segunda-feira 14”.
Everandy, presidente do Sindicato dos Empregados da Administração do Porto
Everandy, presidente do Sindicato dos Empregados da Administração do Porto

 Muitos destes processos continuam tramitando até hoje, como a ação de Improbidade Administrativa n° 2001.61.04.002408-2, na 4ª Vara Federal de Santos, que só agora chegou à fase das alegações finais. Nela, o procurador da República Pedro Antônio Roso denunciou os ex-diretores da CODESP Marcelo de Azeredo, Luiz Alberto Costa Franco, Francisco José Baraçal Prado, José Araújo Costa, Márcio Silveira Bueno, que em 1997 assinaram o 9º Aditivo a um contrato de 1988, com a Andrade Gutierrez.

O aditivo no contrato de ampliação do Terminal de Containers do Porto de Santos, segundo Roso, inseriu a importância de R$ 144.134.316,42 a mais, resultando num total de R$ 295.106.518,32, para o valor total contratado. Ainda houve uma prorrogação do prazo contratual por mais 38 meses a contar de 31.12.97,

Quando, portanto, em 1999, Temer pressionou o governo para substituir a diretoria da CODESP colocando na presidência o peemedebista Rossi, já se falava em diversas irregularidades, mas ainda não se tinha notícias das propinas que teriam sido pagas a Temer que Erika só denunciaria em 2000.

Aliás, Azeredo já não era o presidente da estatal. Ele foi substituído, em maio de 1988, por Paulo Fernandes do Carmo. Ambos, como também ACM fez questão de frisar, eram indicações que Temer insiste dizer que não fez. Contra Carmo também circularam muitas denúncias. Uma delas partiu justamente do Capitão dos Portos de Santos, Francisco Luiz Gallo, que Eliseu Padilha quis retirar do comando do Conselho de Autoridade Portuária de Santos.

Além destes dados incontestáveis e de outros registros em arquivos de jornais, há, principalmente, a memória de santistas que passaram a maior parte de suas vidas dentro ou em torno daquela área portuária, a também desmentirem Temer.

Um deles é Everandy Cirino dos Santos, 64 anos, no porto desde 73, e há 15 anos presidente do Sindicato dos Empregados da Administração do Porto. Ele explica por que não espera mudanças no porto de Santos com o governo interino de Michel Temer:

“Em termos do porto de Santos, este governo não é novo. Não é novidade, porque o Michel Temer já no governo Fernando Henrique Cardoso detinha o poder de indicação. Indicou vários presidentes e diretores. No primeiro governo Lula ele participou também com indicação, como parte da composição PMDB/PT. Além do Michel Temer, também o Eliseu Padilha, que foi ministro dos Transportes e quando ministro tinha gestão totalmente no porto. Inclusive, na sua gestão ele tentou privatizar a usina de Itatinga, que é histórica, fundada em 1910. Tentou privatizar a dragagem (…) Então não tem nenhuma novidade, não cria expectativa de melhora.”

Cirino continua:

“Na gestão que o Temer tinha o poder político em São Paulo foi o Wagner Rossi, foi o Marcelo de Azeredo, que inclusive tinha uma gestão péssima, e outros que agora me fogem o nome. Na gestão do Wagner Rossi foi concedida, sem licitação, a exploração do corredor de exportação para um pool de empresas. Ele também fez um acordo de exploração sem licitação, no terminal de Conceiçãozinha. Com o Marcelo de Azeredo teve várias (irregularidades) que para enumerar é muito difícil. O que nós estranhamos é que todas as irregularidades, supostas irregularidades que vinham do governo anterior, sempre tinha uma participação ativa do PMDB do estado de São Paulo”.

Temer, por apadrinhar o presidente da CODESP no cargo, ficava com 50% das propinas pagas em troca de facilitações às empresas. Foi o que teria ocorrido com a “Libra Terminais Ltda.”, operadora portuária, arrendatária dos armazéns 35 e 37. Conforme relatou Érika, com base em documentos que ela desviou do computador do ex-companheiro, somente da Libra, naquela época, Temer teria recebido R$ 640 mil, a metade do R$ 1,280 milhão desembolsado pela empresa: a Azeredo foram destinados 25% e outros 25% a um sócio de Temer, na época tratado apenas como “Lima” e que recentemente, no Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim identificou como sendo o coronel reformado da PM paulista João Baptista de Lima.

