Técnico
cruz-maltino salienta que esperava um Joinville perigoso e lamenta
chances perdidas no empate por 0 a 0: "Como não ganhamos, os problemas
afloram", resume
Por Edgard Maciel Sá
Rio de Janeiro
Rodrigo
cabeceia contra o próprio gol, Martín Silva espalma. No rebote, Jomar
tenta afastar e cabeceia a bola no travessão. O lance bizarro no início
do jogo, somado a gols perdidos por Herrera e Dagoberto, refletem a
ansiedade do Vasco no Campeonato Brasileiro. Na manhã deste domingo de
Dia dos Pais, mais de 40 mil torcedores saíram frustrados do Maracanã.
Fruto da intranquilidade cruz-maltina e do empate por 0 a 0 diante do
Joinville (confira os melhores momentos da partida no vídeo abaixo).
O
empate abriu a série de cinco partidas contra adversários diretos na
parte debaixo da tabela. E manteve o Vasco na zona do rebaixamento pela
14ª rodada consecutiva. Com apenas 13 pontos, a equipe ocupa a 19ª
posição. Apesar do momento delicado, o técnico Celso Roth viu evolução
na equipe após nove dias de treinos e ressaltou as boas chances criadas.
Chegou a citar as exibições recentes da Seleção Brasileira para se
justificar.
- Podemos lembrar da Seleção na Copa América.
Time ansioso não consegue fazer as coisas naturalmente. O Vasco não é
nenhuma seleção, mas tem um time top de linha. Infelizmente não está
conseguindo mostrar isso. Falta
tranquilidade. Estamos procurando uma sequência de resultados positivos
(...) O time começou mal no Brasileiro, teve troca de treinador. Peguei a
situação em
andamento e busco o equilíbrio. Melhoramos um pouco e achamos que
faríamos uma partida equilibrada diante do Palmeiras. Erramos. Por isso
vem a pressão e a cobrança. Mas o time tem que sair dessa situação e
vai sair - disse Roth.
Sem vencer há três jogos no Campeonato
Brasileiro, o Vasco volta a campo na próxima quarta-feira para enfrentar
o Santos, na Vila Belmiro, às 21h (de Brasília). A equipe seguirá no
Z-4 mesmo em caso de vitória.Confira outros tópicos da entrevista:
ATUAÇÃOQuando o time tem a obrigação de ganhar o jogo em casa, o adversário tem
chances no contra-ataque. Ficamos expostos e sabíamos disso, sabíamos
que o Martín iria trabalhar. Detalhe é que tivemos oportunidades. Se a
gente faz, muda tudo. Mas não conseguimos. Infelizmente tínhamos que
ficar expostos mesmos. No primeiro tempo sofremos pressão por erros
nossos também. Joinville foi sempre perigoso na ligação direta.
Controlamos bem. O segundo tempo foi ataque e defesa. Ainda assim eles
tiveram duas ou três escapadas perigosas. Como não ganhamos, os
problemas afloram. Precisávamos do resultado e não conseguimos
DAGOBERTOÓtimo
primeiro tempo do Dagoberto. Com cinco minutos fizemos uma mudança
tática. Jhon Cley pelo meio e Dagoberto pela esquerda, onde ele produziu
muito bem. Jogar às 11h exige muito do jogadores. No segundo tempo
buscamos força física e presença de área, mas não conseguimos os gols.
FORÇA OFENSIVAAgora
não lembro quantas chances tivemos, mas fora no mínimo duas ou três
muito claras. E não fizemos o gol. É uma situação que estamos
trabalhando, jogadores estão empenhados. Fizemos trabalhos táticos, de
finalização. Infelizmente não conseguimos vencer. Se a bola entra, seria
tudo diferente. Temos que continuar insistindo. Em um confronto direto,
onde o Joinville se dedicou muito, tínhamos que ganhar. Vasco também
teve dedicação total. Só não teve qualidade no toque final.
Celso Roth gesticula à beira do campo:
Vasco já não vence há três rodadas
(Foto: André Durão)
HERRERAHerrera
é isso mesmo, todos conhecem sua história. Muita dedicação, sempre está
agregando. Em alguns momentos tem dificuldade na finalização. Vem de
realidade diferente do Campeonato Brasileiro, veio do mundo árabe. Tem
jogadores que levam muito mais tempo para se adaptar. Ele já superou
essa barreira na parte física, mas ainda está buscando na parte técnica.
Expectativa é que ele melhore.
TORCIDAFoi
até mais do que sensacional. Maravilhosa. Tudo o que é adjetivo.
Fantástica, infelizmente, nós de novo, não conseguimos dar o retorno
esperado.
CONVERSAHoje não teve muita
conversa. Jogo 11h, trabalhamos e não conseguimos por demérito nosso.
