domingo, 28 de novembro de 2010

Grêmio goleia em Campinas, segue no G-4, e ajuda a rebaixar o Guarani

Mesmo jogando em casa, Guarani leva 3 a 0 e se despede da Série A em 2011

Bugrinos e tricolores pareciam prever o que aconteceria na ensolarada tarde deste domingo, em Campinas. Raras pessoas com as camisas verdes confortavam-se em espaços de sobra no Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Do outro lado, confiantes, aproximadamente três mil gremistas, aglomerados na arquibancada reservada aos visitantes, cantavam e vibravam em maioria na casa do adversário.
Ao final, as perspectivas de ambos se confirmaram. Os prostrados torcedores do Guarani viram o Grêmio dos empolgados tricolores vencer por 3 a 0, gols de André Lima, Jonas e Diego. Resultado que confirma o rebaixamento do time de Campinas à Série B em 2011, e mantém os gaúchos no G-4 do Brasileirão 2010.
Com 60 pontos, o Grêmio é o 4º colocado, e decide contra o Botafogo quem ficará à espera do insucesso do Goiás na decisão da Copa Sul-Americana, contra o Independiente, para chegar à Taça Libertadores. Os cariocas, com um ponto a menos, vão ao Estádio Olímpico protagonizar um confronto direto contra o Grêmio, às 17h do próximo domingo.
No mesmo horário, o já rebaixado Guarani visita o Fluminense, no Engenhão, despedindo-se da Primeira Divisão.
Jogada ensaiada
Vagner Mancini utilizou como modelo a estrutura tática do próprio Grêmio na elaboração do Guarani. Com três volantes, reproduziu o losango de meio-campo, espelhando a marcação de Maycon, Paulinho e Baiano sobre Douglas, Adilson e Lúcio. No ataque, Mazola partiu para cima do lateral Mário Fernandes, egresso após quatro meses recuperando-se de cirurgia no ombro direito.
Em poucos minutos, entretanto, o Grêmio adquiriu o controle da partida, com maior posse de bola. E também não demorou a perder Mário Fernandes. Em dois lances com Mazola, o jogador lesionou-se e teve de ser substituído por Ferdinando.
Para compensar, o Grêmio apostou tudo na parceria Lúcio-Fábio Santos no lado esquerdo. Com tabelas e velocidade, a dupla criou as melhores oportunidades do tricolor. Ao Guarani, restava apostar nos contra-ataques.
Mas os cruzamentos da esquerda não encontravam André Lima. Solução: bola parada. Fábio Rochemback, em jogada muito treinada por Renato Gaúcho, cruzou e o centroavante tricolor antecipou-se ao goleiro Emerson, marcando 1 a 0 para o Grêmio, aos 23.
Na sequência, Baiano testou a capacidade de Victor enxergar a bola mesmo sob forte incidência dos raios solares. Em dois escanteios, o meia foi parado. Primeiro, pelo goleiro da Seleção Brasileira. Depois, pelo travessão.
Pés firmes no G-4
Sob forte sol, temperatura de 34ºC, e sensação térmica ainda mais impiedosa, os jogadores não conseguiram manter o desempenho no mesmo ritmo inicial. A vitória parcial naturalmente arrefeceu a iniciativa tricolor. E o Guarani passou à pressão.
Mancini trocou no intervalo o volante Paulinho pelo atacante Pablo, configurando o 4-3-3. Minutos depois, Douglas substituiu Reinaldo, centroavante marcado pela torcida bugrina. Recuado, faltava ao Grêmio uma saída qualificada de contra-ataque.
Ainda assim, o artilheiro do Brasileirão teve duas boas chances. Jonas acertou o poste direito na primeira, e completamente livre, consagrou o goleiro Emerson. Lances que serviram, ao menos, para despertar o Grêmio no segundo tempo.
Na contagem regressiva para o rebaixamento, o Guarani tentou empatar, apostando sempre nas cobranças de faltas e escanteios com Baiano. No gol, para desespero dos bugrinos, havia Victor. E o goleiro da Seleção Brasileira garantiu a vitória ao Grêmio, com perícia e coragem.
Faltando quinze minutos para o final, abaixo de insistência anfitriã, o Grêmio enfim conquistou a vitória irreversível. Diego, amuleto do Grêmio de Renato Gaúcho, entrou para sofrer pênalti. Na cobrança, aos 33, Jonas não errou. Foi o 22º gol do artilheiro do Brasileirão. Cinco minutos depois, o próprio Diego encobriu o goleiro Emerson, fechando o placar em 3 a 0.
Agora, o Grêmio joga por um empate contra o Botafogo na rodada final para assegurar a 4ª colocação, dependendo do título do Independiente na Copa Sul-Americana para chegar à Libertadores em 2011.
Guarani 0 x 3 Grêmio
Emerson; Apodi, Aislan, Ailson e Márcio Careca; Maycon, Baiano, Paulinho (Pablo) e Diego Barboza (Ronaldo); Mazola e Reinaldo (Douglas). Victor; Mário Fernandes (Ferdinando), Paulão, Rafael Marques e Fábio Santos; Fábio Rochemback, Adilson, Lúcio (Gilson) e Douglas; Jonas e André Lima (Diego).
Técnico: Vagner Mancini. Técnico: Renato Gaúcho.
Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Data: 28/11/2010. Arbitragem: Nielson Nogueira Dias, auxiliado por Jossemmar José Diniz Moutinho e João Pedro Vanderlei da Silva (trio pernambucano).
Gols: André Lima (Grêmio), aos 23m do primeiro tempo. Jonas (Grêmio), aos 33m, e Diego, aos 38m, no segundo tempo.
Cartões amarelos: Maycon, Mazola, Baiano e Márcio Careca (Guarani); Fábio Rochemback e Ferdinando (Grêmio).
Público: 5.725 torcedores. Renda: R$ 37.781,00.