Sidney Verde, técnico portuário
Sidney Verde, técnico portuário
 
Cirino fala deste caso também, comentando ainda o que se repete na chamada “rádio peão”:

“A Libra é o cartão de visita da gestão Temer no porto. Ganhou o terminal 35, posteriormente ganhou o 37 e hoje, ainda está em pendência jurídica com a CODESP . Está sem pagar quase R$ 2 bilhões de dívidas. A Libra continua operando no 35 e 37, com pendência judicial com a empresa. Ela (CODESP) não deveria nem manter ela operando, porque está em inadimplência pesada. A ‘rádio peão’ do porto, as más línguas. dizem que elas (empresas beneficiadas) são contribuintes, agora eu acho que no cadastro de doação (às campanhas políticas) deve ter isso aí. Temer sempre teve uma gestão de interesse político partidário com atuação no porto”.

Também Sidney Verde, técnico portuário, há 30 anos no porto, endossa os testemunhos da atuação política que Temer tenta negar:

“No governo Fernando Henrique Cardoso, ele é quem mandava no porto. Sempre mandou no porto. Fez indicações políticas, como o presidente Marcelo de Azeredo, que passou um mês usando helicóptero a favor dele, vindo de São Paulo. Gastou uma nota, até que o sindicato interferiu”. 

Por mais que Temer tente vender a ideia de que não interferiu no Porto de Santos, fatos, documentos e testemunhos o desmentem e tornam sua “defesa” indefensável.

Ele desprezou três convites do delegado federal Cássio Luiz Guimarães Nogueira para, como testemunha, contestar todas essas denúncias no Inquérito Policial nº 5.104. Ao desprezá-los, acabou ajudando a manter viva a suspeita de se beneficiar do esquema fraudulento. Poderia ter aproveitado a oportunidade para provar que não se envolveu com o porto politicamente. Ao não fazê-lo, deixou nítida a impressão que suas digitais estão ali marcadas, como mostram documentos, notícias, processos e, principalmente, testemunhos.

IMPEACHMENT, JÁ! DO GILMAR (PSDB-MT)



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/impeachment-ja-do-gilmar-psdb-mt


Uma vergonha de alcance mundial!


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Conversa Afiada reproduz artigo de Jeferson Miola, na Carta Maior:

Impeachment de Gilmar Mendes

Em março de 2016, coordenou um seminário em Portugal que teve o propósito de divulgar o golpe no Brasil e apresentar os golpistas tupiniquins ao mundo, conforme comentamos no artigo “O golpismo além-mar do Gilmar”. A promoção, afinal, foi um fracasso – setores democráticos europeus escracharam os golpistas, e com isso desencorajaram a participação de autoridades e acadêmicos estrangeiros naquele evento armado com o patrocínio da FIESP, CNI, OAB e outras entidades empresariais.

Agora Gilmar decidiu se engajar na defesa dos golpistas da Turquia. E faz isso usando indevidamente o cargo de Presidente do TSE. Invoca, como sempre faz, o cargo que ocupa para, no fundo, falar em nome próprio e operar interesses político-ideológicos e partidários.

Em nota oficial, na qual não dedica uma palavra de condenação à tentativa do golpe de Estado, Gilmar reage à prisão de juízes e diz que “a justiça eleitoral vai pedir providências [sic] à Comissão de Veneza, Comissão Européia para a Democracia através do Direito, e ao Idea, Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral”.
Gilmar comete, assim, uma tremenda inconstitucionalidade. Invocar a justiça eleitoral brasileira para se pronunciar em matéria de política externa e se imiscuir na realidade de um país estrangeiro é uma atitude que claramente ofende dispositivos da Constituição do Brasil. O artigo 84 estabelece a competência privativa da Presidência da República nas relações com Estados estrangeiros; e o artigo 4º define como princípios que regem as relações internacionais do Brasil o respeito à autodeterminação dos povos e a não intervenção.

Além disso, Gilmar expõe o país a uma vergonha monumental no sistema das nações. A Convenção de Viena, tratado do qual o Brasil é signatário – é imperdoável um juiz do STF desconhecê-lo – reconhece como representantes dos Estados nacionais apenas os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e as representações diplomáticas delegadas. Um mero juiz, mesmo que eventualmente presida uma determinada repartição ou jurisdição, jamais é reconhecido como representante de Estado.

Gilmar continua atuando como juiz do Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte de Justiça do Brasil, por razões que a lógica e a razão não conseguem explicar.