Não conversamos muito após o jogo. Amanhã (segunda) que vamos ter essa
conversar sobre o que poderíamos ter feito diferente. Alguns momentos, a
partir da metade do segundo tempo, o cruzamento da intermediária nos
complicou. Precisamos trabalhar mais a bola, é sintoma da ansiedade.
Temos que ter calma, não adianta ser ansioso, cruzar da intermediária.
Sei que é difícil porque a condição física não está o ápice no fim do
jogo. A experiência faz a gente aprender esse tipo de coisa. Quando a
gente deseja demais algo, essa coisa demora. Na vida e no futebol é
assim. Vamos ver se a gente consegue chegar logo onde a gente quer.
ANSIEDADEQualquer
time grande nessa situação fica assim. Jogo de 11 horas é espetacular
para o torcedor, horário familiar. Ninguém imaginava isso. Para os
jogadores, com a temperatura alta, exigiu muito de todos. Nossa
colocação obviamente deixa todos ansiosos. Mesmo que tenha qualidade,
fica prejudicada a coordenação fina: onde vou chutar, onde vou colocar a
bola. O torcedor vai dizer que somos pagos para isso. Realmente somos e
por isso que temos que continuar trabalhando. E temos que dar
explicações. Não faltou empenho. Corremos mais riscos no segundo tempo,
mas sabíamos que era um jogo importante.
SEQUENCIA DE CINCO JOGOSConfronto
entre esses adversários não define. O que define são as vitórias e não
estamos vencendo. Vasco tem condições de jogar de igual para igual com
qualquer adversário no Brasileiro. Ma não tem demonstrado isso ainda.
Não fomos bem contra Corinthians e Palmeiras, o que interessa é o
placar. Hoje, por mais que tenhamos melhorado, tecnicamente faltou mais
tranquilidade na conclusão. Podemos lembrar da Seleção na Copa América.
Time ansioso não consegue fazer as coisas naturalmente. O Vasco não é
nenhuma seleção, mas é um time top de linha. Infelizmente não está
conseguindo mostrar isso. Falta
tranquilidade. Estamos procurando uma sequência de resultados positivos.
DIA DOS PAISSou
pai, tenho dois filhos adultos fora do país. Um voltou há poucos dias.
Depois que o filho nasce, a preocupação é eterna. Como estou no Rio e
minha família vive em Porto Alegre, vou ligar, conversar. Espero que os
pais vascaínos que vieram e saíram chateados retomem a rotina, que
tenham um belo Dia dos Pais. Infelizmente não conseguimos contribuir.
Vida que segue.
IRREGULARIDADEDesempenho do
Vasco passa pelo equilíbrio das coisas. Os números são horríveis.
Defensivos e ofensivos. Precisamos de equilíbrio, fazer gol, defender
bem. Ainda não conseguimos isso. Contra o Palmeiras fomos mal
defensivamente. Diante do Joinville, ofensivamente. Quando um setor não
está legal, sobrecarrega o outro. Futebol é um jogo de xadrez. Ainda
não conseguimos resolver esse quebra-cabeça.
FORMA DO DAGOBERTOAntes
da minha chegada ele ficou 40 dias parado. Não acho que ele tenha
cansado no fim. Procurei dar força física ao time com Thalles e Riascos.
Dagoberto é muito importante. Aos poucos vai conseguir o ritmo ideal
para dar o retorno que torcida, diretoria e até ele mesmo espera. Tem
muita qualidade. Hoje foi muito bem, falta sequência.
MARTÍN SILVATem
muita qualidade. Precisei tomar uma decisão naquele momento, mas sempre
disse que ele era o titular. Voltou a treinar, a jogar e foi muito bem.
Já ajudou demais o Vasco e vai continuar ajudando.
REFORÇOSO
Vasco está contratando. Vamos ver se conseguimos ter os reforços em
campo o mais rapidamente possível. O elenco foi campeão carioca, tem
suas qualidades. Dizem que o estadual não tem valor.
Para quem perde tem
muito valor. Só que no Brasileiro é decisão desde a primeira rodada,
muda a intensidade. O Vasco começou muito mal, teve troca de treinador.
Peguei a situação em andamento e busco o equilíbrio. Melhoramos um pouco
e achamos que faríamos uma partida equilibrada diante do Palmeiras.
Erramos. Por isso vem a pressão e a cobrança. Mas o time tem que sair
dessa situação e vai sair.
NENÊSeus
exames foram muito bons, seus resultados físicos também. Mas não podemos
nos precipitar devido ao momento ruim. Nossa ideia é que ele estreie no
próximo fim de semana.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2015/08/roth-admite-erros-no-primeiro-tempo-e-faz-balanco-tivemos-oportunidades.html