"Iludido" pelo Palmeiras, Timão vence Vasco e carrega sonho para Goiânia

Bruno César e Danilo dão vitória ao Corinthians, mas Fluminense vira sobre o Verdão, em Barueri. Só combinação de resultados fará Alvinegro campeão


A torcida compareceu em grande número ao Pacaembu, o Corinthians cumpriu seu dever, mas o título está nas mãos do Fluminense. Bruno César e Danilo marcaram os gols da vitória do Timão por 2 a 0 sobre o Vasco da Gama, neste domingo, em São Paulo. Entretanto, a tão sonhada ajuda do rival Palmeiras não aconteceu. O Tricolor carioca venceu na Arena Barueri e está a um simples resultado positivo da taça. Aos corintianos resta torcer e se vestir de verde. Do Guarani, é claro.
O triunfo colocou o Corinthians com 67 pontos, mantendo a desvantagem de apenas um ponto para o Fluminense. Para ser campeão, o Timão terá de vencer o já rebaixado Goiás, no próximo domingo, às 17h, no Serra Dourada, e torcer por um tropeço da equipe dirigida por Muricy Ramalho diante de outro clube que já caiu, o Guarani, no mesmo horário, no Engenhão.
alessandro e bruno cesar comemoram gol do corinthians sobre o vascoBruno César (à direita) comemora com Alessandro o
primeiro gol  (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)
Já o Vasco cumpre tabela nas últimas rodadas, mas acumula a quarta partida consecutiva sem vencer. O time do técnico Paulo César Gusmão aparece na 12ª colocação, com 46 pontos, mas ainda dentro da zona de classificação para a Copa Sul-Americana de 2011. Na rodada final, pega o Ceará, domingo, às 17h, em São Januário.