Este ex-Advogado-Geral da União do FHC, indicado pelo ex-chefe para integrar o STF, coleciona incontáveis motivos para ser impedido de exercer a função. Ele assume posturas que afrontam a Constituição da República, a Lei Orgânica da Magistratura, o Código de Ética da Magistratura, as resoluções do Conselho Nacional de Justiça e o Código do Processo Civil Brasileiro.

No artigo “Judicatura e dever de recato” [set/2015], o Presidente do STF Ricardo Lewandowski traça com notável didatismo o roteiro jurídico-legal para se processar o impeachment do Gilmar Mendes.

O Senado da República, que segundo o artigo 52 da Constituição Federal, é a instância que possui a competência privativa para processar e julgar juízes do STF, melhor faria à democracia abortando a farsa do impeachment da Presidente Dilma para se dedicar ao impeachment imediato do Gilmar Mendes. Ao contrário do processo fraudulento contra a Presidente Dilma, o impeachment de Gilmar tem sólidos fundamentos jurídicos e legais.

Como escreveu Lewandowski no artigo anteriormente citado, “posturas extravagantes ou ideologicamente matizadas são repudiadas pela comunidade jurídica, bem assim pela opinião pública esclarecida, que enxerga nelas um grave risco à democracia”

MORO É A JUSTIÇA DE QUEM JULGA UM INIMIGO



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/moro-e-a-justica-de-quem-julga-um-inimigo


Moro e Democracia: um ou outro!
publicado 19/07/2016
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O Conversa Afiada não conseguiu identificar quem lustra a CIA (Reprodução: ABC)
República de Curitiba fica em Langley, na Virginia, sede da CIA?
Ou será em Guantánamo, como sugeriu o Conversa Afiada?
Se o Brasil fosse uma Democracia, o ilustre palestrante do Wilson Center já teria sido devidamente destituído da função de Juiz.
Estaria a dar aulas particulares de Inglês – com sotaque americano - em Maringá.
A prova disso é o impecável trabalho dos advogados de Lula, José Roberto Batochio e Cristiano Zanin Martins.
Conversa Afiada oferece ao amigo navegante a íntegra do trabalho de “exceção de suspeição” que escreveram para provar que o Juiz de Langley não pode julgar Lula.
E são eles quem se perguntam se Curitiba fica em Langley …
(Ricardo Batista Amaral acaba de escrever impecável artigo sobre a matéria: Moro atiça a imprensa da “tiragem” para prender o Lula.)
A “condução coercitiva” de Lula, segundo Batochio e Zanin, foi, na verdade, uma “prisão momentânea”.
E o Moro dizer que a coerção se justificava para “garantir a segurança” do Lula só pode ser um “escárnio”.
A quebra do sigilo telefônico do Lula, foi, claramente, ”uma usurpação de poder do Supremo Tribunal Federal”.
O que, breve, o ministro Teori saberá corrigir.
Fazer “escuta” dos advogados do Lula é inadmissível num suposto Estado de Direito, “um ataque ao próprio direito de defesa”, dizem Batochio e Zanin.
Aliás, observam, não foi essa a primeira vez que o Juiz de Guantánamo foi apanhado emflagrante de interceptação de conversa telefônica de advogado.
É, além do mais, um reincidente!
E a divulgaçao do grampo da conversa de Lula com a Presidenta da Republica foi para “subsidiar os protestos” contra a Dilma e “promover o tumulto social”.
Foi para “demonizar” Lula, através de uma gritante ilegalidade, porque Moro não tinha mais autorização judicial para realizar o grampo.
Grampeou e vazou!
Para a Globo!
Moro transformou-se no único Juiz do Brasil.
Ele incorporou a função de Corregedor Geral e Único da República!
(Aquele Procurador (sic) que o Mino prefere ao Bolsonaro e ao próprio Moro não passa de coadjuvante para missões no Espaço Eterno.)
Enquanto Moro permanecer intocável – especialmente depois da divulgação desse trabalho de Batochio e Zanin - a Democracia brasileira estará por fundar-se.
Globo e Democracia: um ou outro!
Gilmar e Democracia: um ou outro.Moro e Democracia: um ou outro.
Em tempo: Batochio e Zanin providenciaram uma versao em Inglês, para subsidiar a imprensa e as cortes internacionais, que precisam conhecer a verdadeira face desse Juiz de inimigos, herói de uma infra-Democracia.
PHA

PIOR QUE A DEMOCRACIA É VIVER SEM ELA!



FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/pior-que-a-democracia-e-viver-sem-ela



Dantas um dia aprenderá...


Banqueiro.jpg
A biografia não autorizada de Dantas e Gilmar (PSDB-MT)
O ansioso blogueiro recebeu de seu (excelente) advogado Cesar Klouri esse breve e-mail:
Caríssimo Paulo,

Segue a sentença da 38a. Vara Cível julgando improcedentes os pedidos formulados pelo Daniel Dantas, consagrando ainda mais a liberdade de expressão.

Abs,
Cesar Klouri
Trata-se de antológica decisão que contém, entre outras, definitivas observações:
"Se a liberdade de imprensa desagrada, muito mais grave é controlá-la, como acontece nas ditaduras".
"Se a Democracia é ruim, pior é viver sem ela."
A decisão da 38a. Vara Cível do Rio reafirma também que o uso das charges do Bessinha está protegido pela Consituição!
(O que o ministro (sic) Gilmar (PSDB-MT) parece ainda não entender... Mas, um dia, aprende...)
Essa é mais uma sova que a dupla Klouri e PHA aplicam em Dantas.
Como a Justiça brasileira lhe concedeu infinitos recursos para contratar 1001 advogados, Dantas continua a processar o ansioso blogueiro.
Acontece que esses "infinitos" recursos breve serão finitos.
Porque ele nao vai continuar a manipular o Direito de usar o Direito por muito mais tempo.
Breve, será contemplado com uma notificaçao judicial a esse respeito.
Depois de ler a antológica sentença, o amigo navegante poderia voltar à leitura de "Operaçao banqueiro", do valente Rubens Valente, onde se verifica que, sem Gilmar, não haveria Dantas..
Observe que Valente derrotou Gilmar numa ação judicial ...
(Não deixe de ver que o ansioso blogueiro já sabe que o pedido de impeachment do Gilmar já está pronto.)
É a tal coisa: se a Democracia é ruim, pior é viver sem ela!
PHA
Processo No 0369284-97.2012.8.19.0001 