Timão joga mal, mas Bruno César salvaAntes do apito inicial, a torcida do Corinthians cantou que não precisava da ajuda do rival Palmeiras. Mas, quando a bola rolou, a primeira explosão nas arquibancadas veio com o gol de Dinei para o Verdão sobre o Fluminense, na Arena Barueri. Assim que o serviço de som do Pacaembu anunciou a abertura do placar, aos cinco minutos, os torcedores presentes ao Pacaembu comemoraram como um gol de Ronaldo.
O fato fez o Corinthians acordar. Depois de ter dificuldade com a forte marcação vascaína, o Timão entrou no embalo da Fiel e foi com tudo para o ataque. Aos seis, Jucilei quase completou para o gol depois que Bruno César bateu falta e Dentinho desviou de ombro. Em seguida, aos dez, Fernando Prass fez boa defesa emchute de Roberto Carlos. Bruno César, no rebote, também desperdiçou.
Corinthians x VascoJucilei desvia de cabeça durante a partida contra o Vasco (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)
Aos poucos, porém, a empolgação corintiana foi diminuindo. Com apenas Carlos Alberto sem obrigação de marcar, o Vasco congestionou seu campo defensivo, não permitindo que o Timão jogasse. Quando a bola se aproximou da área, faltou Ronaldo. Dentinho e Jorge Henrique pouco fizeram no meio dos grandalhões da zaga adversária. Para piorar, o Fluminense chegava ao empate em Barueri.
Apesar da oscilação, o Corinthians conseguiu virar o primeiro tempo em vantagem no placar e na liderança do Campeonato Brasileiro. Aos 39, Bruno César cobrou falta pela direita, a bola desviou no zagueiro Dedé e passou por baixo das pernas de Fernando Prass.
Danilo amplia e garante triunfo
Na volta do intervalo, o Corinthians tentou encurralar o Vasco logo nos primeiros minutos. Danilo, aos três, quase fez um belo gol ao girar sobre a marcação na área e bater rente à trave direita do goleiro vascaíno. Já PC Gusmão apostou em melhorar a qualidade da saída para o ataque, com Fumagalli na vaga de Allan.
A troca, porém, abriu espaços na defesa e fez Tite dar ainda mais liberdade aos laterais. O Corinthians não demorou a aproveitar e ampliar a vantagem. Aos 12 minutos, Roberto Carlos fez boa jogada pela esquerda, foi à linha de fundo e cruzou na medida. Danilo apareceu por trás da zaga e apenas desviou de cabeça. Mas, quase simultaneamente, Tartá virou o jogo para o Fluminense, derrubando o Timão da liderança. O gol, aliás, não foi anunciado pelo serviço de som do Pacaembu.
corinthians comemora gol sobre o vascoDanilo celebra com a Fiel seu gol sobre o Vasco (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)
Sem qualquer motivação, o Vasco pouco fez para tentar reagir. Mesmo assim, ainda teve uma oportunidade para descontar, mas parou nas mãos de Julio Cesar. Eder Luis invadiu a área pela direita e chutou rasteiro. Em grande fase, o goleiro manteve a média de realizar uma ótima defesa por rodada. Para piorar, Zé Roberto, que já tinha cartão amarelo, foi expulso ao puxar Ralf no meio de campo.
Os dois gols e a desmotivação vascaína permitiu que o Corinthians diminuísse o ritmo e passe a administrar o placar. Fernando Prass, aos 40, ainda fez linda defesa em chute de Danilo. Mas boa parte da torcida seguiu o comportamento do time e se calou, à espera de um gol bastante improvável do Palmeiras. Não veio. E o sonho do quinto título nacional segue para Goiânia.
   

Cruzeiro vence, mas fica longe do título; Fla perde, mas escapa

Rubro-Negro toma a virada e só não fica em apuros por causa de tropeços de Atlético-GO e Vitória. Raposa faz sua parte e agora precisa de milagre;


A justiça do futebol falhou neste domingo no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O Cruzeiro fez a parte dele. Ganhou fora de casa de virada por 2 a 1, mas as vitórias de Fluminense e Corinthians o mantiveram longe do título brasileiro. Por outro lado, o Flamengo perdeu, mas viu o risco de queda para a Série B desaparecer. Mesmo colecionando atuações ruins, o time carioca foi beneficiado pelos resultados de Atlético-GO e Vitória, e está livre do risco de rebaixamento.
O Rubro-Negro está em 15º lugar e tem 43 pontos, dois a mais do que Atlético-GO e Vitória, que empataram com São Paulo e Inter, respectivamente. Porém, os Rubro-Negros de Goiás e da Bahia se enfrentam na última rodada e apenas um poderá superar o Fla. Neste domingo, depois de abrir o placar com Diego Maurício, o time repetiu os erros das 36 rodadas anteriores e tomou a virada em gols de Roger e Thiago Ribeiro.
Mais uma vez provando sua eficiência como visitante, o Cruzeiro chega a 66 pontos, em terceiro lugar. E na última rodada precisa vencer o Palmeiras, em Minas, e torcer por tropeços de Fluminense (68) e Corinthians (67) contra os rebaixados Guarani e Goiás, respectivamente, para levantar a taça.

Fla abre placar, mas não sustenta vantagem
Ronaldo Angelim Flamengo x CruzeiroRonaldo Angelim mostra a sola em disputa com
Wellington Paulista (Foto: Mauricio Val / VIPCOMM)
A 120 km do epicentro da guerra urbana do Rio de Janeiro, o Flamengo encontrou em Volta Redonda o aconchego que precisava da torcida. Com o clima de tensão restrito à capital, o time entrou em campo ouvindo o hino no alto-falante do estádio e aplausos da torcida.
A partida começou com dez minutos de atraso. Depois de chutes de longe e para longe, o Flamengo abriu o placar. Diogo deu ótimo passe para Diego Maurício na ponta direita. O atacante entrou livre, viu a saída de Fábio e tocou com categoria, aos nove minutos.
O gol tornou o clima em campo ainda mais quente. Roger levou um encontrão de Renato e se chocou com a grade à beira do campo. No lance seguinte, Marquinhos Paraná revidou com um pisão no tornozelo do rubro-negro e por pouco não foi expulso. Levou amarelo.
A partida parecia controlada pelo Fla. Mas aos 15, Welinton cometeu falta em Thiago Ribeiro na entrada da área. Roger cobrou. A bola desviou em Ronaldo Angelim e enganou Marcelo Lomba.
O nervosismo trocou de lado. A torcida do Fla passou a pedir raça antes dos 30 minutos, e o time rubro-negro repetiu as fragilidades da campanha: meio-campo lento, sem criatividade e pouco combativo. Sorte que Montillo não estava em tarde inspirada. Thiago Ribeiro aproveitou bola mal rebatida pela zaga e por pouco não virou. Logo depois, Henrique deu uma caneta em Diogo e chutou cruzado. Lomba espalmou.
Cruzeiro mostra competência na etapa final
montillo Cruzeiro x FlamengoQuando conseguiu se livrar da marcação, Montillo
cruzou para T. Ribeiro marcar (Maurício Val/VIPCOMM)
Apesar dos repetidos gritos por Petkovic, o gringo iniciou o segundo tempo no banco. E o time carioca iniciou a etapa final ameaçando a Raposa. Aos dois minutos, Willians foi empurrado na área em lance semelhante ao que provocou toda a polêmica com Ronaldo também em jogo do time mineiro. O juiz Leandro Vuaden mandou seguir. Logo depois, aos quatro, Diogo girou na área em cima de Léo e caiu, reclamando de um agarrão. O gaúcho não considerou que houve penalidade, deu cartão para o camisa 43 e passou a ser perseguido por torcedores rubro-negros.
A atuação apática do Cruzeiro só foi interrompida aos nove, quando Wellington Paulista finalizou de bicicleta, e Marcelo Lomba saltou para espalmar.
As vitórias de Fluminense e Corinthians praticamente sepultavam as chances de o Cruzeiro ser campeão. E o time acusou o golpe. O Flamengo passou a dominar e por pouco Diego Maurício não virou aos 19.
Mas a diferença entre os dois times ficou evidente aos 23: a eficiência no ataque. Em um dos únicos lances em que conseguiu se livrar da marcação, Montillo foi à linha de fundo e cruzou na segunda trave. Thiago Ribeiro ganhou de Welinton e cabeceou para o chão: 2 a 1.
Pet, que entrou antes do segundo gol cruzeirense, não acertava um passe, Marquinhos idem. Luxemburgo tirou o segundo e colocou Val Baiano. A torcida do Cruzeiro debochou e passou a gritar “segunda divisão”. Montillo fez fila pouco depois, mas Wellington Paulista desperdiçou.
No fim, pelo rádio, o Cruzeiro soube que o esforço foi quase em vão. Já o Flamengo, mesmo derrotado, enfim coloca ponto final no ano de 2010.