Descrição: 
DANIEL VALENTE DANTAS propõe ação de obrigação de fazer cumulada com indenizatória por danos morais em face de PAULO HENRIQUE DOS SANTOS AMORIM, pelo rito ordinário. Alega o autor que tem sofrido perseguição pelo réu que, na qualidade de jornalista, vem publicando diversas ofensas infundadas através de seu ´blog´ intitulado ´conversa afiada´. Alega que a motivação do réu é econômica e política, que este possui patrocínios para propagar a referida difamação. Alega que foi absolvido de todas as situações alardeadas pelo réu e que este promove a divulgação de fatos inverídicos de forma irresponsável, difamando-o e caluniando-o indevidamente. Pretende, por isso, a condenação da parte ré no pagamento de indenização por danos morais, lucros cessantes, bem como seja o réu compelido à publicação da sentença, na íntegra, em seu site na internet, além do pagamento de custas e honorários advocatícios. Com a inicial, vieram os documentos de fls. 42/262. Emenda à inicial a fls. 266/271, com os documentos de fls. 272/339, recebida conforme decisão de fls. 380. Citação regular, conforme A.R. de fls. 437. Contestação a fls. 438/455, com os documentos de fls. 456/494. Alega o réu em sua defesa que as matérias divulgadas dizem respeito a fatos verdadeiramente ocorridos, mormente no que se refere à prisão do autor e ao fato de ter sido processado criminalmente. Aduz que a veiculação das matérias configura crítica jornalística à figura pública e que foi o autor quem criou para sai a figura da perseguição que inexistiu, por ter narrado tão somente fatos públicos e notórios. Alega que seu objetivo sempre foi o de informar os leitores a respeito dos fatos envolvendo a figura do autor e que a entonação das matérias faz parte da crítica jornalística e da liberdade de imprensa. Aduz, por fim, a inocorrência dos danos morais e a falta de comprovação quanto aos lucros cessantes perquiridos. Pretende, por isso, a improcedência do pedido e a condenação do autor nos ônus sucumbenciais. Manifestação do réu a fls. 495/496 suscitando prescrição. Réplica a fls. 498/512. Audiência de Conciliação realizada conforme ata de fls. 523. Vieram-me então os autos conclusos. É O RELATÓRIO. DECIDO. Trata-se de demanda indenizatória por dano moral, em que a parte autora alega ofensa à sua honra, devido ao conteúdo de matérias jornalísticas veiculadas elo réu em seu ´blog´ na internet. Tendo em vista que o feito encontra-se instruído e pronto para julgamento, bem como as preliminares já foram enfrentadas por ocasião do saneador, passo a sentenciar. Inicialmente, quanto à alegação da prescrição, tem-se que não assiste razão ao réu, pois a propositura da demanda interrompe o prazo prescricional. Ademais, a demora na citação não se deu por fato atribuível à parte autora, que em nenhum momento quedou-se inerte. Quanto à questão de fundo, entretanto, das assertivas das partes e dos elementos dos autos, depreende-se que não assiste razão ao autor. Inicialmente insta acentuar que a imprensa detém veículo direto de comunicação em massa que é formador de opinião, cuja função precípua consiste em informar, tão somente, e não em emitir juízo de valor sobre as questões veiculadas. Não há dúvida de que a traço divisor entre a notícia ofensiva e a fidelidade dos fatos nos estritos limites do dever de informar é deveras subjetivo, visto que de um lado está o direito à manifestação do pensamento e à informação, incluídos nos direito humanos fundamentais e de outro, o direito à preservação da honra e da condição pessoal de cada indivíduo, igualmente tutelado pela Carta Magna de 1988. Nesse contexto, verifica-se que os fatos reclamados pelo autor foram noticiados na imprensa e não decorrem de articulações inverídicas. Some-se a isto o fato de que o tom sarcástico eventualmente impresso às publicações decorre da liberdade jornalística, da liberdade de estilo e isso, por mais que o deixe o autor insatisfeito, é uma prerrogativa do réu, contra a qual não cabe ao autor investir. O autor alega ainda que o réu não faz prova da veracidade dos fatos que lhe foram imputados, mas tampouco faz prova o autor - ônus seu - de que os fatos seja inverídicos. Ao contrário, trata-se de fatos públicos e notórios, que foram narrados pelo réu de acordo com a liberdade de imprensa de impera em países democráticos. Ressalte-se, neste ponto, que se por um lado a liberdade de imprensa pode causar desagrados, por outro se apresenta muito mais grave o controle respectivo, que somente se opera em países onde impera a ditadura. Se a Democracia é ruim, desagrada, ainda pior seria viver sem ela. Pelo que se depreende das matérias jornalísticas em questão, o que ocorreu foi o interesse do jornalista réu, enquanto personagem atuante na mídia em cumprir seu dever de informação e, naturalmente, ser remunerados por isso. Assim sendo, o autor, a quem incumbe o ônus da prova na forma do artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, nada apresentou de concreto que pudesse levar a crer que o réu, de alguma forma, fomentou a veiculação de notícia de fato que já não fosse público e, portanto, de interesse da população. Ressalte-se que a responsabilidade civil decorrente de abusos perpetrados por meio da imprensa abrange a colisão de dois valores fundamentais e protegidos constitucionalmente, quais sejam, a liberdade de informação ou comunicação prevista no art. 5º, incisos IV, V, IX e XIV, da CRFB/88 e a tutela dos direitos da personalidade, com destaque à honra, a imagem e a vida privada, que encontram proteção no art. 5º, V e X, da CRFB/88. No caso em tela, entretanto, não foi verificado o referido conflito, pois não se vislumbra a violação da honra do autor, mas si o seu desagrado pela forma com a qual os fatos foram veiculados. A atividade da mídia, no exercício de seu mister de informar a sociedade acerca dos fatos cotidianos de interesse público, ajudando a formar opiniões, deve ser plenamente livre, não obstante o fato de caber aos profissionais envolvidos agir com cautela, de forma a evitar a divulgação de notícias falsas, que exponham indevidamente a intimidade ou acarretem danos à honra e à imagem dos indivíduos, em ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo art. 1º, III, da CRFB/88. Este é o entendimento do Egrégio TJ/RJ, conforme pode ser visto verbis: ´RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPRESA JORNALÍSTICA. NOTÍCIA VEICULADA POR ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO (IMPRENSA) SEM CONTEÚDO OFENSIVO A HONRA DO AUTOR. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. DIREITO À INFORMAÇÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO E MANIFESTAÇÃO INTELECTUAL QUE NÃO SE CONTRAPÕEM, NO CASO, AO DIREITO À HONRA DO APELANTE. AUSÊNCIA DE COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS ESTABELECIDOS NO ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. REPORTAGENS BASEADAS EM FATOS DE INTERESSE PÚBLICO, NÃO SE TRADUZINDO AFRONTA AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DO AUTOR. TENDO A REPORTAGEM CUNHO MERAMENTE INFORMATIVO OU NARRATIVO E INEXISTINDO QUALQUER JUÍZO DE VALOR SOBRE A ATUAÇÃO DO AUTOR, NÃO HÁ DANO MORAL A REPARAR. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. APELAÇÃO ADESIVA. COM A INTENÇÃO DE AUMENTAR O VALOR DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. TAMBÉM NEGADO O PROVIMENTO. UMA VEZ QUE NO MOMENTO QUE FOI ARBITRADO O VALOR DA CAUSA NÃO FOI IMPUGNADO POR NENHUMA DAS PARTES, CONSIDERANDO ESTE VALOR COMO CORRETO. A FIXAÇÃO DO PERCENTUAL ESTÁ LEGALMENTE PREVISTO NO ART. 20, §3º DO CPC. PORTANTO NÃO MERECE ACOLHIMENTO O APELO ADESIVO. CONCLUSÃO, AMBOS OS RECURSO FORAM CONHECIDOS, MAS NEGADO O PROVIMENTO.´ Proc. 2006.001.36393 - APELAÇÃO CÍVEL; REL. DES. SIRO DARLAN DE OLIVEIRA - Julgamento: 03/10/2006 - DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL ´APELAÇÃO CÍVEL. APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. MATÉRIA JORNALÍSTICA. OPINIÃO EXPRESSADA EM JORNAL DE ÂMBITO INTERNO DE UNIVERSIDADE. LIBERDADE DE EXPRESSÃO. AUSÊNCIA DE OFENSA OU INTUITO DE OFENDER. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. 1- A liberdade de imprensa e de expressão está assegurada nos art. 220, da Constituição da República e corolários, do inciso IX, art. 5ª da mesma Carta constitucional. 2Apesar de o texto constitucional consagrar a liberdade de imprensa, esta não é absoluta encontrando limites quando existem outros direitos igualmente assegurados. 3- Colisão de direitos fundamentais, que deve ser resolvido por meio da ponderação. 4- Para se reverter a licitude, deve-se verificar, no caso concreto, se o atuar daquele que expressa a sua opinião ou a informação extrapolou os limites de seu direito, passando a fazer dele uso indevido e abusivo, sobretudo, frente aos direitos da personalidade e à honra, conforme arts. 186 e 187 do CC/02. 5- As circunstâncias em que foram expressas as ideias do Réu não denotam qualquer ilicitude, tendo em vista a ausência de conteúdo de cunho ofensivo. 6- A matéria objeto da demanda, aludiria ao Autor à medida que relacionaria o texto ofensivo à fotografia logo abaixo colacionada, a qual traria, segundo o Autor, seu nome. Isso, no entanto, não serve à caracterização de ofensa capaz de ensejar a responsabilização civil do emissor da opinião. 7Ausência de elementos da responsabilidade subjetiva. 8- DESPROVIMENTO DO RECURSO.´ Proc. 0041011-16.2010.8.19.0014 - APELACAO DES. TERESA ANDRADE - Julgamento: 22/06/2016 - SEXTA CAMARA CIVEL Na hipótese em análise, portanto, não ocorreu abuso do direito de informar, ou do direito de livre expressão, pois o réu publicou as matérias em questão baseado em fatos reais que, infelizmente, desagradaram o autor. Uma vez descaracterizado o abuso, exclui-se a ilegitimidade da conduta e, consequentemente, o dever de indenizar. Inviável, portanto, o pleito inicial. Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, extinguindo o feito com resolução do mérito, na forma do artigo 487, I, do novo Código de Processo Civil. Condeno a parte autora ao pagamento das despesas processuais e ao pagamento de honorários advocatícios que arbitro em 10% sobre o valor atualizado da causa, na forma dos arts. 82, §2º e 85, §2º, do novo Código de Processo Civil. Publique-se, registre-se e intimem-se. Com o trânsito em julgado, feitos os pagamentos e certificado o correto recolhimento das custas, dê-se baixa na distribuição e arquivem-se os autos.