Tartá marca, Flu derrota o Palmeiras e fica a uma vitória do bicampeonato

CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL 2010 - SÉRIE A



Verdão até assustou no início, abriu o marcador, mas depois parou em campo. Na última rodada, Tricolor receberá o rebaixado Guarani no Engenhão

Foi difícil, dramático, sofrido. Em muitos lances, a bola parecia não querer colaborar. Em outros, o goleiro Deola era o inimigo. Mas, como a próprio torcida do Fluminense grita, o “time de guerreiros” das Laranjeiras fez a sua parte, derrotou o Palmeiras de virada por 2 a 1, na Arena Barueri e botou a mão no taça do Campeonato Brasileiro de 2010. O time foi aos 68 pontos, um a mais que o vice-líder Corinthians e, para conquistar o título, precisa apenas de uma simples vitória no próximo domingo, contra o já rebaixado Guarani, no Engenhão.
Carlinhos gol FluminenseCarlinhos comemora o golaço que marcou no primeiro tempo realizado na tarde deste domingo, na Arena Barueri. Com a vitória, o Fluminense ficou muito perto do título  (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Do lado palmeirense, só lamentações. Após a desastrosa eliminação na Copa Sul-Americana na última quinta-feira, o time foi obrigado a conviver com a revolta de sua torcida que, por incrível que pareça, ofendeu o atacante Dinei, que marcou o gol de sua equipe, e o goleiro Deola, autor de grandes defesas durante a partida. A indignação era tamanha que, quando os jogadores do Verdão entraram em campo para o aquecimento, foram para a metade do campo onde só haviam torcedores do Fluminense nas arquibancadas. Logo depois, quando o Tricolor das Laranjeiras entrou em campo, surgiram os primeiros gritos de “campeão, campeão”.
dinei comemora gol do palmeiras sobre o fluminenseSem graça, Dinei comemora o gol que abriu o
marcador na partida disputada em Barueri
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Em pequeno número, a torcida do Palmeiras ficou ainda mais furiosa quando Dinei, aos quatro minutos, marcou um golaço e abriu o marcador da partida. Após recuo errado de Leandro Euzébio, o atacante do Verdão disparou uma bomba cruzada de fora da área e acertou o ângulo direito de Ricardo Berna, que nada pode fazer.
Foi então que a torcida palmeirense perdeu a compostura de vez:
- Ei, Dinei, vai tomar no C....Ei, Felipão, vai tomar no C...
O pior ainda estava por vir. O Fluminense, após alguns minutos de letargia para administrar o gol tomado, acordou e foi para cima. Aos 13, Emerson, de cabeça, acertou o travessão adversário. Na sobra, Gum, impedido, marcou, mas o juiz acertadamente anulou o lance. No minuto seguinte, Emerson cruzou da direita para Deco, que bateu por cima do gol. A galera alviverde, logo após esse lance, mandou o seguinte recado.
- Se o Fluminense não ganhar, o pau vai quebrar.
Na sequência, um copo de água cheio atingiu as costas do goleiro Deola, que avisou o árbitro e pediu reforço de policiamento no meio dos palmeirenses.
No lance seguinte, o time carioca chegou ao empate. Carlinhos foi lançado pela esquerda, avançou para cima de Márcio Araújo, cortou para o pé direito e mandou no ângulo esquerdo de Deola, que nada pode fazer. Festa dupla na Arena Barueri.
Massacre do Fluminense
conca, palmeiras x fluminenseConca, como sempre, foi um dos destaques do
Flu em Barueri (Foto: Agência Photocâmera)
Coincidência ou não, após o recado da torcida palmeirense e o gol de empate do Fluminense, o Palmeiras simplesmente parou em campo. No ataque, Kleber não mostrava a menor vontade e ainda deixava clara sua irritação com a arbitragem. No banco de reservas, o técnico Luiz Felipe Scolari, com cara de poucos amigos, tentava fazer o time reagir, o que não aconteceu.
Dos 20 minutos em diante, foi um massacre do Fluminense. Foram pelo menos três grandes chances e, para desespero de palmeirenses e tricolores, Deola brilhou em todos os lances. Aos 22, ele evitou gol de Conca em chute rasteiro de pé esquerdo. Seis minutos depois, após cobrança de falta de Conca, Gum cabeceou e o camisa 22 do Verdão fez um milagre. A terceira intervenção veio aos 38, em lances de Gum e Fred. E a torcida alviverde, para não perder o costume, xingou demais o goleiro, que parecia mais um inimigo. Antes do fim do primeiro tempo, Muricy perdeu Deco, machucado. Ele reforçou ainda mais o ataque com a entrada do rápido Tartá pela esquerda.
Tartá vira herói e Palmeiras faz figuração em campo
No segundo tempo,  o Palmeiras voltou com o freio de mão ainda mais puxado. O Fluminense seguiu em ritmo acelerado e, em apenas sete minutos, Fred perdeu duas chances inacreditáveis. Na primeira, Marino avançou livre pela direita, foi ao fundo e cruzou na medida para o camisa 9, que bateu à direita de Deola. Na segunda, ele recebeu passe de Conca, avançoou sozinho até a área e, cara a cara com o goleiro palmeirense, chutou por cima. O desespero começou a tomar conta da torcida carioca presente em Barueri.
Mas o nervosismo transformou-se em alívio aos 13min, quando saiu o segundo do time carioca. Emerson avançou pela esquerda, cortou a marcação de Márcio Araújo  e disparou uma bomba de fora da área. Deola deu rebote e Tartá, dentro da área, aproveitou-se da passividade palmeirense, dominou e, de pé esquerdo, colocou no canto direito do gol palmeirense. Festa total em Barueri.
Daí para a frente o jogo, caiu muito de rendimento. Isso porque o Fluminense, em vantagem, diminuiu seu ritmo, enquanto que o Palmeiras sequer atacava. O time concentrava seu jogo pelo meio-campo e tocava de um lado para outro. Felipão ainda tentou acabar com a inércia da equipe, colocando Lenny e Vinícius. Mas nada adiantou. Quem voltou a perder chances foi o Fluminense. Aos 32, Emerson invadiu a área pela esquerda e bateu por cima do gol. Nos últimos dez minutos, a partida transformou-se em um amistoso entre solteiros e casados. Assim que Wilton Pierre Sampaio apitou o final da partida, a torcida carioca explodiu de alegria.
- Dá-lhe, da-lhe Nense, seremos campeões.
PALMEIRAS 1 X 2 FLUMINENSE
Deola; Márcio Araújo, Maurício Ramos, Leandro Amaro e Gabriel Silva; Pierre, Marcos Assunção (Fernando) e  Tinga; Dinei (Vinícius), Kleber e Luan (Lenny) Ricardo Berna; Mariano, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Valencia, Diguinho, Deco (Tartá) e Conca; Emerson (Rodriguinho) e Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari Técnico: Muricy Ramalho
Gols: .Dinei, aos 4min e Carlinhos, aos 18min do 1º tempo. Tartá, aos 7min do 2º tempo
Cartões Amarelos: Pierre e Luan (Palmeiras) e Tartá (Fluminense
Público: .11.291 pagantes Renda: R$ 393.396,00
Estádio: Arena Barueri. Data: 28/11/2010. Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF). Auxiliares: Marrubson Melo freitas (DF) e César Augusto de Oliveira Vaz (DF).

Em dia quase perfeito, Federer bate Nadal e fatura o título do ATP Finals

Suíço conquista torneio de fim de ano pela quinta vez na carreira

O dia era de Roger Federer. Os saques entraram com perfeição e os voleios foram excelentes como sempre. Até o backhand, golpe explorado por Rafael Nadal, estava impecável. Dando poucas chances, o suíço desbancou o número 1 do mundo por 6/3, 3/6 e 6/1 e conquistou o título do ATP Finals.
Roger Federer tênis Londres ATP Finals finalRoger Federer festeja sua oitava vitória sobre Rafael Nadal e o título do ATP Finals (Foto: Getty Images)
Federer agora tem no currículo cinco títulos do evento antes conhecido como Masters Cup, que reúne os oito melhores tenistas da temporada. Ele também levantou o troféu de fim de ano em 2003, 2004, 2006 e 2007. No ano passado, o suíço foi derrubado nas semifinais pelo russo Nikolay Davydenko, que se sagraria campeão no dia seguinte.
Com o resultado deste domingo, Federer também reduz a vantagem de Nadal na rivalidade. Agora, em 22 partidas disputadas, o suíço tem oito vitórias contra 14 do atual número 1.
Saque 100% domina
A partida começou com os dois tenistas sacando bem e confirmando seus saques sem dificuldades. Até o fim do sétimo game, apenas cinco foram vencidos por quem devolvia (três de Nadal, quatro de Federer). No oitavo, porém, o suíço contou com uma dupla falta de Nadal e, pouco depois, encaixou um ótimo backhand para fechar conseguir a primeira quebra do jogo. Em seguida, o número 2 confirmou o serviço sem perder um ponto sequer e fechou o set.
Até então, o serviço de Federer fazia a diferença. O suíço venceu todos os 15 pontos em que encaixou o primeiro serviço e não deixou Nadal conquistar uma chance de quebra sequer.
Rafael Nadal tênis Londres ATP Finals finalNadal não encontrou uma maneira de equilibrar a
partida no terceiro set (Foto: Getty Images)
O único vacilo
Atrás no placar, Nadal reagiu rápido. No quarto game, encaixou uma bela devolução e contou com um erro do adversário para chegar a um duplo break point. Federer se salvou do primeiro com uma subida à rede, mas jogou uma direita para fora no ponto seguinte e cedeu a quebra.
O vacilo custou caro. Nadal não deu chances e seguiu confirmando até o fim. O set point veio em grande estilo, com uma passada de slice na cruzada. Federer, que subia à rede tentando surpreender o oponente, não conseguiu defender.
A partida seguiu parelha, e a quebra decisiva veio em uma bobeada do espanhol. Nadal teve 40/15 no quarto game, mas cometeu dois erros não forçados seguidos, que renderam a Federer uma chance de quebra. No ponto seguinte, o suíço foi à rede e forçou mais um erro do adversário. À frente novamente, o número 2 foi impecável e não permitiu outra reação.
Com a esquerda de Federer calibradíssima, Nadal não encontrou uma forma de equilibrar o duelo e ainda teve o saque quebrado novamente no sexto game. O suíço, então sacou para o jogo e não vacilou. Com uma direita indefensável, fechou o jogo e comemorou o título.